Historiador, professor de capoeira e coordenador do Núcleo de Apoio e Desenvolvimento da Capoeira (NADEC) em Alagoas.
Sempre que chega novembro, entramos na discussão do mês da consciência negra, mas eis a questão. Será somente novembro em que escolas e entidades ligadas ao movimento negro esperam para debater a questão racial na escola e em toda a sociedade?
Os debates são acalorados, pede-se igualdade de tratamento de condições e tudo o que estamos acostumados a ouvir. Mas, e o resto do ano? O que fazemos? Entramos no ostracismo e cuidamos cada um do seu grupo isoladamente, e, quando apresentamos projetos aos órgãos públicos estes nos dizem na cara: “vocês estão desorganizados”. Será verdade? Ou estamos organizados, mas, dispersos?
Senhores e senhoras, militantes deste jovem movimento negro alagoano, não está na hora de realmente ser feito algo para que possamos ter esse debate de consciência negra permanentemente, pois só assim seria um trabalho contínuo, sem interrupção e sem interesses pessoais como às vezes deixa parecer por algumas pessoas.
Senhores e senhoras, militantes deste jovem movimento negro alagoano, não está na hora de realmente ser feito algo para que possamos ter esse debate de consciência negra permanentemente, pois só assim seria um trabalho contínuo, sem interrupção e sem interesses pessoais como às vezes deixa parecer por algumas pessoas.
Acredito que independente do segmento que cada um faça parte e represente, as pessoas deveriam assumir de fato seus compromissos nas entidades e se fazerem representar, visto que das muitas entidades ligadas ao movimento, poucas delas realmente funcionam e levam o debate com seriedade.
Então, não seria a hora de juntarmos forças e fazer um trabalho sério sem individualidade e estrelismo? Pois, quem ganharia nessa história seria toda a sociedade, bem como, o próprio movimento negro.
Entendo que a consciência não tem cor, tem formação, e não se pode formar pessoas conscientes se não tivermos uma educação de qualidade com profissionais da educação qualificados e despidos de seus preconceitos. Então, teremos um país consciente o ano todo, e não mais no mês instituído pelo mesmo poder público que nos chama de desorganizados, por causa daquele que foi o maior símbolo de luta pela inclusão do negro na sociedade: ZUMBI DOS PALMARES.
Mais uma vez, o movimento negro fica a mercê da estrutura de governo. Não consegue subir a serra por meios próprios, dependendo exclusivamente das migalhas do governo que não disponibilizou recursos para atividades em Maceió, contrariando as palavras do senhor Zulu Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares que afirmou existir recursos e que os mesmo seriam repassados mediante apresentação de projetos, que foram apresentados em tempo hábil pela Federação Alagoana de Capoeira, no entanto, não teve seu projeto contemplado na integra.
Os capoeiristas e os demais segmentos do movimento negro ficam sem ir a Serra da Barriga, ou vão por conta própria, pois, nem governo federal, nem estadual disponibilizaram transporte para que subamos ao templo da LIBERDADE. Até quando seremos reféns deste sistema excludente e discriminatório? Porém, tenho certeza que não será isso que nos impedirá de irmos até lá e fazermos o que fazemos sempre.
No entanto, é preciso refletir, qual o mês da consciência negra? Consciência tem cor? Qual a cor dela? O que temos feito no processo de conscientização da sociedade brasileira para que a mesma seja justa e igualitária e tenhamos nossos direitos de cidadãos respeitados independentemente da cor da pele, ou da posição social que ocupe.
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