terça-feira, 27 de agosto de 2013

Nessa quarta-feira tem samba de qualidade no Teatro Deodoro


Rumo a Conapir

III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Coepir) ocorreu nos dias 19 e 20 de agosto, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, localizado no bairro do Jaraguá em Maceió. 

Foram aprofundados os temas: “Estratégias para o Desenvolvimento e o Enfrentamento ao Racismo”, com o Profº Drº Edson Bezerra; “Políticas de Igualdade Racial no Estado e no Brasil: avanços e desafios”, Profª. Drª. Clara Suassuna; “Arranjos Institucionais para assegurar a sustentabilidade das Políticas de Igualdade Racial – SINAPIR (órgãos de promoção da igualdade racial, fórum de gestores, conselhos e ouvidorias)”, Felipe Freitas; e “Participação política e controle social: igualdade racial nos espaços de decisão; mecanismos de participação da sociedade civil no monitoramento das políticas de igualdade racial”, Profª Angela Brito. 

Após intensos debates foram aprovadas cerca de 40 propostas, destacando-se: Criação de um Fundo Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial com 10% dos recursos do Pré-Sal; Exigir dos meios de comunicação públicos e recomendar as rádios comunitárias que possam tratar e dar ênfase maior as questões étnicorraciais com propagandas educativas, conscientizando a população a cerca do Estatuto da Igualdade Racial; Aprovar de imediato o projeto de lei que regulamenta a profissão de instrutor de capoeira; Criar lei federal que torne obrigatória a criação e formação dos Conselhos Municipais da Igualdade Racial; Criação de Secretarias municipais e estaduais da promoção da igualdade racial, com recursos próprios definidos no orçamento; Criação de observatórios para o monitoramento das ações de violência policial e racismo institucional contra a população negra, indígena e cigana; Efetivação da Lei 10.63913 garantindo a implementação das atividades étnico-culturais dentro das escolas através do projeto político pedagógico: capoeira, coco de roda, maracatu, afoxé, maculelê, samba de roda, dança afro, etc; Ampliar a implantação do PSF nas comunidades quilombolas, indígenas e ciganas; dentre outras. 

Já a votação para a escolha de delegados/delegadas foi tumultuada e definida nos próprios segmentos, serão 28 integrantes na delegação alagoana – representantes do poder público e sociedade civil (liderança cigana, quilombola, religiosos de matriz africana, movimento negro, capoeira/cultura) – que estarão na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) com o tema: “Democracia e Desenvolvimento sem Racismo: por um Brasil Afirmativo” no período de 5 a 7 de novembro, em Brasília. Que as ideias saiam do papel, para fortalecer a luta por justiça social. Axé!



Divulgação
Coepir
Um dos momentos mais importantes na 3ª Coepir foi a conferência magna proferida pelo Secretário Executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) – Giovanni Benigno Harvey. Ele fez um balanço sócio-político sobre a luta por universalização dos direitos iniciada em 1988, e, destacou que “se não fossem adotadas as políticas de igualdade racial no Brasil, somente em 2520 as desigualdades seriam superadas”. Também informou que nas próximas décadas, será preciso a mudança de política dos gestores e as políticas universais terão que ser pensadas em atender as mulheres, negros e jovens; além disso, estima-se que a população negra/pobre alcance 65 a 70% em 2030, diante de dados coletados pelo IBGE e o IPEA.


Fonte: Coluna Axé - 264ª edição – Jornal Tribuna Independente (27/08 a 02/09/2013)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CONVOCATÓRIA: Promotor Geral de Justiça reúne-se com ativistas


Atenção, senhoras e senhores que fazem parte dos movimentos sociais que compõem o Movimento Negro: Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, capoeiristas, quilombolas, grupos artísticos afro-culturais, bem como: indígenas, ciganos, movimento LGBT, entre outros. 

Nessa sexta-feira (21.08), às 15h, haverá uma AUDIÊNCIA PÚBLICA com o Procurador Geral Dr. Sérgio Jucá e o Promotor Geral de Justiça Dr. Flávio Gomes da 61ª Promotoria de Justiça da Capital – que é responsável pela defesa da cidadania, direitos humanos, igualdade de gêneros e racial, liberdade religiosa, direito à livre orientação sexual e concretização da assistência social.

A atividade acontecerá no Ministério Público Estadual localizado no bairro do Poço em Maceió. Tem como objetivo, debater sobre a questão da Segurança Pública no Estado de Alagoas, e, principalmente denunciar casos de violência policial e abuso de poder com as pessoas consideradas minorias sociais. Um dos casos recentes, ocorreu com o casal de negros ativistas (Franqueline Terto e Jorge Silva) humilhados de forma truculenta por parte de um grupo de policiais militares.

Se você é cidadão, cidadã e almeja pelo fim dessas barbaridades, compareça e faça a sua parte!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

CONVITE: Edição especial do projeto "Munguzá Cultural"


O teatro enegreceu

"Mostra a sua beleza negra, beleza negra vem mostrar. Mostra todo o seu gingado, deixe o povo enfeitiçado, com o seu sorriso e seu bailado. Mostra a sua beleza negra, beleza negra vem mostrar...” – foi assim que começou o show: “Agô Yabas pedem passagem”. 

O palco do Teatro Deodoro localizado na cidade de Maceió, é um verdadeiro templo das artes no Estado de Alagoas e na noite de 14 de agosto de 2013, foi mais um momento histórico, O afoxé Oju Omim Omorewá comemorou em grande estilo os seus dez anos de existência, participando da 14ª edição do projeto “Teatro é o maior barato”, e demonstrando mais uma ação para a valorização da cultura afro e respeito à religião de matriz africana. 

Foi bonito ver e sentir a energia transmitida através dos passos, toques e cânticos que contam a história do povo afrobrasileiro e estimulam a autoestima; também teve um exuberante figurino e painéis ao fundo. A infraestrutura foi garantida com a Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; além do apoio da casa de axé Omi Omo Posu Betá. 

Na programação, teve ainda o 1º Concurso de Beleza Negra Omorewá com oito participantes, sendo duas convidadas que vieram de Pernambuco. Elas mostraram o seu encanto e talento, além de representar os seus grupos, como: Odô Iya, Afoxé Povo de Exu, Banda Afro Mandela, e ainda teve capoeirista, estudante de dança na Ufal e de outros segmentos. 

Ao todo foram 15 inscritas e 10 selecionadas, porém, os organizadores também sofreram com a discriminação e intolerância religiosa: “Aqui em Maceió temos belas jovens, mas por incrível que pareça nos deparamos com o preconceito que tanto lutamos. Algumas candidatas desistiram porque tinha que dançar e algumas pensavam que era um desfile de moda. E outras, os parentes não permitiram porque achavam que não era um concurso sério e era coisa de macumba” declarou Nany Moreno. E a grande vencedora do Concurso Omorewá foi a menina-mulher Yara Fabiana – integrante do Afoxé Odo Iyá (Núcleo de Cultura Afro-Brasileira Iyá Ogum-Té) – sendo premiada com um buquê de flores e uma escultura de uma negra produzida pela escultora Vânia Oliveira. Vida longa a rainha, que ela continue disseminando a nossa cultura que estar cada vez mais forte e bem viva! Axé!

Show
Nesse espetáculo, foi o público quem recebeu o presente. Parabéns a Nany Moreno, pela organização e por manter esse sorriso mesmo diante das dificuldades na luta diária por valorização sócio-cultural. Obrigada a grande dama dos terreiros de Alagoas, Mãe Mirian, por abrir as portas da sua casa de axé para a realização dos ensaios. Aos percussionistas, cantores e dançarinos envolvidos, desejamos que os talentos sejam propagados constantemente. E para às afro-belas do concurso, só esperamos que permaneçam esbanjando o orgulho de sua negritude. Enfim, muitos aplausos! Confira o registro fotográfico completo do evento, na página da Cojira Alagoas no Google+



Fonte: Coluna Axé - 263ª edição – Jornal Tribuna Independente (20 a 26/08/2013) 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
Fotos: Helciane Angélica

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Falc realiza Passeio Étnico-Cultural

Texto e fotos: Helciane Angélica- Jornalista/Cojira-AL





Nesse domingo (18.08), a Federação Alagoana de Capoeira (Falc) realizou um Passeio Étnico-Cultural, na Serra da Barriga em União dos Palmares. A atividade contou com o apoio da Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego e Qualificação Profissional; Secretaria de Cultura de Viçosa; e do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô/APNs.




Os participantes encararam o frio, neblina, chuva, lama e as más condições da estrada de acesso para chegar até o platô do solo sagrado e símbolo da resistência negra. Em vários momentos, tiveram que se retirar do ônibus, para que o veículo seguisse em segurança e na volta ainda empurrá-lo para sair de um buraco.

No Parque Memorial Quilombo dos Palmares, ocorreu uma aula de campo com o ativista Helcias Pereira sobre a história do Quilombo dos Palmares e cotidiano dos guerreiros quilombolas; em seguida, teve uma roda de diálogo sobre os benefícios da capoeira (bem-estar, terapia, condicionamento físico); participação feminina nos grupos de capoeira, o repasse de informações sobre as atividades sócio-políticas e a adesão da entidade no Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir) no Estado de Alagoas. 


Na ocasião, uma equipe de filmagem captou cenas do encontro de integração entre os capoeiristas. O organizador da atividade, Mestre Claudio, informou que o seu filho Bruno Lins, foi vítima de um grave acidente de trânsito no início do ano, que limitou boa parte dos movimentos do corpo. Porém, o jovem tem superado o trauma fazendo o que mais gosta: editando vídeos, e ainda, encontra-se envolvido na produção de um documentário sobre a atuação dos mestres de capoeira em Alagoas.



Também estava prevista a visita ao Morro Dois Irmãos localizado no município de Viçosa, mas por conta da grande quantidade de chuva nessa semana o volume de água no rio aumentou e não foi possível chegar até o sumidouro de Zumbi dos Palmares. O passeio foi encerrado com uma grande roda de capoeira em praça pública, para celebrar a importância histórica desse Patrimônio Cultural da União.


  
Representação


Estiveram presentes na atividade, membros da Diretoria, convidados e associados oriundos de Maceió, Marechal Deodoro, Paripueira e São Luiz do Quintude. Sendo os mestres: Bomba (Grupo Arca), Claudio (Quilombo Caa Pueira Pôr do Sol dos Palmares) Diamante (Filhos de Angola), Dumel (Berimbau de Ouro), Ganso (Grupo Coral Nordeste Capoeira), Jeová (Mocambo dos Angoleiros), João (Filho de Angola), Mão de onça (Capoeira Camará), Marquinhos (Filhos de Angola), Petuti (Capoeira Suavos), Rimen (Águia Negra), Russo (Alagoarte), Tatu (Instituto Resistência), Veneno (Raízes Negras) e Ventania (Grupo Raça); além dos contra-mestres Besouro (Escola de Capoeiragem), Cristina (Quilombo Caa Pueira Pôr do Sol dos Palmares) e Muruim (Grupo Raça); a professora de capoeira Sirlene rasteirinha (Águia Negra) e a Monitora Pantera.

domingo, 18 de agosto de 2013

Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial será realizada nesta segunda-feira

Evento servirá como preparação para etapa nacional que acontecerá em novembro, em Brasília

Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial será realizada nesta segunda-feira
Secretária Katia Born vai abrir o evento na segunda-feira
Marcos Jorge
O Governo do Estado realiza, nos dias 19 e 20 deste mês, a III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (III Coepir). O evento acontece no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá, e encerra o ciclo de conferências preparatórias para fase nacional que ocorre no período de 5 a 7 de novembro de 2013, em Brasília.
A conferência será aberta às 19h da segunda-feira (19) pela secretária de Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born, e apresentará como tema “Democracia e Desenvolvimento por uma Alagoas Afirmativa”. Na programação constam apresentações culturais da Federação de Capoeira do Estado de Alagoas (Feceal) e palestra do secretário-executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Giovanni Benigno Pierre da Conceição Harvey, sobre o tema “Democracia e Desenvolvimento sem Racismo: por um Brasil Afirmativo”. Em seguida acontece apresentação do Grupo de Dança Afoxé Oju Omin Omorewa.
Sob a coordenação do superintendente de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Diretos Humanos, Geraldo Majella, as atividades seguem na terça-feira (20) pela manhã com plenária de discussão e aprovação do Regimento Interno. Na sequencia, será realizada uma mesa temática abordando quatro eixos: Estratégias para o Desenvolvimento e o Enfrentamento ao Racismo; Políticas de Igualdade Racial no Estado e no Brasil: avanços e desafios; Arranjos Institucionais para assegurar a sustentabilidade das Políticas de Igualdade Racial - Sinapir (órgãos de promoção da igualdade racial, fórum de gestores, conselhos e ouvidorias); e Participação política e controle social: igualdade racial nos espaços de decisão; mecanismos de participação da sociedade civil no monitoramento das políticas de igualdade racial.
A programação continua à tarde com a formação de grupos de trabalhos temáticos para apresentação de propostas e escolhas das pessoas que comporão a delegação que representar Alagoas na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial a ser realizada, em novembro, em Brasília.


Fonte: Ascom

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Blog reúne postagens do movimento social afro-brasileiro em Alagoas

O blog Òde Ayê Conectado faz parte do projeto de apoio aos estudantes cotistas





Blog reúne postagens do movimento social afro-brasileiro em Alagoas
Clara Suassuna, diretora do Neab, e o professor Ronaldo Araújo
Lenilda Luna - jornalista 
O site Òde Ayê Conectado ( http://odeayeconectado.org/ ) será lançado nesta quinta-feira, a partir das 19 horas, no no restaurante Akuaba. A proposta é reunir as postagens de pelo menos 19 blogs ou sites relacionados ao movimento negro em Alagoas. O professor Ronaldo Araújo, de Biblioteconomia, estudioso do ativismo online, e o professor Silvado Pereira, de Comunicação, pesquisador sobre a internet, orientaram os bolsistas sobre o embasamento teórico do projeto. "Estamos trabalhando de forma interdisciplinar, com estudantes de Direito, Psicologia, Ciências Sociais e Comunicação. O primeiro passo foi fazer uma conceituação e diagnóstico destes movimentos, depois, cada estudante, em sua área, produziu textos que serão utilizados em uma oficina", explicou Ronaldo Araújo. 
A ideia é agregar as informações das várias entidades, que tem objetivos comuns. "Percebemos que o movimento negro em Alagoas é bastante distribuído, mas não fragmentado. Podem ser várias entidades, mas que se reúnem em torno de uma agenda comum. Por isso, nossa proposta é agregar as postagens de todos esses atores em um único site, para facilitar o acesso a essas produções. Ao clicar no link, o internauta é direcionado para o blog original, porque nossa intenção não é diminuir o número de visitantes deles, pelo contrário, queremos ajudar a divulgar. Queremos compartilhar as novidades", ressalta Ronaldo. 
Além do aspecto informativo, o projeto quer fomentar o ativismo online. A expressão Òde ayê vem do bantu, dialeto africano que influenciou muitas palavras utilizadas no Brasil, e significa "Para Todos". Segundo Ronaldo Araújo, os textos compartilhados são notícias sobre as atividades dos movimentos, reflexões sobre as questões étnicas, informações culturais, mas também convocam para manifestações."O site é resultado de um esforço que conjuga extensão e pesquisa em torno da apropriação tecnológica por movimentos sociais, e no contexto da cultura digital ele pretende reunir e mediar a produção de informações sobre os movimentos sociais afroalagoanos indicando seus atores e suas narrativas", destaca Ronaldo Araújo.
Apoio aos cotistas 
O projeto Óde Ayê faz parte de um programa mais amplo, que leva o mesmo nome. De acordo com a coordenadora do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab), Clara Suassuna, os estudantes da Ufal, principalmente aqueles que são aprovados pelo sistema de cotas para afro-descendentes, têm um perfil de baixa renda e encontram muitas dificuldades para se manter no curso. "São alunos que muitas vezes não têm o dinheiro da passagem para vir aos campus todos os dias, por isso, as bolsas de permanência são tão importantes para evitar a desistência deles", ressalta Clara. 
No período de 2005 a 2007, boa parte destes estudantes encontrou apoio no programa Afroatitude, que era financiado pelo Ministério da Saúde. Mas a extinção do programa deixou uma lacuna. "Então as universidades encontraram alternativas para manter as bolsas para afro-descendentes cotistas. Na Ufal, em 2009, criamos o Òde Ayê, que mantém 30 bolsas. Além disso, esses estudantes de baixa renda contam com outros programas da política estudantil desenvolvida pela Proest. Hoje são cerca de mil bolsas para possibilitar que os estudantes mantenham suas atividades acadêmicas", relata Clara Suassuna. 
Os estudantes do projeto Òde Ayê participam de cerca de 26 projetos de extensão aprovados pela Proex. Alguns destes projetos já foram premiados nacionalmente, como a história em quadrinhos "Bonita, como eu!”, produzida pelas alunas Mariana Petróvana e Janaína Araújo. A história ganhou um prêmio no Concurso Nacional de Histórias em Quadrinhos “Irineo José Guimarães” , em 2012, promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Ponta Grossa, no Rio Grande do Sul. Uma outra história produzida pelas mesmas alunas, “Preto, que nem carvão!”, foi premiada no Concurso Alagoas de Quadrinhos, da Imprensa Oficial do Estado de Alagoas.
Imagens
Professor Ronaldo Araújo, estudioso do ativismo online



Fonte: Ascom-Ufal

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Oju Omim Omorewá: afoxé completa dez anos de valorização afro-cultural

Por: Helciane Angélica – Jornalista/Cojira-AL
Fotos: Divulgação



O grupo é formado por percussionistas, cantores e dançarinos

O afoxé Oju Omim Omorewá completou dez anos de atuação no Estado de Alagoas, e sua sede encontra-se no bairro do Jacintinho em Maceió. E hoje (14.08) no Teatro Deodoro em Maceió, na programação da 14ª edição do projeto Teatro é o maior barato, terá um espetáculo especial intitulado “Agô Yabás pedem passagem”, e ainda, o 1º Concurso de Beleza Negra Omorewá.

No ano passado, o grupo entrou para história, pois foi um o primeiro afoxé a se apresentar no palco do teatro centenário. É constantemente convidado para realizar apresentações artístico-culturais em eventos afros, festivais, escolas e na conferência metropolitana de igualdade racial; e já fez show na Feira da Reforma Agrária e na Festa do Meado de Agosto realizada em uma comunidade quilombola. Também foi o terceiro colocado no 2° Prêmio para Comunidades Terreiros do projeto Xangô Rezado Alto promovido pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) – vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) – entrevistou Nany Moreno (foto), uma das coordenadoras do afoxé, que também é ialorixá, uma das vocais, toca alguns instrumentos percussivos e uma exímia dançarina. Confira!



Cojira-AL: Como surgiu o Oju Omim Omorewá?
Nany Moreno: O omorewá surgiu do nosso amor pela cultura, eu sempre amei os blocos afros de Salvador com sua dança e música afro. Mas, como era um pouco distante descobri Pernambuco e seus afoxés, fiquei maravilhada com muita vontade de montar um aqui em Maceió foi aí que eu e uma turma da casa religiosa que faço parte montamos o Odô Iyá com a ajuda de uma integrante do afoxé de Recife Mercia Gardelha.


Cojira-AL: Possuem quantos membros e a qual a filosofia do grupo?
Nany Moreno: No geral consiste em 22 pessoas e a nossa filosofia é preservar a cultura negra e elevar a autoestima do negro. Também queremos manter os jovens com alguma ocupação e informá-los sobre a sua história para que não se envergonhe de sua cor.


Cojira-AL: Qual a importância do afoxé dentro das expressões afro-culturais?
Nany Moreno: O afoxé é de grande importância porque além de contar nossa história, conta nossa religiosidade da maneira certa.


Cojira-AL: Como se deu a preparação do show “Agô Yabas pedem passagem” no Teatro Deodoro?
Nany Moreno: Com muita conversa e pesquisa. Queríamos um tema que falasse da mulher guerreira e também fosse um meio de trazer ao público mais informações sobre os orixás. Daí, decidimos pedir licença as Yabás pra fazer esse show, e elas deram graças a Olorum. Oxum, Ewá,Oyá,Iemanjá,Obá e Nanã são as mães e ao mesmo tempo guerreiras.


Cojira-AL: Quais foram os critérios de seleção para definir as participantes do concurso de Beleza Negra em Alagoas?
Nany Moreno: As candidatas tinham que ter noção de dança afro, carisma e conhecer um pouco sobre a história do povo negro. E as candidatas que eram menores de idade só com autorização dos pais.


Cojira-AL: Esse concurso alagoano se inspirou na “Noite da Beleza Negra” do bloco afro baiano Ilê Aiyê que escolhe a Deusa do Ébano?
Nany Moreno: Sim. E, tivemos alguns problemas no começo das inscrições. Aqui em Maceió temos belas jovens, mas por incrível que pareça nos deparamos com o preconceito que tanto lutamos. Algumas candidatas desistiram porque tinha que dançar e algumas pensavam que era um desfile de moda. E outras, os parentes não permitiram porque achavam que não era um concurso sério e era coisa de macumba.


Cojira-AL: Tiveram quantas candidatas?
Nany Moreno: Ao todo foram 15 escritas, sendo 10 selecionadas e duas convidadas que estão vindo de Recife(PE). Mas, teremos oito moças que vão se apresentar e representarão os seus grupos, como o Odô Iya, Afoxé Povo de Exu, Banda Afro Mandela, e ainda tem capoeirista, estudante de dança na Ufal e de outros segmentos.

Cojira-AL: Tem alguma premiação?
Nany Moreno: Será uma escultura de uma negra feita pela escultora Vânia Oliveira, um celular e um buquê de flores.


Cojira-AL: Quais os principais parceiros?
Nany Moreno: A Secretaria da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos atendeu a nossa solicitação e nos deu as camisas, água, lanche, banner e transporte. Também tivemos o apoio de Mãe Miriam que cedeu o barracão da sua casa de santo para ensaiamos lá.


Cojira-AL: Existe a possibilidade de inserir o concurso no calendário afro-cultural do Estado de Alagoas?
Nany Moreno: É um caso a se pensar, mas as dificuldades são muito grandes.


Cojira-AL: Quais os planos futuros?
Nany Moreno: É continuar a nossa luta por nosso povo com muita força com a proteção de Oyá e Oxum porque eu sou de onira eparrei minha mãe.


SERVIÇO:
Para obter mais informações e contratar para shows:
(82) 8821-5091 / 9675-7212 / 8826-2750 / 8878-399

Aprovadas moções na Câmara de Maceió contra abordagem policial e racismo institucional

Texto e foto: Helciane Angélica - Jornalista



Vereadoras por Maceió: Fátima Santiago e Tereza Nelma
Na sessão ordinária dessa terça-feira (13.08), na Câmara Municipal de Maceió, foram aprovadas duas moções referentes à abordagem policial com ativistas negros no último domingo. As propositoras foram Tereza Nelma (PSDB) e Fátima Santiago (PP), teve o apoio de mais 15 parlamentares que subscreveram os documentos.

A vereadora Tereza Nelma (PSDB) utilizou a tribuna e defendeu a apresentação de uma Moção de Protesto, cobrou apuração imediata e citou o caso do sociólogo Carlos Martins, que no ano passado foi agredido por uma guarnição policial, tendo a casa invadida e móveis destruídos. Logo após, foi observado que tudo não passou de um engano. Ela está preparando um relatório com todos os documentos e reportagens do último caso, que será entregue ao Governador Teotônio Vilela Filho para que tome as devidas providências. 

Já Fátima Santiago (PP), apresentou uma Moção de Repúdio à Polícia Militar de Alagoas e no documento afirma que as abordagens desastrosas e opressoras no Estado de Alagoas são recorrentes: “Infelizmente, casos de opressão são constantemente cometidos por policiais e as pessoas têm medo de denunciar, principalmente, moradores da periferia. É importante que se investigue e a punição dos policiais arbitrários. Também é preciso maior investimento quanto à capacitação e condições dignas de trabalho, para garantir uma segurança pública de qualidade e eficiente”, destacou.

Audiências
Os ativistas Franqueline Terto dos Santos e Benedito Jorge Silva Filho – professora universitária e administrador – são da Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro e participam da entidade nacional do movimento negro, os Agentes de Pastoral negros do Brasil (APNs). Ontem, eles dialogaram com o Comandante Geral da PM, Coronel Dimas Cavalcante, que não acredita na existência de racismo e sim no despreparo por parte de alguns membros. Também declarou que 60% da corporação é composta por policiais negros. 

Nessa quarta-feira (14.08) será formalizada a denúncia na Corregedoria Geral da PM e no Ministério Público Estadual. O caso foi registrado na Central de Flagrantes da Polícia Civil, está sendo acompanhado pelo advogado Alberto Jorge Ferreira (Betinho), que durante muito tempo foi presidente da Comissão de Defesa das Minorias Étnicas e Sociais, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL).


Quilombo Lunga realiza mais uma "Festa do Meado de Agosto"


O QUILOMBO LUNGA - Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos Passagem do Vigário e Poços do Lunga Taquarana/AL convida toda a Sociedade Alagoana a celebrar mais uma edição da Festa do Meado de Agosto.

A Festa acontecerá dia 15 de Agosto a partir das 08 horas da manhã no Território do Quilombo Lunga (Sítio Volta), município de Taquarana, localizado no agreste alagoano acentuando e unindo as fronteiras administrativas e geográficas dos municípios de Taquarana, Coité do Nóia, Igaci, Palmeira dos Índios e Belém.
                                                                                                                               
Para o Quilombo Lunga a festa torna-se um patrimônio de valor inestimável para seus moradores, um bem que pode ser oferecido ao outro, como um presente aos visitantes.

Este ano O Meado de Agosto ganha mais um dia na sua programação, dia 14 de agosto será um dia de atividades relacionadas à Educação Ambiental, a partir das 08 horas da manhã a Secretaria de meio Ambiente de Taquarana promoverá junto aos Escoteiros, Alunos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos das Comunidades Quilombolas Poços do Lunga, Mameluco, Serra Verde e Chã do Saco, uma atividade de plantio de mudas nativas e frutíferas nas margens do Rio Lunga e Oficina de Educação Ambiental proposta pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas.

Integram a programação Artístico-cultural da Edição 2013 no dia 15 de agosto, a Procissão de Nossa Senhora do Meado de Agosto, a ginga da Capoeira e Maculelê de nossas crianças Quilombolas com o Instrutor Bico de Fulô, Coletivo AfroCaeté, grupo Alagoano articulador de discussão e difusão cultural por meio de batuque, que tem como base o maracatu. Maracatu Raízes da Tradição da Casa Abassá de Angola representada pela guerreira e Liderança Social do Tabuleiro Mãe Vera, Dança Afro com o grupo Atitude Negra composto por crianças e adolescentes do Quilombo Carrasco de Arapiraca.

O Projeto Tambores da Universidade Federal de Alagoas trará aos palcos os Remanescentes do Quilombo Tabuleiro dos Negros de Penedo junto com o grupo Batuque YÁ, em seguida o Afoxé Oju Omim Omorewá que encanta e fortalece a cultura de matriz africana no Estado de Alagoas há 10 anos e fechando com o reggae popular do cantor Roberto Rasta.

A Secretaria Municipal de Cultura Esporte e Turismo de Taquarana e o Quilombo Lunga assumem nesta edição a Produção Cultural e Assessoria Comunicação da Festa.


Patrocínio: MinC/Fundação Cultural Palmares, Universidade Federal de Alagoas, Universidade Estadual de Alagoas, Prefeitura Municipal de Taquarana através da Secretaria Municipal de Cultura Esporte e Turismo, Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos , SINDPREV-AL, Vereador Carlos do PT, Deputado Federal Paulão, Apoio Cultural: Thudo Comunicação Visual, Site 4 Cantos Alagoas, Coletivo Afro Caeté , Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Taquarana, Blog Sururu Fresco Arte Cultura e Política, Projeto Tambores, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, Sinteal e Sinpro/AL, Realização Quilombo Lunga.


SERVIÇO:
Festa do Meado de Agosto - Edição 2013
Quilombo Lunga Taquarana Alagoas Brasil
14/08 – Plantação de mudas nativas e Oficina de Educação Ambiental.
15/08 - A partir das 10 horas, com procissão e apresentações culturais
Local: Quilombo Lunga/Taquarana
Informações: 9632 8564/8178 2179


DIVULGAÇÃO: KEKA RABELO
Produção Cultural / Assessoria de Comunicação
MSN: keka_rrpp@hotmail.com
myspace.com/kekarabelo
www.facebook.com/kekarabelo
twitter: @KEKARABELO
55 82 8178 2179/ 9632 8564

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Conepir – momento histórico

Na última sexta-feira (09.08), no Palácio República dos Palmares – sede administrativa do Governo de Alagoas – ocorreu uma assembleia convocada pela Secretaria Estadual da Mulher Cidadania e Direitos Humanos. 

O encontro foi coordenado por Geraldo de Majela Fidélis – Superintendente Estadual de Direitos Humanos – e serviu para eleger as entidades da sociedade civil que farão parte do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir) no Estado de Alagoas. Atualmente, existem conselhos nessa área nos estados de Pernambuco, Pará, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, São Paulo e Santa Catarina. 

Estiveram presentes nesse momento histórico: a Secretária de Estado Kátia Born; Dionísio Bezerra de Araújo, Secretário Municipal de Igualdade Racial no município de Santa Luzia do Norte – órgão público que existe há três meses; Ana Maria da Silva, Superintendente Estadual de Políticas para a Juventude; Berenita Santos, Gerente AfroQuilombola; Pedro Montenegro, Consultor Jurídico; Leandro Rosa, Assessor de Feitos Judiciais da 61ª Promotoria de Justiça da Capital do Ministério Público Estadual; e Helcias Pereira, ativista e integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR/Seppir). 

Ao todo serão 26 membros titulares no Conepir, com seus respectivos suplentes, sendo 13 membros do Poder Público e 13 da sociedade civil. As entidades que levaram a documentação solicitada e foram escolhidas são: Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô/Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs); Centro de Formação e Inclusão Social Inaê/Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB); Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL)/Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal); Coordenação de Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnia/Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal); Secretaria de Combate ao Racismo/Central Única dos Trabalhadores (CUT-AL); Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado de Alagoas – GANGA ZUMBA; Comunidade Wassu Cocal (Joaquim Gomes); Omi Omo Posu Betá; Núcleo de Cultura Afro Brasileira (Casa de Iemanjá); comunidade cigana LECHIE (Maceió) e a Comunidade Tradicional de Ciganos do município de Carneiros na suplência; Federação Alagoana de Capoeira (Falc) na condição de titular e Grupo Muzenza de Capoeira como suplente. 

Representantes da população negra, entidades sindicais e sócio-culturais que atuam na promoção da igualdade racial; além de capoeiristas, comunidades remanescentes de quilombolas, ciganos, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais de matriz africana – estarão lado a lado, discutindo, propondo e defendendo a implantação de políticas públicas. Agora, o poder público precisa definir urgentes seus representantes, para ter a posse, e finalmente tirar do papel essa conquista ímpar na luta por dignidade, respeito e igualdade. Axé!


Fonte:Coluna Axé - 262ª edição – Jornal Tribuna Independente (13 a 19/08/2013)
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Afoxé Oju Omim Omorewá realiza grande show no Teatro Deodoro



Nessa quarta-feira (14.08), o afoxé Oju Omim Omorewá (foto) comemorará os seus dez anos com o show “Agô Yabas pedem passagem”. Na ocasião, também terá o 1º Concurso de Beleza Negra Omorewá, com a participação de moças oriundas de outros grupos que mostrarão seu encanto e talento no palco. A apresentação será às 19h, no Teatro Deodoro em Maceió, e integra a programação da 14ª edição do projeto Teatro é o maior barato. Os ingressos custam R$10 (inteira) e R$5 (meia). Vida longa e mais sucesso ao grupo!

Grupo denuncia policiais militares por abuso de autoridade em Alagoas


Turistas estavam entre as pessoas que denunciaram os PMs.
Eles prestaram queixa na Central de Flagrantes da Polícia Civil.




Foto: Carolina Sanches /G1
Um grupo de turistas e alagoanos denunciou policiais militares de Alagoas por abuso de autoridade e racismo. Eles estiveram na Central de Flagrantes na noite de domingo (11) para prestar queixa contra uma equipe da Polícia Militar. Segundo a denúncia, após terem sido flagrados agredindo um adolescente, os policiais teriam obrigado os turistas a apagar filmagens de uma câmera fotográfica.
Três turistas contaram que estavam sentados em um banco na Praça Lions, na Pajuçara, quando presenciaram militares agredindo um adolescentes com chutes e tapas. “O rapaz já estava imobilizado e ainda o agrediam. Nós vimos a cena e decidimos registrar em filmagem. Quando os policiais perceberam que estávamos filmando, partiram em nossa direção”, disse o turista Davi Fantuzzi, que é de Recife, Pernambuco.
Fantuzzi contou que ele e dois amigos, que chegaram sexta-feira (9) para passear em Alagoas, foram obrigados a apagar as imagens. “Nos recusamos a apagar e os policiais nos ameaçaram de prisão. “Falamos que os policiais são agentes públicos e que não é proibido filmar, mas eles não nos ouviram e pediram reforços”, disse.
Dois amigos dos turistas que são alagoanos disseram que chegaram à praça quando estava acontecendo a confusão e foram detidos. “Tentei argumentar para que deixassem meus amigos irem embora, mas não permitiram e ainda deram voz de prisão a mim e a um amigo”, expôs a assistente social e professora Franqueline Terto dos Santos.
Franqueline disse que ela e seu esposo, o administrador Benedito Jorge da Silva Filho,  foram algemados e colocados em uma viatura. “Foi um absurdo o que aconteceu. Os policiais disseram que só iriam nos soltar quando as imagens na câmera do nosso amigo fossem apagadas. O estranho é que chegaram mais quatro motos e teve até um helicóptero sobrevoando a área”, falou.
O administrador disse que prestou queixa por racismo porque os militares não prenderam os turistas, só ele e a amiga alagoana. “Sou negro e acho que houve racismo na ação dos policiais. Eu e minha amiga estávamos tendo a mesma reação dos nossos amigos turistas, mas não os renderam”, reclamou.
O dono da câmera, Talles Adriano dos Reis, que é de Minas Gerais, disse que um dos militares pegou seu equipamento e apagou as imagens. “Foi um absurdo o que aconteceu. Estávamos aguardando nossos amigos na praça para ver o pôr do sol na orla e passamos por esse constrangimento”, falou.
O grupo diz não saber o nome de todos os militares que estavam na ação, mas que conseguiram anotar alguns deles e placas de veículos. “Vi os nomes nas fardas. Eram L. Santos, F. Guimarães e Enor, mas esses não foram os que agiram com truculência. Os que nos deram voz de prisão não estavam com identificação. Espero que a investigação apure quem realmente estava no local”, disse a assistente social.
A reportagem do G1 falou com o assessor da Polícia Militar, o major Amorim, que informou que a denúncia ainda não chegou à corporação. “Tudo deverá ser investigado. O ideal é que as pessoas que fizeram a denúncia procurem a Corregedoria da PM para relatar o que aconteceu. Sobre os nomes citados, só poderemos falar quando a denúncia chegar oficialmente”, disse o militar.

Fonte: G1-Alagoas

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Assembleia define membros do CONEPIR

Nessa sexta-feira (09.08) às 9h no Salão de despacho do Museu Palácio Floriano Peixoto, acontecerá a assembleia para discutir a composição do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir) no Estado de Alagoas - Lei Estadual nº7448 de fevereiro de 2013. 

As entidades da sociedade civil que tem interesse em participar da seleção, precisam ter 2 (dois) anos de registro e atuação comprovada na promoção da igualdade racial em âmbito estadual ou regional. Também é importante levar cópia da documentação registrada em cartório: Ata de fundação; Estatuto da entidade; Ata de eleição da atual diretoria; Inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica); ofício indicando os nomes dos representantes da entidade (um titular e um suplente), e, cópias da documentação pessoal (RG e CPF).

Ao todo serão 26 membros titulares com seus respectivos suplentes, sendo 13 membros do Poder Público e 13 da sociedade civil. A distribuição das vagas será constituída por: cinco (5) representantes da população negra, entidades sindicais e sócio-culturais que atuem na promoção da igualdade racial; dois (2) de comunidades quilombolas; dois (2) de povos indígenas; dois (2) de povos e comunidades tradicionais de matriz africana; um (1) representante de comunidade cigana; e um (1) da capoeira. 

Eis um importante avanço na efetivação de políticas afirmativas em Alagoas!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Participe da 3ª Conferência Municipal de Cultura

Faça sua inscrição no site: http://culturamaceio.com.br/conferenciaculturamcz/inscricoes/




Que venha a etapa estadual


No dia 31 de julho, ocorreu em Maceió a última conferência regional de Promoção da Igualdade Racial, que contemplou a região metropolitana e o Litoral Norte. 

Um dos grandes momentos na abertura da atividade, foi a declaração de Adriana Toledo – Secretária Executiva do Gabinete do Prefeito – que abordou sobre o compromisso da Prefeitura de Maceió em criar a Secretaria Municipal de Igualdade Racial para desenvolver políticas afirmativas, com estrutura institucional para acompanhar o Programa Juventude Viva, além da revisão e análise dos acordos já assumidos e o grau de atuação. 

Já Kátia Born – Secretária de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos – defendeu a implantação de políticas de igualdade racial e que essa atitude deveria ser adotada em todos os municípios alagoanos. Também citou a importância do Estatuto da Igualdade Racial como uma arma essencial contra o racismo, e, deveria tomar como referência a Lei Maria da Penha, que existe há sete anos e é uma ferramenta que garante direitos para as mulheres. 

Após a exposição dos eixos temáticos e debates, várias proposições se destacaram: Criar um calendário anual das atividades afro-brasileira com motivos afros; Garantir a implantação e fiscalização da Lei 10.639/2003, e capacitação para todos os profissionais de educação e segurança; Regulamentação do profissional de capoeira como professor; Criação de um Plano Nacional de cultura, esporte e desenvolvimento pela sociedade civil com 10% do Pré-Sal para a Política de Igualdade Racial; Promover concursos públicos para agentes e técnicos culturais na área de matriz africana; Implantação da Casa da Juventude nos territórios de alto índice de violência; Implantação do Programa Saúde da Família (PSF) na região metropolitana e litoral norte; capacitação de todos os profissionais da área de saúde para atender as casas de matriz africana; Criação da Secretaria de Igualdade Racial no âmbito estadual e municipal, com orçamento específico, e que os gestores sejam pessoas referendadas pelo Movimento Negro. 

Essas propostas se juntarão a uma extensa lista que será aprofundada na III Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Coepir) com o tema: “Democracia e desenvolvimento sem racismo: por uma Alagoas afirmativa”, que acontecerá nos dias 19 e 20 de agosto, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso (Centro de Convenções de Maceió). Na ocasião também será eleita a delegação alagoana composta por: três representantes de órgãos públicos estaduais e oito de órgãos públicos municipais; além de 17 delegados e delegadas representantes de organizações da sociedade civil. 

Esperamos mais discussões e transformação social! Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº261 - Jornal Tribuna Independente (06 a 12/08/2013)
Editora: Helciane Angélica