domingo, 30 de setembro de 2012

MANIFESTO DA SOCIEDADE CIVIL DE ALAGOAS SOBRE O PLANO JUVENTUDE VIVA


Alagoas, o segundo menor estado brasileiro, tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e a maior taxa de mortalidade infantil: são 46,4 óbitos de crianças para cada mil nascidas vivas. O Estado tem ainda a menor expectativa de vida, 67,6 anos, e a porcentagem de analfabetos é a maior do Brasil, com 25% das pessoas acima de 15 anos analfabetas.

A participação da indústria da cultura canavieira na economia do estado atinge 45%. As outras atividades com contribuição significativa são o turismo, a indústria alimentícia e a de química e mineração. Alagoas é também um dos maiores produtores de gás natural do Brasil. No entanto, a riqueza do Estado se concentra nas mãos de poucos em detrimento de uma maioria populacional inserida nos mais altos índices de pobreza do País.

Não bastassem os índices que colocam o Estado na vergonhosa condição de campeão em baixo desenvolvimento humano, de acordo com o Mapa da Violência no Brasil, do Instituto Sangari (2012), Alagoas é o estado da federação com a maior taxa de homicídios em todo o país, perfazendo 66,8 por cem mil habitantes. No relatório de 2011, da mesma instituição, o Estado também aparece na liderança do ranking nacional da violência com 60,3 e em 2010 com 59,6.

Em 2002, o número de jovens brancos assassinados foi de 11,9, enquanto que entre os jovens negros foi de 32,7. Em 2006, o número de jovens brancos caiu para 6,1, enquanto entre os jovens negros subiu 51,5. Já em 2010 ocorre um distanciamento ainda maior: 4,4 entre os jovens brancos e 84,9 entre os negros.

Além da cruel realidade dos números, a precariedade dos instrumentos de segurança pública é evidenciada em relatórios oficiais, nos quais se constatam, pelos resultados, a ineficiência do aparato público na resolução dos casos de homicídios no estado.

Chama atenção o fato de que os dois fenômenos sociais, violência e pobreza, têm crescido gradativamente, deixando evidente que a juventude negra em Alagoas está sendo subjugada pelo racismo institucional e a consequente omissão do estado.

Por outro lado, as políticas para a promoção da igualdade racial sancionadas pelo governo federal, dentre elas as determinações legais do Art. 26-A da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9394/96) inserido pela Lei nº 10.639/2003 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, não têm respaldo institucional e tendem a ser mais um capítulo de uma história que poderia ser diferente.

Esse manifesto é uma forma coletiva de exigir medidas capazes de alterar o genocídio contra os jovens negros na terra do Quilombo de Palmares e contribuir para a formação de um diálogo qualificado entre os três poderes e a sociedade civil, aqui ressaltando o movimento negro.

As entidades abaixo relacionadas, comprometidas com a superação das desigualdades raciais em Alagoas, solicitam o empenho de Vossa Excelência pela urgente aprovação de um conjunto de metas de curto, médio e longo prazos, configurando-se como política de estado de combate à segregação sócio-étnica, entre elas.

- Que os grupos sócio-culturais existentes na periferia e que já fazem trabalhos de inclusão dos jovens negros, sejam incluídos no Plano Juventude Viva.

- Estabelecimento de um conjunto de metas de avaliação e monitoramento sobre a concepção curricular da implementação da Lei nº 10.639/03 das Secretarias de Educação dos municípios atingidos pelo Plano Juventude Viva, como também “cobrar” das mesmas, medidas efetivas e eficazes para o desenvolvimento (em curto prazo) da formação continuada de professores e professoras e da adoção de materiais didáticos e paradidáticos, preferencialmente, de pesquisador@s e militantes negros alagoanos, enfatizando a participação, em todas as metas, de curto, médio e longo prazo, de entidades do movimento negro alagoano, que trabalhem efetivamente a questão afro-educacional, como ponto fundamental para o aprimoramento da política de Ação afirmativa.

- Instituição do comitê de monitoramento do plano Juventude Viva com a participação de governo e sociedade civil, garantindo inclusive a presença de entidades do movimento negro alagoano.

- Cobrar do governo do Estado o envio do Projeto de criação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, cuja minuta se encontra no Gabinete Civil, à Assembléia Legislativa e providências cabíveis para sua imediata aprovação.

- Cobrar do governo do estado a aplicação da reseva de vagas com recorte étnicorracial nos concursos públicos;

- Cobrar dos municípios, principalmente dos incluídos no Plano Juventude Viva, a criação de Conselhos municipais de Juventude e de Promoção da Igualdade Racial, para fiscalização e monitoramento das metas pactuadas sobre o Plano.

Na certeza de podermos contar com Vossa Excelência na concretização de nossos anseios e reivindicações, subscrevemo-nos,
  • Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs
  • ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA DOS MORADORES E AMIGOS DO POVOADO MIAI DE CIMA – ASCOMIC - CURIPE –AL.
  • ASSOCIAÇÃO CULTURAL CAPOEIRA LIBERDADE
  • ASSOCIAÇÃO DAS MULHERES NEGRAS DE ALAGOAS – MUNEAL
  • CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT/ALAGOAS
  • CENTRO DE CULTURA E ESTUDOS ÉTNICOS ANAJÔ/APNS
  • CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL SÃO BARTOLOMEU – CEASB
  • COMISSÃO DE JORNALISTAS PELA IGUALDADE RACIAL (COJIRA-AL/SINDJORNAL)
  • COOPERATIVA DOS CATAORES DA VILA EMATER – COOPVILA
  • FEDERAÇÃO  ALAGOANA DE CAPOEIRA – FALC
  • FORUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE ETNICORRACIAL
  • INSTITUDO DE PESQUISAS ÉTNICAS – IPÊ
  • NÚCLEO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA CAPOEIRA – NADEC
  • ONG – ÁGUAS VIVAS
  • CAPOEIRA ANGOLA EMANUEL- SUCUPIRA
  • GRUPO DE CAPOEIRA ARCA
  • ABA – ASSOCIAÇÃO DOS BARES DE ALAGOAS
  • REPRESENTAÇÃO DA CAPOEIRA ALAGOANA
  • FAMECAL – FED. DE ASS. COMUNITÁRIA E ENTIDADES DE ALAGOAS
  • FALC – FEDERAÇÃO ALAGOANA DE CAPOEIRA
  • GRUPO CAAPOEIRA QUILOMBO POR DO SOL DOS PALMARES
  • IBESAC – INST. BEM QUERER SOCIAL DE ARTE CULTURA
  • ASSOCIAÇÃO FILHOS DE ANGOLA
  • NADEC – NÚCLEO DE APOIO E DESENVOLVIMENTO DA CAPOEIRA
  • SINTEAL – SINDICATO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO
  • GRUPO DE CAPOEIRA ESTRELA CADENTE
  • VIVENDO BEM NA COMUNIDADE – CONJ. B. BENTES
  • JUVENTUDE URBANITÁRIA – SINDICATO DOS URBANITÁRIOS
  • CENTRAL DE MOVIMENTOS POPULARES EM ALAGOAS
  • CONSELHO COMUNITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BENEDITO BENTES
  • INSTITUTO SÓCIO-CULTURAL DE CAPOEIRA RESISTÊNCIA
  • COOPERATIVA DOS CATADORES DA VILA EMATER
  • ASSOCIAÇÃO SOCIAL E CULTURAL AFROBRASILEIRO OFÁ OMIN
  • FEDERAÇÃO DOS CULTOS AFRO-UMBANDISTAS DO ESTADO DE ALAGOAS
  • ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB-AL)
  • UNIÃO DOS  ESCOTEIROS DO BRASIL – UEB
  • PROJETO RAÍZES DE ÁFRICA
  • REDE MULHER E DEMOCRACIA
  • PASTORAL DA NEGRITUDE DA IGREJA BATISTA DO PINHEIRO

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vamos Twittar a favor da vida da juventude negra

Hoje a partir das 11 horas: Twittaço #juventudenegraviva

Olá galera, tem uma turma de jovens de todo o pais, que está organizando para amanhã 27\09, durante o lançamento do Plano de enfrentamento a violência contra a juventude negra em Alagoas, um twittaço pra dá visibilidade a realidade vivida pelos jovens negros no Brasil.

Acho importante a nossa participação neste twittaço, para o fortalecimento desta ação e acima de tudo para dá visibilidade as posturas desumanas a qual a juventude negra passa todos os dias. O estado de Alagoas foi escolhido por ser o primeiro no mapa da violência 2010 a matar jovens negros com idade entre 15 á 29 anos.

Vamos registrar nosso apoio para a mudança desta situação e colocar nosso recado cobrando mudança desta realidade, este plano precisa de nosso fortalecimento pra que possa ser uma ação de mudança desta cultura naturalizada de violência contra a juventude negra.

Nosso compromisso amanhã é ajudar esta galera a tornar este twiitaço noticia e assim fazer com que o maior número de ministérios entre nesta ação. Vamos tirar da boca destes, que estas mortes acontecem por ser jovens pobres e não por ser jovens negros.

#juventudenegraviva, hoje e sempre!


Fonte: Luciane Reis - pelo facebook

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Juventude Viva


Nessa quinta-feira (27.09) às 11h, no Centro de Convenções de Maceió, terá o lançamento do Plano Juventude Viva em Alagoas, fruto de uma intensa articulação  entre Governo Federal, Estados, Municípios e Sociedade Civil  para enfrentar a violência contra a juventude brasileira, especialmente os jovens negros, principais vítimas de homicídio no Brasil. 

De acordo, com ofício-convite recebido por email, assinado por Gilberto Carvalho, Ministro de Estado-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, o “Plano reúne ações de prevenção que visam reduzir a vulnerabilidade de jovens negros a situações de violência física, a partir da criação de oportunidades de inclusão social e autonomia para os jovens; oferta de equipamentos, serviços públicos e espaços de convivência nos territórios violentos; e aprimoramento da atuação do Estado por meio do enfrentamento ao racismo institucional e sensibilização de agentes públicos para o problema”. 

Na primeira fase, o Governo Federal, em parceria com o Estado de Alagoas e municípios,  fomentará ações  voltadas à juventude  nas áreas do  trabalho,  educação,  saúde, acesso à justiça, cultura e esporte nas cidades de Maceió, Arapiraca, União dos Palmares e Marechal Deodoro – cidades alagoanas que possuem os dados mais alarmantes. 

Trata-se de um projeto que complementará o Plano Brasil Mais Seguro, em implementação pelo Ministério da Justiça há três meses no Estado. Segundo dados apresentados pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), 83% dos homicídios que acontecem em Alagoas têm como vítimas os negros. “O negro aqui tem 1000% maior de chance de morrer quando comparado a um branco”, disse o ouvidor nacional da Seppir, Carlos Alberto de Souza. 

Bom, essa é mais uma oportunidade dos segmentos afros se unirem, exaltarem suas vozes e garantirem presença nesse importante momento sócio-político-cultural no combate da violência e preconceito. Vamos juntos, lutar em prol da paz e respeito. Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº218 - jornal Tribuna Independente (25.09.12)

domingo, 23 de setembro de 2012

Candidata de Brasília é aprovada e disputada pelos quatro técnicos


‘Você parece com o sonho de todos nós', elogia Carlinhos Brown


Direto de Brasília para o The Voice Brasil, Ellen Oléria mostrou que veio ao programa para conquistar a todos. A brasiliense encantou os quatro técnicos ao cantar “Zumbi”, de Jorge Ben Jor: “Era o que eu queria ouvir: uma pessoa com a sua voz!”, revelou Lulu Santos. Já Carlinhos Brown, se derreteu ao defender sua vontade de ficar com a cantora em seu time e até cantou: "Quero você, quero você todinha para mim!". Ele completou: “Impressionante! Você parece muito com o sonho de todos nós”, exclamou o cantor.

Claudia Leitte também não poupou elogios e se manifestou para tentar conquistar o voto de Ellen: “Eu estou amamentando ainda, não aguento essas coisas não!”, brincou a cantora. Emocionada, a brasiliense lembrou um pouco da sua infância: “Lulu é um poeta que inspírou meu irmão”, contou.
A participante agradeceu a todos os técnicos pela confiança e escolheu Carlinhos Brown: “Por um vínculo poético e estético, eu escolho estar com o Carlinhos”, revelou Ellen.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Convocatória para os segmentos afros


Prezados (as),

Em virtude da realização de uma reunião acontecida no dia 05/09 em Maceió, entre alguns ativistas de Entidades Negras de Alagoas com representantes da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR, Secretaria Nacional de Juventude – SNJ e gestores estaduais ligados as políticas em favor da Juventude e ainda a representação da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Alagoas.


Considerando a dimensão das ações que o Governo Federal está por desenvolver no Estado de Alagoas, sobretudo, em relação a violência contra a juventude negra.
Considerando a visível fragmentação do Movimento Negro Alagoano, principalmente nas articulações políticas, apesar de ser um movimento extremamente vivo nas suas realidades específicas.
Considerando que o universo do Movimento Negro (urbano e rural) normalmente se compõe por seguimentos como: Grupos de capoeira, dança afro, maracatus, afoxés, banda afro-percussivas, grupos de teatro, bumba-meu-boi, escolas de samba, federações e grupos religiosos de matriz africana, remanescentes de quilombos, cojiras, centrais sindicais, associações afros e ONGs e Pontos de Cultura que trabalham a questão da igualdade racial e combate ao racismo e toda forma de discriminação.
Mediante a interessante pauta desta reunião, principalmente em relação ao lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Juventude Negra a acontecer no dia 27 de setembro de 2012, e entendendo ser de suma importância para todos os segmentos acima citados, PROPUSEMOS a realização do I SIMPÓSIO DO MOVIMENTO NEGRO ALAGOANO, objetivando discutir e aprofundar entre os pares, as questões inerentes ao referido Plano, alem de também aprofundarmos outras exitosas, a exemplo do Estatuto da Igualdade Racial e a criação do Conselho Estadual da Igualdade Racial, o qual já se encontra tramitando no Governo, e que contemplará a grande maioria dos segmentos, através dos referendos para titulares e suas respectivas suplências.
Neste sentido, apresentamos a proposta aos presentes, os quais, não desaprovaram, sendo imediatamente aceito pelo Presidente da Comissão de Apoio e Defesa das Minorias – Dr. Alberto Jorge (Betinho) para que este Simpósio aconteça no dia 21 de setembro no auditório da OAB que fica no centro de Maceió, próximo ao Edifício Brêda, iniciando às 8h30 com termino previsto para às 13h00.
Solicitamos a todos (as) que respondam de imediato confirmando presença se possível não só na figura do coordenador (a), mas uma delegação maior, dado a importância do momento. e ainda, solicitamos a gentiliza de repassarem este para suas listas, visto que o assunto é de interesse de todas as entidades e grupos afro-culturais que trabalham a temático etnicorracial.

Atenciosamente,
Helcias Pereira e Valdice Gomes
Conselheiros Nacionais de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR


Alberto Jorge
Presidente da Comissão de Apoio Defesa da Diversidade Etnicorracial da OAB/AL.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

A cara do preconceito


O velho ditado popular diz que “Rir é o melhor remédio”, mas, sinceramente fazer piada preconceituosa tá fora de moda! Ultimamente, a sociedade brasileira tem assistido todos os sábados um festival de histórias preconceituosas no programa Zorra Total veiculado pela Tv Globo. 

O Fórum Permanente de Igualdade Racial (FOPIR) tem colhido assinaturas de entidades da sociedade civil e do movimento negro para manifestar publicamente o total repúdio em relação ao quadro “A cara da riqueza” e a personagem “Adelaide”. Na carta de repúdio, afirma que “o programa tem exibido um conteúdo explicitamente racista, sexista, recheado de estereótipos e ofensivo à população negra, ferindo gravemente os direitos humanos de milhões de brasileiros”. A Adelaide é o estereótipo de uma mulher negra pobre, sem instrução formal, que pede esmolas no metrô. 

Na edição que foi ao ar no dia 1º de setembro, a personagem interpretada pelo ator Rodrigo Santanna chama ao palco sua filha, que é anunciada como “linda” e traz uma faixa atravessada sobre o peito com os dizeres “urubu branco”, e ainda, é retratada com as mesmas características da mãe: sem dentes, cabelos “despenteados”, erotizada e dissimulada. O coreógrafo Carlinhos de Jesus representou o padrinho da menina, que a presenteou com um pente de alisar o cabelo. 

A carta reforça ainda que: “é inadmissível que um país de maioria negra, conforme o último Censo divulgado pelo IBGE, mantenha um programa televisivo que, em nome de um pseudo-entretenimento, utiliza-se de um suposto humor para humilhar e desrespeitar a dignidade humana da sua própria população. Os veículos de comunicação têm de estar comprometidos com a produção e difusão de conteúdos não discriminatórios e não estereotipados sobre os negros e negras, conforme foi destacado nas propostas prioritárias da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Por isso, nós, do FOPIR, reforçamos a necessidade de os meios de comunicação dedicarem especial atenção a todo e qualquer conteúdo produzido e veiculado na mídia que possam reforçar a discriminação e o preconceito de quaisquer espécies". 

Já assinaram a carta: a Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras, Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do estado do Rio de Janeiro, Associação Nacional de Pesquisadores Negros/as, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Central Única de Favelas, Instituto de Estudos Socioeconômicos, Redes de Desenvolvimento da Maré, Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, Fundação Ford, Fundação Carlos Chagas, Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, Baobá – Fundo para Equidade Racial, Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações  Raciais da UFRJ, Laboratório de Pesquisa em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento, Observatório de Favelas, Anistia Internacional Brasil, Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa da UERJ, Geledés Instituto das Mulheres Negras, ODARA – Instituto da Mulher Negra, Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) e a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira/Fenaj).

Não podemos perder a capacidade de se indignar e lutar por respeito! Axé.


Fonte: Coluna Axé - nº 217 - Jornal Tribuna Independente (18.09.12)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Simpósio Afro Alagoano

No dia de 21 de setembro, às 8h30, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, localizada no centro de Maceió, terá o Simpósio Afro Alagoano para discutir os altos índices da violência e mortalidade da juventude negra no Brasil, principalmente, no Estado de Alagoas.

Na programação, serão discutidos o Estatuto da Igualdade Racial, o Conselho Estadual da Igualdade Racial e o Plano Nacional de Enfrentamento à violência contra a juventude negra que será oficialmente lançado em novembro, mas, o projeto piloto será implantado em Alagoas no dia 27 desse mês, local e horário ainda a serem definidos.

Atualmente, de acordo com o Mapa da Violência no Brasil, o perfil das vítimas assassinadas são homens, negros e jovens (15 a 29 anos), com uma média de 4 a 7 anos de estudo, e o Estado de Alagoas é onde mais se morre. Dos 135 municípios mais violentos no país, quatro são alagoanos: Maceió, Arapiraca, Marechal Deodoro e União dos Palmares. E segundo Mônica Oliveira, Secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Seppir, “os assassinatos dos jovens negros estão fazendo um verdadeiro ‘buraco’ nos dados da Densidade Demográfica do país”.

O Plano terá quatro eixos: Desconstrução da cultura da violência; Inclusão e Garanta de Direitos; Transformação de Territórios; e Aperfeiçoamento das instituições – prever ações diversas como: campanha de sensibilização; formação de jovens agentes da paz; ampliações no programa Escola Aberta; promoção de usinas culturais; formação de servidores públicos e agentes de segurança; enfrentamento do racismo em instituições; dentre outros. 

É chegado o momento de ampliarmos a discussão e, principalmente, garantir a efetivação de políticas públicas, e os segmentos afros precisam se envolver mais nesse processo. Precisamos dar um basta em tanta violência! Axé!

Fonte: Coluna Axé - nº216 - Jornal Tribuna Independente (11.09.12)

domingo, 9 de setembro de 2012

Roberto Silva, o "príncipe do samba", morre aos 92 anos




O sambista Roberto Silva, conhecido como "príncipe do samba", morreu na madrugada deste domingo (9), no Rio, aos 92 anos.


O cantor e compositor lutava há seis meses contra um câncer de próstata e foi internado na última quarta-feira (5), após sofrer um AVC. Silva morreu de falência múltipla dos órgãos.

Foram quase 75 anos dedicados à música. Seus maiores sucessos são "Mandei Fazer um Patuá" e "Meu Sonho É Você".

Silva trabalhou por muitos anos no rádio. Emprestou sua voz às emissoras Guanabara, Mauá, Nacional e Tupi, todas no Rio. Era ídolo confesso do cantor Orlando Silva, a quem tentava imitar noinício de sua carreira.

Seu primeiro disco foi gravado em 1946, mas o sucesso veio com o samba "Maria Teresa", de Altamiro Carrilho, gravado dois anos depois.

O músico, que completou 92 anos em abril, deixa sete filhos e 30 netos, bistetos e tataranetos.
O velório e o enterro aconteceram nesta tarde, no Cemitério de Inhaúma, bairro em que vivia desde criança.

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Comunicação afro


O universo afro-descendente é extremamente vasto, com expressões artísticas, gastronomia e acessórios para os mais diversos estilos. São heranças culturais transmitidas pelos nossos ancestrais oriundos da mãe áfrica, repassadas de geração em geração, e, defendidos pelos grupos sócio-políticos e religiosos do movimento negro, que a cada dia aperfeiçoam suas estratégias para manter viva a identidade étnica. 

Desde o tempo dos abolicionistas, com o surgimento de meios alternativos especializados em divulgar os assuntos ligados à negritude, e, mesmo com a formação de coletivos de jornalistas sindicalizados comprometidos com a igualdade racial (Cojiras), a população afro-descendente ainda almeja mais visibilidade e respeito nos veículos de comunicação. Porém, com a força da internet, multiplicam-se o número de blogs, redes sociais e sites especializados nas questões étnicorraciais, principalmente, das entidades dos segmentos afros que divulgam suas atividades e projetos desenvolvidos. A cada dia surge um novo comunicador/comunicadora ansioso(a) em mostrar seus ideais, de ser visto e ouvido, denunciando os atos preconceituosos e mostrando o orgulho pela sua história e cultura.

O Correio Nagô é um grande exemplo neste setor, de um simples blog idealizado por comunicadores do Instituto Mídia Étnica em 2007, tem se tornado uma referência nacional na produção de notícias sobre a diversidade racial e cultura negra brasileira. Na última quinta-feira (30.08), na praça Tereza Batista no Pelourinho, em Salvador (BA), ocorreu uma grande festa para celebrar a nova fase do site www.correionago.com.br, que também é comunidade on-line. Contou com a participação de líderes da comunidade negra, artistas e jornalistas, também, teve shows de músicos como Negro Davi, Denise Correia, Bemba Trio, além de participações especiais de Mariella Santiago, o rapper Afro Jhow e da cantora Márcia Short, uma das pioneiras da música Axé na Bahia. 

E para quem tem interesse em aprofundar seus conhecimentos e pesquisar mais sobre as questões étnicorraciais, além de ter acesso às notícias, informações sobre cursos, seminários e na área de entretenimento, pode conferir em portais e até em sites institucionais a exemplo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir (www.seppir.gov.br) e da Fundação Cultural Palmares (www.palmares.gov.br). 



Fonte: Coluna Axé - nº 215 - Jornal Tribuna Independente (05.09.12)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Que isso companheiro?!

No último sábado (01.09) no blog do famoso jornalista e radialista Ricardo Mota, foi publicada a seguinte postagem: Chegou o “setembro negro” da campanha eleitoral. O título foi utilizado para retratar o período mais acirrado da disputa entre os candidatos e candidatas nas eleições, além das inúmeras estratégias para descobrir os “podres” e a contratação de marqueteiros especializados em destruir a imagem dos adversários. 

Bom, mais uma vez, tudo que é irregular ou não tem valor é associado à cor negra e não adianta colocar a expressão entre aspas, afinal, não muda o sentido. Infelizmente, a utilização de estereótipos e termos racistas é algo habitual e ainda aceito na sociedade, mas também não é possível se acostumar com outras expressões como: “inveja branca” (o mesmo sentimento, só que de forma positiva), “amanhã é dia de branco” (se referindo a mais um dia de trabalho), “não deixe passar em branco” (não cair no esquecimento; tomar posicionamento) e outros do gênero. 

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) indica aos profissionais de comunicação, que por questão de ética e respeito, deve evitar os termos racistas. Dentre os exemplos mais propagados estão: ‘lista negra’, ‘línguas negras’, ‘a coisa tá preta’, ‘buraco negro’ (sem conotação científica), ‘páginas negras da história’, ‘samba do crioulo doido’ e vários outros. 

Também é bom lembrar que de acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza” (Cap. 2 / Artº 6º / XIV) e “não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime” (Cap. 2 / Artº 7º / V).

Axé!