terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva afroalagoana 2014

O ano de 2014 foi marcado pela luta na defesa de políticas públicas, para beneficiar os segmentos da população alagoana historicamente marginalizados. Porém, a inclusão da política de igualdade racial, concentra-se em poucos municípios alagoanos (Maceió, União dos Palmares, Viçosa e Arapiraca) que intensificaram a realização de seminários e a programação cultural no mês da consciência negra.

Um avanço primordial foi a implantação dos conselhos estaduais: Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL) e de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CECD/LGBT). São espaços expressivos de controle social e empoderamento, que só foram estabelecidos após inúmeras reivindicações das entidades e a intervenção do Ministério Público Estadual, através da 61ª Promotoria de Justiça da Capital. Os desafios continuarão, pois é o preciso instituir os conselhos municipais e secretarias especializadas para garantir mais recursos federais.  

No aspecto religioso, foi criado o Fórum dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Alagoas, investindo na união entre os babalorixás e yalorixás, para a realização de ações conjuntas em homenagens aos orixás e que combatam a intolerância religiosa, a exemplo da caminhada para refletir o Quebra de Xangô (02 de fevereiro) e o Dia de Iemanjá (08 de dezembro). Paralelamente, articulou-se a Juventude de Terreiro (Jdt-AL), que promovem encontros em praças e casas de axé, buscando ampliar a integração e os debates sobre pertencimento étnico, histórias das religiões de matrizes africanas e mortalidade de jovens negros.

Já a cultura afroalagoana é só efervescência, com a proliferação de editais e festivais para todos os gostos que só enaltecem o potencial artístico e valorizam o trabalho dos grupos, a exemplo, do projeto Giro de Folguedos executado pela Prefeitura de Maceió. As antigas bandas afros estão se reorganizando; maracatus e grupos percussivos se apresentaram fora do Estado; a dança afro e afoxés ganharam os palcos teatrais. 

O segmento da capoeiragem anda bem ativo, as duas federações (Falc e Feceal) ampliaram o número de atividades ao longo do ano, com encontros de formação, debates políticos, rodas abertas, aulões e oficinas. A capoeira tornou-se Patrimônio Cultural da Humanidade e o dia 03 de agosto foi reconhecido como Dia Estadual da Capoeira e do Capoeirista. 

No Parque Memorial Quilombo dos Palmares no platô da Serra da Barriga em União dos Palmares, a Fundação Cultural Palmares investiu em uma reforma que durou vários meses, mas, ainda apresenta falhas na infraestrutura que não foram sanadas como: falta d´água, a ampliação de cestas de lixo, os bancos não foram repostos e os áudios com a história do Quilombo (em quatro idiomas) ainda estão passando por manutenção. Esse é o nosso solo sagrado, palco da resistência negra, precisa de mais cuidado.

Que venha 2015! A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) deseja que o ano seja produtivo, com mais conquistas, compromisso social e mais visibilidade dos segmentos afros na mídia. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 324ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/12/14 a 05/01/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Maurício Pestana lança o livro "Racismo: Cotas e Ações Afirmativas"

O que pensam sobre as relações étnico-raciais no Brasil personalidades como os presidentes Lula e José Sarney; o cantor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil; a jornalista Miriam Leitão; o rapper Rappin Hood; o líder do Movimento Nacional da População de Rua,Anderson Miranda e a yalorixá Mãe Estella de Oxóssi?
O jornalista e cartunista, Maurício Pestana,  reuniu em um livro 46 das  entrevistas exclusivas que fez com personalidades públicas e formadores de opinião. As matérias foram publicadas, entre 2007 e 2013, nas  “Páginas Pretas” da Revista Raça Brasil, onde atuou como Editor e Diretor Executivo;  e agora estão nas páginas do livro Racismo: Cotas e Ações Afirmativas .
Todos os entrevistados, negros e brancos,  entre eles personalidades estrangeiras, foram desafiados a fazer suas reflexões, além de contarem suas histórias e experiências pessoais com o racismo,  com a polêmica da adoção das cotas raciais nas universidades e a aplicação de políticas de ações afirmativas num país que tem a segunda maior população negra do mundo. De acordo com o Censo do IBGE (2010), a população preta e parda corresponde a 50,7% da população brasileira, chegando a mais de 100 milhões de habitantes.
Pestana diz que o que motivou a obra é que ela traz à tona grandes reflexões sobre uma problemática importante, central e necessária para a promoção da igualdade racial. “Traduzir, a partir do ângulo de quem vive, sente ou de quem não sente propriamente na pelo o racismo, mais o enxerga tentando compreender e construir estratégias de enfrentamento ao racismo é, sem dúvida, uma alternativa eficaz para melhor compreender o perfil das desigualdades”, afirma.
Os entrevistados
O autor, que já tem 52 obras publicadas entre livros e cartilhas sobre o tema,  conta que foi tarefa difícil conseguir chegar a cada um dos entrevistados. Algumas entrevistas só resultaram depois de meses de negociação,  como a da jornalista Miriam Leitão e do presidente Lula, que na época estava em seu segundo mandato. “Todos os personagens que estão no livro me receberam presencialmente. Foram  conversas que duraram 40 minutos em média. Como jornalista me senti na responsabilidade, no sentido mais amoroso do termo, de intermediar esta comunicação entre personalidades tão importantes e marcantes da história do Brasil”.
Segue a lista dos entrevistados, com cargos na época da entrevista,  que estão no livro Racismo: Cotas e Ações Afirmativas:
Abdias Nascimento (artista e intelectual (1914-2011)); Alberto Alves da Silva (Seo Nenê, fundador da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde (1921-2010)); Anderson Lopes Miranda ( líder do Movimento Nacional da População de Rua); Benedita da Silva(Vereadora, Deputada, Senadora, Governadora e Ministra); Carlos Alberto Reis de Paula(Juíz Ministro do STT); Dennis Watlington ( cineasta e ator norte-americano); Edison Dias(Executivo financeiro); Edson Santos (ex- Ministro da SEPPIR); Eloi Freitas(ex-Ministro da SEPPIR); Emanoel Araujo (artista plástico, Diretor-Curador do Museu Afro Brasil); Epsy Campbell ( Presidente do Partido Ação Cidadã); Flavio Andrade(Executivo hoteleiro); Gilberto Gil (cantor, compositor e Ex-Ministro da Cultura); Ivete Sacramento(Reitora Universidade da Bahia); James Early (Ativista, PhD em História da América Latina e Caribe); João Jorge (Mestre em Direito Público, fundador e presidente do Bloco Afro Olodum); José Sarney (Presidente do Brasil, entre 1985 e 1990); Juca Ferreira (ex-Ministro da Cultura); Kabenguele Munanga (Diretor do Centro de Estudos Africanos da USP); Leci Brandão (cantor, compositora e Deputada Estadual – SP);Luislinda Valois(Juíza Desembargadora -  BA); Luiz Inácio Lula da Silva (Presidente do Brasil, de 2003 a 2011); Luiza Bairros (Secretaria da Promoção da Igualdade Racial – BA; atual Ministra da SEPPIR); Mãe Estella de Oxóssi (yalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá – BA); Major Airton Edno Ribeiro (professor da PM e Mestre em Educação das Relações Raciais); Margareth Menezes (cantora e compositora); Maria Laura ( Embaixadora do Brasil na ONU); Matilde Ribeiro (ex-Ministra SEPPIR); Miriam Leitão(jornalista); Mirian Silva (Coordenadora do Centro Cultural de Porto Seguro – BA); Netinho de Paula (artista e vereador SP); Orlando Silva (ex-Ministro dos Esportes); Palmira Gonçalves (angola, ativista do MPLA); Paulo Paim (Senador); Petronilha Beatriz (Titular do Ensino Aprendizagem Relações Étnico-Raciais da UFSCar); Rappin Hood(Rapper); Regina Aparecida Pereira (líder do Quilombo Cafundó – SP); Reinaldo Bolivar (Chanceler da Venezuela – Ministério da África); Rilza Valentim (ex-prefeita de São Francisco do Conde –BA (1963-2014)); Roberto da Silva (ex-presidiário, Mestre em Educação); Theodosina Ribeiro(primeira vereadora e primeira Deputada negra de São Paulo); Thomas A. Shannon(Diplomata norte-americano); Tia Eron ( presidente da Comissão de Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador – BA); Timothy Mulholand (Universidade de Brasília); Valmir Assunção (Líder do MST); Wagner Gomes Bornal (Arqueólogo).
O autor
Maurício Pestana iniciou sua carreira no jornal O Pasquim, nos anos 80. Cartunista político, jornalista e escritor, é autor de trabalhos com reconhecimento internacional. Atuou nos jornais Diário Popular, Diário do Grande ABC e A Gazeta Esportiva. Publicou entre outros, os seguintes livros: A Transação da Transição (85). O Negro no Mercado de Trabalho (86), Educação Diferenciada (89), Meu Brasil Brasileiro (2002), Racista, Eu!? De Jeito Nenhum (2001) e São Paulo – Terra de Toda Gente (2004). Em 2007, assumiu a Diretoria Executiva da Revista Raça Brasil, onde criou a seção Páginas Pretas. Se licenciou do cargo para assumir em 2014 a Secretaria Adjunta da Secretaria Municipal da Igualdade Racial de São Paulo.

Fonte: Divulgação

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Em defesa da liberdade de imprensa e do exercício profissional do jornalista


O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam a violência sofrida pelas equipes de reportagem do site G1 Alagoas, Jornal Gazeta e TV Gazeta de Alagoas, na tarde da última terça-feira (16), quando foram impedidas de fazer a cobertura de uma manifestação ocorrida no conjunto Colibri, no Clima bom, em protesto contra a morte de um jovem que teria sido vítima de uma ação policial.

A primeira equipe de jornalistas a ser atacada pelos manifestantes foi a do G1. O carro da reportagem foi virado e depredado quando a repórter Michele Farias, e o motorista Wellington Bezerra saíram do veículo. Ao retornarem, foram expulsos pela multidão sob ameaça de sofrerem violência física caso insistissem em ficar no local. Em seguida, uma equipe do jornal Gazeta de Alagoas foi também ameaçada. O repórter Mikel Marques e o repórter fotográfico Ailton Cruz foram impedidos de fazer a cobertura, e o motorista José Luciano da Silva foi ameaçado por um homem que portava uma espingarda calibre 12. Já a equipe da TV Gazeta de Alagoas, composta pela repórter Catarina Martorelli, o repórter cinematográfico Josenildo Lopes e o motorista Fabrício Bezerra foi impedida de chegar até o local, sendo alertada por moradores para não prosseguir.

As entidades consideram que a violência dos manifestantes representa um grave atentado à liberdade de imprensa, portanto, um crime que precisa ser apurado, e denunciam a falta de garantias para o exercício da profissão em Alagoas, especialmente em se tratando de fatos de coberturas de risco, gerando ameaça à integridade física dos profissionais e prejudicando a sociedade no seu direito à informação.

O Sindjornal e a Fenaj manifestam solidariedade aos trabalhadores agredidos e cobram providências dos órgãos responsáveis pela segurança no Estado e das empresas de comunicação na garantia das condições de trabalho a seus profissionais.

Por fim, as entidades enfatizam que também é imprescindível que os governos promovam políticas públicas que assegurem o exercício profissional do jornalismo.


SINDICATO DOS JORNALISTAS DE ALAGOAS – SINDJORNAL
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS - FENAJ

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ministério da Cultura lança edital de apoio à produção audiovisual afro-brasileira


Inscrições até 30 de janeiro.

A ministra da Cultura interina, Ana Cristina Wanzeler, lançou, nesta quinta-feira (13/11), na Fundação Nacional das Artes (Funarte) em São Paulo (SP), o edital “Curta afirmativo 2014: protagonismo de cineastas afro-brasileiros na produção audiovisual”. As inscrições estão abertas até 30 de janeiro de 2015.

A ministra Ana Wanzeler ressaltou a importância do edital que abre espaço para a cultura negra e reafirma a força do audiovisual no país. Ela destacou, também, o fato de o edital se preocupar com o equilíbrio na distribuição dos recursos com o objetivo de estimular a produção cultural em todas as regiões do país. “Buscamos dar voz e protagonismo a produtores negros e à cultura negra, tão essenciais à nossa raiz brasileira, tão fundamentais na formação de nossa identidade como país, mas que historicamente ficaram excluídos das políticas públicas”, disse a ministra.
Com investimento de R$ 3 milhões, a proposta é apoiar a produção de obras nacionais inéditas dirigidas ou produzidas por negros. A iniciativa premiará 34 obras, 21 curtas-metragens com temática livre e 13 média-metragens que abordem a cultura de matriz africana. O apoio financeiro varia de R$ 100 mil a R$ 125 mil respectivamente.
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, destacou as iniciativas do Ministério da Cultura (MinC) voltadas à comunidade negra: “Nunca antes neste país tivemos tantos projetos contemplados, em dois anos tivemos 542 projetos beneficiados pelos editais”, destacou. Também participaram do evento o diretor de Gestões de Políticas Audiovisuais da Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MiNC), João Batista Silva, o secretário da Promoção e Igualdade Racial da cidade de São Paulo, Antônio Pinto, além de representantes de associações de comunidades negras, produtores e agitadores culturais.

Inscrições – Os interessados podem se candidatar pela internet, ao acessar o sistema SALICWEB. As obras audiovisuais deverão ser inscritas por pessoas físicas autodeclaradas negras (pretos e pardos, de acordo com as categorias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), brasileiros natos ou naturalizados, que se apresentem obrigatoriamente como diretores ou produtores.

Para serem selecionadas, as obras passam por várias etapas de avaliação. Na habilitação, serão checados documentos, itens e informações solicitados em conformidade com exigências do edital. A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC) constituirá comissão técnica para realizar todos os procedimentos necessários à habilitação. Após essa etapa, as obras habilitadas serão avaliadas pela Comissão de Seleção composta por, no mínimo, 3 integrantes, designados pela secretaria.

O lançamento desse edital faz parte de ações afirmativas do MinC voltadas para a população afrodescendente, como feiras, intercâmbios, prêmios e outros editais. A edição do Curta Afirmativo de 2012 teve investimento de mais de R$ 2 milhões e beneficiou 30 projetos de jovens realizadores e produtores negros.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
Links para arquivos do edital:


Marcha LGBT

O Governo de Alagoas adiou novamente (sem previsão de data) a posse dos membros do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CECD/LGBT), correspondente a Lei nº7528 de 26 de julho de 2013. 

Enquanto isso, o Movimento continua reivindicando a concretização dessa conquista – que terá onze representantes da sociedade civil organizada – e tem se unido para promover ações de conscientização que combatam o preconceito e a violência. 

Nessa sexta-feira(19.12) das 8h às 12h30, no auditório do Sindicato dos Urbanitários (Rua Moreira e Silva, 54, Farol, Maceió), acontecerá o seminário “Estado Laico - Sua Religião Não É Nossa Lei”, com a apresentação do trabalho de pesquisa “Cristianismo, Política e Crimininalização da Homofobia no Brasil” de autoria do Mestre em Psicologia Paulo Nascimento, em seguida, a conferência da Pastora e Educadora Odja Barros (Igreja Batista do Pinheiro).

A atividade é uma realização do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e Afinidades GLSTAL, respectivamente, vinculados aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs) e a ong Grupo Gay de Maceió. Também integra a programação da II Marcha Pelos Direitos LGBT 2014, no domingo (21) a partir das 15h, com concentração na Av. Antônio Gouveia na Praia de Pajuçara em direção a Praça Multieventos, onde a população LGBT e ativistas denunciarão os índices de assassinatos relacionados à homofobia, que foram levantados pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 

Esse é o momento propício para revindicar a efetivação de políticas públicas e o respeito ao direito de amar quem quiser. Mais informações e inscrições: marchalgbt.al@hotmail.com / 8868-4838 / 9980-1099 / 9171-5115.


Fonte: Coluna Axé – 322ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato:cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Desanuviar - Apoie o financiamento do CD autoral




A cantora alagoana Desa, mais conhecida como Pauline Alencar por representar o Brasil num concurso internacional de canto, está prestes a dar a luz ao seu primeiro cd, autoral e independente, o Desanuviar.

“Quando quis gravar o cd, tudo parecia ser de simples realização: registrar o canto, como forma de liberdade do ser, como manifestação artística, vinda de dentro pra então chegar aos shows. Essa vontade tornou-se grande demais e daí mais de 30 artistas entre compositores, músicos e produtores foram se engajando nesta produção, virando um lindo trabalho coletivo, muito além de um simples desejo. Este trabalho me levou a conhecer o Marcelo Sanches, guitarrista e produtor musical, que chegou junto para produzir as músicas que hora escrevia com meus parceiros em São Paulo. Reuni também mais outras que trouxe de Maceió, uma delas feita também em parceria. 

Com 11 canções, foi sendo criado o Desanuviar, cada participante com seu instrumento, com sua forma de expressão. Composições simples e que levam uma conversa: “Vencer sem estar em guerra” como em Beleza, uma das canções do CD. O simples, o natural, o essencial é o que nos move e nos fortalece. Esse é o recado, limpar as nuvens, relaxar e deixar a música tocar a alma.”

Depois de todo o trabalho gravado, o próximo passo é a finalização: mixagem, masterização e prensagem dos CD’s. Para isto, a Desa lançou um projeto de financiamento coletivo. O que é isso? Uma plataforma virtual, o Catarse, que permite que o realizador cultural faça seu projeto sair do papel. A finalização custa 13 mil reais, caso não atinja a meta no prazo estabelecido (02.02.15) o CD não sai e ninguém vai poder ouvir o som. 

A Desa precisa muito do apoio de quem valoriza a arte e cultura alagoana, precisa também que muitos compartilhem esse projeto e faça o cd nascer junto com ela.

Quer apoiar essa guerreira alagoana? Entra no link abaixo, escolhe a recompensa e participe desta realização!

catarse.me/desa



Fonte: Divulgação

ONU lança Década Internacional dos Afrodescendentes

Presidente da Assembleia Geral afirmou que pessoas de descendência africana sofrem racismo em todos os países; ministra brasileira Luíza Bairros participou do evento na sede da ONU.

Luiza Bairros em discurso na sede da ONU.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A ONU lançou nesta quarta-feira a "Década Internacional dos Afrodescendentes", que terá início em 1º de janeiro de 2015 e terminará em 31 de dezembro de 2024.
O presidente da Assembleia Geral, Sam Kutesa, disse na abertura do evento "que as pessoas de descendência africana sofrem racismo em todos os países". O tema da iniciativa é "Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento".
Importância
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, Luiza Bairros, participou da cerimônia na sede da ONU.
Em entrevista à Rádio ONU ela falou sobre a importância da Década Internacional.
"O lançamento da Década é um momento de muita alegria para nós no Brasil porque o país teve um papel muito importante em todo o processo de negociação que resultou na aprovação da Década. Com isso, nós poderemos agora fazer com que todos os Estados membros da ONU possam reiterar a sua capacidade de pensar que a situação dos afrodescendentes no mundo pode ser diferente."
Bairros disse ainda que os governos podem trabalhar de uma outra forma assumindo como responsabilidade primária o combate ao racismo e seus efeitos.
Direitos
A ministra falou também sobre o que o Brasil tem feito para combater esse crime.
"O que nós fazemos é pensar em termos de que todo mundo tem que ter direitos. Por isso trabalhamos tanto na direção do cumprimento imediato da lei de cotas que foi aprovada pelo Congresso nacional. Em 2014, conseguimos a aprovação de uma outra lei que garante 20% das vagas de concursos públicos para candidatos e candidatas negros. E fora isso, há uma série de programas que existem estabelecidos no governo federal que buscam criar oportunidades para as pessoas negras."
Racismo Enraizado
O presidente da Assembleia Geral da ONU afirmou ainda que os próximos 10 anos vão permitir que sejam analisados os desafios enfrentados pelos afrodescendentes em relação ao racismo enraizado na sociedade.
Durante a próxima década, os Estados serão encorajados a ajudar as pessoas de descendência africana reavaliando políticas e práticas que têm um impacto negativo sobre essas comunidades.
Segundo a ONU, será também uma oportunidade para "unir as vozes" e renovar a disposição política para eliminar a discriminação racial contra qualquer pessoa, em qualquer lugar.

Fonte: Rádio ONU

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Patrimônio da Humanidade

Praticamente toda semana a coluna axé divulga as atividades dos grupos de capoeira no Estado de Alagoas e suas conquistas. E, sem dúvidas, a notícia mais esperada pelos praticantes, professores, contramestres e mestres ocorreu no dia 26 de novembro, quando a Unesco reconheceu oficialmente a capoeira como Patrimônio Cultural da Humanidade. 

Essa é uma das manifestações artísticas mais tradicionais do Brasil, com origem no período colonial e escravocrata, onde os negros escravizados a utilizavam para se defender e se divertir. Durante muitos anos, era combatida pelas autoridades por ser considerada um ato criminoso. 

Hoje, é uma expressão de um povo, observada como prática esportiva e uma realidade em mais de 150 países. Trata-se de um segmento afro que congrega indivíduos das mais diversas faixas etárias, condições financeiras, crenças religiosas e políticas. 

Dividida em capoeira angola e regional, possui outras manifestações culturais como: o Maculelê, Samba Duro e de Roda, além da Puxada de Rede. Ao som do berimbau, atabaque e pandeiros... é possível gingar, lutar e dançar. Também é uma filosofia de vida, é bom para a mente e o corpo, além de ser uma ferramenta importante na inclusão social. 

Agora, é preciso ter mais respeito da sociedade, os instrutores deveriam receber o apoio financeiro necessário para continuar atuando nas comunidades periféricas e nas escolas! Parabéns a todos os guerreiros e guerreiras capoeiristas!


Fonte: Coluna Axé – 321ª edição – Jornal Tribuna Independente (09 a 15/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Mirante Cultural no mês da consciência negra






BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA O POVO!!!
BASTA DE ASSASSINATOS NA PERIFERIA!!!

VIVA ZUMBI!! VIVA DANDARA!!!!

Abraçando a bandeira de luta em defesa do povo preto e das minorias excluídas que (são maioria) e constrói as riquezas desse pais o Cepa Quilombo estará realizando na próxima sexta-feira, dia 28/11/2014. ás 19 horas, no Quilombo Jacintinho o Projeto Mirante Cultural "Um Quilombo Chamado Jacintinho".

O evento contará com a apresentação de vários da cultura afro brasileira encerando a edição do projeto Mirante Cultural esse ano. O Projeto Mirante cultural acontece há seis anos consecutivos anos e surgiu da intenção de trazer para o bairro uma ação político cultural de identidade e pertencimento do povo afro alagoano.

Queremos agradecer aos amigos, parceiros e os grupos culturia que abraçam o projeto e conosco constrói para a fomento a cultura negra nessa cidade!!

O Mirante Cultural tem como parceiros:

Museu Comunitário Cultura Periférica
Fundação de Ação Cultural de Maceió
Lan House Lan Park Brasil

CONTATOS:

www.cepaquilombo.blogspot.com 

www.museuculturaperiferica.blogspot.com

Sirlene Gomes (082) 8815-6148 sirlenecapoeira@gmail.com
Viviane Rodrigues (082) 8843-9311 / vi_magnifica@hotmail.com
Lucival Salgueiro (082) 8823-9402
guerissolouco@gmail.com

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Alagoanos recebem Medalha do Mérito Legislativo na Câmara Federal

O deputado federal Maurício Quintella homenageou dois alagoanos nesta quarta-feira (26/11) com a Medalha do Mérito Legislativo. Indicados por Quintella, Arísia Barros e Walter Pitombo Laranjeiras receberam menção honrosa do parlamento brasileiro por prestarem serviços relevantes ao País.

A professora Arísia Barros é a primeira mulher negra alagoana a receber a este prêmio. Ela coordena o Projeto Raízes de África, que representa o movimento social negro. O programa tem entre seus objetivos mobilizar, articular e gerir ações de transformação social para inclusão e promoção da cidadania.

Já Walter Pitombo Laranjeiras, mais conhecido como Toroca, é presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Campeão olímpico e mundial, presidiu a Federação Alagoana de Vôlei por mais de 30 anos, além de contabilizar oito mandatos como vereador por Maceió e um como deputado estadual.

A solenidade de entrega da Medalha do Mérito Legislativo foi realizada esta manhã, no Salão Negro do Congresso Nacional em Brasília.

Fonte: Assessoria

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Museu Théo Brandão sedia 2º Festival de Fotografias e Filmes Etnográficos

O 2º Festival Théo Brandão de Fotografias e Filmes Etnográficos: Expressões afro-brasileiras vai acontecer em três dias de programação gratuita, que começa na próxima quarta, 26, e segue até a sexta, 28, na sede do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB), localizada na Avenida da Paz. A programação inclui mostras de filmes/fotografias, debates relacionados à cultura afro-brasileira, o tradicional "Munguzá Cultural" e premiação dos trabalhos selecionados. 
A edição deste ano do festival faz referência aos 102 anos do Quebra de Xangô, episódio que atentou violentamente os terreiros de Maceió em 1912. O evento é realizado pelo Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB), em parceria com o Laboratório Antropologia Visual em Alagoas (Aval), ambos vinculados à Ufal. O festival é coordenado pela diretora do MTB e professora do Instituto de Ciências Sociais (ICS/Ufal), Fernanda Rechenberg, e pelos também professores do ICS, Siloé Amorim e Sílvia Aguiar.
O edital do festival, publicado em outubro, foi direcionado a produções fotográficas e fílmicas de abordagem antropológica, situadas em contextos de pesquisas etnográficas e produções de cunho documental sobre a cultura afro-brasileira. A comissão julgadora de fotografia é composta por Chistiano Barros Marinho, da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Martinho Mendonça, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Siloé Amorim, da Ufal, e pelo fotógrafo e cineasta, Celso Brandão. 
Os filmes foram julgados pela comissão formada por Pedro Simonard, da Universidade Tiradentes (UNIT), Fernanda Martins, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Sandreana Melo, da Aval, e pelo ator e diretor teatral, Marco Antônio de Campos. 
Confira a programação completa:
Quarta-feira (26)
17h30 às 19h - Mostra de filmes
19h - “Munguzá Cultural” “Religiosidade de matriz africana”, com Pai Célio – Babá Omintoloji. Coordenação do “Munguzá”: Bruno César Cavalcanti (ICS/Ufal) 
Quinta-feira(27)
Das 9h às 12h - Mostra de filmes e fotografias.
15h - Debate “Museu e memória afro-brasileira”, com professor Álamo Pimentel, Centro de Educação (CEDU/Ufal) e Nonato Lopes (Museu Cultura Periférica). Coordenação do debate: museólogo Júlio César Chaves (MTB).
17h30 às 21h - Mostra de filmes. 
Sexta-feira(28)
9h às 12h - Mostra de filmes e fotografias.
15h - Debate “A câmera e as religiões afro-brasileiras: encontros e desencontros, desafios e perspectivas”, com Pedro Simonard (Universidade Tiradentes - UNIT), Larissa Fontes (Universidade Federal da Bahia - UFBA) e mãe Neide Oyá D’Oxum, yalorixá (Grupo União Espírita Santa Bárbara - GUESB). Coordenação do debate: Fernanda Rechenberg (MTB/ICS/Ufal).
Das 17h30 às 19h - Mostra de filmes.
19h - Premiação

Fonte: Ascom - MTB

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Barraca da Elisia - 20 anos difundindo a culinária afro



A baiana Elisia Santos anda exalando dendê de alegria por onde passa!

Há 20 anos ela veio para Maceió atrás de um sonho, conquistou uma clientela fiel e atrai turistas para a sua barraca instalada no shopping mais antigo de Alagoas. 

Todos os dias, são comercializados quitutes como o acarajé, abará, cocadas e o bobó de camarão. 

Ela também é frequentemente contratada para realizar coquetéis temáticos em eventos particulares, e ainda, é uma grande vencedora na categoria Gastronomia/Acarajé do Prêmio Espia (Blog do Carlito Lima), que busca enaltecer o trabalho de pessoas e grupos que realmente contribuem para a cultura alagoana durante o ano todo. 

A barraca funciona no Shopping Maceió localizado no bairro da Mangabeiras em Maceió(AL). De segunda a sábado das 10 às 22h, e no domingo das 15h às 21h. Saiba mais na página: https://www.facebook.com/OMELHORACARAJEDOMUNDO?fref=ts

Sucesso total! 

Jornalismo e igualdade racial

No dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares –a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) encaminhou para todos os sindicatos filiados a carta da igualdade racial com o objetivo de reafirmar o compromisso relacionado à promoção da igualdade étnicorracial e de gênero.

Foram mencionados os princípios e propostas defendidas no I Encontro Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (I ENJIRA) – referendadas no 36º Congresso Nacional dos Jornalistas no mês de maio – e que precisam ser amplamente discutidas em todas as unidades sindicais para ampliar os avanços na luta pela visibilidade das questões étnicorraciais, a democracia e o combate do racismo. 

O documento assinado pelo presidente da instituição nacional, Celso Augusto Schröder, ressalta que: “Acordos internacionais, dos quais o Brasil é signatário, são absolutamente cristalinos no que diz respeito ao compromisso do Estado brasileiro, bem como de organismos e categorias profissionais, em superar o drama racial que ainda experimentamos como forma de alcançar, efetivamente, o desenvolvimento pleno capaz de consolidar a democracia”.

As representações dos(as) negros(as) e grupos historicamente discriminados no jornalismo e a destinação de verbas públicas para as mídias negras foram alguns dos temas que ordenaram as reflexões tecidas no I ENJIRA. Também ocorreu a reflexão sobre a existência de uma ditadura estética eurocêntrica na imprensa, a reduzida presença de jornalistas negros(as) nas redações e a necessidade de inclusão da temática étnicorracial no currículo das faculdades de jornalismo. 

Atualmente, em um universo de 31 sindicatos, são apenas oito grupos de jornalistas pela igualdade racial existentes e é preciso ampliar ainda mais! Axé!




Coluna Axé – 320ª edição – Jornal Tribuna Independente (25/11 a 01/12/2014) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Arísia Barros será homenageada na Câmara dos Deputados


Cojira-AL completa sete anos de atuação



A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) é interligada ao Sindicato de Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e foi oficialmente instalada no dia 24 de novembro de 2007.
Trata-se do primeiro coletivo na região Nordeste a trabalhar as questões étnicorraciais no movimento sindical da categoria, tem como objetivos: promover a reflexão sobre a realidade da população afrobrasileira e o combate do racismo; divulgar as questões étnicorraciais; além de atuar na interlocução entre os segmentos afros e a mídia alagoana.
As ferramentas de trabalho são: o blog; a Coluna Axé publicada todas as terças-feiras no jornal Tribuna Independente; informes afros e o encarte especial Axé no dia 20 de novembro.
Essa é uma luta por jornalismo ético, que contribua para a transformação social e que respeite a diversidade étnicorracial, de credos e de gênero!

sábado, 22 de novembro de 2014

Maceió sediará Oficina de Dança Afro




As aulas serão realizadas no Espaço Coletivo AfroCaeté no bairro do Jaraguá pelo professorClemente Soares da Silva .

Clemente Soares da Silva (Tininho) nasceu em Belo Horizonte-MG, onde iniciou, estudou e se formou em dança. Formado pela Academia de Dança Afro Marlene Silva, chegou a Alagoas em 1985 e pouco depois fundou o Grupo Afro Imòlé Orún. O Imòlé Orún contribuiu na luta contra o preconceito e discriminação racial e por muito tempo disseminou os valores das nossas raízes afro-indígenas.

Trabalhando e contribuindo para a difusão da cultura afro desde 1970, Tininho mora atualmente no bairro Ipioca e desenvolve atividades pelo interior de Alagoas, principalmente junto as escolas públicas e comunidades quilombolas.

As aulas serão ritmadas por dois experientes percussionistas, os irmãos Sérgio e Sandro Santana.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Fenaj envia carta da igualdade racial para sindicatos filiados



Brasília, 19 de novembro de 2014.
Carta Circular nº 13/2014 – FENAJ                                   

Aos
Sindicatos Filiados
CC: Diretores da FENAJ e CNE.


20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra

Companheiros e companheiras,

Neste 20 de novembro, quando o Brasil celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, a FENAJ reafirma o seu compromisso com os princípios e propostas da Carta da Igualdade de Maceió, resultado do I Encontro Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (I ENJIRA), referendada no 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, e pede aos sindicatos o empenho na reflexão do tema para que possamos avançar na luta pela igualdade racial como fundamental para a democracia.

As representações dos (as) negros (as) e grupos historicamente discriminados no jornalismo e a destinação de verbas públicas para as mídias negras foram alguns dos temas que ordenaram as reflexões tecidas no I ENJIRA e nos estimularam a pensar no projeto de democracia que cimenta o desenvolvimento deste país. Durante o debate, também sublinhamos, enfaticamente, a existência de uma ditadura estética eurocêntrica na imprensa, a reduzida presença de jornalistas negros (as) nas redações e a necessidade de inclusão da temática étnico-racial no currículo das faculdades de jornalismo.

Tornou-se moeda corrente a afirmação de que a democracia, um dos motes do 36º Congresso, não se coaduna com racismo. Discutir a situação dos (as) jornalistas, do jornalismo e da democracia deve obrigatoriamente nos levar a assumir a superação do racismo brasileiro como nexo prioritário para o exercício do bom jornalismo, calcado nos princípios de transparência e de combate a toda sorte de desigualdades.

Não se põe mais em questionamento o fato de o Brasil ser um país marcadamente racista. Alguns indicadores não deixam dúvida: o nosso IDH fica na margem do 79º lugar no ranking mundial. Quando desagregamos essa posição por raça, a população negra fica no 114º lugar e a branca no 38º lugar.  Mulheres e homens negros permanecem ganhando menos que homens e mulheres brancas.  As altas taxas de extermínio da juventude negra, especialmente dos homens, são uma tragédia social. Alagoas, que sediou nosso 36º Congresso, é o estado que mais mata jovens negros no Brasil.

Como podemos, no território da atividade jornalística, promover a equidade e combater o racismo? Uma vez que o jornalismo é atividade que funda e não apenas relata a realidade, de que modo podemos transpor as assimetrias raciais nos sistemas de informação e nos regimes de visibilidade trazidos à superfície pelas notícias que manufaturamos cotidianamente?

Sabemos, igualmente, das profundas modificações nos processos de sociabilidade. Essas mudanças não são pensáveis sem o papel fundamental que as mídias desempenham na visibilidade do poder. A opinião pública se forma em parte graças ao que hoje chamamos de mídia.

Ora, se concordamos quanto a esse estatuto da mídia, em geral, e do jornalismo, em particular, constitui-se urgência política e um imperativo ético que a Federação Nacional dos Jornalistas e os sindicatos possam cada vez mais aprofundar o debate em torno das assimetrias raciais, com propostas exequíveis no campo de ação dos (as) jornalistas engajados (as) no combate à discriminação e ao racismo.  Temos 31 sindicatos e apenas 8 (oito) comissões de jornalistas pela igualdade racial, o que ainda é pouco em face da magnitude do racismo no tecido social. É preciso que a Federação e os sindicatos sejam indutores de políticas capazes de incidir sobre as desigualdades sociais com fundamento racial. Necessário se faz a reflexão em torno do imaginário que governa todos nós, negros (as) e brancos (as), e que não tenciona os papéis subalternizados sobrerepresentados em grupos raciais não hegemônicos. 

Acordos internacionais, dos quais o Brasil é signatário, são absolutamente cristalinos no que diz respeito ao compromisso do Estado brasileiro, bem como de organismos e categorias profissionais, em superar o drama racial que ainda experimentamos como forma de alcançar, efetivamente, o desenvolvimento pleno capaz de consolidar a democracia.

Reafirmamos neste Dia Nacional da Consciência Negra o nosso compromisso com a promoção da igualdade étnico-racial e de gênero, entendendo que os grupos historicamente discriminados tem o direito de desfrutar do binômio justiça e desenvolvimento.

Saudações sindicais,

Celso Augusto Schröder
Presidente