segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Exposição em São Paulo conta história de Zumbi dos Palmares

De passagem por São Paulo, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, e o presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), Vinicius Palmeira, conheceram a exposição ‘Zumbi – A Guerra do Povo Negro’, em cartaz no Sesc Vila Mariana. A visita foi guiada pessoalmente pelo curador da mostra, o jornalista e escritor alagoano Audálio Dantas.

Prefeito Rui Palmeira, presidente da FMAC, Vinicius Palmeira são guiados pelo curador da exposição, Audálio Dantas. Foto: Divulgação
Prefeito Rui Palmeira, presidente da FMAC, Vinicius Palmeira são guiados pelo curador da exposição, Audálio Dantas. Foto: Ascom Sesc
A exposição traça a trajetória do último líder do Quilombo dos Palmares e um dos símbolos de resistência do povo negro na história brasileira. ‘Zumbi – A Guerra do Povo Negro’, nasce a partir da pesquisa do curador Audálio Dantas e reúne ilustrações de Fernando Vilela e fotografias de Tiago Santana. As imagens contam a história de Zumbi dos Palmares em seis momentos distintos: ‘A Revolta’, ‘A Resistência – criação do quilombo’, ‘O Nascimento de Zumbi e Infância’, ‘O Rei Gangazumba’, ‘Zumbi – O Herói’ e ‘A Destruição do Palmares’.

Fernando Vilela recriou as cenas das narrativas da história e da vida de Zumbi na cenografia da exposição. Ele criou as ilustrações de toda a vida de Zumbi, não apenas das batalhas. Enquanto isso, o fotógrafo Tiago Santana traz 16 fotografias panorâmicas da Serra da Barriga em sua configuração atual revelando o cotidiano da população que ali vive hoje.

Ilustração de Fernando Vilela mostra guerra pela liberdade. Foto: Ascom Sesc
Ilustração de Fernando Vilela mostra guerra pela liberdade. Foto: Ascom Sesc

História preservada
O presidente da FMAC, Vinicius Palmeira, destaca a importância do trabalho para a preservação da memória de Zumbi e da resistência em Palmares. “É nossa pretensão trazer a exposição para Maceió e viabilizar que o povo alagoano tenha acesso a história de luta vivida na Serra da Barriga. Para isso, iniciamos no mesmo dia as tratativas com o Sesc”, conta.

Palmeira destaca também a grandeza e a importância do jornalista e escritor Audálio Dantas, curador da exposição. “Ele sem dúvidas um dos maiores nomes do jornalismo no País. Um homem que viveu histórias e denunciou fatos de extrema importância para o Brasil”, lembra.

Sobre o curador
Audálio Dantas é jornalista atuante há mais de 60 anos com trabalhos na Folha de S. Paulo, e nas revistas Realidade, O Cruzeiro, Manchete e Nova. Dantas tem extensa trajetória na defesa dos direitos humanos no país. Foi o responsável pela denúncia da morte do também jornalista Vladimir Herzog nos cárceres da ditadura, em 25 de outubro de 1975 e recebeu premiação da Organização das Nações Unidas pela defesa dos direitos humanos.

Em sua trajetória, o mérito pela descoberta dos excertos de Carolina Maria de Jesus, no que viria a ser a obra “Quarto de Despejo”. Em sua carreira de escritor, Audálio Dantas contabiliza 12 livros publicados, tendo recebido o prêmio Jabuti de 2013 (Livro do Ano de Não-Ficção) pela obra “As Duas Guerras de Vlado Werzog”, além de ter sido agraciado com o Prêmio Juca Pato (Intelectual do Ano), pela União Brasileira de Escritores, no mesmo ano.

Fotografia mostra Serra da Barriga nos dias de hoje. Foto: Tiago Santana
Fotografia mostra Serra da Barriga nos dias de hoje. Foto: Tiago Santana

O Quilombo dos Palmares
O Quilombo dos Palmares, localizado na região sul da antiga Capitania de Pernambuco e atual Estado de Alagoas, surgiu no século XVI no período do Brasil Colônia, na região conhecida como “Serra da Barriga”, nas proximidades da vila de Porto Calvo.

Em um dos engenhos ao Sul de Pernambuco, no ano de 1597, um grupo de cerca de quarenta homens escravizados planejaram a fuga coletiva em direção à Serra, no alto do que hoje é denominado como Planalto Meridional de Borborema. Ali fundaram o maior quilombo do período colonial, tendo resistido à escravidão e ameaçando o poder hegemônico da Coroa portuguesa por quase 100 anos.

A história do Quilombo de Palmares atravessa o tempo e se torna a primeira experiência coletiva de contestação no país. Seu último líder, Zumbi, é a figura principal da narrativa contada na exposição “Zumbi – A Guerra do Povo Negro”. A montagem também marca a efeméride de 360 anos de nascimento de Zumbi e os 320 anos desde sua morte.

A exposição segue aberta ao público até o dia 31 de janeiro de 2016, com visitação gratuita.


Ascom FMAC com Ascom Sesc Vila Mariana

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Saúde e direitos

Em uma sessão histórica do ponto de vista da luta por políticas de promoção da igualdade racial em Alagoas, o Conselho Estadual de Saúde (CES) aprovou, na última quinta-feira (17.12), a criação do Comitê Técnico Alagoano de Saúde da População Negra no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

O comitê será paritário, com participação da sociedade civil, e terá como atribuições, propor, elaborar, acompanhar, fiscalizar e apoiar a implantação da política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População Negra, articulando ações e trabalho das áreas voltadas a este segmento populacional em consonância com o Plano Estadual de Saúde e legislação específica vigente. Também será papel do comitê, sistematizar propostas de políticas e planos que visem à promoção da equidade étnicorracial na atenção à saúde.

O comitê nacional já existe no âmbito do Ministério da Saúde, e este recomenda que Estados e Municípios também instituam seus comitês. No entanto, a proposta de criação do comitê em Alagoas partiu de profissionais ligados a pesquisa sobre saúde da população negra da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) com apoio do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir).

Durante a reunião do CES, tanto o professor Jorge Riscado, da Faculdade de Medicina da Ufal e membro do Comitê Nacional, quanto a presidenta do Conepir, Valdice Gomes, usaram como argumentos para mostrar a necessidade de criação do comitê, o fato de que aproximadamente 67% da população alagoana é constituída de pretos e pardos, portanto, considerada negra pelo IBGE. Bem como, dados que comprovam que os negros tem agravos mais prevalentes de Hipertensão Arterial, Doença Falciforme, Glaucoma, Diabetes Mellitus entre outros.

Além disso, a maioria da população negra sofre de racismo e racismo institucional e estes são determinantes sociais de saúde, porque estão nas periferias, favelas, lixões e, portanto, sem saneamento básico, destinação adequada de lixo, água encanada, etc. Em relação às mulheres brancas, as mulheres negras em Alagoas, morrem 10 vezes mais por gestação, parto e puerpério e, entre elas por eclâmpsia, hipertensão arterial durante a gestação, causa evitável. As mulheres quilombolas, tem entre 04 a 05 consultas pré-natais, muito aquém, quando o limite é de 08 consultas e, o ideal, seria de 14 consultas pré-natais.

Também foi levada em consideração, a necessidade de integração das ações e políticas da Sesau e articulação destas com o controle social, movimentos sociais negros, movimento social de remanescentes de quilombo, de comunidades tradicionais de matriz africana e as demais instâncias do SUS, no que tange ao acesso e qualidade da atenção à saúde da população negra e combate ao racismo institucional. Cabe agora à Sesau publicar portaria e garantir no orçamento os recursos para funcionamento do comitê.

Fonte: Coluna Axé – 372ª edição – Jornal Tribuna Independente (22 a 28/12/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

Jornalista do ‘Profissão Repórter’ é alvo de comentários racistas na internet

O jornalista Guilherme Belarmino sofreu ataques racistas pelo Twitter após a exibição de sua reportagem sobre feminismo no programa ‘Profissão Repórter’, naa terça-feira, 15. Na matéria, o repórter confronta Marcelo Mello, agressor denunciado pela professora e blogueira Lola Aronovich, que desde 2011 recebe ameaças de morte por sua atuação feminista na internet.

belarminoIntegrante do 'Profissão Repórter' desde 2014, Berlamino levará o caso à Justiça (Imagem: Reprodução)Preso em 2012 e condenado por racismo em 2013, Mello mantinha uma página na internet com textos contra mulheres, homessexuais, negros, nordestinos e judeus. Agora, ele publica conteúdo do mesmo tipo em um fórum publico e anônimo. O programa veiculou imagens em que ele tenta agredir a equipe de reportagem e, desde então, o homem ameaça Berlarmino usando o microblog.

"Lá na cadeira fiquei com uns ex-pms que lidavam direto com estes tipos como o @guibelar. É só desovar que não dá nada", escreveu no microblog, citando o perfil do jornalista. "Eu jamais daria uma banana para @guibelar, eu não sou racista, eu daria é muito porrada mesmo", diz outro tuite da conta matida por Mello, que agora está bloqueada.

Após as ameaças, Berlarmino usou a mesma rede social para dizer que levará o caso á Justiça. "Racistas se alimentam de impunidade", publicou, ao lembrar casos como recentes de racismo sofridos por personalidades como Maria Júli.


Fonte: Portal Comunique-se

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Guia da Cultura Alagoana

Na próxima segunda (21) o Ensaio – Guia da Cultura Alagoana voltará a circular em Alagoas divulgando os contatos de quem vive e trabalha com cultura, direta e indiretamente, como atores, músicos, pesquisadores, prestadores de serviços, técnicos etc... São 13 categorias que abrangem diversos segmentos artísticos e técnicos.

Essa ideia surgiu de uma necessidade pessoal e profissional do Jornalista e Produtor Cultural Keyler Simões, criador e editor do Guia Ensaio, de ter a mão os contatos de artistas, prestadores de serviços, instituições, casas de shows e demais profissionais, de forma fácil e eficiente, onde todos pudessem ter seus contatos divulgados, sem pagar nada por isso, assim como a própria distribuição. E assim foi por 08 anos ininterruptos, de 2000 a 2008, já que a partir daí só a versão on-line estava disponível, mas não era suficiente, pois a versão impressa sempre fez falta, e ultimamente, as dezenas de telefonemas que lhes são feitos pedindo os contatos de artistas e de quem aluga isso ou aquilo o motivaram a retomar essa impressão e para isso foram quase dois anos tentando relançar o Guia Ensaio.

Com isso, existe uma geração que não o conhece. Uma geração que viu o novo momento da cultura em Maceió surgir, principalmente, graças à gestão atual, de Vinicius Palmeira, a frente da Fundação Municipal de Ação Cultural. Uma geração que viu surgir também um Conselho Nacional de Políticas Culturais e muito mais mudanças, como a própria consolidação de uma política cultural no Brasil e agora, em Maceió.

O Guia Ensaio continua cadastrando, gratuitamente, 13 categorias, reunindo cerca de mil contatos, bastando para isso que os cadastrados atualizem e enviem seus dados, bem como sua própria distribuição, direcionada para quem trabalha com o segmento cultural e afins, como turismo e empreendedorismo. O site é www.balaiodefatos.com e o e-mail: guiaensaio@hotmail.com.

As categorias cadastradas nesta edição são:
1.Arquivos, Patrimônio Material, Imaterial e Museus
2.Artesanato, Moda e Design
3.Artes Cênicas
4.Artes Visuais, arte digital e fotografia
5.Audiovisual
6.Cultura Afro-Brasileira
7.Culturas Populares
8. Instituições
9.Literatura, Livro e Leitura
10.Música
11.Mídia
12.Prestadores de Serviços e comércio
13.Produtores culturais

Esta edição poderá ser encontrada gratuitamente em:  órgãos de cultura, turismo, teatros, prestadores de serviços etc...
A próxima edição será lançada em abril de 2016.

Mais Informações:
(82) 99971-4281 / 98702-2784
 
 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Um prêmio, um reconhecimento

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) foi criada em maio de 1996, em Bom Jesus da Lapa (BA). A instituição foi uma das agraciadas com o Prêmio Direitos Humanos 2015, na categoria Garantia dos Direitos da População Indígena, Quilombolas e dos Povos e Comunidades Tradicionais.

A cerimônia da 21ª edição ocorreu na sexta-feira passada (11.12), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), trata-se da mais alta condecoração às pessoas e instituições que se destacam na defesa, na promoção e no enfrentamento às violações dos Direitos Humanos em nosso país.

A CONAQ possui representantes de comunidades remanescentes de quilombo de 25 estados da federação, tem como objetivos: lutar pela garantia do direito à terra; combater toda e qualquer discriminação racial e intolerância religiosa; lutar pela implantação de projetos de desenvolvimento sustentável das comunidades; pela preservação dos costumes, da cultura e da tradição entre as gerações das populações quilombolas; proposição; zelar pela garantia dos direitos da saúde, educação infantil, básica e superior, moradias dignas dos quilombolas; dentre outras demandas.

Com atuação marcante no Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial (CNPIR) tem contribuído para o protagonismo político quilombola e no diálogo com demais movimentos sociais; além de defender a efetivação de políticas públicas levando em consideração a organização pré-existente das comunidades de quilombo, tais como o uso comum (coletivo) da terra e dos recursos naturais, sua história e cultura em harmonia com o meio ambiente. 

Também teve participação efetiva na construção do Decreto 4887/2003, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos.

Ao todo, foram 18 categorias no Prêmio de Direitos Humanos, e também, destacamos as homenagens para: Rad Assis Brasil Ugarte/SP (Promoção e Respeito à Diversidade Religiosa); a Escola de Educação Básica Coronel Antônio Lehmkuhl – Projeto Expressão de Gênero da infância à juventude e Faces da Homofobia/SC (Garantia dos Direitos da População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT); Silvana do Amaral Verissimo/SP (Igualdade Racial) e Rede Thydêwá/BA (Autonomia das Mulheres).

Que o trabalho continue e seja fortalecido! Axé! 


Fonte: Coluna Axé – 371ª edição – Jornal Tribuna Independente (15 a 21/12/15) / Cojira-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Religiosos de matriz africana em Alagoas ainda sofrem com preconceito

Comissão de Minorias da OAB e Ministério Público acompanham casos de intolerância 


Por: Géssika Costa  (Jornalista - Colaboração para o site Cada Minuto)


Mais de cem anos após o episódio que ficou conhecido como Quebra de Xangô, em 1912, o terror vivido por Tia Marcelina e outros praticantes das religiões de matriz africana, em Alagoas, parece não ter fim.

Mesmo com todo respaldo garantido pela Constituição Federal, na terra da resistência, inúmeros são os casos de preconceito contra os religiosos do candomblé e  da umbanda – dois dos principais cultos afro-brasileiros.

A ialorixá alagoana Mãe Vera, de 58 anos, e que há mais de 20 fundou o terreiro Abaçá de Angola Oya Bale – segundo ela - na linguagem africana iourubá significa casa aberta para todos, conta que no último sábado (05) passou por um episódio de preconceito dentro do ônibus que estava.

Entrei no coletivo e as pessoas já me olharam diferente. Era como se eu fosse um carnaval, algo estranho ou demoníaco, o transporte estava ficando lotado e o banco onde eu estava tinha vaga para mais uma pessoa, mas demorou para alguém sentar do meu lado”, lamenta.

A religiosa, que faz de sua vida uma luta contra a intolerância religiosa e em favor da divulgação da contribuição dos terreiros para a cultura brasileira, desenvolve um trabalho social através do ensino do maracatu com jovens e crianças onde mora, no bairro da Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Ela diz que já se acostumou com os olhares das pessoas nas ruas e em todos os lugares por onde passa, principalmente quando está vestida com o axó – roupa que as sacerdotisas e os religiosos de matriz africana costumam usar.

Ao longo da minha vida eu já passei por muita coisa. A gente sofre. Sofre muito e é na pele. Tudo que é da nossa religião ou da cultura negra parece não prestar para a maioria, mas a gente luta e não pretende abandonar por nada. Todo dia temos um Quebra”, afirma.

Para o presidente da Federação de Zeladores de Culto Afro, Paulo Silva, houve um grande avanço nos últimos anos, mas a realidade da intolerância ainda é rotina para muitos.

“Eu já sofri muito preconceito, mas ele é bem distante, as pessoas tentam disfarçar porque agora sabem que tal prática é crime, dá cadeia e tem muita repercussão na sociedade”, acredita.
Ainda de acordo com Silva, a Federação trabalha apoiando o pai de santo e  a mãe de santo do interior, mapeando e acompanhando os casos de preconceito.

Hoje as pessoas mostram respeito a mim, mas há muitos relatos no interior, principalmente, nesse sentido. Lá, devido ao grau de instrução menor de muitos ialorixás, o preconceito é maior”, diz.

Em agosto deste ano, mãe de santo Neide Oyá D´Oxum, dirigente do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), localizado na capital alagoana, foi vítima de intolerância religiosa. Ela foi xingada pela ex-esposa do ator Heri Casteli, a jornalista Juliana Despírito, após ele postar em seu Instagram uma foto da filha vestida em trajes da religião africana, no colo da mãe Neide. 

Comissão de Minorias
Apesar de não possuir dados atualizados sobre casos de intolerância religiosa no estado, nesses últimos anos, a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB-  Seccional Alagoas, por meio da Comissão de Minorias, tem trabalhado com políticas de enfrentamento contra o preconceito de cunho religioso.

De acordo com Alberto Jorge, presidente da Comissão, iniciativas como a OAB Escola, o próprio apoio jurídico e o acompanhamento dos casos de intolerância religiosa junto com a 61ª Promotoria da Capital têm contribuído para a diminuição do preconceito.

Nós realizamos várias iniciativas. Estamos sempre tentando aproximar a sociedade para levar discussões importantes, mas a discriminação infelizmente ainda existe”, diz.

Para o historiador Zezito Araújo, existe uma reprodução do preconceito que começa ainda na escola. “Não há o cumprimento da legislação na grade curricular tanto nos colégios particulares quanto nos públicos no que diz respeito ao ensino sobre a África. O que só reforça a marginalização da nossa cultura, incluindo a religião”, ressalta.

Intolerância 
Dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República revelam que uma denúncia de intolerância religiosa é registrada a cada três dias. A maioria destas denúncias é feita por pessoas da religião de matriz africana (35%), seguida da evangélica (27%), espírita (13%), católica (10%), por ateus (4%), pessoas da religião judaica (3%) e da islâmica (2%).

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

TJ realiza primeiro casamento coletivo gay do estado

Projeto Justiça Itinerante, em parceria com o Grupo Gay de Alagoas, proporcionou a garantia de direitos matrimoniais para 20 casais


Foto: Caio Loureiro


O Tribunal de Justiça de Alagoas oficializou, na tarde desta segunda-feira (7), por meio da Justiça Itinerante, a união homoafetiva de 20 casais. Considerada histórica, a cerimônia foi realizada no Complexo Cultural Teatro Deodoro, em Maceió.
  
Todos, independente da orientação sexual, tem o direito de constituir um núcleo familiar. O casamento significa cidadania, geração de direitos, legalização de um relacionamento composto de amor, de amizade, de afetividade”, destacou o magistrado André Gêda, ao conduzir o primeiro casamento coletivo homoafetivo em Alagoas.
  
O casal Tiago Tavares, 25, e Sormane Nazário, de 45, estão juntos há tres anos. Eles aproveitaram a oportunidade, viabilizada em parceria com o Grupo Gay de Alagoas, para oficializar a união. Eles não escondiam tamanha felicidade.
  
Esse momento é muito importante não só para nós, mas creio que para todos que estão aqui hoje quebrando uma barra de preconceito que não deveria existir. Estamos realizando nossos sonhos e realizando nossos objetivos. Estamos muito felizes e bastante apaixonados”, afirmou Tiago.

Desde 2011, os Tribunais superiores garantem a legalização da união homoafetiva. Com esta conquista, os casais homossexuais têm os mesmos direitos dos casais heterossexuais. Segundo o celebrante do casamento, juiz André Gêda, também coordenador da Justiça Itinerante, a ação significa gestação de direitos.

É um marco para o estado. É orientação da presidência chegar cada vez mais perto da jurisdicionado, da população. Com esse evento, a gente legaliza essas uniões homoafetivas. Todos, independente da orientação sexual, têm o direito de constituir um núcleo familiar. Na prática, a ação significa cidadania, geração de direitos, legalização de um relacionamento composto de amor, de amizade, de afetividade”, afirmou o magistrado. 

César Vitor Carnaúba, de 12 anos, prestigiou a união da mãe, Marcela Carnaúba, com a companheira dela, Luciany Christianny. Para ele, o importante é a mãe estar muito feliz. “Eu me sinto muito feliz em saber que ela está com a pessoa que ela ama, que está se sentindo bem. O casamento com a sua companheira era o grande sonho dela. Acho muito bom ter duas mães que me respeitam e gostam muito de mim”, afirmou. 

O presidente do Grupo Gay de Alagoas, Nildo Correia, destacou o apoio do Poder Judiciário de Alagoas e também reforçou os benefícios da união entre pessoas do mesmo sexo,
  
Não é só a simbologia do casamento, mas os direitos que este papel lhe traz. Abre uma brecha na jurisprudência para adoção, pensão no caso de separação, partilha de bens, ter direito no caso de falecimento. Anteriormente, famílias ficavam com bens construídos pelos dois, mas a outra parte ficava sem direito. É a junção de renda para a compra de imóveis. São direitos que, até 2011, só casais heterossexuais tinham”.

O projeto já viabilizou mais de 3 mil casamentos no Estado, somente este ano. As comunidades interessadas podem solicitar e agendar a presença da Justiça Itinerante para a realização de casamentos coletivos por meio de associações, igrejas ou instituições públicas. Os custos cartorários são de responsabilidade das instituições solicitantes. Mais informações pelo telefone: (82) 4009-3162.

De acordo com o magistrado, a realização de casamentos homoafetivos é muito importante para a disseminação da igualdade na sociedade. “Devemos preservar a igualdade entre todos. Qualquer ser humano tem o direito de formar sua família, independente da sua orientação sexual”, afirmou.
     
     
Fonte: Robertta Farias – Dicom/TJ

Fé, tradição e cultura



Nessa terça-feira, 08 de dezembro, é o Dia de Nossa Senhora da Imaculada da Conceição em todo o Brasil e no sincretismo religioso Dia de Iemanjá em Alagoas. 

Com a aprovação da Lei Estadual nº 7.384, de 12 de julho de 2012, foi instituído no calendário oficial o Dia de Resistência da Religiosidade Afro Brasileira – Dia de Iemanjá. Porém, apesar do pedido de perdão governamental ao Quebra de Xangô de 1912 – episódio nefasto de violência e intolerância, com vários terreiros invadidos e depredados, onde muitos religiosos(as) tiveram que fugir e esconder sua fé; o preconceito e o desejo de abafar os tambores continuam eminentes.

Na semana passada, foi preciso a intervenção do Ministério Público Estadual e projeção na mídia alagoana, para dar visibilidade ao impasse quanto a utilização de uma praça que envolvia dois eventos: a Festa das Águas (religiosos de matrizes africanas) e o Show Maceió de Joelhos (grupo evangélico). Foi preciso, a realização de um ato público no Fórum Estadual para mostrar à sociedade que não era apenas uma briga por espaço, e sim, a reivindicação pelo direto constitucional à liberdade de culto e o respeito às manifestações afroculturais que ocorrem há décadas.

A ação contou com o apoio do Padre Manoel Henrique, e ainda, da Aliança de Batistas do Brasil representada pela Igreja Batista do Pinheiro e sua Pastoral da Negritude, que emitiu nota pública sobre episódio no MPE: “(...) Não concordamos é que a oração se transforme em desculpa para a prática da intolerância, querendo por este pretexto ocupar o espaço tradicional de outras religiões. Desta forma manifestamo-nos a favor de uma postura de paz, justiça, amor, graça e entendimento, que produza o testemunho de evangelho de Jesus de Nazaré que preza pela harmonia em detrimento do espírito de beligerância”.

Após várias audiências, o impasse foi solucionado, e durante toda essa terça-feira(08.12), caravanas de religiosos de matrizes africanas de casas de axé de várias nações, prestarão suas homenagens com oferendas à Iemanjá, cânticos e danças. Na Praça Multieventos localizada na Praia de Pajuçara em Maceió, a programação cultural iniciará às 10h, com uma grande roda de capoeira do Grupo Muzenza, organizada pelo Contra Mestre Carlinhos Muzenza e o Mestre Girafa.

A partir das 14h, em frente ao Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB) – Rua São Pedro, nº10, Village Campestre 2 – terá a concentração para a carreata em alusão ao combate da intolerância religiosa, que percorrerá as principais ruas da capital alagoana e o destino final será na Praça Multieventos.

Durante todo o dia, representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL) e do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR-AL) estarão com uma tenda montada na praça, para repassar orientações e recolher denúncias referentes ao crime de racismo e intolerância religiosa. E ainda, terá a coleta de assinaturas para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) transforme a Festa de Iemanjá em patrimônio imaterial em Alagoas.

O dia 08 de dezembro não é uma data qualquer, é mais um dia reflexão e valorização do pertencimento étnico. E a luta por respeito continua!


Festa das Águas
Hoje, a partir das 13h, na Praça Multieventos em Maceió, terá a oitava edição do evento Festa das Águas. Terá a apresentação da banda Afro Zumbi, Civilização Negra (Escola de Samba Girassol), Orquestra de Tambores de Alagoas, Afoxé Odô Iyá (Casa de Iemanjá), Coletivo AfroCaeté, Afro Afoxé, Rogério Dyas e a Trincheira, Segura o Coco, Afoxé Ofaomin (Ilê Axé Ofaomin), Afoxé Oju Omin Omorewá, Maracatu Raízes da Tradição (Abassá de Angola de Oyá Igbalé), Grupo Maracatodos, Ara Funfun Omanjerê (Inaê/Grupo União Espírita Santa Bárbara), Afoxé Povo de Exu (Ilê Axé Legionirê Nito Xoroquê) e Roda de Samba coordenado pelos religiosos de matriz africana. Esse é um momento de celebração, integração e fortalecimento da cultura afroalagoana. Prestigie!


Iemanjá
Odoyá! Iemanjá é a divindade nas religiões Candomblé e Umbanda, popularmente conhecida, é tida como a mãe de quase todos os orixás: ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da natureza e os seus arquétipos. Iemanjá é o orixá das águas doces e salgadas, regente absoluta dos lares, além de ser a protetora dos pescadores e jangadeiros. No Brasil, recebe diferentes nomes: Dandalunda, Inaê, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, etc. E no sincretismo religioso, corresponde à Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria. Independente de qual seja a sua crença, respeite!


Fonte: Coluna Axé – 370ª edição – Jornal Tribuna Independente (08 a 14/12/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

Crédito da foto: Ilustração


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

4ª edição do Encrespa Geral em Maceió


Domingo(06.12), das 9h às 15h, a Praça Centenário será o palco da 4ª edição do Encrespa Geral em Maceió. 

O evento é uma realização de um instituto nacional, que busca valorizar o uso do cabelo natural (cabelo crespo, cacheado, ondulado) como forma de autoconhecimento e reencontro das raízes, independente da idade, cor de pele, etnia ou tipo de textura capilar. 

O cabelo não deve ser associado apenas à estética, também é pertencimento étnico e autoestima. Na ocasião, terá o debate sobre Cabelos e Identidade conduzido pela assessora dos cachos Tamires Melo. O espaço também será destinado para exposição e comercialização de produtos. 

O Encrespa Geral tem reunido adeptos de várias idades e classes sociais, em várias partes do mundo. No Brasil, os encontros são realizados nas cidades de Belo Horizonte(MG), Brasília(DF), Campo Grande(MS), Curitiba(PR), Feira de Santana(BA), Fortaleza(CE), Ipatinga(MG), Joinville(SC), Juiz de Fora(MG), Juazeiro(BA), Macapá(AP), Manaus(AM) Natal(RN), Porto Alegre(RS), Recife(PE), Rio de Janeiro(RJ), Salvador(BA) e São Paulo(SP). No exterior, o Instituto chegou em Angola, Irlanda, Inglaterra, Itália, Austrália e Estados Unidos. 

O objetivo é combater preconceitos e os padrões de beleza constantemente difundidos pela mídia. Vamos encrespar!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Correios promove Fórum de Direitos Humanos em Alagoas



Durante toda a tarde desta quarta-feira (02.12), os Correios promoverão a terceira edição do Fórum de Direitos Humanos e Igualdade de Gênero e Raça em Alagoas. O evento, aberto ao público, será realizado no Auditório da Casa da Indústria, no bairro do Farol, a partir das 13h30. O tema deste ano é: Mulheres Negras – Direitos Humanos e Empoderamento.

Em 2011, os Correios aderiram ao Programa Pró-Equidade nas Empresas Públicas, que busca a promoção da igualdade de gênero e raça no local de trabalho e na sociedade, bem como a inclusão social responsável no ambiente organizacional. No cerne desta ação, estão inseridos todas as atividades e discussões relacionados às temáticas dos direitos humanos, sobretudo no que se refere às garantias dos idosos, das pessoas com deficiência e às questões de gênero, raça e diversidade. 

Confira abaixo a programação:

14h- Abertura Apresentação Artística – Dança Afro com Nany Moreno.
Coreógrafa, Atriz, Compositora, Musicista, Educadora Social e Coordenadora do Grupo de Dança Oju Omin Omorewa.

14h30 - Palestra com a assistente social Lindonaria Lopes .
Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba, pós- graduada em Planejamento de Gestão de Projetos Sociais pela Faculdade Integrada Tiradentes. Atualmente é assistente social da Educação do município de Maceió.

16h00- Palestra com a assistente social Marli de Araújo Santos.
Possui graduação e mestrado em Serviço Social pela Ufal, tem experiência na área de Serviço Social com ênfase em Gênero, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação em Direitos Humanos, Gênero, Violência Doméstica, Violência Infrafamiliar. Atualmente é Professora Assistente da Ufal.

17h- Apresentação de esquete teatral: “Psicóloga”, com Marcos de Jesus.


Fonte: Ascom/Correios-AL

Respeito à religião afro

O dia 08 de dezembro em Maceió é um dia de luta e reflexão. Caravanas de religiosos de matrizes africanas de várias casas de axé homenageiam e prestam oferendas à Iemanjá, a grande mãe e senhora das águas. Iemanjá é um nome derivado de três outras palavras do dialeto africano iorubá: yèyé (mãe), omo (filha) e ejá (peixe). É o orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, é a matriarca do panteão afro sagrado.

A data também é estratégica para promover a reflexão da sociedade sobre o direto constitucional pela liberdade de culto, o combate à intolerância religiosa e a luta pelo respeito às manifestações afroculturais.

Nessa data, terá uma carreata pelas principais ruas da capital alagoana. A concentração será às 14h, em frente ao Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB) – Rua São Pedro, nº10, Village Campestre 2 – com destino final na Praça Multieventos. Os interessados em participar ou obter mais informações sobre a carreata, entrar em contato pelo número (82) 99627-5966.

Na praça localizada na praia da Pajuçara em Maceió, a partir das 13h, terá a Festa das Águas. A programação que valoriza a história e cultura afroalagoana terá a apresentação com a banda afro Zumbi, Civilização Negra (Escola de Samba Girassol), Orquestra de Tambores de Alagoas, Afoxé Odô Iyá (Casa de Iemanjá), Coletivo AfroCaeté, Xirê - Ilê Axé Legionirê Nito Xoroquê, Afro Afoxé, Rogério Dyas e a Trincheira, Segura o Coco, Afoxé Ofaomin (Ilê Axé Ofaomin), Afoxé Oju Omin Omorewá, Maracatu Raízes da Tradição (Abassá de Angola de Oyá Igbalé), Maracatodos, Ara Funfun/ Inaê (Grupo União Espírita Santa Bárbara), Afoxé Povo de Exu (Ilê Axé Legionirê Nito Xoroquê), e uma grande Roda de Samba coordenado pelos religiosos de matriz africana.

Esse é um momento de celebração, em respeito à ancestralidade e onde deve ser propagado a paz! Axé!


Fonte: Coluna Axé – 369ª edição – Jornal Tribuna Independente (01 a 07/12/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Maceió: Senegaleses realizam homenagem ao Grande Magal de Touba


Trata-se de uma festa muçulmana em alusão à Grande Festa de Touba que dura em média 14 horas, os senegaleses entoam orações do alcorão em forma de música e poemas, distribuem comida entre os amigos e agradecem em nome do líder Ahmadou Bamba que ficou sete anos exilado. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Bienal e negritude

Até o dia 29 de Novembro, acontece a 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió. Trata-se de um dos mais expressivos eventos no Estado e nesse ano tem como tema central: “Palavras, sons, imagens: universo de sentidos”.

Uma ótima oportunidade para ampliar os conhecimentos e estimular o intercâmbio sociocultural nas palestras, debates, oficinas; dialogar com escritores e adquirir livros das mais diversas editoras nacionais. Também tem apresentações culturais, recital, exposição e contação de histórias.

Em relação à temática étnicorracial e direitos humanos, nesse fim de semana ocorreu o XI- ÌGBÀ-UBUNTU seminário afro internacional, com o tema “O universo das palavras pretas, culturas e ancestralidades”; e o Fórum Mestre Zumba: Pensamentos Afro-Ameríndios. 

Em relação aos livros lançados, destacamos: “Determinantes sociais da saúde: um olhar para a questão étnico-racial” – Prêmio Gilberto de Macedo – escrito por Daniel Antunes Freitas, Maria das Graças Monte Mello Taveira (Org); “Educação e Diversidades – Um diálogo necessário na Educação Básica”, organizado por Gilberto Geraldo Ferreira, Edson Hely Silva e José Ivanilson Silva Barbalho.

(24) às 15h, na Sala Rosália das Visões, terá a mesa redonda com o tema “A Educação Para As Relações Étnico-Raciais”. Na quinta(25) às 16h, na mesma sala, acontecerá uma oficina sobre o Teatro Experimental do Negro. Já no sábado(28), às 10h no Auditório Massayok B, a mesa redonda sobre “Gênero, Diversidade e Direitos Humanos no Enfrentamento da Cultura da Violência”.

A Bienal é uma realização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio de sua editora, a Edufal, e conta com o apoio da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), da Câmara Brasileira do Livro (CBL), da Prefeitura de Maceió, do Governo do Estado de Alagoas e demais parceiros de instituições públicas e privadas.

As atividades são gratuitas, realizadas de 10h às 22h, confira a programação completa no site: http://bienalalagoas.com/. Programe-se e prestigie!


Fonte: Coluna Axé  – 368ª edição – Jornal Tribuna Independente (24 a 30/11/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Câmara homenageia luta contra o racismo e em defesa da identidade negra



Dando continuidade às comemorações do Dia da Consciência Negra, celebrado em todo País no dia 20 de novembro, a Câmara Municipal de Maceió iniciou a semana prestando homenagens a instituições e personalidades com histórico de luta contra o preconceito racial e em defesa da afirmação da identidade negra na cidade de Maceió.

Presidida pela vereadora Fátima Santiago (PP), a sessão solene reuniu militantes, estudiosos, músicos, entre outros convidados que prestigiaram a entrega da Comenda Dandara para a banda Afoxé Oju Omin Omorewá; para a professora Fátima Viana; para a militante Silvete Galdino e para a jornalista Luila de Paula e Lima.

Na solenidade, que contou também com a presença da vereadora Tereza Nelma (PSDB), a Comenda Zumbi dos Palmares foi entregue a Banda Afro Mandela; ao secretário municipal de Comunicação Social, Clayton Santos; e ao presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural, Vinícius Palmeira.

O professor, bailarino e coreógrafo Eduardo Passos, ainda na sessão solene, recebeu o Título de Cidadão Honorário de Maceió por indicação da vereadora Fátima Santiago. Edu Passos, como é mais conhecido, nasceu em Minas Gerais, mas desde 1985 mora em Maceió, onde ensina a dança afro no Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte).

Fátima Santiago também foi proponente das homenagens feitas às bandas Afro Mandela e Afoxé Oju Omin Omorewá. “Estas comendas são entregues a pessoas que lutam diariamente em defesa da vida, sem olhar para cor, sexo e religião”, afirmou a vereadora, acrescentando que o Afoxé Oju valoriza a cultura negra há 12 anos na capital e a banda Afro Mandela está prestes a completar 30 anos de trabalho.

Nane Moreno recebeu a Comenda Dandara em nome do Afoxé e falou do preconceito que o grupo enfrentou no início. “Há 12 anos, criamos o grupo. As pessoas diziam que era coisa de maloqueiro. Hoje estamos aqui, recebendo esta honraria”. A Comenda Zumbi dos Palmares foi entregue a Filomena Felix, que representou a Banda Afro Mandela. “Dedico esta comenda ao povo negro de Alagoas”, disse ela.

CULTURA AFRO - Cidadão honorário de Maceió, Edu Passos ressaltou que a maior conquista do movimento negro foi modificar o currículo escolar e incluir a cultura afro nos livros de história. “E graças a alteração da lei, através da dança afro consigo levar para meus alunos a riqueza da cultura negra em aulas regulares”, explicou o homenageado.

A jornalista Luíla de Paula se emocionou ao lembrar dos preconceitos que ainda sofre por ser negra e falou que seu maior desafio é educar os filhos para manterem a auto estima sempre elevada apesar do racismo. “Muitas vezes abri a porta da minha casa e tive que ouvir as pessoas perguntarem pela patroa. É triste, mas sigo em frente ensinando meus filhos a nunca desistirem da Justiça”.

A professora Fátima Viana falou do orgulho de receber a Comenda Dandara, que leva o nome de uma guerreira quilombola como foi Zumbi. “É preciso continuar a luta. A discriminação e a violência ainda marcam profundamente a vida da população negra”. Silvete Galdino também fez um pronunciamento emocionado, compartilhando os questionamentos acerca do racismo que marcou sua infância.

“Meu professor ensinava que os índios não se adaptaram à escravidão. Questionei se os negros haviam se adaptado. Não me conformava com este ensinamento. Após muita luta do movimento negro, temos Zumbi como herói nas escolas, sendo inclusive tema de redação entre as crianças”, afirmou Silvete, que recebeu a Comenda Dandara.

INTOLERÂNCIA - Os secretários municipais Clayton Santos e Vinicius Palmeira foram agraciados com a Comenda Zumbi dos Palmares. Vinicius fez um relato histórico sobre a origem negra de Maceió e cobrou dos movimentos, vigilância para que as comemorações do dia 8 de dezembro, em homenagem a Iemanjá, ocorram sem intolerância religiosa. Clayton chamou atenção para a necessidade de combater o racismo nas relações interpessoais, dizendo que o poder se estabelece entre as pessoas antes de chegar às instituições.

A vereadora Tereza Nelma, proponente das homenagens feitas a Luila de Paula, Silvete Galdino e aos gestores da prefeitura, frisou que a entrega de comendas pela Câmara tem o intuito de valorizar os serviços prestados na capital. “Com elas, queremos empoderar a população para que sigam transformando a realidade na busca por uma sociedade mais justa e igualitária”, disse a parlamentar, fazendo questão de informar ser católica e uma defensora da tolerância religiosa.


Fonte: Ascom - CMM

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Saurê Palmares celebra a cultura negra em Maceió



O Centro de Maceió vai ficar mais movimentado na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro. Nesta quarta e quinta-feira, 18 e 19 de

novembro, as ruas do centro comercial e a Praça Deodoro viram cenário para o Saurê Palmares, projeto realizado pela Prefeitura de Maceió por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em homenagem à memória e a herança da negritude na cidade.

Na quarta-feira a comunidade de matriz africana e toda população de Maceió estão convidadas para participar da Roda de Diálogos com o diplomata alagoano Miguel Gustavo de Paiva Torres. O evento vai discutir as conexões entre os saberes tradicionais das comunidades afro-alagoanas e as tradições vivenciadas pelo embaixador em diversos países da África.

A Roda de Diálogos é a aberta ao público e acontece a partir das 20h, no Centro Cultural Arte Pajuçara, localizado na Avenida Dr. Antônio Gouveia, 1113, Pajuçara.


Giro de Matriz Africana

Na quinta-feira o Saurê Palmares ganha vida a partir das 15h, com apresentação de 40 grupos culturais no Giro de Folguedos de Matriz Africana, numa realização da FMAC em parceria com o Ministério da Cultura (MinC), por meio do convênio nº 817572/2015.

Giro de Folguedos de Matriz Africana fará a Rota do Saurê percorrendo diversas ruas no centro comercial da cidade com apresentação de ligados a temática afro-brasileira.

Na Praça Deodoro será montado um palco onde vários grupos se apresentarão a partir das 17h. As atrações são Samba de Negro, Coletivo Afro Caeté, Orquestra de Tambores, Banda Afro Afoxé, Afoxé Odô Iyá e Banda Afro Mandela. No local, será possível conferir ainda oficina de turbantes e exposições de artesanato afro e instrumentos de capoeira.


Fonte: Ascom - FMAC

Vereadora Fátima Santiago homenageará grupos culturais afro-alagoanos

Sessão solene acontece na próxima segunda-feira (23), no plenário da Câmara Municipal


Em sessão solene, às 9h da próxima segunda-feira (23.11), no plenário da Câmara Municipal de Maceió, a Vereadora Fátima Santiago (PP), entregará as comendas Dandara e Zumbi dos Palmares, ao grupo Afoxé Oju Omim Omorewá e a Banda Afro Mandela, respectivamente. 

A honraria é concedida pelos trabalhos desenvolvidos em prol da igualdade racial e pela luta em defesa de políticas públicas que dignificam a população afro-alagoana. Na ocasião, a parlamentar também concederá o título de cidadão honorário de Maceió ao bailarino, coreógrafo, professor de dança e arte educador, Eduardo Xavier dos Passos.

A vereadora afirma que as honrarias são concedidas as pessoas e entidades que realizam relevantes trabalhos ou se destacam no combate a qualquer tipo de discriminação ou preconceito. “Uma das melhores formas de vencermos o preconceito é buscarmos exemplo de pessoas na sociedade. Pessoas que buscam a defesa da vida, sem olhar para cor, sexo, religião. Este é o caso dos nossos homenageados”, argumenta.


Sobre os homenageados:

Comenda Dandara - Grupo Afoxé Oju Omim Omorewá

Fundado em 2003 no bairro do Jacintinho, o Oju Omim Omorewá (que significa “olhos d’água dos filhos da beleza”), é coordenado por Nany Moreno e Isabel Caetano. Formado por adolescentes de comunidades, o grupo tem um trabalho social através da realização de oficinas de percussão, maquiagem e costura, além da confecção de bijuterias e colares africanos, alfaias (tambores) e oficinas de cabelos-afro como trançados e outros.

Comenda Zumbi dos Palmares – Banda Afro Mandela

A Banda Afro Mandela é um ícone no segmento afro cultural do Estado de Alagoas. Ao longo das quase três décadas de trajetória, o grupo tem agregado pessoas de várias gerações, que através da dança, canto, percussão e música, desenvolveram o seu pertencimento étnico. Promove à inclusão social de crianças e adolescentes carentes, além de estimular a integração sociocultural entre lideranças do Movimento Social Negro.

Título de Cidadão Honorário de Maceió – Professor Eduardo Passos

Nascido em Minas Gerais, Eduardo Passos mudou para Maceió em 1985.  Bailarino, coreógrafo, professor de dança e arte educador, atualmente ele ensina dança afro e expressão corporal, no Centro de Belas Artes de Alagoas (CENARTE), instituição vinculada a Secretaria da Cultura do Estado de Alagoas. Em 2010, foi o vencedor do I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras na categoria “dança região nordeste”, com o Projeto Dança Afro-Brasileira nas Escolas. 


Fonte: Ascom - Vereadora Fátima Santiago

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Palmares e Conepir discutem juventude e cultura afro-brasileira

A Fundação Cultural Palmares – FCP, órgão vinculado ao Ministério da Cultura, em parceria com o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR), realizará no dia 19 de novembro, quinta-feira, às 14hs, no Colégio Princesa Isabel, localizado no Cepa, a roda de conversa “Diálogos Palmares: Juventude e Cultura Afro-brasileira na transformação da sociedade”. O evento integra as diversas atividades culturais comemorativas ao Dia Nacional da Consciência Negra - 20 de novembro, que acontecerão em Maceió e União dos Palmares.

O objetivo é debater sobre alternativas de trajetórias juvenis saudáveis e com perspectiva de vida positiva, por meio de políticas públicas voltadas para este propósito. Segundo a presidenta do Conepir, Valdice Gomes, a ideia de promover a atividade surgiu da necessidade urgente de se buscar alternativas de políticas públicas para o enfrentamento à violência que atinge a juventude negra no Brasil, especialmente em Alagoas, Estado que ocupa a segunda colocação em homicídios de jovens negros.

O evento terá a presença de conhecedores sobre o assunto, além de uma performance com o grupo “Os Crespos”. Entre os participantes da Roda de Diálogos estão Dudu de Morro Agudo, rapper, produtor cultural e empreendedor; Átila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional Brasil, especialista e militante do campo dos direitos humanos, justiça social e segurança pública, com ênfase nos temas raciais; Flávia Oliveira, jornalista, ganhadora do Prêmio Jornalismo para Tolerância 2003, da Federação Internacional de Jornalistas, pela coedição do suplemento “A Cor do Brasil”, sobre desigualdade racial, e o Prêmio Elizabeth Neuffer da Associação dos Correspondentes da ONU por reportagens sobre o Índice de Desenvolvimento Humano.

Também contará com a presença do deputado federal Paulão, integrante da CPI da Violência contra Jovens Negros, e de Flávio Renegado, artista nascido e criado na comunidade do Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, que tem se destacado no cenário artístico nacional e internacional mostrando sua mistura de hip hop com ritmos brasileiros, latinos e jamaicanos. Para os organizadores, a atividade serve como um momento de reflexão e conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional, valorizando a cultura afro-brasileira.


Fonte: Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira/AL)

Festa e reflexão

O Dia da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares é celebrado no dia 20 de novembro, em todas as regiões do Brasil, sendo em muitos municípios ponto facultativo. A data faz alusão ao grande líder negro e a importância da organização do Quilombo dos Palmares – símbolo de resistência e luta por justiça social. Porém, durante todo o mês de novembro, são realizadas várias atividades de formação, conscientização e valorização da cultura afro-brasileira; além de refletir sobre o papel do povo africano na formação sociocultural desse País.

Nesse ano, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos encabeçou a campanha “Novembro pela Igualdade Racial” e foi compartilhado nas suas redes sociais o vídeo ‪#‎LugarDoNegro‬, com colaboração de personalidades negras, onde destacam o papel dos negros e negras na sociedade. Visite o site https://www.brasil.gov.br/igualdaderacial para assistir ao vídeo e conhecer os programas sociais destinado ao desenvolvimento dessa parcela da população.

Em Alagoas, buscando ampliar a reflexão sobre o combate do racismo e a importância do mês da consciência negra, a Fundação Cultural Palmares (FCP), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, realizarão várias ações. Amanhã (18), às 9h terá uma visita guiada à Serra da Barriga em União dos Palmares, que iniciará o Seminário “O Turismo Cultural Étnico sob a perspectiva da Economia da Cultura”, fruto de uma parceria entre a Fundação Cultural Palmares; o Governo do Estado de Alagoas, por meio da Secretaria Extraordinária do Desenvolvimento Econômico (Sedet), com o apoio do Ministério do Turismo. Na quinta-feira (19), terá o Encontro Preparatório para o Seminário Internacional da Capoeira 2016; reunião e Posse do Grupo de Trabalho Ministerial da Capoeira.

A FCP também realizará na quinta-feira, em parceria com o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR-AL), a Roda de Conversa “Diálogos Palmares: Juventude e Cultura Afro-brasileira na transformação da sociedade” – às 14hs, no Colégio Princesa Isabel localizado no CEPA, bairro do Farol em Maceió. O objetivo é debater sobre alternativas de trajetórias juvenis saudáveis e com perspectiva de vida positiva, por meio de políticas públicas, para o enfrentamento à violência que atinge a juventude negra.

Dando continuidade no sábado (21), terá o Seminário Afro Internacional: O universo das palavras pretas, culturas e ancestralidade; casamento Quilombola em Santana do Mundaú; festa na Comunidade Quilombola em Poço do Sal, Pão de Açúcar; nos dias 27, 28 e 29, o Projeto Viva Zumbi dos Palmares e Mumbaça Cultural. Enfim, tem programação para todos os públicos e gostos, é importante prestigiar e fortalecer a luta por igualdade! O respeito à nossa história e cultura tem que ser diário!

Show
No dia 20, centenas de pessoas subirão a Serra da Barriga para visitar o Parque Memorial Quilombo dos Palmares em União dos Palmares. Serão realizadas várias rodas de capoeira e as homenagens para o herói negro nacional. A partir das 16h, na praça central Basiliano Sarmento, iniciam as apresentações dos grupos culturais locais: Coletivo Afro Caeté, União de MCs, Banda Afro Afoxé, Inaê, Grupo Arafunfun, Igbonan Rocha, Mel Nascimento, Janaína Martins, Afro Nação Dandara, Afro Mandela, além de Afro Contos Afro Cantos. Às 20h, terá o grande show da carioca Mart’nália: cantora, compositora, percussionista brasileira e atriz. Ela iniciou sua carreira aos 16 anos sendo backing vocal de seu pai, o sambista Martinho da Vila, junto com seus irmãos. Atualmente, possui doze álbuns na sua discografia. Confira o site oficial: http://martnalia.com.br/ (Crédito da foto: Divulgação)


Fonte: Coluna Axé – 367ª edição – Jornal Tribuna Independente (17 a 23/11/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

FMAC realiza roda de diálogos


A Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) promoverá, no dia 18 de novembro, uma RODA DE DIÁLOGOS, com o diplomata MIGUEL GUSTAVO DE PAIVA TORRES, às 20h, no Centro Cultural Arte Pajuçara, localizado na Avenida Dr. Antônio Gouveia, 1113, Pajuçara. 

O evento integra a programação do Saurê Palmares 2015, que em sua terceira edição celebra as tradições de matriz africana em Maceió, durante o Mês da Consciência Negra. O diplomata alagoano MIGUEL GUSTAVO DE PAIVA TORRES atuou em embaixadas de países africanos e ao longo de sua vida diplomática reuniu experiências que colaboram para a construção de uma memória da presença negra em Alagoas. 

Na conversa, vamos poder fazer conexões entre os saberes tradicionais das comunidades afro-alagoanas e as tradições vivenciadas pelo embaixador na África. 

A sua presença é muito importante para essa troca de experiências. Venha, participe! 

Fonte: Ascom/FMAC

Ineg promove palestra sobre Feminismo Negro e Afetividades


sábado, 14 de novembro de 2015

Uenal realiza X Seminário Negritude e Resistência

A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) realizará de 16 a 18 de novembro, em Arapiraca, o X Seminário Negritude e Resistência. Há 10 anos, a temática ganhou visibilidade na instituição por meio da atuação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), com a promoção de debates e intercâmbio de questões envolvendo as culturas de matriz africana no Brasil e em Alagoas. Mais informações: http://www.uneal.edu.br/ 



Maceió abre a programação do mês da Consciência Negra do herói nacional Zumbi dos Palmares






Memória, Consciência e Patrimônio de Resistência


Na quarta-feira (11), ocorreu a abertura do mês da Consciência Negra, com a Festa de Ijexá em Maceió. De forma inédita, a Fundação Cultural Palmares (FCP); gestores; artistas; fazedores da cultura e o movimento negro, definiram a programação, que consta de Seminários, palestras, rodas de conversa, lançamento de livro, oficinas de literatura, contação de história; teatro; break; feira de artesanatos, apresentações culturais. O objetivo é reverenciar a memória do líder e herói nacional Zumbi dos Palmares, debater ações para a revitalização do Parque Memorial da Serra da Barriga, o primeiro território de resistência cultural Afro-brasileira no País.

Além do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, participam o Governador de Alagoas, Renan Filho; a presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu; representante do Ministério do Turismo, da Universidade de Alagoas; o Prefeito de União dos Palmares, Eduardo Pedrosa; o Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura/MinC, Carlos Beyrodt Paiva Neto e Elida Miranda, representante Regional da Fundação Palmares no estado; artistas, fazedores da cultura negra, afro-brasileira, representantes das comunidades tradicionais de matriz africana, quilombolas e indígenas.

Homenagens ao líder e herói nacional Zumbi dos Palmares

A partir das 8h30 da sexta-feira (20), no Parque Memorial da Serra da Barriga, acontece a posse dos membros do Conselho Curador; coroação do Busto de Zumbi; reverência à ancestralidade de matriz africana; cortejo das Yabás e o lançamento da Campanha “Filhos do Brasil”, em defesa e garantia da liberdade religiosa e contra a intolerância, com a participação de artistas, personalidades públicas e lideranças de várias denominações religiosas, credos, ateus e agnósticos.

O Conselho Curador

O Ministro da Cultura nomeou os membros do Conselho Curador, que será presidido pela presidenta da Fundação Cultural Palmares, Cida Abreu, por um mandato de três anos; composto pelos representantes da cultura Afro-brasileira, Maria Stella de Azevedo Santos (Mãe Stella de Oxóssi); Ivo Fonseca Silva; Giane Vargas Escobar; Jeferson Rodrigues de Rezende; Nelson Inocêncio; Jorge Coutinho;; indígena, Welton Jhon Oliveira Suruir; do governo, Gabriel de Carvalho Sampaio, Emília Maria Ribeiro Curi e Rodrigo Ednilson de Jesus.

Programas e ações para comunidades quilombolas

Um protocolo de intensões com a Google Earth Solidário possibilitará o georreferenciamento das 2.607 comunidades tradicionais quilombolas certificadas pela Fundação Palmares. Possibilitando mapear e divulgar as manifestações culturais e de sustentabilidade. Esta parceria desenvolverá um aplicativo desenvolvimento de um aplicativo, onde o envolvimento da juventude com os quilombolas tradicionais, constituirá novos disseminadores da transmissão oral.

Potencializar o Turismo Cultural Étnico

As 9h da quarta-feira (18), uma visita guiada à Serra da Barriga, dá início ao Seminário “O Turismo Cultural Étnico sob a perspectiva da Economia da Cultura”, fruto de uma parceria entre a Fundação Cultural Palmares; o Governo do Estado de Alagoas, por meio da Secretaria Extraordinária do Desenvolvimento Econômico (Sedet), com o apoio do Ministério do Turismo.

O Seminário acontece durante todo dia, no auditório da secretaria de educação de União dos Palmares. O Programa Turismo Cultural Étnico, faz parte de uma das metas do Plano Nacional de Cultura, consiste no reconhecimento; na valorização; promoção e na difusão das artes e expressões culturais afro-brasileiras, urbana e de periferia; proteção das comunidades tradicionais quilombolas, de matriz africana e indígena; e o fomento para a economia da cultura e audiovisual. Um das metas será um estudo sobre possíveis intervenções junto ao Parque Nacional Serra da Barriga; ciar um Catálogo com Selo de Reconhecimento de Territórios como espaços de resistência e referência da cultura Afro-brasileira.

Capoeira Patrimônio Cultural e Imaterial brasileiro

Na quinta-feira (19), acontece o Encontro Preparatório para o Seminário Internacional da Capoeira; reunião e Posse do Grupo de Trabalho Ministerial da Capoeira. Com objetivo de deliberar sobre a elaboração do Plano de Ações para a Capoeira 2016/2019; organizar e realizar o Seminário Internacional da Capoeira, em 2016.

O GT é composto por representantes do sistema MinC; FCP; IPHAN; SE; SPC; SEFIC; SCDC e SEFAC; 15 integrantes de Conselhos Estaduais de Salvaguarda da Capoeira, (Amapá, Pará, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo); 01 integrante do CNPC; 01 integrante do Colegiado Setorial de Cultura Afro-brasileira; 03 integrantes indicados pelo IPHAN; 03 indicações do Gabinete do Ministro, além de 12 integrantes dos estados que não possuem Conselho Estadual de Salvaguarda, indicados pela FCP (Amazonas, Acre, Maranhão, Tocantins, Brasília, Sergipe, Rondônia, Pernambuco, Paraíba Goiás e São Paulo). O Seminário acontece durante todo dia, no auditório da secretaria de educação de União dos Palmares.

Juventude Negra e Cultura

A partir das 9h da quinta-feira (19), acontece a roda de conversa “Juventude e Cultura Afro-brasileira com forças de transformação”, com a participação de Valdice Gomes, presidenta do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Alagoas (Conepir); Atila Roque, Diretor Executivo da Anistia Internacional Brasil, especialista e militante do campo dos direitos humanos, justiça social e segurança pública, com ênfase nos temas raciais; Flávia Oliveira, colunista na Editoria Sociedade do jornal "O Globo" e comentarista do "Estúdio i", telejornal da "GloboNews"; Dudu de Morro Agudo, rapper, produtor cultural e empreendedor; Fávio Renegado e o deputado federal Paulão (PT), relator da CPI do extermínio da juventude negra e pobre. A atividade acontece no Colégio Fantástico, Rua Afra Pereira Lima, em Maceió.

Seminário Afro-Internacional

Dando continuidade no sábado (21), o Seminário Afro Internacional: O universo das palavras pretas, culturas e ancestralidade; casamento Quilombola em Santana do Mundaú; festa na Comunidade Quilombola em Poço do Sal, Pão de Açúcar; nos dias 27, 28 e 29, o Projeto Viva Zumbi dos Palmares e Mumbaça Cultural.

Valorizando artistas negros e grupos da cultura Afro-brasileira

Mais de 40 atrações, entre artistas e grupos locais, Airê Orum; Afoxé Ofá Omin; Grupo Ganga Zumba; Posse Atitude Periférica; Civilização Negra; Nação Palmares; Reggae Muquém; Coco de Roda Alto do Cruzeiro; Love Jah; Coletivo Maracatod@s; Povo de Exu; Maracatu Raízes da Tradição; Afro Dorá Aiyê; Tiago Correia; França do Reggae; Ilê Dandara; Capoeira Quilombo dos Palmares; Maracatu Baque Alagoano; Rogério Dias; Orquestra de Tambores; Raízes de Zumbi; Um Reino Chamado Muquém; Afro Gurgumba; Time da Quebra; Luana e 7 Flechas; Gustavo Gomes; Afro Zumbi; Coletivo Afro Caeté; União de Mc’s; Banda Afro Afoxé; Ara Fum-Fum; Zeza do Coco; Igbonan Rocha; Mel Nascimento; Janaína Martins; Coco de Roda Muquém; Samba de Coco Muquém; Dança Afro Muquém; Afro Nação Dandara; Afoxé Ofá Omin; Grupo Ganga Zumba; Posse Atitude Periférica; Civilização Negra; Nação Palmares; Vibrações; Os Crespos; Flávio Renegado e Mart´nália.


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Anajô realiza Xirê de Malung@s na sede da Coopvila

Durante o mês da consciência negra 2015, o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô realiza um importante momento de integração, formação e sensibilização por meio do Xirê de Malung@s (Roda/Encontro de Companheiros/as de Luta) sobre o tema Pertencimento Étnico.

Nesse sábado(14.11), a atividade acontecerá na sede da Cooperativa Dos Catadores Da Vila Emater na Vila Emater II em Jacarecica, sendo destinada para: catadores(as) de materiais recicláveis, jovens e moradores da comunidade que se constituiu há mais de 30 anos, ao lado do antigo lixão de Maceió (desativado em 2010.) 

Os parceiros são: Coopvila, Associação dos Moradores da Vila Emater II (Asmove) e o Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb).

O Anajô é uma organização não governamental sediada em Maceió(AL), fundada em 2005, e vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs).

Saiba mais: https://anajoalagoas.wordpress.com/



quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Coletivo AfroCaeté realiza domingo afrocultural

Nesse domingo(15.11) às 14h, o Coletivo AfroCaeté realizará um ensaio aberto para comemorar o mês da consciência negra em sua sede (Rua Barão de Jaraguá, 381, Jaraguá, Maceió). Também terá roda de capoeira (Grupo Abadá Capoeira), a apresentação dos batuqueiros mirins do Afro Afoxé, Afoxé Oju Omim Omorewá, Bloco Maracutaia e Segura o Coco. Entrada gratuita! 



terça-feira, 10 de novembro de 2015

Bandas afros alagoanas

Durante a década de 1990, elas eram uma sensação em Alagoas! Todo mundo queria participar, imitar e prestigiar as bandas afros inspiradas nos grupos afrobaianos.

Esses grupos se espalharam em vários bairros da capital alagoana: a pioneira foi a banda afro Mandela (Jatiúca), Zumbi (Jacintinho), Afoxé (Trapiche), Tambores do Trapiche (Trapiche), Timbatuque (Trapiche), Ilê Axé (Feitosa), Axé Zumbi (Vergel), Civilização Negra (Vergel), e ainda, foram criadas a banda Afrolozzi (Associação Pestalozzi de Maceió) e a banda afro Meninos da Praça, um projeto de inclusão social integrado ao Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Também foram promovidas várias oficinas de percussão, dança afro e expressão corporal em União dos Palmares, Viçosa e Pilar, que desencadearam a criação das bandas: Afro Revolução, Afro Dandara, Afro Zumba, Afro Gurgumba, dentre outras.

Todas, utilizaram as cores da identidade africana (preto, verde, vermelho e amarelo) nos instrumentos e para caracterizar seus figurinos; as canções destacavam a ancestralidade, a negritude, a beleza do nosso povo, história e riquezas culturais. 

O objetivo era cantar, dançar, batucar e espalhar o axé por onde passavam, seja nas festas particulares, shows ou até mesmo arrastões culturais que reuniam centenas de pessoas pelas ruas das periferias. Após a efervescência, boa parte dos grupos suspenderam suas apresentações ou concentraram suas ações no mês da consciência negra.

Há um ano, os tambores voltaram a entoar, os antigos percussionistas se reencontraram para relembrar a fase de ouro e como uma grande brincadeira retomaram os ensaios. A partir de setembro de 2015, as bandas afros Mandela, Zumbi e Afoxé protagonizaram o projeto Juntos & Misturados, um espaço de entretenimento e valorização da cultura alagoana.

Nesses encontros mensais realizados nos seus bairros de origem, puderam contar com a parceria do Centro de Estudos e Pesquisas Afro Alagoano Quilombo (CEPA Quilombo), boi Cobra Negra, grupo de capoeira Filhos de Angola, movimento hip hop, Zona Norte, Coletivo AfroCaeté e o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô/APNs. De acordo com os próprios organizadores, isso foi um fato inédito e ousado, já que no passado a rivalidade criativa impedia a integração e o principal objetivo era superar uma as outras.

No próximo ano, a proposta é fortalecer os grupos e participar das prévias carnavalescas e contribuir nos blocos afros, e quem sabe, as três estarão juntas novamente para celebrar a união, o pertencimento étnico e animar o movimento negro alagoano. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 366ª edição – Jornal Tribuna Independente (10 a 16/11/15) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com