sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Para ministro, igualdade racial deve ser política de Estado


Um ano depois de tomar posse em lugar da ex-ministra Matilde Ribeiro, exonerada no escândalo dos cartões corporativos, o deputado federal Edson Santos (PT-RJ), ministro chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, disse, em entrevista a Afropress, que sua gestão à frente da Seppir tem como objetivo "consolidar as políticas de promoção da igualdade racial como políticas de Estado".

Ele também disse que pretende deixar como marca de sua gestão, ao final do Governo Lula, as Delegacias do Negro em cada Estado com estrutura semelhante às Delegacias da Mulher, visando facilitar o registro de queixas por discriminação, o que atualmente fica na impunidade e no descaso”.

O ministro refutou críticas de ativistas para quem a atuação da Seppir estaria muito voltada voltada para o Rio, pelo fato dele ser parlamentar naquele Estado, numa inversão do que ocorria ao tempo da ex-ministra Matilde, quando a Secretaria era vista como "excessivamente" paulista. “Não é fato que tratemos de forma diferenciada nenhum Estado”, afirmou.

Segundo Santos, a na agenda parlamentar deste ano está a luta em defesa do Estatuto da Igualdade Racial, a defesa da Lei de cotas e o Feriado nacional de Zumbi dos Palmares – Dia da Consciência Negra. O ministro também destacou a realização da II Conferência Nacional de Promoção da igualdade Racial, marcada para a última semana de junho.

Na entrevista, por e-mail, o ministro que estava de viagem marcada para a Espanha, onde cumpre agenda oficial e só retorna durante o carnaval, afirmou que a e eleição de Barack Obama para a presidência dos EUA, “é positiva para todo o mundo em função do simbolismo que encerra, por dar visibilidade a questão racial e contribuir para o aumento da auto-estima dos negros". “Mas é preciso entender este fato histórico como o produto da luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos, que teve início em meados dos anos 50 do século passado. Obama não seria eleito caso não houvesse sido precedido por lideranças como Martin Luther King e Malcom X”, assinalou.

Veja, na íntegra, a entrevista do ministro Edson Santos, ao editor Dojival Vieira.

Afropress - Ministro, qual é o balanço do seu primeiro ano de gestão à frente da Seppir? Quais as dificuldades enfrentadas, os desafios, o que foi possível avançar?

Edson Santos - A Seppir tem avançado bastante na implementação das políticas de promoção da igualdade racial. Nas questões relativas à população negra nas áreas rurais, nas comunidades quilombolas, registro que o Programa Brasil Quilombola está a todo o vapor. Em 2008 instalamos diversos comitês gestores estaduais e muitos projetos foram apresentados. Fizemos, também, o primeiro edital de chamada públcia de projetos voltados para as comunidades quilombolas e investimos, por meio desta iniciativa, cerca de R$ 3 milhões.

O desafio na cidade também é grande já que é onde vive a maior parte da população negra, onde a juventude negra experimenta situação mais vulnerável e é atingida com muito mais intensidade no desemprego. Esta camada da população é a que tem maior dificuldade de acesso à educação e de se manter no ambiente escolar e acadêmico.


Afropress - Quais são as metas para este segundo ano de gestão e penúltimo do Governo Lula? O que é possível avançar, visando a consolidação de conquistas que o senhor considere importantes?

Santos - Na agenda parlamentar temos o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei de cotas e o Feriado nacional de Zumbi dos Palmares - Dia da Consciência Negra. Em junho teremos a II CONAPIR, Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. A CONAPIR acontecerá de 25 a 28 de junho, em Brasília, e será um momento muito especial em que Governo e sociedade debaterão as iniciativas e os desdobramentos até aqui e apontarão os rumos para o futuro.

Este será um momento fundamental para a consolidação das políticas de promoção da igualdade racial, antecedido pelas conferências estaduais e regionais que, certamente, movimentarão o país envolvendo toda a sociedade neste debate. Na área de Ações Afirmativas, devo destacar que em breve será lançado o Plano de Implementação da lei 10.639, um trabalho conjunto com o MEC, que trata da capacitação de professores que já estão em sala de aula, da formação de novos profissionais, de material didático, de envolvimento dos diversos conselhos... Teremos, em março, o lançamento de um Planseq - Plano de Qualificação Setorial - do Ministério do Trabalho para negros e negras que, neste piloto, atenderá 25 mil jovens.

Para o ano que vem pretendemos que sejam 100 mil os beneficiados. Lançaremos, ainda, o FAROL que é a primeira ação do PRONASCI com recorte racial. Isto sem falar na continuidade do Plano Brasil Quilombola. Em março teremos a aula inaugural do EducQ - Programa de Alfabetização - e finalizaremos a instalação dos comitês gestores.

Temos agenda social chegando em Marambaia, onde o cadastramento para o Luz para Todos e a construção do canal de dragagem necessário para a chegada da energia elétrica estão em andamento, entre outras ações. Em Alcântara, o primeiro semestre será marcado pela agenda social implementada por meio de inúmeras iniciativas de ministérios e do poder público local.


Afropress - A Seppir é vista hoje por setores do Movimento Negro como muito voltada para o Rio e menos para S. Paulo, como ocorreu quando da gestão da ministra Matilde. Como o senhor responde a essa crítica de setores que vêem a Seppir excessivamente carioca?

Santos - Não é fato que tratemos de forma diferenciada nenhum Estado. Procuramos trabalhar com equilíbrio e com enorme seriedade. Basta olhar a síntese de gestão Plano Brasil Quilombola ou as atividades promovidas e apoiadas pela Subsecretaria de Ações Afirmativas.


Afropress - Como é que o senhor está conduzindo a relação da Seppir - como Secretaria de Governo - na relação com o Movimento Negro e a sociedade civil?

Santos - Esta deve ser uma relação de parceria e respeito entendendo que os objetivos são os mesmo: promover a igualdade racial. É preciso, no entanto, ter claro o papel, as responsabilidades e limitações de cada um.


Afropress - O senhor esteve numa reunião do Conneb no Fórum Social Mundial. Qual é a avaliação que o senhor faz do CONNEB? A Seppir ajudou ou está ajudando a organização desse Congresso? Em caso positivo, como e com quanto?

Santos - Foi muito importante a realização do Congresso de Negras e Negros do Brasil (CONNEB) durante o Fórum Social Mundial, em Belém. Na reunião do CONNEB estavam presentes representantes de mais de 30 entidades do movimento negro. Fui questionado, principalmente, sobre os motivos da morosidade da titulação de terras das comunidades remanescentes de quilombos e tive oportunidade de reafirmar o compromisso do presidente com a titulação das terras e o atendimento das comunidades quilombolas pelos programas sociais do Governo Federal.

Falamos sobre as dificuldades que se apresentam para acelerar a regularização fundiária das áreas quilombolas, das ações de inconstitucionalidade contra as titulações apresentadas ao Supremo Tribunal Federal pelo partido Democratas, o recrudescimento da violência promovida no campo por latifundiários e a falta de quadros técnicos do Incra para a elaboração dos Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação.
A Seppir sempre apóia projetos e eventos desta grandeza, não necessariamente com recursos financeiros.


Afropress - O que representa a eleição de Barack Obama para os negros brasileiros?

Santos - A eleição de Barack Obama é positiva para todo o mundo em função do simbolismo que encerra, por dar visibilidade à questão racial e contribuir para o aumento da auto-estima dos negros. Mas é preciso entender este fato histórico como o produto da luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos, que teve início em meados dos anos 50 do século passado. Obama não seria eleito caso não houvesse sido precedido por lideranças como Martin Luther King e Malcom X.


Afropress - Como se podar dar uma relação mais estreita em torno de uma pauta dos negros brasileiros, óbviamente, via Governo Brasileiro, com o Governo norte-americano?

Santos - No âmbito da Seppir assinamos no ano passado um instrumento de parceria por meio do qual será possível promover troca de experiências especialmente no campo da Educação. Faremos intercâmbio de professores para aperfeiçoamento da formação, faremos intercâmbio de alunos de nível universitário...Agora é preciso dar um tempo para que o presidente Obama, concentrado na solução da crise, possa se apropriar de todas as questões.


Afropress - O senhor considera que como ministro chefe, mudou alguma coisa na relação da Seppir com os demais ministérios. Ou seja, a Seppir passou a ter mais importância na Esplanada?

Santos - Não posso afirmar isto. O que posso dizer é que o trabalho da equipe é intenso e, obviamente, os resultados surgem, não por obra exclusiva desta gestão. A construção deste órgão e das linhas mestras pela ex-Ministra Matilde e cada pessoa que por aqui passou é que nos trouxe até aqui.


Afropress - Como será a II Conferência Nacional da Igualdade Racial? Quando e qual é o Calendário de Assembléias Estaduais?

Santos - A II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, programada para acontecer entre os dias 25 e 28 de junho em Brasília, é um dos momentos mais importantes com a sociedade civil e os gestores regionais no sentido de definirmos as políticas públicas de igualdade racial. Até o dia 16 de fevereiro treze estados tinham marcado suas conferências, que devem acontecer entre abril e maio.


Afropress - O senhor anunciou recentemente a idéia de criar Delegacias do Negro em todos os Estados. Como será feito isso?

Santos - A estrutura será semelhante às delegacias da mulher, visando facilitar o registro de queixas por discriminação, o que atualmente fica na impunidade e no descaso.
A Constituição Federal de 1988 incorpora princípios da justiça social e do pluralismo buscando a garantia dos direito fundamentais. O desafio é também criar mecanismos que possam da melhor forma garantir o exercício da cidadania. Há falta de preparo dos policiais para registrar queixas por racismo nas delegacias convencionais. Em alguns casos, a vítima que vai à delegacia denunciar uma ofensa acaba sendo processada por calúnia. E mesmo nos casos em que a denúncia é corretamente registrada, raramente o processo resulta na condenação do agressor na Justiça. A impunidade é a regra.

As unidades deverão contar com profissionais das áreas da saúde, psicologia, sociologia, assistência social e antropologia, além das instâncias jurídicas e administrativas que formam o quadro de recursos humanos de uma Delegacia de Polícia, e poderão investigar ainda crimes contra integrantes de outras minorias étnicas, como ciganos, judeus e de intolerância religiosa.


Afropress - Qual a marca que o senhor pretende deixar da sua gestão?

Santos - Desejo que a SEPPIR seja fortalecida e que as políticas de promoção de igualdade racial seja consolidadas como políticas de Estado.


Fonte: Afropress (19.02.09)

Um novo olhar sobre o Carnaval da Bahia


Por: Ana Alakija


Pelo segundo ano consecutivo, a Agência Afro-Latina e Euro-Americana de Informação (ALAI) através do seu Programa de Intercâmbio de Informação, dá apoio a jornalistas de países africanos e da diáspora e a aqueles que desejem ver o Carnaval da Bahia com um olhar étnico. Através da sua agência online (www.alaionline.org), a ALAI fornece informação para a imprensa nacional e estrangeira sobre o Carnaval dos afoxes, blocos afro, de índio, de samba, percussão, reggae e outros.

Ano passado, a organização não governamental de comunicação realizou a sua primeira edição do programa de intercâmbio (2008), quando trouxe a Salvador jornalistas do Senegal, França, Estados Unidos e Nigéria, tendo o Carnaval como foco. Na oportunidade publicou uma edição especial da revista senegalesa Destin de l' Afrique, em parceria com a ONG Alliance Panafricaniste sobre o Carnaval da Bahia, como o mais belo e negro Carnaval do planeta.

Há 9 anos, a ONG criada por jornalistas baianos militantes e ativistas vem promovendo um novo olhar sobre a sociedade brasileira através de um jornalismo transversal e intra-culturalando, contribuindo para a visibilidade do movimento pela igualdade racial. Em 2000, no seu primeiro ano de funcionamento, a entidade deu apoio ao Guia Axé - primeiro guia virtual étnico da Bahia, que exibiu a programação de eventos e desfile dos blocos afro e fez uma exposição de fotografias, além de dar cobertura a outros eventos voltados para o segmento étnico, como a I Feira de Beleza Negra e Semana de Saúde, promovendo debates virtuais entre pofissionais.

Em novembro do ano passado, a ALAI realizou uma edição especial do programa de intercâmbio, convidando e dando apoio a jornalistas que vieram cobrir eventos de celebração da consciência negra. Os profissionais entrevistaram líderes de organizações negras e visitaram instituições governamentais, casas de cultura africanas sediadas em Salvador, templos religiosos afro-brasileiros, blocos afros e outros pontos de interesse histórico-cultural e produziram matérias para seus veículos de comunicação sobre o marco da luta dos movimentos sociais pela igualdade racial.

No Carnaval deste ano, a ALAI funcionou com a sua agência online (www.alaionline.org ) como fonte de informação para os jornalistas interessados no viés étnico da festa. Jornalistas vinculados a agência também atuaram espalhados na folia e na Sala de Imprensa do Carnaval da Prefeitura Municipal do Salvador e encontram-se disponíveis para auxiliá-los na pauta e cobertura dos eventos do segmento afro. Os contatos com a ALAI podem ser feitos através do e-mail alaionline@alionline.org e pelos celulares dos jornalistas vinculados a agência e disponíveis para atendê-los: 9944-4325 (Evanice Santos) 9131-6985 (Ana Alakija), 8179-0262 (Alexandra de Nicola) e (Marival Guedes).

Dando visibilidade ao invisível


A Agência Afro-Latina e Euro-Americana de Informação é uma Organização Não-governamental, criada em Salvador por jornalistas e outros profissionais de comunicação ativistas e militantes desde os anos 70, com o objetivo de promover o diálogo entre o povo afro-brasileiro e africanos na África e em suas diásporas.

Criada há quase uma década, em Salvador, para constituir uma mídia transversal e diferenciada, a ALAI busca um posicionamento crítico e contrário ao fluxo global da informação produzida pelas grandes agências de notícias. Inspirada na Inter Press Service - agência de notícias internacional, que surgiu como uma cooperativa de jornalistas na Itália com o propósito de fornecer notícias sobre o então chamado "terceiro mundo" aos veículos de imprensa do "primeiro mundo" e dos próprios países subdesenvolvidos, a ALAI tinha o propósito de alinhar-se às agências alternativas de notícias ALASEI (México) e PANA (na África). A iniciativa ficou no sonho, sem recursos ou organizações interessadas no funcionamento da agência.

Recentemente, seus associados uniram o know how das tecnologias à criatividade e transformaram a agência em uma mídia étnica virtual, como um canal experimental a serviço da diversidade; e investiram no intercâmbio entre profissionais de mídia de países africanos e afro-descendentes e ou interessados em diversidades étnicas, suas culturas e problemáticas.

Compreendendo a informação como princípio para a cidadania, a ALAI privilegia temas importantes para o crescimento e desenvolvimento de uma nação, estado, município, sociedade, como noção territorial, unidade, independência, direitos humanos, distribuição de renda, auto-gestão, meio ambiente, educação, liberdades individuais, liberdade religiosa, liberdade de expressão, diversidade e consciência étnica.

A agência tem ainda como missão lutar pela democratização da comunicação como um caminho para a construção de uma sociedade justa e equitativa, e defende que, para isso, é necessário considerar a existência da multiplicidade de culturas, etnias e falas.


Fonte: Divulgação

Milhares de pessoas passaram a noite comemorando o título do Salgueiro

Segundo diretoria da escola, 8 mil pessoas estiveram no local. Quadra da agremiação amanheceu bastante suja


Terminou por volta das 3h desta quinta-feira (26) a festa na quadra do Salgueiro, na Zona Norte do Rio, pela conquista do título de campeã do Grupo Especial. Depois da comemoração, que segundo a diretoria da escola reuniu 8 mil pessoas, a quadra amanheceu vazia e bastante suja.

Durante a madrugada, a festa continuou do lado de fora da quadra, na Rua Silva Teles, na Tijuca.

Na noite de quarta-feira (25), um caminhão com mais 3 mil caixas de cerveja chegou à quadra do Salgueiro para a comemoração. No total, foram 6 mil caixas de bebida. Este foi o nono título da vermelha e branca, que foi fundada em 1953 e não era campeã desde 1993. O intérprete da escola, Quinho, resumiu bem o sentimento generalizado: "É uma vitória incontestável e uma emoção inenarrável.

Renato Lage, carnavalesco do Salgueiro, também falou sobre a conquista do título. “A nossa idéia é fazer com que esse circulo não camufle os problemas para o ano que vem ganharmos o bicampeonato”, disse ele, que tem cinco títulos na carreira e lembrou da mulher, Márcia Lage, carnavalesca da Império Serrano. A escola ficou em último lugar no carnaval no grupo principal: "Estou vivendo dois extremos hoje: a alegria e a tristeza. Mas não foi ela que foi rebaixada. Ela fez o trabalho dela."


Chegada do troféu


A chegada do troféu à quadra por volta de 18h15 fez a festa ganhar novo ritmo. A presidente da escola, Regina Duran foi saudada pelos salgueirenses do alto do seu camarote, com o samba-enredo campeão. A rainha da bateria, Viviane Araújo, também esteve no local.

“Não foi à toa que saímos da Avenida aos gritos de ‘É campeã’. Procurei fazer o melhor e o Salgueiro mereceu.”

A CET-Rio informou que as Ruas Silva Teles e Agotinho Menezes, entre as ruas Maxwell e a Barão de Mesquita, ficaram fechadas para a comemoração da escola.


Pé-quente

Em sua estreia na Sapucaí, na ala da diretoria do Salgueiro, o ator Paulo Vilhena acompanhou o final da apuração direto da Apoteose. "Não estou nem acreditando. Agora quero desfilar todo ano. Uma vez na família, para sempre nela", disse ele, comemorando o título na quadra.

O também ator Eri Johnson era outro empolgado. "Tenho uma história com a escola. E a arquibancada gritando 'é campeão' foi muito emocionante", disse, que atribuiu a vitória à presidente da escola.


Mestre Marcão levemente insatisfeito

Levemente insatisfeito por não ter conseguido nota 10 de todos os jurados, mestre Marcão não escondeu a emoção ao dedicar a vitória da escola ao mestre Louro, que morreu em março de 2008.

“Tenho 44 anos na comunidade do Salgueiro e 23 na bateria. Foi o mestre Louro quem me deu esta oportunidade”, disse ele.Sobre a nota 9,8 que levou de um dos jurados, ele resumiu:“Ninguém ganhou os 40 pontos. Foi uma disputa equilibrada”, falou, se esquecendo da Viradouro, que recebeu quatro notas 10.


Apuração

A apuração terminou no final da tarde dequarta-feira (25). A escola somou 399 pontos, contra 398 pontos da Beija-Flor, que ficou em segundo, e 397,9 da Portela, a terceira colocada. A Império Serrano ficou na última colocação, com 390,7, e vai desfilar no grupo de Acesso A no ano que vem.


Desabafo da presidente

A escola, que em 2008 ficou com o vice-campeonato, foi a segunda agremiação a desfilar na noite de segunda-feira (23) na Sapucaí. Bastante emocionada, cercada por uma multidão, Regina Célia Duran, a presidente do Salgueiro, que chegou a passar mal durante a apuração, fez um desabafo emocionado na divulgação do resultado:

"É uma grande vitória. O Salgueiro precisava muito dessa vitória, principalmente a comunidade tijucana. O Salgueiro é uma família. Estamos todos muito felizes."

A vermelha-e-branca da Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio, conquistou o campeonato com o enredo "Tambor", sob o comando do carnavalesco Renato Lage. O desfile mostrou a importância do instrumento na história da humanidade.

Ao todo, desfilaram 36 alas, oito alegorias e 4.100 componentes. O carro abre-alas, chamado de “Tambores da academia”, tinha 15 tambores em branco-e-vermelho.



Vivi Araújo

Durante o desfile, a rainha de bateria da escola, Viviane Araújo, machucou o ombro, mas o incidente não prejudicou seu desempenho na Sapucaí. Ela saiu chorando do Sambódromo logo após o término do desfile. Antes de abandonar a avenida, deu um abraço na presidente da escola, Regina Duran.

O percussionista e compositor Carlinhos Brown, criador da Timbalada, desfilou em uma réplica do primeiro trio elétrico da Bahia. Ele foi um dos destaques ao lado de Angela Bismarchi e Sabrina Sato, além dos atores Paulinho Vilhena e Eri Johnson.

Depois de Ronaldinho e Gleice Simpatia, o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Daniel e Luana, fez bonito no Sambódromo.

"A Furiosa", como é conhecida a bateria do Salgueiro, fez de seus ritmistas verdadeiros ogãs, que são os responsáveis pelo batuque nas casas de umbanda e candomblé. Os músicos foram comandados por Mestre Marcão.

A escola desfilou com uma corte africana na Avenida, entre sacerdotes, rainhas e muitas divindades evocadas pelo som do batuque. O desfile do Salgueiro ganhou toques afro já na segunda alegoria, que mostrava onde o instrumento começou a ganhar ares religiosos.

As baianas e a velha-guarda - raízes por excelência do Salgueiro - desfilaram no setor africano, representando sociedades tribais do continente que davam vida ao som da batucada. Os orixás, cultuados também no Brasil, ganharam uma alegoria própria, em que o branco predominou.

Fonte: G1

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Músico Duke Ellington é o primeiro negro em uma moeda americana


O músico americano Duke Ellington, um dos grandes nomes da história do Jazz, terá sua figura estampada nas moedas de US$ 0,25, tornando-se o primeiro negro retratado sozinho no dinheiro dos Estados Unidos.

O diretor da Casa da Moeda dos Estados Unidos, Ed Moy, apresentou nesta terça-feira, em Washington, a nova moeda de US$ 0,25 dólar, em que o astro do jazz aparece ao lado de seu inseparável piano. Ellington "é o primeiro negro que aparece só e o segundo negro a aparecer em moeda circulante", informou a porta-voz da instituição, Carla Coolman.

"O primeiro negro em uma moeda circulante foi York, um escravo que apareceu em uma moeda do Missouri ao lado dos exploradores Lewis e Clark", disse Coolman.

"Assim como outros grandes americanos que tiveram sucesso no que fizeram com dedicação, Duke Ellington se destacou pelo talento, trabalho duro, paixão e perseverança", comentou Moy.

A moeda de US$ 0,25 (conhecida como "quarter" nos Estados Unidos) representará os cidadãos do Distrito de Columbia, que fizeram uma votação para definir quem estaria nela. Além disso, será colocada a frase "justiça para todos".

Na verdade, os cidadãos do Distrito queriam que fosse o termo "impostos sem representação", protestando porque o Distrito não tem um representante no Congresso com direito a voto.

Edward Kennedy Ellington nasceu em 29 de abril de 1899 na cidade de Washington. Ele viveu a época dourada do jazz, dividindo palco com outros grandes nomes como John Coltrane, Louis Armstrong e Ella Fitzgerald.

Na carreira, ele levou 13 prêmios Grammy e compôs mais de 3000 músicas, sendo algumas das mais famosas "It Don Mean a Thing if It Ain Got That Swing", "Sophisticated Lady", "Mood Indigo", "Solitude", "In a Mellotone" e "Satin Doll".

O músico recebeu prêmios como a Medalha da Liberdade, em 1969, das mãos do presidente Richard Nixon, e a Legião de Honra, mais alta distinção do governo francês. Ele morreu em 24 de maio de 1974 em Nova York, vítima de um câncer de pulmão e pneumonia.

Com informações da Folha

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Afrobelas no carnaval 2009

Confira as beldades afrobrasileiras que abrilhantaram as escolas de samba nos desfiles em São Paulo e Rio de Janeiro.






Fonte: UOL imagens

Beltrão pede ações para quilombolas alagoanos


Hoje existem 22 comunidades reconhecidas, que vivem em 16 municípios do Estado de Alagoas


O deputado federal Joaquim Beltrão (PMDB-AL) esteve com a gerente de Políticas para Comunidades Tradicionais, Ivonete Carvalho, solicitando a priorização de projetos para atendimento às comunidades quilombolas do Estado de Alagoas, que “estão vivendo sem as mínimas condições de dignidade humana e, por isso, necessitam da intervenção do governo federal, para que possam sair desta grave situação em que se encontram”, disse o parlamentar.

Joaquim Beltrão adiantou que as prefeituras dos municípios em que essas comunidades são reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, deverão apresentar um diagnóstico da real necessidade de cada uma. A partir daí, promover políticas públicas de promoção da igualdade racial desenvolvidas pelo Estado ou municípios com recursos federais.

Na oportunidade, ele ainda informou à gerente que também será dada oportunidade para que outras comunidades sejam reconhecidas oficialmente, para ter condições de participar do programa do governo federal, denominado “Brasil Quilombola”, uma ação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Hoje existem 22 comunidades reconhecidas, que vivem em 16 municípios do Estado de Alagoas, mas algumas não dispõem do básico para educação, saúde e infra-estrutura (água, esgoto, módulos sanitários). “Não há cidadania e nem dignidade humana nesses locais”, enfatizou Joaquim Beltrão.

Para minimizar esta situação, o deputado Joaquim Beltrão apresentou sugestões de ações para as diversas comunidades quilombolas do Estado situadas nos municípios de Arapiraca, Batalha, Cacimbinhas, Major Izidoro, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Poço das Trincheiras e Taquarana.


Pedido de Comunidade


Sabendo do trabalho que o deputado Joaquim Beltrão vem realizando junto ao governo federal, para conseguir recursos e viabilizar projetos, a Secretaria de Assistência Social de Palmeira dos Índio solicitou apoio para as 350 famílias quilombolas que formam a comunidade Tabacaria. A associação quer o apoio do parlamentar para que faça gestões junto ao Dnocs e a Funasa para providenciar a perfuração e instalação de um poço artesiano e um dessalinizador, para que a água seja consumida pela população.


Museu americano diz que estátua africana tem o poder de engravidar

Segundo empresa, 2 mil mulheres engravidaram após tocarem estátuas. Museu Ripley's 'Believe It or Not' vai expor as peças em Myrtle Beach



Do G1, em São Paulo, com informações da AP



O museu Ripley's "Believe It or Not" ("Acredite se Quiser") colocou em exposição em Myrtle Beach, no estado da Carolina do Sul (EUA), suas estátuas da fertilidade, que, segundo a empresa, têm o poder de "engravidar".

As estátuas de madeira de cerca de 1,5 m de altura foram compradas em 1993 na Costa do Marfim. Segundo o museu, após ficarem em exibição em sua sede em Orlando, na Flórida, 13 mulheres ficaram grávidas em alguns meses.

Segundo empresa, estátuas da fertilidade têm o poder de 'engravidar'. (Foto: Divulgação/Ripley)

Desde então, as estátuas foram mostradas em várias partes do mundo. Segundo a empresa, mais de 2 mil mulheres relataram que ficaram grávidas depois que tocaram nas estátuas.

O museu destacou que as jovens que querem engravidar podem tocar nas estátuas gratuitamente durante o horário comercial.O museu Ripley's Believe it or Not foi inspirado nas coleções do explorador americano Robert Ripley. Ele começou a colecionar bizarrices em 1918 e hoje seu acervo pode ser visto em 32 museus de todo o mundo.



Fonte: g1.globo.com/Noticias/PlanetaBizarro/0,,MUL990387-6091,00.html

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Desfile das escolas de samba - RJ (22 e 23/02)

As escolas de samba do Rio de Janeiro, grupo especial, buscam a cada ano a inovação. Foi nesse estado que surgiu a primeira escola do samba no país, com o passar dos anos a competitividade aumentou e muitos artifícios foram aplicados para abrilhantar a festa carnavalesca, dentre eles: luxuosidade, coreografias teatrais, alegorias modernas, toques diferenciados conduzidos pelas baterias, samba-enredos polêmicos e criativos, dentre outros. Os trabalhos serão apresentados nas noites de 22 e 23 de fevereiro (domingo e segunda-feira), na Marquês de Sapucaí, a partir das 22 horas. Confira!



PRIMEIRA NOITE: 22 de fevereiro (domingo)


1 - Império Serrano
Samba-Enredo: “A Lenda das Sereias e os Mistérios do Mar"

2 - Acadêmicos do Grande Rio
Samba-Enredo: “Voila, Caxias! Para sempre Liberté, Egalité, Fraternité, Merci beaucoup, Brésil! Não tem de quê”

3 - Unidos de Vila Isabel
Samba-Enredo: “Neste palco da folia, é minha Vila que anuncia: ‘Theatro Municipal – A centenária maravilha’”

4 - Mocidade Independente de Padre Miguel
Samba-Enredo: “A Mocidade apresenta: Clube Literário – Machado de Assis e Guimarães Rosa… Estrelas em poesia!”

5 - Beija-Flor de Nilópolis
Samba-Enredo: “No Chuveiro da Alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia!"

6 - Unidos da Tijuca
Samba-Enredo: “Tijuca 2009: Uma Odisséia sobre o Espaço”


SEGUNDA NOITE: 23 de fevereiro (segunda-feira)


1 - Porto da Pedra
Samba-Enredo: “Não me proibam criar, pois preciso curiar! Sou o país do futuro e tenho muito a inventar!”

2 - Acadêmicos do Salgueiro
Samba-Enredo: “Tambor”

3 - Imperatriz Leopoldinense
Samba-Enredo: “Imperatriz… só quer mostrar que faz samba também!"

4 - Portela
Samba-Enredo: “E por falar em Amor, onde anda você?”

5 - Estação Primeira de Mangueira
Samba-Enredo: “A Mangueira traz os Brasis do Brasil, mostrando a formação do povo brasileiro”
6 - Unidos do Viradouro
Samba-Enredo: “Vira Bahia, pura energia!”

Afoxé abre o carnaval em SP

Pelo 16º ano, o Afoxé Iyá Ominibu abriu o carnaval de São Paulo na sexta-feira (20.02)

Fonte: G1 / Foto: Renato Bueno

Salve, salve, majestade!

O gari José Petrúcio desfilou com Itha Rocha, 57 anos, madrinha dos garis no Anhembi (SP).

Fonte: G1 / Foto: Renato Bueno

'Filhinhos de Gandhy' garantem vida longa ao bloco afro


Lucas Santos Sousa, de 2 anos, veste o turbante e o abadá branco e azul dos Filhos de Gandhy desde o nascimento. "O pai dele é um agogô, espero que continue seguindo a tradição", torce a mãe do pequeno, Márcia Santos. O bloco afoxé completa 60 anos e é o grande homenageado deste carnaval na Bahia. Segundo a diretoria do grupo, cerca de 5 mil foliões devem acompanhar o desfile do bloco, marcado para às 16h deste domingo (22), no Pelourinho.


Fonte: G1 / Texto: Dolores Orosco / Foto: Eduardo Freire

Neguinho da Beija-Flor encara o câncer e se prepara para a Sapucaí

Luís Antonio Feliciano Marcondes, mais conhecido como Neguinho da Beija Flor, é o intérprete oficial da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis-RJ ... enfrenta as dificuldades com um largo sorriso


LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio


Um dos símbolos da vaidade de Neguinho da Beija-Flor era não falar de sua idade. Agora, ele conta até com orgulho: "59". "Para quem ia morrer, por que esconder a idade? Estou no lucro. Acabei com essa vaidade."

Em julho do ano passado, após ter tido um forte sangramento e ter ouvido do médico que estava com câncer, o atual mais conhecido intérprete de sambas-enredo do país -posto que herdou de Jamelão (1913-2008)- foi para a mesa de cirurgia e dela saiu sem 40 cm de intestino, afetados pelo tumor.

Uma semana depois da operação, já dava entrevistas falando de sua doença. "O público sabe dos meus discos, dos meus shows, das minhas viagens, do carro que eu tenho...Tem que saber das coisas ruins que estou passando também. Eu cresci no meio do câncer; vi quantos amigos eu tenho em todo o Brasil e até no exterior", diz.

Passou a receber enxurradas de mensagens de apoio, muitas delas vinculadas a religiões diversas. "Aceito tudo", avisa, ecumênico. A doença o ajudou a mudar prioridades: "Minhas preocupações eram viagens, shows, conta bancária. Meu lado espiritual estava esquecido. Eu não sabia nem rezar. Mas a necessidade faz o sapo pular".

Além das orações, Neguinho enfrenta o câncer com duas sessões de quimioterapia por mês. Já fez seis, perdeu todos os pelos, e até 17 de maio fará mais seis. A sétima será na próxima quinta, dez dias antes de ir à avenida Marquês de Sapucaí para ser, pelo 35º ano consecutivo (com 11 títulos), a voz principal da Beija-Flor de Nilópolis.


Um dos símbolos do Carnaval carioca, o cantor e compositor Neguinho da Beija Flor, 59, encara câncer e se prepara para a festa (foto: Rafael Andrade/Folha Imagem)


A médica que aplica a quimioterapia não aceitou interromper as sessões às vésperas do Carnaval, como ele sonhava. Mas, mesmo angustiado pela "queimação" que sente no corpo em razão das aplicações, ele diz que cantará durante os 80 minutos de desfile. "E vai sobrar, você vai ver. Estou tomando vacinas que me fortalecem, vou tomar muita vitamina até o dia D e vou conseguir".

E seu coração será posto à prova antes do desfile. Ainda na concentração, um juiz de paz e um padre o casarão com Elaine Reis, sua companheira há quatro anos e com quem tem um de seus cinco filhos -além de quatro netos. E minutos antes de dar o grito "olha a Beija-Flor aí, gente! Chora, cavaco!", que inventou em 1978, será homenageado por todos os puxadores de samba do Grupo Especial.

"A Beija-Flor me proporcionou tudo. Sem ela, eu não conheceria o mundo", diz ele, que recebe do presidente de honra da agremiação, o bicheiro Aniz Abrahão David, o Anísio, sem ter um salário formal.

Luís Antonio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes - seu nome completo desde 2008- faz planos: lançará seu 31º disco e o 2º DVD, "Nos Braços da Comunidade". Quer completar 60 anos tendo vencido a doença. "Câncer não é uma pneumoniazinha. É vai ou fica".

Prévias de Maceió é feita para a elite alagoana

"Temos um Carnaval segregador e elitista", diz antropólogo Bruno César Há quase uma década ele estuda o comportamento da sociedade alagoana no período da festa de Momo


Por: Roberto Amorim


O antropólogo e professor universitário Bruno César não hesita em chamar o Carnaval de Maceió de "segregador e elitista". Sabe o que está dizendo. Desde 2000 estuda como se comporta a sociedade alagoana no período da festa de Momo.

Na pesquisa, busca identificar quem, quando, onde e como se brinca o Carnaval por aqui. Suas constatações comprovam teoricamente o que já é possível perceber: transformar Maceió na capital das prévias esvazia os quatros dias de folia, além de colocar em último plano as manifestações populares de bairros, como os bois, as escolas de samba e os blocos tradicionais.

Ao Tudo na Hora, Bruno César explica como essa política é nociva para o autêntico Carnaval Popular. Abaixo os principais trechos da entrevista.


Como surgiu o interesse pelo estudo do Carnaval?

Comecei a me interessar pelo Carnaval como tema de pesquisa por volta de 1997. E fui levado a tanto pelas opiniões que passei a observar, na imprensa escrita daqui e de outras cidades, no período que antecede ao Carnaval.

Percebi que entrávamos, aqui em Maceió, numa inquietação comum a várias cidades da região historicamente sob a influência do modelo festivo do frevo. Havia um discurso maior, fustigado de apelo às raízes culturais, à busca de identidades culturais locais e, neste contexto, a querela sobre a "invasão baiana" caia como uma luva.


O que busca com a pesquisa?


Busco entender as mutações, no tempo, na forma como se dá essa festa de rua em Maceió; não apenas em termos de ritmos, por exemplo, mas, sobretudo, na morfologia festiva das ruas, na forma como ocupamos o espaço público e repercutimos isso na esfera pública. Algo do tipo: quem, quando, onde e como se brinca o Carnaval.


O que descobriu até agora?


Não temos sido capazes de criar uma atmosfera duradoura, um confusional dionisíaco que se estenda por todo um dia ou mais. É um Carnaval de pequenos drops festivos. A predominância das camisetas padronizadas também revela essa forma híbrida da festa, cujo gosto pela teatralização e alegorias é reduzido a pouquíssimos blocos e foliões. Principalmente, temos um Carnaval segregador: prévias para a classe média, e os desanimados e desprestigiados dias de momo para o povão.


Maceió ainda é pólo de resistência de Carnaval Popular?


Entre o sim e o não, fico com a segunda opção. É verdade que há uma demanda reprimida pelo Carnaval popular, mas o poder público e a iniciativa privada dão as costas para isso. Nem mesmo as cotas publicitárias são utilizadas para uma divulgação eficiente destas manifestações populares do período carnavalesco.

E boa parte da imprensa acompanha esta tendência elitista, pois quando se fala do sábado de prévias na cidade, por exemplo, quase sempre se esquece que após os blocos massivos temos o concurso de Bois de Carnaval.Eles (os Bois e seus brincantes) quase não são notificados (exceção à televisão que tem aí boas imagens) com a mesma ênfase porque seu público é outro. Portanto, há isso que você chama de resistência, mas existe um propósito de esquecê-la, por parte dos formadores de opinião e produtores culturais.


O que acha desse movimento em transformar a cidade na capital das Prévias?


Um horror. É como se estivessem a dizer que não nos animemos muito. É algo claramente voltado para o beneficiamento da cidade como destino turístico, e mesmo que custe a alegria do povo. Quando o atual prefeito começou sua primeira gestão, os Bois de Carnaval foram retirados da orla da Pajuçara, porque sua presença num domingo de Carnaval pareceu aviltante para o marketing de cidade morta para o Carnaval.

A presença das comunidades que os acompanham parecia ameaçar, literalmente, os turistas que vinham em busca de descanso. Somente este ano resolveram trazê-los de volta; mesmo assim antecipando o concurso para a semana anterior ao Carnaval propriamente.Nada tenho contra as prévias, mas o problema é que os empresários do setor querem maior investimento do poder público para este evento.

Ora, isso poderá significar um maior abandono do que já existe para com a semana carnavalesca. Enfim, a oficialização das prévias é um problema da iniciativa privada e da classe média, pois ambos sabem bem o que fazer no período momesco. Por ora, é uma proposição elitista, se observada do ponto de vista da maioria de nossa população. Afinal, Maceió é bem maior que a Ponta Verde, não?


Como estão os bois e os blocos de bairros hoje em dia?


Os Bois de Carnaval são o fenÿmeno mais importante da cultura popular festiva, e a maior novidade do Carnaval de Maceió. Somente a ignorância na gestão pública da cultura não vê a dimensão que alcançaram, o que é uma pena.Eles estão numa fase de grandes transformações estéticas (são neo-barrocos), estão em busca de um novo patamar. Há uma dinâmica incrível nesse ambiente dos Bois.

Em importância, eu compararia o advento dos atuais Bois de Carnaval à aparição do Guerreiro na virada dos anos 1920/1930.Os blocos tradicionais, à base de frevo, estão à míngua, e junto com as escolas de samba só se mantém por amor de seus diretores e adeptos fiéis. Nada de realmente importante, sistêmico e permanente foi posto em prática para que eles se viabilizem. A situação é realmente crítica.


Fonte: Tudo na Hora

Foliões dançam kuduro em Salvador


O cantor angolano Yuri da Cunha colocou os foliões do bloco Polimania para fazer os passos do kuduro neste sábado (21). Ao lado de um grupo de dançarinas, ele cantou as faixas de seu novo album, “Kuma Kwa Kié”, e até arriscou alguns hits desta temporada, como ‘Dalila’, de Ivete Sangalo.


Fonte: G1 / Texto: Dolores Orosco / Foto: Eduardo Freire

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Alagoas: Escolas de samba fazem últimos preparativos para desfilar na Avenida

Desfile terá início às 20h, na Avenida da Paz, amanhã (21)


As cinco agremiações que irão se apresentar no Desfile das Escolas de Samba de Maceió, no próximo dia 21, na Avenida da Paz, estão fazendo os últimos preparativos para a apresentação. Na manhã da última sexta-feira (13), representantes da Liga das Escolas se reuniram com o Coronel Luciano Silva, do Comando de Policiamento da Capital (CPC) para discutir sobre a segurança no evento.

“Está tudo quase pronto para o desfile. Estamos fazendo os últimos acertos, estamos vendo essa questão do policiamento, da estrutura para fazermos uma festa bem bonita, com muita animação e sem violência, como acontece todos os anos. O nosso desfile, além de tudo, tem muita tranquilidade e é acompanhado por muitas famílias”, colocou Nivaldo Santana, presidente da Liga das Escolas de Samba.

Esse ano, ao contrário do que aconteceu em 2008, haverá competição entre as agremiações. A apuração dos votos do jurado acontece na quinta-feira depois do Carnaval, dia 26, às 15 horas em local ainda a ser definido. A contagem deverá ser acompanhada por representantes da Secretaria Estadual de Cultura, Fundação Municipal de Ação Cultural, Secretaria Municipal de Turismo e da Liga das Escolas.

“O ano passado, sem apoio, a gente apenas desfilou, mas houve desmotivação. Muitas escolas pensavam que iam ter a verba e não receberam, o que causou prejuízo para alguns. Outro ponto foi o local do desfile, mas nada contra o bairro do Vergel, nem contra as pessoas, apenas não era o lugar ideal para o evento. Esse ano vai ser muito melhor e teremos estrutura de camarote e arquibancada. Estamos com apoio dos governos estadual e municipal”, colocou Santana.

As três primeiras colocadas no desfile serão agraciadas com prêmios que ainda estão sendo definidos. “Estamos correndo atrás”, garante Santana. Mesmo ainda com essa indefinição, o presidente da Liga disse que, como forma de estímulo, a escola campeã terá, para o próximo Carnaval, 15% a mais da verba que será destinada às agremiações. A segunda e a terceira colocadas receberão 10% e 5%, respectivamente.

Novidades

Segundo o presidente da Liga, as escolas levarão muitas novidades para a Avenida esse ano. Mas, tudo é segredo para não “estragar” a surpresa, diz ele. As cinco agremiações devem levar cerca de 2.500 pessoas ao desfile. Santana coloca que o clima, apesar de ser de disputa, terá tranqüilidade.

“A gente tem uma regra que é a seguinte: se alguém desfila bêbado, a escola é penalizada. Tudo é muito calmo, não temos briga. Em todos os anos, nunca foi registrada nenhuma ocorrência grave. Os integrantes das escolas vão apenas para brincar o Carnaval. Além do policiamento dos militares, nós também temos os seguranças da Liga, para garantir que tudo ocorra dentro da mais pura normalidade”, disse Santana.

Ordem de desfile das escolas
Girassol
Arco-Íris
13 de maio
Jangadeiros
Gaviões da Pajuçara


Desfile contará com cinco participantes na passarela


De acordo com as regras definidas pela Liga das Escolas de Samba, cada escola terá 50 minutos para percorrer o trajeto do Coreto em Jaraguá, até a curva do estacionamento, finalizando em frente ao prédio da Associação Comercial. O desfile começa às 20h, e a comissão julgadora será composta por profissionais ligados ao carnaval indicados pela Secult e pela Liga das Escolas.


Girassol

Com o enredo "Mãe natureza que beleza. Se bem cuidada vida é saúde com certeza", a escola Girassol abre o desfile. Os quase 450 componentes estão na briga pelo tricampeonato. A confiança vem da boa execução da bateria, com o mestre José Carlos, e, também, do conjunto e união em todos da escola.

Fundada em 23 de fevereiro de 1983, a Girassol tem sua sede no conjunto Joaquim Leão e é presidida por Ivan Nicácio. "Vamos entrar neste carnaval para defender nosso título. Após duas conquistas fantásticas não podemos enfraquecer. O público pode aguardar muitas surpresas na avenida", destaca Ivan.

Arco-Íris

Após a Girassol, a Arco-íris vai entrar na avenida com o enredo "Paulo Jacinto, uma história de glória". Com apenas um título em sua história, a agremiação buscou inspiração na cultura do município e, em especial, na riqueza do pastoril e do reisado. Também quer resgatar a memória de Paulo Jacinto Tenório, fazendeiro que fez a doação de terras para passagem da estrada de ferro, originando o município. Serão 400 componentes comandados pelo intérprete e presidente da escola Severino Ramos da Luz. "Não é fácil fazer carnaval de escola de samba. Estamos nesta luta e este ano será um momento muito especial. Seremos campeões", exalta Severino. Fundada em 15 de maio de 1989, a Arco-íris tem sede no Jacintinho.

13 de maio

A terceira escola a desfilar em Jaraguá vai ser a 13 de Maio, que tem o seu nome ligado a sua data de fundação, em 1972. O enredo - "Viagem de um sonhador sob o céu do paraíso da águas traz a exaltação às belezas naturais de Alagoas” - chega como forte concorrente e vai contar com a empolgação de mais de 550 componentes.

A agremiação, sediada também no Jacintinho, nunca conquistou um título de carnaval. "Ficamos várias vezes como vice e este ano vamos mudar esta história. O trabalho está sendo executado com muito carinho por todos e a animação é contagiante. Estamos ensaiando firme três vezes por semana para dar um verdadeiro show no dia do desfile", justificou o presidente da escola, Albérico Cavalcante.

Jangadeiros Alagoanos

Em seguida, a maior detentora de títulos da história dos carnavais maceioense — a Jangadeiros - desfila com o enredo "Coração, a máquina da humanidade, símbolo de amor e vida. Dr. Wanderley, a serviço do coração da gente". A homenagem ao cardiologista José Wanderley Neto, um dos mais respeitados profissionais da sua área dentro e fora do Estado e atual vice-governador de Alagoas é a aposta da escola para buscar outro troféu.

O presidente, Afrânio Almeida, destaca a grandeza da agremiação, que foi fundada em 26 de julho de 1972 e, desde então, obteve 11 vitórias e seis vice-campeonatos. Este ano, 600 componentes, com destaque para a passista Flora, participam do desfile comandados pelo intérprete Flávio de Souza e pelos mestres de bateria Robério e Roberto. “A homenagem ao “Dr. Wanderley” partiu de uma idéia do nosso intérprete Flávio, que está na escola desde os anos 70 e já foi paciente do vice-governador”, disse Afrânio Almeida.

Gaviões da Pajussara

Com o enredo "Delmiro Gouveia, o Mauá do Sertão", os mais de 600 componentes da escola Gaviões da Pajuçara encerram o desfile, colocando em evidência a vida e obra do cearense, de coração alagoano, que foi o pioneiro na eletrificação no Brasil.

"Delmiro Augusto da Cruz Gouveia foi o industrial brasileiro que fez a usina hidroelétrica da cachoeira do Angiquinho, em Paulo Afonso. É um grande nome para ser homenageado", destaca um dos diretores da escola, José Hilton.

Fundada em 12 de maio de 2000, a Gaviões é a mais nova entre as agremiações, mas já possui dois títulos em sua sala de troféus. Um dos grandes destaques da escola é o mestre Fuá, que comanda a bateria.

Fonte: Jornal Alagoas em Tempo (Edição 362 - 16 a 22 de fevereiro) / Agência Alagoas

Desfile das escolas de samba - SP (20 e 21/02)

As escolas de samba de São Paulo a cada ano vêm evoluindo e competindo de igual com o Rio de Janeiro, onde tudo foi iniciado. A rivalidade é intensa, mas a alegria é sempre a mesma, para quem vai ficar em casa eis um bom atrativo para a madrugada. Os trabalhos serão apresentados nas noites de 20 e 21 de fevereiro (sexta-feira e sábado), no Sambódromo, a partir das 21 horas. Confira!


PRIMEIRA NOITE: 20 de fevereiro (sexta-feira)

1-Unidos do Peruche
Samba-Enredo: "Do ventre da Terra à indomável cobiça do homem"

2- Rosas de Ouro
Samba-Enredo: "Bem-vindos à fábrica dos sonhos"

3- Unidos de Vila Maria
Samba-Enredo: "Da sobrevivência a luxúria, da ilusão a alucinação. Dinheiro, mito, história e realidade"

4- Tom Maior
Samba-Enredo: "Uma nova Angola se abre para o Mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!"

5- Mancha Verde
Samba-Enredo: "Pernambuco: uma nação cultural!"

6- X-9 Paulistana
Samba-Enredo: "Amazônia...conseguimos conquistar com o braço forte...do esplendor da Havea Brasiliensis à busca pela terra sem males"

7- Nenê de Vila Matilde
Samba-Enredo: "60 anos - coração guerreiro, a grande refazenda do samba"


SEGUNDA NOITE: 21 de fevereiro (sábado)

1- Leandro de Itaquera
Samba-Enredo: "Leandro de Itaquera faz a festa das periferias do Brasil para o Mundo. Salve, Salve nossa estrela Regina Casé!"

2- Pérola Negra
Samba-Enredo: "Guiado por Surya pelos caminhos da Índia em busca da Pérola sagrada"

3- Mocidade Alegre
Samba-Enredo: "Da chama da razão ao palco das emoções...sou a máquina, sou vida...sou coração pulsando forte na avenida !!"

4- Acadêmicos do Tucuruvi
Samba-Enredo: "Ouro Preto - O esplendor barroco de uma Vila Rica, relicário da Pátria, patrimônio da humanidade"

5- Gaviões da Fiel
Samba-Enredo: "O sonho comanda a vida, quando o homem sonha o mundo avança. - A fantástica velocidade da roda para evolução humana. É pura adrenalina!

6- Vai-Vai
Samba-Enredo: "Mens sana, in corpore sanun - O milênio da superação"

7- Império de Casa Verde
Samba-Enredo: "É festa, é feriado, é celebração. O Tigre comemora na avenida e exalta seu pavilhão. São 15 anos de paixão!"

FIPIR e diálogos com os Estados discute ações nas regiões

Vinte e seis gestores estaduais associados ao Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial (FIPIR) participaram em Brasília do II Diálogo com os Estados. A pauta do encontro foi a implementação de políticas públicas para a promoção da igualdade racial e o planejamento de ações para 2009.

Na mesa de abertura, o ministro Edson Santos destacou a importância dos estados não se manterem neutros em relação às desigualdades. Os subsecretários, gerentes de projetos e técnicos apresentaram as ações das subsecretarias nas áreas de saúde, trabalho, justiça, educação, habitação e acesso à terra. Os participantes tiveram a oportunidade de falar sobre as políticas implementadas nos estados e as formas de intensificá-las.

Na atividade foi discutida a realização da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CONAPIR) que será lançada no Palácio do Planalto em 12 de março, e realizada de 25 a 28 de junho, em Brasília. Na reunião os gestores estaduais informaram o estágio de organização das conferências estaduais e regionais. O subsecretário de Ações Afirmativas, Giovanni Harvey, enfatizou formas de fortalecer os organismos. Alexandro Reis, subsecretário de Comunidades Tradicionais, apresentou propostas de criação dos comitês gestores estaduais da Agenda Social Quilombola e reforçou sua importância para a implementação dos projetos nas regiões.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Carnaval de Salvador terá serviço para denúncias de racismo e violência

Salvador, cidade que sedia uma das maiores comemorações da data no Brasil, aproveita a oportunidade para promover a igualdade de raça e gênero entre a população. Para isso, o governo local vai disponibilizar aos foliões, pelo quarto ano consecutivo, o Observatório da Discriminação Racial e da Violência contra a Mulher.

O projeto, uma iniciativa implementada pela Secretaria Municipal de Reparação (SEMUR), da Prefeitura de Salvador, tem o objetivo de receber denúncias sobre atos de racismo ou de violência e, dessa forma, aumentar o acesso aos serviços disponíveis para a população da cidade.

“O enfrentamento da discriminação racial e da violência contra mulheres é um compromisso de toda a sociedade. Iniciativas como a do observatório ajudam a subsidiar e aperfeiçoar as políticas públicas nessas questões, daí a importância de se estender essa iniciativa para além do período de carnaval”, afirmou Fernanda Lopes, responsável pela área de direitos no UNFPA.

O observatório surgiu em 2005, a partir da constatação de que, no carnaval do ano anterior na capital baiana, das quase quatro mil vítimas de violência por causas externas (agressões físicas, armas brancas e de fogo), mais de 70% eram negras. Além de ser a maior cidade negra fora da África, Salvador é predominantemente feminina, com uma população de 52% de mulheres.

Para colocar o trabalho em prática, a Semur conta com parceria da Defensoria Pública da Bahia, da Fundação Cultural Palmares, da Secretaria de Estado de Promoção da Igualdade (SEPROMI) e do Fundo de População das Nações Unidas, UNFPA, entre outras instituições. Em 2009, como parte do projeto de cooperação entre o governo local e o UNFPA, foi incluído o tema “saúde sexual e reprodutiva e direitos” na capacitação dos profissionais que vão atuar durante o carnaval.

Serviço
Ao presenciar algum ato de racismo ou violência, denuncie pelo Disque 156 ou um dos postos do Observatório da Discriminação Racial e da Violência contra a Mulher, cuja sede fica no prédio da Secretaria Municipal de Reparação, Ladeira de São Bento, nº 74.

Fonte: CMA HIPHOP INFORMA

Escolas de samba

No carnaval, a riqueza afro encontra-se nos temas, na beleza das passistas, na qualidade do samba e na alegria do povo brasileiro!

Por: Helciane Angélica
Jornalista /Integrante da Cojira / Presidente do Anajô



A “Deixa Falar” foi a primeira escola de samba do Brasil, fundada em 18 de agosto de 1928, na cidade do Rio de Janeiro, estreou oficialmente no carnaval no ano seguinte. O termo “escola de samba” foi escolhido, porque na rua Estácio onde aconteciam os ensaios, havia uma Escola Normal, daí o nome.

Com o sucesso e a animação dos moradores da região, estimulou a criação de outras agremiações de samba; atualmente há escolas de samba em quase todos os estados brasileiros e em muitos países do mundo. Nas primeiras décadas, as escolas de samba não possuíam toda estrutura e organização como agora; eram organizadas de forma simples, com poucos integrantes e pequenos carros alegóricos. A competição entre elas não era o mais importante, mas sim a alegria e a diversão.

Ultimamente, a luxuosidade, criatividade e modernidade são ferramentas essenciais que enaltecem principalmente as representantes do Rio de Janeiro e São Paulo, que se preparam durante um ano inteiro e movimentam milhões para a economia carnavalesca, além de atrair turistas de várias partes do Brasil e do planeta.


Temática Afro


Nas noites 20 e 21 de fevereiro, no Sambódromo, desfilam ao todo 14 escolas de São Paulo; já no Rio de Janeiro são 12, que percorrerão a Marquês de Sapucaí, nas noites de 22 e 23. O samba-enredo é um dos quesitos utilizados no julgamento dos desfiles, deve retratar o enredo escolhido pela comissão de carnaval da escola.

Com temas variados, abordam histórias diferenciadas, exaltam personalidades e destacam fatos importantes no desenvolvimento da humanidade, aliando diversão com conhecimento e também sensualidade. Porém, têm alguns deste ano que merecem destaque na Coluna Axé*: "Uma nova Angola se abre para o Mundo! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade!" (Tom Maior-SP); “Tambor” (Acadêmicos do Salgueiro-RJ); “A Mangueira traz os Brasis do Brasil, mostrando a formação do povo brasileiro” (Estação Primeira de Mangueira-RJ); “Vira Bahia, pura energia!” (Unidos do Viradouro-RJ). Vale a pena conferir!


(*) As informações também foram divulgadas na Coluna Axé - jornal Tribuna Independente (17/02/2009).

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Quem são os quilombolas ?


Até a abolição, em 1888, havia desembarcado no Brasil cerca de 6 milhões de negros escravos. Eles vieram, principalmente, da região onde hoje ficam Angola, Congo e do Golfo de Benin, na África. Nunca se soube quantos fugiram para os quilombos nem quantos são seus descendentes. De acordo com a Comissão Pró-Índio de São Paulo, há 79 territórios de comunidades quilombolas titulados e 449 em processo de regularização.

Existem questionamentos sobre como identificar áreas realmente quilombolas e os descendentes de quilombos. A Constituição brasileira de 1988 garantiu o direito à terra dos quilombolas, em seu artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), no qual se diz que: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os respectivos títulos.”

Com este texto, surgiu um intenso debate para definir e estabelecer qual o conceito de quilombola. Afinal, quem eram os quilombolas ? Era necessário estabelecer, porque a eles cabia o direito à propriedade das terras.

No texto constitucional, utiliza-se o termo “remanescente de quilombo”. Na tentativa de orientar e auxiliar a aplicação do artigo 68 do ADCT da Constituição, a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) divulgou, em 1994, um documento elaborado pelo grupo de trabalho sobre comunidades negras rurais em que se define o termo “remanescente de quilombo”, como: “consistem em grupos que desenvolveram práticas de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de vida característicos num determinado lugar.”

A antropóloga Daniela Carolina Perutti explica que “comunidades remanescentes de quilombo” são grupos sociais cuja identidade étnica os distingue do restante da sociedade.

Ela define identidade étnica como “um processo de auto-identificação bastante dinâmico, que não se reduz a elementos materiais ou traços biológicos distintivos, como cor da pele, por exemplo”.

Segundo Daniela, “a identidade étnica é a base para a forma de organização dos grupos sociais”. Esta identidade é a soma de múltiplos fatores, que podem ser uma ancestralidade comum, formas de organização política e elementos lingüísticos e religiosos compartilhados.
Novas pesquisas históricas da época do Brasil escravocrata (1500-1888) também ajudaram a definir melhor quem são os quilombolas. Estes estudos mostraram que as comunidades de quilombo se formaram por diversos processos, entre eles as fugas com ocupação de terras livres e geralmente isoladas. Mas, muitos outros como heranças, doações, recebimentos de terras como pagamento de serviços prestados ao Estado, simples permanência nas terras que ocupavam e cultivavam no interior de grandes propriedades, bem como a compra de terras, tanto durante a vigência do sistema escravista quanto após sua abolição.

A partir destas pesquisas foi possível definir que a maior característica do quilombo era uma resistência ao sistema escravocrata e a autonomia. “O quilombo era um lugar de transição da condição de escravo para a de camponês livre”, define Daniela Perutti. Portanto, ampliou-se a conceituação de quilombolas, o que facilitou os processos de demarcação de terras.

Atualmente, a legislação adota o conceito de que a condição de quilombola é formada pela auto-identificação. Então, cabe aos descendentes dos habitantes do quilombo se organizarem e pedirem o seu direito à terra.

Este direito foi estabelecido, em 1988, pela Constituição, mas só passou a vigorar, em novembro de 1995, quando o governo federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) concedeu o primeiro título de propriedade a uma comunidade quilombola.

Fonte: Comotudofunciona

Secretaria de Assistência assina convênio que beneficia 1024 famílias


A secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Solange Jurema, assinou convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), nesta terça-feira (17), na área de educação alimentar e nutricional, e geração de trabalho e renda, que vai beneficiar 1024 famílias de quilombolas e indígenas residentes em 24municípios de Alagoas.

O contrato, que irá vigorar até o dia 30 de novembro de 2009, terá recursos orçados em pouco mais de R$ 340 mil. A verba será destinada pelo orçamento vigente do governo federal, sendo que o governo de Alagoas ficará com uma contrapartida de cerca de 10%. O principal objetivo é melhorar as condições de vida das comunidades quilombolas e indígenas do Estado.

Serão ministrados 64 cursos de capacitação, que serão coordenados por servidores da Diretoria de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades).

Solange Jurema avalia a assinatura do convênio como indispensável para a melhoria da qualidade de vida dos beneficiados. “Estamos oferecendo uma oportunidade de inserção produtiva a essas famílias que vivem à margem da sociedade. Elas poderão aproveitar da melhor forma, através das capacitações que irão receber, os recursos de que dispõem, inclusive, com a oportunidade de diversificar melhor a alimentação”, observa.

O diretor regional do Senai, Marben Montenegro, afirmou dispor de um grupo de técnicos capacitados para desenvolver o programa dos cursos e avaliou como oportunidade única de reciclagem para os capacitadores. “Eles vão ensinar e reverter isso como conhecimento para si mesmos; estamos felizes em poder cooperar com esse projeto, que é voltado para a melhoria da qualidade de vida da população de baixo poder aquisitivo”, considera.

As cidades serão contempladas com ações de educação alimentar e nutricionais, promoção de segurança alimentar, capacitação das famílias com cursos profissionalizantes, tendo a alimentação como eixo condutor das atividades, promoção de desenvolvimento sustentável das comunidades remanescentes dos quilombos e indígenas, além de outras prioridades.
Serão oferecidos 64 cursos, divididos em: 16 voltados para a alimentação alternativa, 14 para a fabricação de produtos lácteos, 14 para processamento de frutas, 8 para processamento de carnes, 8 para processamento de pescados e 4 para beneficiamento de inhame, macaxeira e batata doce. Esses cursos serão oferecidos de acordo com a vocação econômica de cada município.

Os recursos serão disponibilizados em quatro parcelas, sendo que a primeira, no valor de R$ 106,6 mil, será repassada no início das atividades, e as três restantes, no valor de R$ 66 mil, a cada 30 dias. As ações serão iniciadas daqui a 20 dias, depois que a Seades passar a relação dos participantes.

Fonte: Agência Alagoas

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Presidente da Fundação Palmares visita União - AL



O prefeito de União dos Palmares, Areski Freitas, o Kil, se reuniu sábado em seu gabinete na sede da prefeitura, com presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, além dos componentes do grupo gestor da Serra da Barriga, composto por entidades ligadas aos governos federal, estadual e municipal.

Na pauta do encontro, assuntos diversos, como a apresentação da prestação de contas dos recentes eventos ocorridos na Serra da Barriga com a Fundação Sônia Ivar - que será realizada em União com a presença da imprensa -, projetos para este ano em parceria da prefeitura e a fundação, bem como a construção da estrada asfáltica até o topo da serra.

Para o prefeito Kil, a parceria firmada com a Fundação Cultural Palmares é fruto do diálogo e da transparência de sua gestão. “Frutos que serão percebidos muito em breve pelo povo alagoano. Estamos desenvolvendo parcerias para que a Serra da Barriga e a memória de Zumbi dos Palmares sejam levadas para os quatros cantos do mundo, bem como para que nossa cidade esteja pronta a receber quem nos visita em busca desta memória”, afirma Kil.

O presidente da fundação, Zulu Araújo, destacou o empenho do prefeito na execução de políticas voltadas para o engrandecimento da cultura negra. “O município de União dos Palmares é hoje o nosso maior parceiro na questão da Serra da Barriga e o prefeito Kil tem se destacado com sua seriedade e seu poder de articulação para que as políticas para palmares sejam efetivadas com sucesso”, destaca Zulu.

Um dos projetos definidos pela parceria será a tematização de toda a cidade com a construção de uma estátua e outros empreendimentos que lembrarão a Serra da Barriga e seus personagens. Participaram ainda do encontro o secretário de Infra-Estrutura do município, Paulo Sérgio, o professor Zezito Araújo, da Ufal e Neide Mitomari, representando a Secretaria Municipal de Turismo.

Com informações da Secom/PMUP

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Ora direis: Um negro presidente do Brasil?! Me sinto em condição de saber administrar ou governar"


Com discrição, o senador Paulo Paim (PT-RS) liberou entidades de aposentados e negros a iniciar uma cruzada nos Estados e na internet para disseminar a possibilidade de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2010.

-Para mim, é uma alegria. Me vejo em um bom momento da política – afirmou o petista.

O parlamentar conversou por telefone com Zero Hora por 30 minutos sobre o movimento favorável ao seu nome para a Presidência. A seguir, a síntese da entrevista:


Zero Hora – O senhor quer disputar a vaga de candidato do PT à Presidência?
Paulo Paim – Não é questão de querer ou não. Todo homem público, naturalmente, vê com satisfação o seu nome levantado para candidato ao maior cargo do país. Quem não ficaria feliz com isso? Se dissesse o contrário, estaria mentindo. Nem por isso tenho de sair por aí fazendo campanha.

ZH – Supondo que o seu nome ganhe força nos Estados e na internet, o senhor aceitaria postular a candidatura?
Paim – Eles (movimentos sociais) dizem que farão toda a mobilização e virão me procurar para demonstrar a viabilidade da candidatura. Daí, analisarei o quadro.

ZH – Simpatizantes dizem que o senhor estimulou a campanha.
Paim – A base social não depende da tua vontade. Ela se articula e aponta caminhos com os quais aquele que estiver na frente concorda ou não. O movimento surgiu de lá para cá. Em nenhum momento pensei em ser candidato à Presidência. Preparei a minha reeleição ao Senado. Essa base social mostra que quer me impulsionar para um cargo majoritário. Não vou frustar o direito de eles fazerem esse debate, que pode impulsionar o meu nome ou outros.

ZH – Entidades como a Unegro e o Movimento de Consciência Negra Palmares afirmam que o senhor quer que se faça a campanha. Há até uma comunidade oficial no Orkut chamada Paim presidente.
Paim – Isso é improcedente. No Orkut, há diversas iniciativas de "Paim presidente" pelo meu trabalho na Câmara e no Senado. Tu achas que eu teria capacidade, como um senador sem um centavo, de articular tudo isso de forma gigantesca? Só se fosse mágico e tivesse varinha mágica. Imagina se vou criar comunidade. Ninguém discutiu isso comigo.
ZH – O senhor acredita que é possível ser o primeiro negro presidente do Brasil?
Paim – Acredito que um dia o Brasil poderá ter um presidente negro e uma mulher. Quem acreditava que nos Estados Unidos, onde o preconceito racial é forte, seria eleito um negro com esse charme, força e competência? Se na maior potência do planeta aconteceu, por que não pode ocorrer no Brasil? Mas não sei quem será esse presidente negro.

ZH – Esse presidente negro pode ser o senhor?
Paim – Sou o único senador negro. O pessoal faz alguma vinculação porque Obama era senador e também era ligado aos direitos humanos. O processo de construção vai apontar o caminho. Mas pode ser Paulo, Pedro ou João.

ZH – O senhor se considera o Obama brasileiro, como dizem seus apoiadores?
Paim – Me considero Paulo Renato Paim, gaúcho, nascido em Caxias do Sul. Tenho carinho e respeito por Obama. Mas ninguém deve ou pode querer ser cópia de outro.

ZH – Por que o movimento ocorre sem o conhecimento da cúpula do PT?
Paim– Existe uma indicação do partido, não-oficial ainda, que respeito muito (Dilma Rousseff). Eu mesmo tenho advogado publicamente o nome da Dilma. Os movimentos sociais e outros setores estão preocupados com esse debate. Eles entendem talvez que outros nomes devem ser levantados.

ZH – O senhor pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Paim – Esse movimento está tomando mais corpo neste momento. Esperarei para ver até aonde vai. Até março ou abril, haverá um quadro melhor. Se esse movimento tiver força em nível nacional, é natural dialogar com os líderes do PT. Se provocado, tenho obrigação de dialogar com os partidos aliados. Defendo uma política de alianças ampla.

ZH – O senhor conversou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT?
Paim – Não. Todas as vezes que estive no palanque sempre foi elogiando ou defendendo o nome dela.

ZH – Se necessário, o senhor estaria disposto a disputar uma prévia com a ministra?
Paim – Não disputaria prévia. Sou contra prévia. A sociedade organizada por si só deve apontar o caminho de quem deva ser o candidato, fruto da política de aliança do PT.

ZH – O seu objetivo é ganhar visibilidade e se cacifar como candidato ao Palácio Piratini?
Paim – Não trabalho com essa hipótese. Eu preparei com muito carinho a minha reeleição para o Senado.

ZH – O senhor está preparado para governar?
Paim – Depois de tantos anos na vida pública, me sinto em condição de saber administrar ou governar de forma coletiva.

Fonte: Zero Hora / Foto: fotoblognew

O grande desafio do negro brasileiro é gostar de si mesmo

Arísia Barros (*)

O Brasil é hoje um país habitado por 90 milhões de negros e pardos. Esse enorme quantitativo populacional está totalmente ausente das estruturas dos poderes político, acadêmico e corporativo. Noventa milhões, de negros e pardos que somam duas Áfricas do Sul. Chegamos a maioridade populacional mas ainda enfrentamos a invisibilidade dos direitos constitucionais.Ainda não somos nação!

Segundo Jacques D'Adesky (2001), "negro é qualquer pessoa de origem ou ascendência africana suscetível de ser discriminada por não corresponder, parcial ou totalmente, aos padrões estéticos ocidentais e cuja projeção social de uma imagem inferior ou depreciada representa a negação do reconhecimento igualitário, fonte de uma exclusão e de uma opressão fundamentadas na dupla negação dos valores da identidade grupal e das heranças cultural e histórica".

O racismo não tem limites, tem passe livre nos espaços sociais e aí se reinventa. É feito camaleão, transforma-se em algo palatável: negro é excluído porque é pobre! A opressão racista,feito camaleão, é executada diretamente por meios psicológicos, econômicos , tecnocráticos e tantos e muitos modos de exclusão.

O racismo reinventado no Brasil alimenta nos negros a identidade da renúncia, o sentimento da autonegação político-identitária.

Não é fácil ver-se negro no Brasil!

Imagem social é algo que se constrói lenta e gradativamente e é nos círculos sociais que os introspectos territórios da auto-imagem vão sendo montados. Territórios de construção: eu, você e o grande espelho social, criado uma dinâmica de apossamento identitário.

Tia por que dói tanto ser negro?!? Indaga o menino da escola perdido em definições shakespearianas: Ser ou não ser, eis a questão!

As cicatrizes abertas pelo racismo povoam memórias de registro e registros de memória de tantos e muitos que hoje se evadem pela crioulização, pardismo,mulatismo e morenismo brasileiro, como um análogo "esquecimento" do pertencimento social. Nos tempos obamiano, ainda é muito difícil "aceitar" a predominante ascendência africana em terras brasileiras!

O que você vai ser quando crescer? Perguntam ao menino e ele: branco! (estupor da platéia!)

O menino negro quer manter-se longe de si mesmo, do que representa ser negro na intolerante hipocrisia social que minimiza o racismo, empurrando a adoção de políticas públicas comprometidas com o desmanche das desigualdades sociais que ferem sobremaneira a população negra para baixo do tapete dos contemporâneos navios negreiros.

O grande desafio do negro brasileiro é descobrir e assumir a sua identidade, tornar-se coletivo e apreender o conceito da luta por direitos iguais. Lutar por direitos é afirmação consensual da auto-estima identitária.

Ora, como seria importante se aprendêssemos a ser iguais e respeitássemos as muitas nossas e outras diferenças!
(*) Co-autora da Lei Estadual nº 6.814/07. Consultora para aplicabilidade das políticas educacionais para uma pedagogia anti-racista: Lei Estadual nº 6.814/07 e Lei Federal nº 10.639/03. Coordenadora do Projeto Raízes de África (ONG Maria Mariá), Professora, Redatora Publicitária e autora do livro: A Pequena África chamada Alagoas.

Timóteo quer acabar com Feriado municipal em S. Paulo


O 20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra -, declarado feriado em S. Paulo por lei municipal, pode acabar caso a Câmara Municipal aprove o Projeto de Lei 23/09, de autoria do vereador negro Agnaldo Timóteo, que propõe a antecipação da data para o primeiro domingo de outubro.

O projeto ainda não tem previsão de quando será votado, porém, já foi encaminhado às Comissões da Câmara, em especial, a Comissão de Justiça e Redação, que analisará aspectos ligados à constitucionalidade da proposta.

Desde 2.004, graças a Lei municipal 13.707, o 20 de Novembro – que lembra a morte do líder negro Zumbi dos Palmares - é feriado e tem sido marcado por manifestações políticas promovidas por entidades negras na Avenida Paulista. Em 2006, quando a Parada Negra de S. Paulo e a Marcha da Consciência Negra, aconteceram de forma unitária, cerca de 20 mil pessoas tomaram as ruas – desde a Avenida Paulista até o Parque do Ibirapuera - para reivindicar o fim do racismo e políticas públicas para a população negra.

O projeto do vereador teria sido sugerido por empresários ligados ao comércio descontentes com o feriado e que alegam estarem sendo prejudicados, em especial, quando o 20 cai no meio da semana como aconteceu nos últimos dois anos. Na justificativa, no entanto, Timóteo disfarça.

"O objetivo da propositura é despertar nos meus irmãos étnicos uma maior noção de respeitabilidade e solidariedade com a própria raça, fazendo-os ver a importância de nos apoiarmos em todas as circunstâncias, principalmente nas atividades políticas, e para que todos nós negros, tenhamos consciência do que significamos, representamos e podemos", afirma.

Timóteo conclui a proposta dizendo que "não somente Zumbi dos Palmares deve ser homenageado, mas também outros expoentes da raça negra como Aluísio Azevedo, Chica da Silva, Chiquinha Gonzaga, Ataulfo Alves, Orlando Silva,Cartola, Clementina de Jesus, entre outros".


Parecer do procurador


Recentemente, o procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza, deu parecer favorável ao fim do feriado de 20 de novembro declarado pelo Estado do Rio, alegando que o Estado não tem competência constitucional para legislar sobre matéria de trabalho. A proposta de Ação Declaratória Inconstitucional está sendo movida pela Confederação Nacional do Comércio e deve ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda este ano.

Em S. Paulo, segundo analistas que acompanham os bastidores da Câmara Municipal, as chances da proposta Agnaldo Timóteo ser aprovada pela maioria dos vereadores são reais, em especial, por conta do interesse dos empresários ligados ao comércio.


Fonte: Afropress / Foto: G1

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Bloco afoxé contagia foliões em Jaraguá


Na noite de ontem, 13, o frevo tradicional das prèvias carnavalescas deu lugar à percussão e a avenida foi tomada pelo bloco “Afoxé Odô Iyá”, que trouxe aos incansáveis foliões um pouco da diversidade cultural africana.

À medida que o bloco avançava, pipocas - para tirar o mal olhado - eram jogadas nos espectadores, que dançavam os ritmos afro. Em seu quinto ano de existência, o “Afoxé” arrastou centenas de simpatizantes do candomblé e de outras religiões, rompendo com o preconceito e espalhando alegria por onde passava.

Com informações da Gazetaweb

Ministro da Igualdade Racial reafirma compromisso de construção do acesso à Serra da Barriga


O ministro da Secretaria Especial de Políticas da Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, Edson Santos, reafirmou o compromisso do governo federal de construir a estrada de acesso à Serra da Barriga, em União dos Palmares.

A informação foi dada à secretária da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda, nesta sexta-feira (13), em Brasília, durante o evento II Diálogo com os Estados, realizado pelo Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial com o propósito de debater a implementação de políticas públicas.

”A Serra da Barriga tem uma grande importância para o desenvolvimento da região e em épocas de chuva o local se torna inacessível aos veículos. Esse compromisso nos deixa feliz e deixa a esperança de que nas comemorações de 20 de novembro deste ano teremos facilidade de chegar à serra”, ressaltou a secretária.

Wedna Miranda sugeriu ao ministro que a próxima reunião de gestores estaduais de promoção da igualdade racial de todo país seja realizada na Serra da Barriga, momento que serviria também para apresentar o local para as autoridades.

A realização da II Conferência Nacional da Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que acontecerá de 25 a 28 de junho, em Brasília, assim como as conferências regionais e estaduais também foi pauta do encontro, em Brasília, que ainda reuniu gerentes de projetos e técnicos das áreas de saúde, trabalho, justiça, educação, habitação e acesso a terra.

Com o tema central "Avanços e Desafios Étnico-Social", a Conferência Estadual será realizada no dia 21 de maio e será coordenada pela Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, com o objetivo de estabelecer diretrizes para a elaboração do Plano Estadual e avaliar a implementação do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, incluindo princípios e diretrizes aprovados na I Conferência Estadual e Nacional de Promoção, que aconteceu em Alagoas em fevereiro de 2005.

Antes da estadual, as conferências regionais irão acontecer em Delmiro Gouveia, no dia 16 de abril; em União dos Palmares, dia 23 de abril; Arapiraca, dia 30 de abril; e Maceió, dia 7 de maio.

Fonte: Agencia Alagoas