sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Milhares de pessoas passaram a noite comemorando o título do Salgueiro

Segundo diretoria da escola, 8 mil pessoas estiveram no local. Quadra da agremiação amanheceu bastante suja


Terminou por volta das 3h desta quinta-feira (26) a festa na quadra do Salgueiro, na Zona Norte do Rio, pela conquista do título de campeã do Grupo Especial. Depois da comemoração, que segundo a diretoria da escola reuniu 8 mil pessoas, a quadra amanheceu vazia e bastante suja.

Durante a madrugada, a festa continuou do lado de fora da quadra, na Rua Silva Teles, na Tijuca.

Na noite de quarta-feira (25), um caminhão com mais 3 mil caixas de cerveja chegou à quadra do Salgueiro para a comemoração. No total, foram 6 mil caixas de bebida. Este foi o nono título da vermelha e branca, que foi fundada em 1953 e não era campeã desde 1993. O intérprete da escola, Quinho, resumiu bem o sentimento generalizado: "É uma vitória incontestável e uma emoção inenarrável.

Renato Lage, carnavalesco do Salgueiro, também falou sobre a conquista do título. “A nossa idéia é fazer com que esse circulo não camufle os problemas para o ano que vem ganharmos o bicampeonato”, disse ele, que tem cinco títulos na carreira e lembrou da mulher, Márcia Lage, carnavalesca da Império Serrano. A escola ficou em último lugar no carnaval no grupo principal: "Estou vivendo dois extremos hoje: a alegria e a tristeza. Mas não foi ela que foi rebaixada. Ela fez o trabalho dela."


Chegada do troféu


A chegada do troféu à quadra por volta de 18h15 fez a festa ganhar novo ritmo. A presidente da escola, Regina Duran foi saudada pelos salgueirenses do alto do seu camarote, com o samba-enredo campeão. A rainha da bateria, Viviane Araújo, também esteve no local.

“Não foi à toa que saímos da Avenida aos gritos de ‘É campeã’. Procurei fazer o melhor e o Salgueiro mereceu.”

A CET-Rio informou que as Ruas Silva Teles e Agotinho Menezes, entre as ruas Maxwell e a Barão de Mesquita, ficaram fechadas para a comemoração da escola.


Pé-quente

Em sua estreia na Sapucaí, na ala da diretoria do Salgueiro, o ator Paulo Vilhena acompanhou o final da apuração direto da Apoteose. "Não estou nem acreditando. Agora quero desfilar todo ano. Uma vez na família, para sempre nela", disse ele, comemorando o título na quadra.

O também ator Eri Johnson era outro empolgado. "Tenho uma história com a escola. E a arquibancada gritando 'é campeão' foi muito emocionante", disse, que atribuiu a vitória à presidente da escola.


Mestre Marcão levemente insatisfeito

Levemente insatisfeito por não ter conseguido nota 10 de todos os jurados, mestre Marcão não escondeu a emoção ao dedicar a vitória da escola ao mestre Louro, que morreu em março de 2008.

“Tenho 44 anos na comunidade do Salgueiro e 23 na bateria. Foi o mestre Louro quem me deu esta oportunidade”, disse ele.Sobre a nota 9,8 que levou de um dos jurados, ele resumiu:“Ninguém ganhou os 40 pontos. Foi uma disputa equilibrada”, falou, se esquecendo da Viradouro, que recebeu quatro notas 10.


Apuração

A apuração terminou no final da tarde dequarta-feira (25). A escola somou 399 pontos, contra 398 pontos da Beija-Flor, que ficou em segundo, e 397,9 da Portela, a terceira colocada. A Império Serrano ficou na última colocação, com 390,7, e vai desfilar no grupo de Acesso A no ano que vem.


Desabafo da presidente

A escola, que em 2008 ficou com o vice-campeonato, foi a segunda agremiação a desfilar na noite de segunda-feira (23) na Sapucaí. Bastante emocionada, cercada por uma multidão, Regina Célia Duran, a presidente do Salgueiro, que chegou a passar mal durante a apuração, fez um desabafo emocionado na divulgação do resultado:

"É uma grande vitória. O Salgueiro precisava muito dessa vitória, principalmente a comunidade tijucana. O Salgueiro é uma família. Estamos todos muito felizes."

A vermelha-e-branca da Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio, conquistou o campeonato com o enredo "Tambor", sob o comando do carnavalesco Renato Lage. O desfile mostrou a importância do instrumento na história da humanidade.

Ao todo, desfilaram 36 alas, oito alegorias e 4.100 componentes. O carro abre-alas, chamado de “Tambores da academia”, tinha 15 tambores em branco-e-vermelho.



Vivi Araújo

Durante o desfile, a rainha de bateria da escola, Viviane Araújo, machucou o ombro, mas o incidente não prejudicou seu desempenho na Sapucaí. Ela saiu chorando do Sambódromo logo após o término do desfile. Antes de abandonar a avenida, deu um abraço na presidente da escola, Regina Duran.

O percussionista e compositor Carlinhos Brown, criador da Timbalada, desfilou em uma réplica do primeiro trio elétrico da Bahia. Ele foi um dos destaques ao lado de Angela Bismarchi e Sabrina Sato, além dos atores Paulinho Vilhena e Eri Johnson.

Depois de Ronaldinho e Gleice Simpatia, o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Daniel e Luana, fez bonito no Sambódromo.

"A Furiosa", como é conhecida a bateria do Salgueiro, fez de seus ritmistas verdadeiros ogãs, que são os responsáveis pelo batuque nas casas de umbanda e candomblé. Os músicos foram comandados por Mestre Marcão.

A escola desfilou com uma corte africana na Avenida, entre sacerdotes, rainhas e muitas divindades evocadas pelo som do batuque. O desfile do Salgueiro ganhou toques afro já na segunda alegoria, que mostrava onde o instrumento começou a ganhar ares religiosos.

As baianas e a velha-guarda - raízes por excelência do Salgueiro - desfilaram no setor africano, representando sociedades tribais do continente que davam vida ao som da batucada. Os orixás, cultuados também no Brasil, ganharam uma alegoria própria, em que o branco predominou.

Fonte: G1

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