sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Após cotas, número de negros na UnB é cinco vezes maior

ANGELA PINHOJOHANNA NUBLAT
da Folha de S.Paulo, em Brasília


Quando Angelo Roger de França Cruz, 26, entrou no curso de serviço social da UnB (Universidade de Brasília) em 2004, havia cerca de 400 negros na universidade, a primeira federal do país a adotar o sistema de cotas raciais.

Hoje, a um mês de se formar, Cruz tem como colegas outros 2.049 negros. No ano da formatura das primeiras turmas de cotistas, o número de negros na UnB é cinco vezes maior do que antes da adoção das cotas.

A Folha conversou com sete alunos que entraram pelo primeiro vestibular com cotas da universidade. Três irão se formar até julho, outros três no fim do ano e um concluiu o curso em três anos e meio, no semestre passado. Todos moram a pelo menos 20 quilômetros da UnB, em cidades periféricas de Brasília, e se sustentaram durante o curso com bolsas de pesquisa --estas, em sua maioria, relacionadas à situação do negro.

"Sem as cotas, provavelmente eu não teria feito o vestibular da UnB", afirma Cruz, aluno de escola pública. "A imagem da UnB era uma coisa muito distante. Da minha turma de 40 pessoas no ensino médio, só cinco fizeram a prova e dois entraram na universidade".

Dalila Torres, 22, que irá se formar em ciência política no final do ano, diz que estranhava o ambiente. "Quando cheguei, me sentia muito mal, não me reconhecia em ninguém".

Hoje eles se dizem integrados, embora notem uma grande diferença de renda em relação aos colegas não-cotistas. "Entra um negro com dinheiro? Pode até ser, mas eu não conheço", diz Marcela Lustosa, 22, formanda de serviço social.

O abismo econômico é percebido no convívio fora da universidade. Marcela diz que prefere fazer programas próximos à casa dela --a 26 km do Plano Piloto--, como ir ao cinema. "Para vir para o Plano, a passagem de ida e volta custa R$ 6. Se eu tomo um refrigerante, já se foram R$ 10".

Todos os sete relataram que há preconceito contra os cotistas na universidade, apesar de que apenas uma disse ter sofrido diretamente discriminação --segundo Dalila, colegas já disseram que quem entra por cotas é "espertinho".

Natalie Mendes Araújo, 21, que se forma no fim do ano em história, diz que o preconceito contra os cotistas existe, mas é camuflado. "Quando eu entrei, tinha recado na porta do banheiro de "fora, cotista". Hoje, as pessoas "toleram".

"Uma forma de evitar a discriminação adotada por cotistas é o bom rendimento acadêmico". O cotista não tem o direito de ser um aluno mediano ou vai ser apontado como despreparado. É uma obrigação velada de mostrar serviço. Se é branco, tanto faz tirar nota baixa", diz Gustavo Galeno Arnt, 20.

Ele se formou em letras em três anos e meio e, em seguida, passou em 1º lugar no mestrado em literatura, que não tem cotas: "Foi um cala-boca total para a questão do mérito".


Tese

De acordo com tese de mestrado defendida em março por Claudete Batista Cardoso na UnB, o desempenho dos cotistas em seus cursos é, em média, semelhante ao dos alunos que entraram pelo sistema universal. Ela analisou a nota obtida no primeiro semestre do curso por alunos que entraram no meio de 2006.

A nota dos cotistas foi 6% menor no geral, variação que a autora da tese de mestrado considerou "irrelevante". Para Claudete, os resultados, "de um modo geral, vão em sentido contrário às críticas referentes à provável queda de qualidade do ensino superior como resultado do estabelecimento do sistema de cotas".

Michael Jackson não estará na volta do Jackson 5, diz porta-voz


O cantor Michael Jackson negou que fará parte da reunião do grupo Jackson 5. A informação foi divulgada na quinta-feira (30), um dia após seu irmão mais velho, Jermaine Jackson, dizer que o astro faria parte da volta da banda.

"Meus irmãos e irmãs têm todo meu amor e apoio, e nós certamente dividimos ótimas experiências, mas atualmente não tenho nenhum plano de gravar ou fazer uma turnê com eles", declarou o "rei do pop".
Michael, 50, disse que está no estúdio trabalhando em "novos e animadores projetos."

Jermaine Jackson, 53, disse na quarta-feira (29), na Austrália, que o clã estava trabalhando nas músicas e na logística de uma turnê para o próximo ano. "Será um projeto familiar", Jermaine teria dito para a agência Associated Press. "Janet [Jackson, a irmã mais nova do grupo] irá abrir os shows e, é claro, toda a família estará reunida. Estamos trabalhando no estúdio e esperamos divulgar esse trabalho no próximo ano."

Mas Michael Jackson parece não se interessar em discutir e fazer parte do reencontro familiar. Em setembro, ele não apareceu com seus irmãos durante a entrega de um prêmio em homenagem ao grupo em Los Angeles.

O Jackson 5, que é formado também por Jackie, 57, Tito, 55, Marlon, 51, e Randy, 47, se tornou famoso no início dos anos 1970, com sucessos como "I Want You Back," "ABC" e "I'll Be There". A última turnê do grupo foi em 1984, época em que Michael Jackson se tornou uma estrela com seu trabalho solo.

Sua declaração a respeito da participação no reencontro do grupo foi creditada a um porta-voz chamado "dr. Tohme." A empresa que divulgou o comunicado não quis dar mais informações sobre a identidade do representante.

Fonte: Folha Online

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Igbonan Rocha é atração deste sábado


O cantor Igbonan Rocha, juntamente, com Miran Abs (flauta e cello) e Altair Roque (violão), apresenta no dia 1º de novembro, os grandes sucessos de Nana Caymmi no restaurante Vila Chamusca – Alto de Ipioca. Mesas para quatro pessoas, no valor R$ 40,00.

Nascido em Salvador, mas, morando em Maceió a mais de 20 anos, este baiano de sorriso farto e voz singular, escolheu as Alagoas como “a terra que quero viver pra sempre”. Iniciou sua carreira musical no final dos anos 70 início dos 80, cantando em vários barzinhos. Depois, começou a receber convites para fazer abertura de shows de Grandes Nomes da MPB como: Danilo Caymmi, Tânia Alves, Leila Pinheiro, João Nogueira, Jair Rodrigues e muitos outros.

Atualmente, o cantor está montando o espetáculo: “VERTENTE MÚSICAL” (composição do alagoano Chico Eupídio), que vem com a Direção Musical de Igbonan Rocha e Félix Baigon, Arranjos de Félix Baigon, Cenário e Figurinos de Beto Billy. O repertório é variado, privilegiando os compositores locais, além de ser uma das atrações do projeto Misa Acústico em novembro.

Contatos: (82) 3355-1639 ou 9106-2665.

Mobilização: OAB-AL e segmentos afros

A Comissão Estadual de Defesa das Minorias Étnicas Sociais e a Comissão Nacional de Promoção da Igualdade do Conselho Federal, ambas da OAB, convidam representantes da sociedade civil alagoana para uma reunião nesta sexta-feira (31), às 14h, no auditório da OAB/AL.

Pautas: II Seminário Regional de Promoção da Igualdade (27 e 28 de novembro); Marcha dos segmentos afro-alagoanos; Serra da Barriga.

Contatos: (82) 8812-0759 / 3221-3188

8ª edição confirma o sucesso do Mirante Cultural

O Centro de Estudos e Pesquisas Afro-alagoano Quilombo em parceria com Fundação de Ação Cultural (FMAC), Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal) e Associação Comunitária Cultural e Esportiva Juventude estará realizando sexta-feira (31), a 8ª edição do Mirante Cultural – “Um Quilombo Chamado Jacintinho”.

O projeto que envolve educação e arte, acontece toda a última sexta-feira do mês, e busca impulsionar os artistas locais, trabalhar a geração de renda e valorizar a cultura afro-alagoana.

Já se apresentaram mais de 35 grupos no Mirante Cultural, temos uma média de público de 300 pessoas entre componentes dos grupos, integrantes do Quilombo e a comunidade. O Mirante Cultural vem se consolidando ao longo de suas edições como um espaço de disseminação e integração da cultura popular e afro.

O Grupo Quilombo vem lutando pela requalificação do Mirante Kátia Assunção com o objetivo de transformá-lo em um espaço de fomentação de cultura e lazer. Dentro dessa requalificação visa trabalhar também a mudança do nome de mirante Kátia Assunção para um ícone da luta quilombola, homenageando assim, um símbolo da resistência negra.

Nessa 8ª Edição do MIRANTE CULTURAL, teremos as seguintes atrações:

· NÚCLEO DE TEATRO DO OPRIMIDO DO SINPREV-AL COM A PERFOMANCE “TODA · FORMA DE AMOR VALE AMAR”
· COCO-DE-RODA XAMEGUINHO
· NÚCLEO DE CAPOEIRA
· QUINTAL CULTURAL COM POESIA MUSICADA NO PANDEIRO

Instituições parceiras do Quilombo:
· Associação Comunitária Cultural e Esportiva Juventude;
· Grupo Dandara;
· Núcleos de Capoeira;
· Bumba-Meu-Boi Excalibur;
· Escola de Samba Arco-Iris
· Grupo de Teatro Máscara Sobre Máscara;

Contatos:
Denivan Costa: 8858-6771 / denisangola@gmail.com
Sirlene Gomes: 9143-5442 / sirlenemyo@hotmail.com
Viviane Rodrigues: 8843-9311/3033-2093 / vi_magnifica@hotmail.com vivianee.mail@bol.com.br


Fonte: Assessoria

terça-feira, 28 de outubro de 2008

‘"Sou um cantor nota 10", brinca Lázaro Ramos sobre o seriado ‘Ó paí, ó’

Ator diz que se inspirou em bandas de axé para criar personagem. Nova série vai ao ar toda sexta, a partir do dia 31 de outubro


Cláudia Loureiro Do G1, no Rio


O antagonista do seriado, Matheus Nachtergaele, e o protagonista, Lázaro Ramos (Foto: Cláudia Loureiro/ G1)


“Sou um cantor nota 10”. É dessa forma, em tom de brincadeira, que o ator Lázaro Ramos define sua atuação na nova minissérie da Globo "Ó paí, ó" , que, depois do teatro e do cinema, estréia no próximo dia 31 na TV. "Quem tem que falar mal são os outros", completa na sua auto-avaliação.

À vontade na pele de um baiano de bom coração, o personagem de Lázaro ganha a vida numa oficina de pintura afro, mas sonha em se tornar um cantor de sucesso. Para vivê-lo, Lázaro teve que afinar o gogó durante dois meses nas aulas de canto e buscou inspiração nas bandas de axé. “Eles têm um comunicação popular absurda”, diz o ator.

A história se passa num animado cortiço do centro histórico de Salvador e fala de temas sérios de um jeito bem popular. “Não é só comédia. Falamos dos dramas urbanos com deboche. E um aspecto positivo é que isso é algo que não é produzido no Centro-Sul, ou seja, Rio-São Paulo, mas na Bahia”, explica Monique Gardenberg, que assina a direção do filme homônimo. Entre os temas abordados, há pirataria, intolerância, saúde pública, adoção e moradia.

Segundo Monique, que também dirigiu dois episódios, a história na minissérie antecede o filme e tem no elenco muita gente já conhecida do público, como o próprio Lázaro, Stênio Garcia, Virgínia Cavendish, Preta Gil e Matheus Nachtergaele, entre outros. Mas há também rostos novos na telinha.

Bando de Teatro Olodum

O seriado conta com a participação do Bando de Teatro Olodum, formado por atores da Bahia, e de onde saíram atores como o próprio Lázaro. Criado em 1990, o grupo virou referência pela linguagem própria e popular, pelas improvisações, a criatividade e o bom humor.

“O Brasil vai ter a oportunidade de conhecer um pouco mais do Bando, que é maravilhoso. Até hoje me considero parte desse grupo. E o importante é que o Brasil vai poder conhecer outros teatros além do Rio e de São Paulo. Foi uma porta que foi aberta”, defende Lázaro.


Elenco e direção conferem no escurinho do cinema o primeiro episódio do seriado (Foto: Cláudia Loureiro/ G1)

Matheus Nachtergaele no elenco

Também de forma descontraída, Matheus Nachtergaele, premiado recentemente no Festival do Rio com o prêmio de melhor diretor pelo filme “A festa da menina morta”, fala com modéstia sobre sua atuação na série. “Sempre acho que estou entrando (em cena) cada vez pior”, fala aos risos.

Para ele, o seriado é uma grande oportunidade de conhecer o trabalho de gente que está na estrada há muito tempo. “A paisagem humana representada pelo Bando é a alma desse trabalho. Só tenho que agradecer a honra de participar".

Filmagens


Durante dois meses, a equipe de filmagem conviveu com baianos e turistas de Salvador. A escolha da locação teve inconvenientes e mudou a rotina dos moradores, mas trouxe também histórias engraçadas e improvisos. Monique Gardenberg conta que dois turistas que passavam por uma locação no Pelourinho acabaram participando, sem querer, do seriado por achar que se tratava da vida real.

O regionalismo, segundo Monique, não vai impedir que a mensagem da série seja passada. "Isso não é importante para a compreensão da trama. É quase um 'caco'. A trama não está dependendo da compreensão de uma expressão. Nós tomamos esse cuidado em todos os episódios. Então, por exemplo, quando um personagem fala 'me passa uma cebola', ninguém sabe o que é isso, né?. Mas é 'me faça chorar', porque você corta a cebola e começa a chorar. Quando ela fala essa expressão, a idéia já foi passada antes." "Ó paí, ó" vai ao ar às sextas-feiras, a partir de 31 de outubro, logo após o "Globo Repórter".


Saiba quem é quem na minissérie

Roque (Lázaro Ramos) - Um rapaz charmoso, de bom coração, poeta, informado e politizado. Seu sonho é se tornar cantor famoso, mas para ganhar a vida tem uma oficina de pintura afro.

Dona Joana (Luciana Souza) - Evangélica fervorosa, se diz dona do cortiço e faz de tudo para controlar a vida dos moradores do animado prédio no coração do Pelourinho. Com o marido sumido há vários anos, ela cria os filhos Cosme e Damião sozinha e realiza seus desejos mais ocultos bisbilhotando a vida dos outros.

Reginaldo (Érico Brás) - O taxista é aquele típico malandro que só se dá mal. Mulherengo, é casado com Maria e amante de Yolanda, travesti e vizinho de porta.

Maria (Valdinéia Soriano) – Maria está sempre às turras e atrás de seu marido Reginaldo, o tipo mais simpático e o maior 171 do Pelô.

Yolanda (Lyu Arisson) - Travesti ousado, safado e de língua ferina, vive atrás de Reginaldo.

Queixão (Matheus Nachtergaele) - Amalucado e racista, sobrevive às custas de pequenos
golpes e contravenções.

Mãe Raimunda (Cássia Valle) - Mãe de santo, vidente esotérica, joga búzios para turistas e lê o futuro para seus vizinhos do cortiço.

Carmen (Auristela Sá) - Enfermeira, batalhadora, de coração e espírito maternal, é mãe adotiva de sete crianças.

Baiana do Acarajé (Rejane Maia) - Fiel ao candomblé e dona de uma visão aguçada sobre aquela realidade que a cerca, seu tabuleiro funciona como um ponto de encontro e fofoca do bairro.

Neusão da Rocha (Tânia Toko) - Sapatona "arretada", está sempre envolvida com as histórias dos moradores do cortiço, que freqüentam seu bar e a tomam por confidente. Devido à amizade que nutre por todos, vende fiado e vive com problemas de caixa.

Seu Gerônimo (Stênio Garcia) - Dono de um luxuoso antiquário no Largo do Pelourinho, o comerciante luta constantemente para expulsar os meninos de rua e os desocupados do bairro, que atrapalham a tranqüilidade dos turistas.
Lúcia (Edvana Carvalho) - Nega bonita funcionária de Seu Gerônimo, é mais uma baiana estilizada de porta de loja do Pelourinho, com vergonha de ser negona e sonho de casar com gringo.

Dandara (Aline Nepomuceno) – Uma dançarina sensual, de olhar profundo e misterioso, que encantará Roque.

Raimundinho (Leno Sacramento) – Afilhado de Mãe Raimunda, ele tem um grupo de hip hop.

Negócio Torto (Cristóvão da Silva) – Mendigo, mudo, judiado por todos do cortiço, exceto por Roque, que o protege como pode.

Mattias (Jorge Washington) – Vendedor ambulante de cafezinho, militante do movimento negro e casado com a Baiana do Acarajé.

Polícia prende jovens que ameaçaram matar Obama

Imagem divulgada em página pessoal mostra o jovem neonazista Daniel Cowart segurando uma arma


WASHINGTON, 27 Out 2008 (AFP) - Dois jovens neonazistas foram presos no Tennessee (sul dos Estados Unidos) por terem proferido ameaças de morte contra o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, segundo documentos da justiça dos quais a AFP obteve uma cópia nesta segunda-feira.

De acordo com a confissão judicial, os dois planejavam matar 102 negros e foram detidos em Alamo, na quarta-feira passada, por "ameaças a um candidato à presidência do país, posse ilegal de arma de fogo" e por "complô para roubo de arma".

Já ameaçado, anteriormente, o candidato democrata vem sendo objeto de fortes medidas de proteção pelo serviço secreto. Daniel Cowart, de 20 anos, e Paul Schlesselman, 18, planejavam assaltar uma loja de armas para matar a tiros 88 negros e decapitar outros 14.

"Pela minha experiência, os números 88 e 14 têm um significado particular dentro do movimento da 'supremacia branca'", assinalou o agente federal Brian Weaks.

A equipe de campanha do senador por Illinois não comentou a prisão dos dois jovens.

Fonte: UOL Notícias

Tese de Mestrado é defendida no Sindjornal

Texto: Helciane Angélica
(Jornalista / Cojira-AL)


A cientista social Ana Cláudia Laurindo defendeu ontem (27), na sede do Sindjornal, a sua tese de mestrado “O ponto de parada: racismo na escola, alunos negros na EJA". Produzida em dois anos e dividida em três capítulos: 1. Algumas considerações históricas sobre o Hibridismo Cultural e as facetas do racismo no Brasil; 2. Rostos Negros no Ensino Noturno e o Porto de Chegada no Mercado de Trabalho; 3. Onde estão aqueles rostos: O campo da pesquisa e suas complexidades.

O principais objetivos eram: detectar o racismo institucional no ambiente escolar; avaliar a relação entre professores e alunos; além de perceber se é possível o preconceito racial atuar como um elemento ativo de exclusão dos alunos negros e mestiços nas séries iniciais. Segundo a pesquisadora, “o racismo existe, está na escola e pode interferir decisivamente na trajetória escolar. Só aquele que sente pode dimensionar”, afirmou.

Representantes da comunidade acadêmica e convidados prestigiaram os resultados da pesquisa, além das indagações da banca examinadora composta pelo orientador, Prof. Dr. Moisés de Melo Santana (Ufal) e as titulares, Prof. PhD Hulda Helena Stadler (Ufpe) e a Prof. Dr.Tânia Maria de Melo Moura (Ufal).

O trabalho que dialogou, principalmente, com a ideologia de Pic MacLaren foi aprovado por unanimidade. O orientador elogiou a escolha do tema e a importância de trabalhá-lo na esfera educacional, uma vez que, "o racismo, muitas vezes, é retratado separadamente, como se fosse uma linha apenas culturalista", disse Moisés.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Anemia Falciforme: Dia Nacional de Luta

O dia 27 de outubro é uma data importante para os portadores da anemia falciforme, desde que o projeto de lei defendido e aprovado no Senado instituiu o “Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes”.

A anemia falciforme é uma doença hereditária, originária da África e trazida para as Américas na imigração forçada dos negros escravizados, hoje, é encontrada na Europa, Oriente Médio e regiões da Índia. Provoca a deformação das hemácias (glóbulos vermelhos, células ricas em hemoglobina, que dá a cor vermelha ao sangue e tem a função de transportar o oxigênio dos pulmões aos tecidos); com o formato mutante, semelhante a uma meia lua ou foice tem dificuldade de se locomover nos vasos sanguíneos e possui vida útil limitada.

Dentre os principais sintomas encontram-se: anemia comum, fadiga, fraqueza, palidez, dificuldade de concentração e vertigens. Nos casos mais graves, pode causar também hemorragia, descolamento retiniano, priapismo, acidente vascular cerebral, enfarte, calcificações em ossos com dores agudas, insuficiência renal e pulmonar, dependendo da fase da vida. Em crianças, pode haver inchaço nas mãos e nos pés, causado pela obstrução de vasos naquelas áreas; são muitos magras e possuem problemas de crescimento; crises de dores e aumento drástico no número de infecções.

Poucas pessoas têm conhecimento sobre a doença que não é contagiosa e não tem cura, muito menos sabem como detectá-la: pode ser pelo exame eletroforese de hemoglobina ou exame de DNA, e até pelo teste do pezinho. Porém, o diagnóstico errado e tardio é uma das causas para a mortalidade precoce ou agravamento das condições de saúde. No Brasil, cerca de 1 (um) em cada 8 (oito) afro-descendentes tem o chamado traço falcêmico (a hemoglobina é do tipo que predispõe à doença, mas não se manifesta).

É preciso sensibilizar a população e dar visibilidade na mídia, só assim, os portadores da doença falciforme terão condições apropriadas de tratamento.

Os encantos da africanidade

Texto: Helciane Angélica
Fotos: Emanuelle Vanderlei
(Jornalistas e integrantes da Cojira-AL)

Na última sexta-feira (24.10), a comunidade acadêmica e integrantes dos mais diversos segmentos sociais prestigiaram a beleza, a riqueza étnico-cultural e os atrativos da V Semana de Cultura Africana da Universidade Federal de Alagoas.

À tarde, os estudantes africanos ocuparam a cozinha do Restaurante Universitário para preparar os pratos típicos como: catchúpa, pastel de milho, caldo de mancara, cafriela, galinha no amendoim e mofete. Todos os visitantes puderam conferir de perto e degustar a variedade da gastronomia do continente africano.
Para encerrar as atividades em grande estilo, ocorreu a integração étnico-cultural por meio das apresentações culturais e o desfile de trajes tradicionais. Também foi possível curtir o swing da música africana e tentar acompanhar o ritmo eletrizante das danças. Logo, a quadra aberta da Ufal ficou repleta de curiosos e envolvida pela alegria.
A cada ano, o número de informações e atividades são ampliadas, além de proporcionar a quebra de estereótipos e exaltar a contribuição do continente africano para a humanidade. Mais uma vez, a Semana Africana destacou-se na programação do Congresso Acadêmico, garantiu a diversidade e propagou os encantos da africanidade.
Mais uma vez, parabéns pela iniciativa e o sucesso de público!




Artigo: A África que a gente não vê na TV


Texto: Emanuelle Oliveira
Fotos: Emanuelle Vanderlei
(Jornalistas e integrantes da Cojira-AL)


É difícil imaginar a Àfrica para além de doenças e miséria. Principalmente para aqueles que têm na televisão, sua principal fonte de informação.

A disseminação da idéia de que o continente é tão pobre a ponto de todos morrerem de fome povoa o imaginário de pessoas das mais diversas nacionalidades. Elas nutrem até um certo receio de se depararem com alguém que venha de lá.

Até os livros trazem consigo a marca desse preconceito, abordando apenas a África "animalesca" e dedicando pouco espaço para falar de sua cultura e é fato que os africanos nos trouxeram inúmeras contribuições.

No sangue brasileiro que é negro, na capoeira, nas comidas típicas e até em nosso vocabulário o espírito afro mantém-se vivo, apesar de matarem, pouco a pouco suas origens. Essa questão tem sido abordada durante a Semana de cultura africana, realizada no mês de outubro, simultaneamente ao Congresso acadêmico da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Lá, curiosos podem se familiarizar com as danças, os trajes, as comidas e mais ainda com a história, repleta de contrasensos.

Com os olhos tão vivos e a pele pintada de luz, homens e mulheres africanos que vieram estudar no Brasil através do Programa de Estudante – Convênio de Graduação (PEC-G), que é uma cooperação entre os países de língua portuguesa, mostram sua graça e beleza, reafirmando sua identidade.

Ensinam os passos do Zouk e do Funaná, empolgando uma multidão, que será responsável pelo início da mudança na forma de "pensar África". De repente, descobrimos que a TV esconde o patrimônio daquele continente. Nos países africanos fala-se o português e lá as pessoas não dependem de animais para se locomoverem, nem tão pouco vestem trapos e morrem desnutridas.

Existe sim, pobreza até mais do que em outros lugares, mas não tão intensa a ponto de suprimir a vida que ainda é capaz de trazer esperança para as gerações futuras.

Espoliados durante séculos - antes reis e rainhas - os negros continuam sofrendo discriminação. Não é apenas uma questão de cor é algo mais implícito. Geralmente não procuramos conhecer aquilo que nos mostram através de um espelho, que reflete ideologias que pretendem continuar com a escravidão, só que ela se manifesta no pensamento.

Não fechemos os olhos para as desigualdades que se perpetuam em pleno século XXI entre negros de todos os países. Somos todos iguais, com nossos defeitos e qualidades e afinal, África somos todos nós.
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Fotos tiradas dos objetos expostos na quadra aberta da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), dentre eles: banners, instrumentos musicais, trajes típicos, fotos e publicações. Além do registro fotográfico, durante a palestra ministrada pelo Embaixador de Cabo Verde, Daniel Pereira.

Violência do racismo será tema da Missa pela Paz


Texto: Valdice Gomes
Fotos: Emanuelle Vanderlei
(Jornalistas e integrantes da Cojira-AL)


Representantes da Igreja Católica, do governo do Estado e da sociedade civil, incluindo o movimento negro se reuniram na última sexta-feira, na Sede dos Cursilhos com objetivo de começar a discutir os preparativos para a Missa da Paz, promovida pela Arquidiocese de Maceió, que será realizada na última quinta-feira do mês de novembro, na Catedral Metropolitana, tendo como tema a violência do racismo.

A missa será celebrada pelo arcebispo Dom Antonio Muniz e fará parte das comemorações do Dia da Consciência negra, comemorado em 20 de novembro.

A próxima reunião está marcada para quinta-feira, dia 30, às 15hs, no mesmo local.
Valdice Gomes (1ª da direita), Presidente do Sindjornal, representou a Cojira-AL na reunião

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

América Latina terá fórum virtual de cultura negra

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil


A América Latina deve ganhar um portal para informações e discussão de iniciativas de valorização da cultura afrodescendente. A proposta brasileira de criação do Observatório Intercâmbios Afro-Latinos foi aprovada esta semana durante o 1º Encontro Ibero-Americano - Agenda Afrodescendente nas Américas.

"É uma proposta de a gente ir sistematizando e disponibilizando nesse site informações sobre os estudos, as pesquisas, sobre as estatísticas nas diversas áreas [da sociedade] e disponibilizando também de forma crescente a contribuição cultural de cada segmento afrodescendente em cada país", explicou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, que voltou hoje (19) da Colômbia, onde o encontro foi realizado.

De acordo com o ministro, a proposta foi muito bem aceita entre os representantes dos países da América Latina e do Caribe e já existe uma iniciativa para incluir países africanos nesse observatório virtual.

Na declaração conjunta assinada pelos ministros participantes, também estão previstas ações para serem desenvolvidas tanto nos países separadamente quanto em cooperação. Na agenda, constam políticas na área de educação, como o ensino da história e da contribuição dos afrodescendentes; ações para fortalecer a presença da cultura dos negros na sociedade e políticas de fomento ao aumento da produção cultural dessa parcela da população.
"É uma declaração importante, [já que] é a primeira vez que os Estados Nacionais da América Latina e do Caribe se reúnem para discutir políticas específicas para esse segmento", ressaltou Juca Ferreira.

Um aspecto importante levantado nas discussões, segundo o ministro, é o entendimento de que "não há possibilidade de desenvolvimento cultural sem interagir com as outras dimensões, então há um estímulo de se tratar a cultura de forma integrada, transversalmente com outras políticas".

Um novo encontro deve ser realizado em Salvador (BA) em 2010. "Durante esse período nós vamos trocando experiências, eles [os outros participantes do encontro] ficaram muito interessados nas políticas brasileiras, nos resultados das políticas brasileiras", afirmou Ferreira.

Além dos ministros da Cultura e autoridades da América Latina e do Caribe, também estiveram presentes representantes de instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Sempre bela!

A atriz Taís Bianca Gama de Araújo esbanja seu talento por onde passa, seja no teatro, novelas ou no cinema, além de ter sido premiada em vários eventos.

Formada em jornalismo, foi a primeira atriz negra a ser protagonista de uma telenovela brasileira, com Xica da Silva, na extinta Rede Manchete. Por esse trabalho, realizado quando tinha dezessete anos, tornou-se conhecida internacionalmente e foi eleita um dos 50 rostos mais lindos do mundo, pela revista People em espanhol.

Sua beleza é constante, esteja ela com os cabelos encaracolados, lisos, curtos, longos, escuros, claros e até com franjinha. Possui personalidade forte e tem a identidade étnico-racial bem determinada: "Eu amo ser negra, meus pais trabalharam minha auto-estima para eu me sentir bonita, preparada e inteligente" (Revista VEJA, Edição 1965, 19 de julho de 2006).

Atualmente, interpreta a exótica artista plástica Alícia Rosa em “A Favorita” e o jargão utilizado pela personagem já um sucesso: Adorooo!


Publicado na Coluna Axé - jornal Tribuna Independente (21.10.08)

Evolução Hip Hop ganha indicação ao Prêmio Dynamite de Música

O Prêmio Dynamite de Música Independente faz um grande mapeamento da cena independente no Brasil, pois percorre todos os Estados brasileiros. Este ano, entre os 440 indicados, está o programa Evolução Hip Hop, que vai ao ar pela Rádio Educadora FM 107.5 todo sábado a partir das 17 horas. É o único programa de rádio de uma emissora baiana a receber indicação ao prêmio.

"Foi uma surpresa porque é um programa novo, numa rádio pública, que ainda é considerada conservadora com relação a esse tipo de música", revela DJ Branco, apresentador e coordenador do programa. Para chegar aos indicados das 22 categorias que compõem o Prêmio Dynamite, a organização consultou mais de 300 formadores de opinião e produtores musicais.

O Evolução Hip Hop concorre na categoria Programa ou Emissora. "Isso é fruto de um trabalho bem feito, realizado com dedicação não apenas para a comunidade que curte o hip hop, mas para toda a cidade, já que discute temas de importância coletiva", comemora Branco. A votação popular está aberta até o próximo dia 30/10 no site: www.premiodynamite.com.br. Os resultados serão divulgados no mesmo portal no mês de novembro, quando ocorrerá a premiação, ainda sem local definido.


Comunidade no ORKUT – EVOLUÇÃO HIPHOP:

Comissão aprova oficialização de Hino à Negritude

A Comissão de Educação e Cultura aprovou na última quarta-feira (15) o Projeto de Lei 2.445/07, do deputado Vicentinho (PT-SP), que oficializa o Hino à Negritude, do poeta e professor Eduardo de Oliveira, em todo o território nacional.

A proposta original prevê que o hino seja executado em todas as solenidades dirigidas à raça negra, mas, em voto em separado, a relatora, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), acolheu a sugestão dos deputados Lobbe Neto (PSDB-SP) e Ivan Valente (Psol-SP) e suprimiu essa determinação.

De acordo com Vicentinho, o projeto foi apresentado originalmente em 1966, pelo então deputado Dr. Teófilo Ribeiro de Andrade Filho. Foi reapresentado em 1993 pelo ex-deputado Nelson Salomé e em 1997 pelo também ex-deputado Marcelo Barbieri. Segundo o autor, a proposição foi aprovada em todas as comissões, mas, "por razões calcadas apenas na resistência ao reconhecimento da necessidade de se preencher uma lacuna histórica da nossa sociedade, não foi adiante".

Sentimento de fraternidade

O deputado tomou a iniciativa de apresentar novamente o projeto em 20 de novembro de 2007, Dia Nacional da Consciência Negra. Vicentinho argumenta que o objetivo é reconhecer a trajetória do negro na formação da sociedade brasileira.

Não temos símbolos que enalteçam e registrem este sentimento de fraternidade entre as diversas etnias que compõem a base da população brasileira", afirma.

Em seu relatório, a deputada Fátima Bezerra esclarece que a palavra negritude foi empregada pela primeira vez em 1934, pelo poeta francês Aimée Césaire. O poeta, que nasceu na Martinica, exaltava os valores da cultura africana e combatia o colonialismo. "Alguns intelectuais negros adotaram a expressão e passaram a utilizá-la como identidade étnica, bandeira de luta, estandarte de orgulho das suas origens", acrescenta a parlamentar.

Tramitação

A proposta, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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Hino à Negritude (Cântico à Africanidade Brasileira)
Autor: Eduardo de Oliveira (letra e música)



I
Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez
II
Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lh destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a solenidadesPara o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, horoi, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez

III
Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da MãeÁfrica
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez

IV
Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heróico labor
todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São Galardões aos negros de altivez.


Fonte: Agência Senado

Brasil marca presença em encontro ibero-americano

Ministério da Cultura e Fundação Cultural Palmares participaram, em Cartagena, da discussão e elaboração de uma Agenda Afro-descendente nas Américas. Próximo encontro já está agendado para fevereiro de 2010, em Salvador.

As políticas públicas de ações afirmativas para a igualdade racial adotadas pelo governo brasileiro foram destaque no I Encontro Ibero-Americano – Agenda Afro-descendente nas Américas. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, tiveram participação ativa nos debates e mesas de discussão, nos quais predominaram a necessidade de articular a cooperação, o intercâmbio, a promoção e a divulgação da cultura afro nos países da América Latina e Caribe. Estavam presentes nove ministros de Cultura e organismos internacionais, como a Organização dos Países Ibero-Americanos (OEI), a Unesco e a Organização Internacional para as Migrações.

O evento foi considerado um marco na proposta de cooperação multilateral entre os países ibero-americanos, que elegeram a diversidade cultural como objetivo de um projeto de integração. Estima-se que, hoje, a América Latina e o Caribe concentrem uma população de 150 milhões de afro-descendentes. A diáspora africana na região representa cerca de 30% da população total. Entretanto, ainda há uma desatenção generalizada ao que representaram os vários séculos de aporte cultural material, imaterial e simbólico dos afro-descendentes na região.

Voltando do passado ao presente, coloca-se a necessidade de definir uma agenda comum entre os países, que seja capaz de construir processos de fortalecimento de identidade e integração das manifestações culturais. Para tanto, foram propostos dois grandes fóruns, com os temas Tendências Globais, Diáspora Africana e Necessidade de Inclusão e A Cultura como Base do Reencontro e Recriação de uma Agenda Global Étnica.

A ministra da Cultura da Colômbia, Paula Moreno Zapata, anfitriã do Encontro, ressaltou que “discutir a Agenda Afro-descendente nas Américas significa reconhecer os avanços que alguns movimentos sociais, acadêmicos e os governos têm obtido”. Para ela, é necessário que essa discussão, iniciada no marco de uma agenda ibero-americana, adquira a relevância de uma reivindicação histórica. Isso, de acordo com a ministra, significa pensar em uma história com futuro e que possa adquirir toda a relevância de uma reivindicação histórica.


Integração afro-latina


Segundo o ministro Juca Ferreira, a luta contra o racismo, a discriminação e a intolerância não pode ser corporativa, mas de valores, a partir de uma luta política nacional. Para ele, a luta local é também fundamental e os espaços têm de ser ocupados para gerar políticas publicas que reconheçam a diversidade cultural, “porém, o projeto de nação não pode ser ignorado e deve-se creditar ao Estado a responsabilidade por uma transformação social profunda, por meio de instrumentos eficazes, que dêem conta da dimensão da importância de lutar pela igualdade racial”.

A expressão maior desse entendimento foi a apresentação no evento do Observatório Afro-Latino, projeto que está sendo gestado pela Fundação Palmares. Ao apresentá-lo, Zulu Araújo afirmou ser esse programa o compartilhamento das idéias e das propostas que ele traz e que estará permanentemente em construção com a colaboração de todos que estão engajados na luta pelo reconhecimento da contribuição afro na construção das sociedades. “O objetivo é fazer que possamos conhecer melhor as manifestações culturais na América Latina e proporcionar a reflexão crítica, a preservação e o desenvolvimento dessas manifestações” ressaltou.

De acordo com Zulu, a cultura dos negros em diáspora tem sido o principal instrumento de resistência nas terras do além-mar e “é através da cultura que conhecemos também as dificuldades e como nos relacionamos com os outros na perspectiva da cultura enquanto dimensão da cidadania e o direito a bens e serviços públicos e a tudo aquilo que faz que sejamos cidadãos”.

O presidente da Fundação Palmares ressaltou a necessidade de os países formularem políticas públicas que levem à valorização e, sobretudo, à cidadania plena dos afro-descendentes na América Latina. Segundo ele, “o que precisamos fazer é dar conhecimento, disponibilizar a rica contribuição dos negros para a cultura. Não só seu reconhecimento, mas a inclusão plena dessas manifestações em cada um de nossos países”.

Zulu informou que o Observatório estará efetivamente disponível a partir do dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, quando será lançado oficialmente, mas “para que se transforme no espaço da troca, será necessário contar com a colaboração de todos os países e dos organismos internacionais”.

O sucesso da proposta foi tão expressivo que a Declaração de Cartagena, aprovada por unanimidade, incluiu a seguinte recomendação: “apoiar a criação e os planos de ação do Observatório Afro-Latino do Brasil como ponto focal para monitorar e coordenar os avanços dos projetos sub-regionais que decorram da presente declaração”.

A cultura foi apresentada como eixo central do desenvolvimento e elemento fundamental da identidade e do bem-estar das nações. Ponto de encontro da diáspora, a reflexão sobre o papel da cultura ocorreu sem o confronto das idéias, pois, segundo os participantes, é na riqueza das manifestações culturais que a população afro-descendente de todos os países encontra um sentimento comum de unidade e de solidariedade para a afirmação de seus valores e de seu patrimônio.


O papel do Estado


A discussão sobre o papel do Estado também relevou a posição do Brasil, citado por vários representantes de outros países como exemplo na luta pela superação do racismo e pelo respeito à diversidade cultural. Tanto o ministro Juca Ferreira quanto Zulu Araújo ressaltaram o êxito dos projetos brasileiros, como a adoção do sistema de cotas raciais nas universidades públicas brasileiras; os pontos de cultura, que são centros de produção e difusão cultural dirigidos a comunidades de periferia; a lei 10.639/2003, que instituiu o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira nos ensinos fundamental e médio; o reconhecimento das terras dos remanescentes de quilombos; o combate à intolerância religiosa; a bolsa-família, entre outros.

O esforço foi, então, de oferecer uma valiosa oportunidade para eleger uma posição coletiva dos Estados, e particularmente dos ministérios da Cultura, acerca da indiscutível contribuição afro-descendente para a construção das sociedades pan-americanas e de seus avanços. Neste ponto, o foco foi direcionado aos Ministérios da Cultura dos países da região, tendo em vista que o reconhecimento cultural constitui um importante objetivo de desenvolvimento. A eles foi, então, recomendado o empenho na busca de soluções para o enfrentamento das desigualdades e dos conflitos.

Entre as recomendações aprovadas aos ministérios constam a realização de uma campanha de sensibilização, nos diferentes países, que promova o auto-reconhecimento dos afro-descendentes, bem como incluir a variável de pertencimento étnico, por auto-reconhecimento, nos censos populacionais. Ao que o Brasil, mais uma vez, teve papel de destaque. O presidente da FCP declarou que os afro-descendentes no Brasil atingem hoje mais de 50% da população, devido ao auto-reconhecimento, em conseqüência das políticas públicas brasileiras que tratam de valorizar a identidade de negros e negras através dos programas de inclusão social.

Dá-se, então, a comprovação do sucesso dos programas brasileiros quando foi anunciado que o Programa Regional de Apoio às Populações Afro-descendentes da América Latina (Acua) contemplou três comunidades de quilombolas no Brasil, com um aporte financeiro de 20 mil dólares, durante um período de dois anos. A Acua selecionou ao todo treze projetos, pela sua relevância em ações de sustentabilidade, desenvolvidos para a melhoria da qualidade de vida nessas comunidades. Os projetos brasileiros contemplados foram: Espaço Cultural Vovô Conceição (Aso Orisa; Roupas de Santo – confecção); Associação da Comunidade Quilombola de Cocalinho (A arte do saber, saberes e fazeres de uma comunidade quilombola – artesanato); Sociedade Beneficente de Defesa do Terreiro Sogboadã (Cabeça de Negra; Ensino da cultura dos trançados e turbantes, costumes e tradições de beleza e auto-estima).


A contribuição da mídia


Muito se discutiu, durante o evento, como os meios de comunicação podem contribuir para o acesso e a divulgação das manifestações culturais afro-descendentes e para a consolidação de uma sociedade justa e igualitária. Foi aprovada a recomendação de que sejam estimulados processos de comunicação nos diferentes meios para superar a exclusão social, por meio da produção de conteúdos próprios pelas comunidades afro-descendentes e incentivando os meios de comunicação a adotarem formas de representação apropriadas e coerentes com sua cultura e aspirações.

O ministro Juca Ferreira enfatizou as diferenças como grandes valores identitários. “Penso que na América Latina, como um todo, não se constituíram signos fortes de identificação e a comunicação não pode ser discutida fora dessas condições”. Segundo disse, no Brasil há uma grande visibilidade musical, da religiosidade, do futebol, do carnaval, do samba, mas o racismo não se manifesta por aí, e sim por diferenças sociais, pois ainda há uma impossibilidade da sociedade produzir oportunidades que superem esse quadro ainda nefasto. O ministro citou as cotas nas universidades para exemplificar como a sociedade reagiu à sua implementação, inclusive intelectuais, sob a crença de que temos democracia racial. A reação social a fatos como esse, na avaliação do ministro, pode ter efeito positivo se bem produzidos pelos meios de comunicação.

Em outra perspectiva, o ministro Juca Ferreira propôs reforçar a importância da inclusão simbólica dos negros na sociedade e criar um clima de solidariedade. Para ele, mais importante é o reconhecimento de um corpo simbólico nas sociedades de nossas nações e incorporar a contribuição que os negros deram através da sua cultura e da sua sensibilidade, de que foram capazes ultrapassando limites.

O relator especial das Nações Unidas sobre Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância, o senegalês Doudou Diene, foi um dos convidados especiais do Encontro. Para ele, essa foi uma ótima oportunidade para a dignificação da memória dos povos afro-descendentes e para encontrar alternativas que melhorem as condições de vida das comunidades.
Fonte: Ascom da Fundação Cultural Palmares

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Reunião do Fenal


Atenção todos os membros e convidados do Fórum Entidades Negras de Alagoas (Fenal), nesta quarta-feira (22.10) terá uma reunião extraordinária a partir das 9h, no gabinete do Deputado Estadual Judson Cabral.

Serão discutidos: organização interna, projetos e atuação do fórum no movimento negro local.

Mais informações com Denivan Costa: (82) 8858-6771 / denis_angola@hotmail.com

Semana Africana na Ufal

Por: Helciane Angélica
Jornalista / Cojira-AL

O Núcleo de Estudantes Africanos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizam a V Semana de Cultura Africana, nos dias 23 e 24 de outubro, durante o Congresso Acadêmico. A Ufal possui um convênio com os países de língua portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe). Tem 52 alunos devidamente matriculados através do Programa de Estudante – Convênio de Graduação (PEC-G), distribuídos em vários cursos de graduação e pós-graduação.

A semana africana é uma atração a parte do congresso, estimula a integração entre a universidade e a sociedade, reúne a comunidade do continente residente no Brasil, além de contribuir para a quebra de preconceitos e exaltação da riqueza étnico-cultural.

Na programação constam: exposição de artigos africanos (bandeiras, moedas, roupas, objetos de decoração, instrumentos musicais) e banners; degustação de comidas típicas; oficinas de penteado e danças; desfile de trajes tradicionais; apresentação de clips musicais e fotos tiradas pelos estudantes; além da palestra “A nova parceria para o desenvolvimento da África” concedida pelo Embaixador de Cabo Verde, Daniel Pereira – que acontecerá na quinta-feira (23), às 16h30, no auditório da biblioteca.

As atividades se concentrarão na quadra ao lado do bloco de Educação Física, no auditório da Biblioteca Central (BC) e no Restaurante Universitário (RU). O evento conta com o apoio da Universidade, através da Pró-Reitoria de Extensão e do Restaurante Universitário, e patrocínio da Casa da Indústria, Sebrae, Ministério da Educação, Cultura e Planejamento.

Essa é uma ótima oportunidade para conhecer de perto um pouco do surpreendente continente africano. Vale a pena conferir!

Com informações da comissão organizadora.

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PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira (23.10)

08h00: Abertura (quadra aberta ao lado do Bloco de Educação Física)
08h30: Exposição de artigos africanos:
-banners e bandeiras dos países
-roupas típicas;
- moedas de cada país;
- penteados;
- quadros artísticos;
- instrumentos de uso doméstico (balaios, bandejas, cabaça e pilão);
- panos tradicionais;
- instrumentos musicais;
09h00: Oficinas
- tranças africanas;
- penteados típicos;
12h00: Encerramento das oficinas
12h30: Pausa para almoço
13h30: Exposição de artigos africanos
16h00: Conferência (auditório da Reitoria)
- palestrante Embaixador de Cabo Verde, o senhor Daniel Pereira
18h00: Término da conferência
20h00: Encerramento da Exposição

Sexta-feira (24.10)
08h00: Abertura (quadra aberta ao lado do Bloco de Educação Física)
08h30: Exposição de artigos africanos
09h30: Oficina de danças tradicionais africanas
- funana;
- kizomba,
- esquema;
- dekalé;
12h00: Encerramento da oficina de danças e exposição de artigos africanos
12h30: Almoço
16h30: Degustação de Pratos típicos africanos (Restaurante Universitário)
- catchúpa;
- pastel de milho;
- caldo de mancara;
- cafriela;
- galinha no amendoim;
- mofete.
19h30: Apresentação de clips musicas e fotos tiradas pelos estudantes africanos
20h00: Atração Cultural (quadra aberta ao lado do Bloco de Educação Física)
- desfile de trajes tradicionais;
- danças africanas diversas;
- música africana

Contatos: (82) 9924-6386 / 9921-6849 / www.ufal.edu.br/ufal

Eloá - O que as mídias e os especialistas não discutem

Artigo da jornalista: Sandra Raquew dos Santos Azevedo

Há menos de 24h do trágico desfecho do seqüestro de Eloá Cristina Pimentel, por Lindemberg Alves, todos atônitos procuramos “compreender” via mediação dos meios de comunicação social e de especialistas da segurança pública, psicólogos, e outros, um fato presente cotidianamente no noticiário: a violência contra as mulheres.

Muitas são as explicações que tentam dar conta do comportamento do jovem, cujo perfil durante o processo de negociação fora retratado pelos meios como de um rapaz tranqüilo, trabalhador, que tinha planos para casar. “Dificuldade de lidar com as frustrações”; “comportamento passional”, “de tolerância muito baixa às frustrações”, entre outros argumentos são discutidos publicamente em jornais, sites, rádio, enfim, em todo processo de agendamento desta lamentável crônica de mais uma tragédia midiatizada.

Inúmeros aspectos deste acontecimento são ressaltados na cobertura: o lugar, os protagonistas, o tempo, amigos, imagens, os momentos de negociação, os lugares de origem de Eloá e Lindemberg, as imagens... Todavia há um aspecto a ser considerado nesta notícia, como em tantas outras que possui semelhança com o seqüestro de Eloá e Nayara, o fato de que se trata de crimes que se relacionam com as desigualdades de gênero e que se não discutirmos também nos noticiários esta face da violência, se torna muito difícil a superação de algo que pode ser considerado, lamentavelmente, um padrão cultural de se matar mulheres.

Um breve monitoramento de mídia permite perceber a brutalidade e reificação de crimes como estes: eles não são apenas crimes passionais, eles podem situados numa teia complexa de construção de valores sociais que forjam um feminino fraco, vulnerável, incapaz e sem condições de decidir a própria vida, em contraposição a um modelo de masculinidade rígido e legitimado socialmente a partir da força, da dominação e do controle. São de certa maneira estes alguns dos elementos que mantém os mecanismos psíquicos do poder na constituição do sujeito e a na construção da sujeição.

Perceber os gêneros como processo de mediação do social é urgente para que a gente se dê conta da violência contra a mulher como um fenômeno social cujo aparecimento cotidiano nas mídias também precisa ser interpretado, refletido com e a partir dos veículos de comunicação.

A motivação de Lindemberg em manter seqüestrada Eloá e tentar por fim a vida da jovem se inter-relaciona com outros fatos conhecidos da sociedade brasileira, como os casos Ângela Diniz, Sandra Gominde, Daniela Perez, e ainda de inúmeros casos de violência e homicídios femininos que são noticiados, mas que carecem não de uma tentativa de tentar compreender o comportamento masculino, mas de questionar os valores sociais que se reproduzem nas trocas simbólicas e tecem ainda, tristemente, este predomínio do falo que oprime e extermina.

O tiro na virilha de Eloá não é só uma metáfora, mas uma expressão do ódio da tentativa frustrada de continuar mantendo o exercício do controle sobre o corpo das mulheres, por isto me sinto hoje também transpassada por esta bala.

Numa das notícias veiculadas hoje dois personagens sobrenaturais surgiram: um anjinho e um diabinho que acompanhavam Lindemberg. Parece inacreditável, mas este recurso, muito comum entre homens que praticam violência contra as mulheres, aparece mais uma vez como uma máscara, uma performance que busca esconder o lado perverso de um imaginário social que em momentos como este é despertado pelos disparos protagonizados por um homem que representa neste instante os mecanismos simbólicos que negam cotidianamente às mulheres o seu direito a vida.

Fonte: http://etnografiasdoinvisivel.blogspot.com (18.10.08)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Projeto Inaê oferece cursos para comunidade do Village II

Mônica Lima
Jornalista / Cojira-AL


Mais uma temporada de cursos está aberta para comunidade do Village Campestre II e adjacências. A iniciativa faz parte das ações do Projeto Inaê, criado pela Organização Não Governamental Grupo União Espírita Santa Bárbara. No próximo domingo (19), durante a visita dos turistas, que assistem a apresentação do espetáculo cultural, produzido por crianças e adolescentes da instituição, será realizada a solenidade de abertura do evento, a partir das 15 horas.

Nessa nova temporada está sendo ofertado 10 cursos, que começam a partir de terça-feira (21), pela manhã, tarde e noite. Entre eles, Costura Básica, Mosaico, Arranjos Florais, Pratos Decorativos, Embalagens Especiais, pintura em Cerâmica, Pinturas Especiais, Corte de Cabelo, Doces e Salgados e Acarajé. Mais de oitenta pessoas da comunidade já se inscreveram. O evento conta a parceria do ateliê Vivendo a Arte, de Vitória Basílio, que será uma das monitoras.

O Projeto Inaê criado há mais de cinco anos desenvolve um trabalho volta para comunidade do Village Campestre II, tendo como alvo crianças, adolescentes, jovens e seus familiares. Uma outra proposta da entidade é combater o preconceito e o racismo, através da divulgação da cultura afro-brasileira e sua culinária diversificada.

Desde o início do ano que mais de 60 pessoas entre crianças e adolescentes participam das oficinas promovidas pelo projeto, como teatro, dança afro-primitivo, capoeira, teatro e percussão, com monitores qualificados, a exemplo de Josileide Serafim, conhecida no meio artístico como Olodum, mestre Cláudio dos Palmares, Sandro Santana, integrante da orquestra de tambores, entre outros.

Contatos:
O projeto Inaê fica na rua São Pedro, nº 10, conjunto Village Campestre II.
Informações através da Assessoria de Imprensa: Mônica Lima (9351-3363 ou 3378-7317).

Mostra Brasil Afro - fotógrafos participem!


Fotógrafos de todo o país estão convidados a mostrar o seu trabalho na exposição Brasil Afro, uma iniciativa Secretaria de Cultura de Votorantim (SP). O objetivo é provocar fotógrafos amadores e profissionais a registrar a cultura afro-brasileira e os afro-descendentes.

A melhor foto receberá como prêmio R$ 1.000, o segundo colocado R$ 500, e o terceiro, R$ 250 - as selecionadas serão divulgadas a partir do dia 19 de novembro, e a exposição acontecerá de 20 a 30 no mês da consciência negra. Para participar, basta enviar suas fotos, impressas em papel fotográfico, no tamanho mínimo de 18 X24cm e máximo de 30X45cm.

Confira outras informações e o regulamento no site www.culturavotorantim.com.br.

Festa de aniversário do programa Tambores da Liberdade

O Programa Tambores da Liberdade é uma iniciativa do Bloco Afro Ilê Aiyê (1974), tem por objetivo divulgar a música e a cultura dos Blocos afro e a cultura afro brasileira. É um programa semanal, musical e informativo, e também um programa interativo com a participação do ouvinte.

O Tambores da Liberdade, ao longo desses 8 anos, vem ampliando o espaço de divulgação da música negra mundial: Músicas dos blocos Afro, Hip Hop, Funk, Música Tradicional e Sacra Africana, Samba, Jazz, Blues, Samba- Reggae, Reggae, enfim, a música que toca no fundo do coração do ouvinte. A música que além de fazer a mente, faz bem a auto-estima. A música que faz o ouvinte ver o mundo de forma positiva e construtiva.

No Tambores da Liberdade há entrevistas com artistas e personalidades que falam sobre, temas da atualidade, sobre a história dos afro-descendentes no Brasil e no Mundo e também sobre a musicalidade baiana, no espaço “Noticias do Mundo Afro” o ouvinte fica informado com notícias sobre comunidade negra no Brasil e no mundo e também em todos os programas acontecem sorteios de brindes e promoções que faz o fim de semana do ouvinte muito mais vibrante.

Este ano a festa de aniversário do programa será no dia 18 de outubro, na Senzala do Barro Preto, Curuzu. A festa contará com a participação do Ilê Aiyê, Olodum, Malê debalê, Muzenza, Filhos de Gandhi, Os Negões, Cortejo Afro e Okambi, a festa terá inicio às 22 horas e o ingresso promocional custa R$8,00 até o dia 17 e 10 reais no dia da festa.

Tambores da Liberdade, todos os sábados, às 18 horas na Educadora FM, 107,5 - O melhor da música negra no seu rádio! Quem não está na Bahia também pode acompanhar ao vivo pelo site www.educadora.ba.gov.br.
Fonte: Assessoria

Brasil deve levar 20 anos para zerar desigualdade de renda entre negros e brancos, conclui Ipea

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil


Estudo divulgado no dia 14 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2007, revela que a diferença de renda entre negros e brancos vem caindo nos últimos anos e, se o ritmo for mantido, deve ser zerada em 2029.

De acordo com o Ipea, a renda per capita dos negros representa menos da metade da renda domiciliar per capita dos brancos. “Trata-se de uma desigualdade particularmente detestável, na medida em que não é atribuível a nenhuma medida de mérito ou esforço, sendo puramente resultado de discriminações passadas ou presentes”, informa o documento.

Essa desigualdade, no entanto, começou a cair a partir de 2001. Até 2007, um quarto da diferença foi retirada. “Isto quer dizer que ainda faltam outros três quartos. Se o ritmo continuar o mesmo, haverá igualdade na renda domiciliar per capita apenas em 2029”.

A redução da desigualdade até agora não pode ser atribuída à redução da discriminação racial necessariamente, segundo o Ipea. Por causa do grande percentual de negros nas camadas mais pobres da população, a melhoria na distribuição geral da renda teve reflexos diretos na redução de desigualdades por raça.

É possível que a redução da razão de rendas não seja conseqüência de uma redução nas práticas discriminatórias e sim do fato de negros serem maioria entre os beneficiários do Programa Bolsa Família, dos benefícios previdenciários indexados ao salário mínimo, do Benefício de Prestação Continuada e dos outros mecanismos de redução da desigualdade geral”, avalia o Ipea.

Segundo a análise, 72% da queda da desigualdade de renda entre negros e brancos se deve à redução generalizada da desigualdade na sociedade brasileira e apenas 28% aconteceu em razão da mobilidade social dos negros, com migração para classes mais altas. A ausência de políticas de ação afirmativa “de grande envergadura” é apontada pelo Ipea como causa principal desse desequilíbrio.

A pobreza é predominantemente negra e a riqueza é predominantemente branca”, ressalta o estudo.

Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/10/13/materia.2008-10-13.9094065470/view

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Tambores na praça

Foto: Emílio Perillo


“Tambores na praça” projeto idealizado pela Orquestra de Tambores, iniciado no dia 10 de outubro, consiste na execução de ensaios abertos. O público poderá conferir o trabalho desenvolvido e interagir com os artistas, todas às sextas-feiras deste mês, a partir das 16h, em locais diversos do Centro de Maceió-AL.

O grupo busca a sintonia de ritmos, cores, timbres e sentimentos, para isso, realiza uma intensa pesquisa das raízes rítmicas afro-brasileiras e das manifestações folclóricas. Trata-se de um verdadeiro resgate de valores da cultura do nordeste do Brasil, integrado a fragmentos da música contemporânea e efeitos sonoros experimentais.

Confira a agenda:
17/10 - Praça dos Martírios
24/10 - Praça da Faculdade
31/10 - Praça dos Palmares

Contatos:
(82) 8871-0627 / 8878-1465
comunidade no orkut - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=12753223
my space - http://www.myspace.com/orquestradetambores

Agenda Afro-descendente nas Américas

Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, fará palestra sobre a contribuição dos afro-descendentes na construção das Américas no Encontro Ibero-Americano – Agenda Afro-descendente, que será realizado em Cartagena, Colômbia, de 16 a 18 deste mês.

O Encontro, que está sendo organizado pelo Ministério da Cultura da Colômbia, pretende ser um marco na cooperação multilateral dos países ibero-americanos, que têm definido a diversidade cultural como uma proposta comum de integração. Segundo os organizadores, um dos pilares da política de diversidade cultural da região é a plurietnicidade e a multiculturalidade existente. Por isso, o evento será um marco onde um enfoque diferencial para a comunidade afro-descendente adquire vital importância.

Segundo a organização, este primeiro encontro oferecerá uma valiosa oportunidade para construir uma posição coletiva a partir dos Estados e particularmente dos Ministérios da Cultura da região sobre a indiscutível contribuição afro-descendente na construção da sociedade pan-americana e seus avanços.

O Encontro servirá ainda para criar um espaço de reflexão em torno da cultura afro-descendente nos países da América Latina e Caribe, que implicará a construção de políticas públicas para o reconhecimento da diversidade cultural, e para compartilhar experiências e estimular o desenvolvimento de uma agenda de cooperação cultural, com o objetivo de buscar alternativas para melhorar a condição de vida da população afro-descendente latino-americana.

Logo no primeiro dia do evento, o presidente da Fundação Cultural Palmares apresentará aos participantes um projeto de integração afro-latina desenvolvida pela Fundação. Zulu Araújo mostrará o piloto do Observatório Intercâmbios Afro-Latinos, que tem por objetivo estimular o diálogo entre as comunidades afro nos países latino-americanos.

Como parte do evento, está agendado um encontro de ministros da Cultura dos países ibero-americanos para discutir uma agenda interinstitucional voltada para as questões afro-descendentes nas Américas.
Fonte: Ascom Fundação Cultural Palmares
Foto: Agência Brasil

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Integração e debate étnico-racial marcam o Dia dos Professores

Por: Helciane Angélica
Jornalista / Cojira-AL


Nesta quarta-feira (15), Dia dos Professores, terá um fórum especial com profissionais desta área e convidados, às 19h, na Escola Estadual Alberto Torres, localizada no bairro do Bebedouro em Maceió. Serão debatidas as Leis 10.639/03 e a 6.814/07, e terá a contribuição do Centro de Estudos e Pesquisa Afro-Alagoano Quilombo. A atividade integra o projeto “Pérola Negra Brasileira: História, importância e lutas do povo Negro. Conheça e se orgulhe!”.

As leis 10.639/03 e a 6.814/07, respectivamente federal e estadual, obrigam a implementação da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo escolar. Alagoas é o estado pioneiro na estadualização da Lei Federal – o governador Thetonio Vilela Filho sancionou em 02 de julho de 2007 – além de ser considerado uma referência na execução de encontros afro-alagoanos e outras ações que abordam a diversidade étnico-racial. Porém, a ausência de livros didáticos adequados e as dificuldades quanto uma integração mais expressiva entre escolas e representantes dos segmentos afros ainda são obstáculos a serem superados.

De acordo com Allex Sander Porfírio, coordenador do projeto e professor de matemática, é possível trabalhar a temática afro em todas as disciplinas. “Vários aspectos das questões étnico-raciais se adequam a qualquer uma das matérias, principalmente na arte por causa da herança cultural; na ciência ao abordar, por exemplo, na biologia a melanina que dar o pigmento à pele; o estudo da geografia e a história por si só; além da própria matemática devido a algumas descobertas dos povos africanos nessa área”, disse. Declarou ainda, que é fundamental o intercâmbio entre a escola e o movimento negro. “Essas instituições só tem a nós enriquecer, pois cada uma trabalha de forma diferente, seja com a questão cultural ou histórica, podem motivar e complementar as atividades na escola”, afirmou.

O fórum finaliza a semana cultural e explicativa do projeto, que teve início no dia 10 de outubro. Já confirmaram presenças na atividade: a gerente étnico-racial Arísia Barros, da Secretaria Estadual de Educação e Esporte, e a Coordenadora da 1ª Coordenadoria Regional de Ensino, Maria José Ferreira Moraes.

A escola teve o apoio da 1ª Coordenadoria Regional de Ensino – SEE/AL; Companhia do Estudante; Instituto Galba Novais de Castro; Núcleo de Estudos sobre a violência em Alagoas e o Núcleo de Estudantes Africanos, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal); Comitê Gestor do PMQP; Afoxé da Vila dos Pescadores do Jaraguá; Agrupemba Ornamentação Artística; lojas Adventure e Altas Ondas; além das entidades convidadas para a explanação das informações.

Serviços
Evento: Fórum entre professores / Projeto Pérola Negra Brasileira
Data: 15/10/08
Horário: 19h
Local: Escola Estadual Alberto Torres – Rua Cônego Costa Rego, S/N, Bebedouro
Contatos: (82) 3338-7008 / 8868-4838 / 8803-9930.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Show: "Jah Work" em União dos Palmares


O grupo de reggae Comunidade Quilombola de Sião, liderado pelo cantor e compositor Thiago Correia, realizou no domingo o show “Jah Work” (Trabalho de Deus) em um dos bairros de União dos Palmares, a atividade integrou o projeto social Damitur. O próximo será no dia 18, às 21h no Chimbras Bar – Projeto 7 Notas, também no município.

A banda que antes era chamada "Thiago Correia e Comunidades Quilombolas", tem influências de Bob Marley, Edson Gomes, Ras Michael, The Congos, Vibrações, Ponto de Equilíbrio, Ras Ciro Lima e outros grupos que pregam a Pan Africanidade. Também seguem a filosofia religiosa dos rastafaris, inclusive, com a realização de acampamentos reflexivos.

Contatos:
(82) 8846-5457 / (11) 7650-4817

Revista elege Halle Berry a mais sexy do mundo

Junto de um ensaio fotográfico que a mostra em muito menos que uma camiseta, Halle Berry fala sobre ter sido eleito pela revista “Esquire” a mulher viva mais sexy do mundo, na edição de novembro.
Não sei exatamente o que isso significa, mas aos 42 anos e tendo tido um bebê recentemente, acho que vou aceitar”, afirmou a atriz, que deu à luz sua filha Nahla em março.
Sensualidade é um estado de espírito – um confortável estado de ser. Tem a ver com amar a si mesmo até nos seus momentos mais odiáveis”, disse.
Mas a atriz, que ganhou um Oscar por sua atuação em “Monster’s ball”, não pode chamar para si todas as honras de ter ganhado o título de mulher mais sexy. “Divido esse título com todas as mulheres, por cada uma pode concorrer a ele em qualquer momento.”

Fonte: G1

domingo, 12 de outubro de 2008

Escola alagoana exalta temática étnico-cultural

Alunos e professores da Escola Estadual Alberto Torres reforçam as atividades sobre a identidade negra e promovem a integração com segmentos afro-alagoanos


Texto e fotos: Helciane Angélica
(Jornalista / Cojira-AL)


A Escola Estadual Alberto Torres nas vésperas do mês da consciência negra intensificou as atividades sobre as questões étnico-raciais, e colocou em prática o projeto "Peróla Negra Brasileira: História, importância e lutas do povo negro. Conheça e se orgulhe!”. As atividades tiveram início na última sexta-feira e segue até o dia 16 de outubro, no bairro de Bebedouro em Maceió.

A programação começou com uma tentativa frustrada de ter uma aula de campo no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado no platô da Serra da Barriga em União dos Palmares (AL), onde seriam repassadas explanações históricas sobre a importância do Quilombo dos Palmares, lideranças quilombolas, herança cultural e outros aspectos. Porém, a lama, chuva e os buracos foram os principais obstáculos. De acordo com a aluna do 9º ano “A”, Silviane Paula da Silva, 14 anos, essa seria a sua primeira vez no local. “Quando soube da visita à Serra da Barriga achei bom, porque iria conhecer mais, ver tudo aquilo que passava na televisão. Com o problema na subida, a minha alegria durou pouco. De tanto ouvir falar na Serra, tinha a curiosidade de saber mais e como não pude conhecer fiquei muito triste”, declarou.

O buraco no meio do caminho, impossibilitou o acesso até o platô

O desejo dos estudantes em conhecer era enorme, a ponto de muitos sugerir uma caminhada até o platô, mas os coordenadores resolveram encerrar por ali, já que seria muito desgastante (são 5 km de subida) e não estavam com recursos apropriados. Sobre o descaso das autoridades, a professora de ensino religioso, Heloísa Carvalho, desabafou: “Esperei muito tempo por essa oportunidade e fiquei frustrada. Espero que nossos governantes tomem as devidas providências quanto ao acesso e na preservação do nosso patrimônio, devido a riqueza cultural que é a Serra da Barriga”, afirmou.

No segundo dia, representantes do movimento negro alagoano ministraram as palestras “Palmares, 100 anos de resistência”, “O negro na Bíblia” e “Violência e Etnicidade”, respectivamente, por Helcias Pereira (Anajô), Benedito Jorge (Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro) e Carlos Martins (União de Negros pela Igualdade / Unegro-AL). Também teve apresentação cultural do afoxé Dana Luna (Vila dos Pescadores de Jaraguá) e o cine-fórum África-Brasil, conduzido pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô com a participação especial de Wagner Bijagó e Ismael Tcham - representantes dos acadêmicos africanos da Ufal.

Aprofundamento

O evento segue nesta semana com o aprofundamento dos temas nas salas de aula, além de destacar os pontos importantes e contribuições dos conteúdos em todas as disciplinas. E na quarta-feira (15), Dia dos Professores, terá o fórum especial com esses profissionais sobre as Leis Federal 10.639/03 e a Estadual 6.814/07 – obrigam a implementação da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo escolar – a atividade será administrada pelo Centro de Estudos e Pesquisa Afro-Alagoano Quilombo.

Segundo o estudante Robson Feliz Junior, 20, representante do Conselho Escolar da instituição, a temática afro sempre esteve presente e esse ano se fortaleceu. “O colégio nunca deixou de relatar a história de Zumbi, principalmente, no mês da consciência negra. Esse projeto é maravilhoso, o pessoal está empolgado para conhecer mais e espero que não seja apenas nesse ano, para que outros alunos também tenham acesso as informações”, ressaltou.

A atividade foi idealizada pelo professor de matemática Allex Sander Porfirio, que demonstrou a possibilidade de trabalhar as questões étnico-culturais em todas as disciplinas. Para a realização das atividades, a escola tem o apoio da 1ª Coordenadoria Regional de Ensino – SEE/AL; Companhia do Estudante; Instituto Galba Novais de Castro; Núcleo de Estudos sobre a violência em Alagoas e o Núcleo de Estudantes Africanos, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal); Comitê Gestor do PMQP; Afoxé da Vila dos Pescadores do Jaraguá; Agrupemba Ornamentação Artística; lojas Adventure e Altas Ondas; além das entidades convidadas para a explanação das informações.


Entrevistados: Silviane Paula da Silva (aluna) / Heloisa Lima de Carvalho (professora) / Robson Félix Júnior (aluno)


Serviços
Evento: Pérola Negra Brasileira
Período: 10 a 16 de outubro
Realização: Escola Estadual Alberto Torres – Rua Cônego Costa Rego, S/N, Bebedouro
Contatos: (82) 3338-7008 / 8868-4838 / 8803-9930.

Campanha

A jornalista Glória Maria foi nomeada embaixatriz da campanha “Não aceite informação pela metade”, criada a partir do movimento “Outubro Rosa - Mulher Consciente na luta contra o câncer de mama”, realizado por instituições filantrópicas. Tem como objetivo dar maior visibilidade à luta contra a doença e no investimento na divulgação das informações. Durante este mês, algumas capitais brasileiras terão monumentos históricos e edifícios privados iluminados com a cor rosa.