terça-feira, 31 de agosto de 2010

Diversidade e igualdade no SUS

Por: Helciane Angélica


De 31 de agosto a 2 de setembro, a Diretoria de Promoção da Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza o seminário sobre Diversidade de Sujeito e Igualdade de Direitos no SUS, no Recanto Coração de Jesus localizado no bairro da Serraria em Maceió. A atividade conta com o apoio da Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; a Universidade Federal de Alagoas e o Ministério da Saúde.

Tem como objetivo central: implementar a articulação entre sujeitos e movimentos organizados da diversidade com gestores públicos, criando condições através da justiça social, de fortalecer as políticas de saúde, reduzindo as iniquidades nos diferentes contextos.

Estarão presentes profissionais e gestores de saúde, integrantes de movimento popular e social; da educação, educadores populares, lideranças do campo, indígenas, negros, quilombolas, religiões de matriz africana; e do movimento de lésbicas, gays e transexuais.

Dentre os temas a serem discutidos estarão: “Os Movimentos Sociais na Saúde”, “Protagonismo dos Movimentos Sociais Organizados pelo Direito à Saúde: qual o impacto?”, “As Políticas de Promoção da Equidade em Saúde”, “Saúde Pública na perspectiva da Diversidade”, “As determinações sociais no processo de Saúde”. Também terão grupos de trabalhos para aprofundar as reflexões e propostas, além de apresentações culturais como grupos de maculelê do Mestre Tunico, Toré Xucuru Cariri e Dança dos Orixás, com a participação dos alunos do projeto Inaê, do Village Campestre II.

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição Federal de 1988 para que toda a população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde; fazem parte os centros e postos de saúde, hospitais – incluindo os universitários, laboratórios, hemocentros (bancos de sangue), os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa. Mais informações: (82) 3315-1118.


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (31.08.10)

domingo, 29 de agosto de 2010

Rodrigo dos Santos, o Noronha de "Passione", resgata ancestralidade na capoeira

O primeiro contato do ator Rodrigo dos Santos com essa mistura de dança, luta e cultura aconteceu em 1995


Por: Gabriel Sobreira


"Capoeira é lúdica, é mente, é corpo e é festa". Esta é a análise que Rodrigo dos Santos, o Noronha de "Passione", da Globo, faz da prática abraçada por ele há 11 anos. "A capoeira me ajudou na capacidade de improviso, na prontidão física e na preparação corporal", conta o ator. No ar em "Passione", Rodrigo dos Santos, que interpreta Noronha, advogado da Metalúrgica Gouveia e de Saulo, papel vivido por Werner Schünemann, não se contém quando o assunto é o futuro do seu personagem. "Ele será o presidente da empresa. Depois que Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, ninguém segura o Noronha", brinca.

Na quadra onde Rodrigo joga capoeira três vezes na semana, as ornamentações típicas do esporte estão por toda parte. Fotografias antigas de grandes mestres, outras de encontros de associações e fotos em preto e branco de crianças treinando são algumas das primeiras imagens enfeitam o ambiente. No chão, uma roda com aproximadamente 15 alunos, acompanhados do Mestre Marrom, entoam cantos folclóricos e feitos de famosos capoeiristas do passado.

Dentro da roda está o ator e aluno Rodrigo Santos se preparando para jogar com outro aluno. O ator abaixa a cabeça, faz reverência, aperta a mão do seu oponente e segue o jogo. Os movimentos, quase coreografados, parecem antevistos por Rodrigo que se esquiva lentamente de cada golpe. "Já me machuquei várias vezes. Meu nariz é torto, tenho o septo desviado, já gravei com olho roxo.
Normal, né?", diz, entre risos, o ator.

Aluno da Associação Marrom de Capoeira, do professor Henrique Anastácio de Jesus, o Mestre Marrom, Rodrigo encontrou na capoeira da Angola uma profunda reverência ao passado do esporte. O respeito às raízes e aos mestres mais antigos foram algumas das razões que fizeram Rodrigo escolher a capoeira Angola ao invés da capoeira regional --um estilo considerado mais moderno, jogado mais acelerado e mais em pé. "Há um tempo comecei a buscar minhas raízes culturais. Depois de treinar com o Mestre Marrom vi que só poderia fazer a capoeira Angola".

O primeiro contato do ator com essa mistura de dança, luta e cultura aconteceu em 1995, quando ele participava da Companhia Prática de Teatro, com o espetáculo "O Pagador de Promessas", dirigido por Michel Bercovitch. "Tinha capoeira na peça e alguns capoeiras foram convidados para participar", relembra Rodrigo.

Quatro anos depois, prestes a estrear na série "Mulheres", da Globo, Rodrigo por acaso se encontra com o Mestre Marrom e desde então a capoeira está na sua rotina. Para o ator, a capoeira eleva tanto a sua capacidade profissional quanto a pessoal. "É uma forma de ter minhas habilidades ampliadas. Sou um percursionista, um artista, um cantor, um dançarino, um lutador, um poeta, um improvisador e um artesão", afirma Rodrigo, que está no último semestre da faculdade de filosofia.

Ainda segundo ele, o Brasil deveria investir em filmes de ação com capoeira. "Aliar o comercial ao artístico é mesmo possível. Eu queria ter feito em 2009 o protagonista de "Besouro", defende o ator referindo-se ao filme de João Daniel Tikhomiroff sobre o lendário capoeirista baiano Manuel Henrique Pereira, conhecido como Besouro Mangangá. Ao fim da aula, depois de ter esquivado de golpes como meia lua, rabo-de-arraia, vingativas e rasteiras, Rodrigo encara suas apostas de futuro. "Eu me vejo carregando toda minha ancestralidade. E criando minha filha com estes valores", diz.


Fonte: PopTevê

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A emocionante entrega do Troféu Palmares

Sensibilidade, força e fé sintetizam as qualidades das premiadas deste ano

Foto: Sétima Produções / Divulgação
Palmares

Chica Xavier, Mãe Neide e Alaíde do Feijão recebem as estatuetas, respectivamente, de Juca Ferreira, Zulu Araújo e Vovô

Por Sal Freire

Mãe Neide D´Oxum, Alaíde do Feijão e Chica Xavier subiram ao palco do Teatro Nacional de Brasília, sexta-feira passada (20), para receber, simbolicamente, a homenagem pelo trabalho em benefício da sociedade brasileira: o prestigioso e significativo Troféu Palmares, concedido pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, e que marca, também, os 22 anos de existência desta organização.

A vencedora do campo religioso, Mãe Neide D'Oxum, de Alagoas, recebeu a estatueta das mãos do presidente Zulu Araújo. "Um prêmio mais que merecido! Mãe Neide, além do importante acolhimento espiritual que realiza em Maceió, foi uma das primeiras a acudirem os nossos irmãos quilombolas, em união dos Palmares (AL), durante as enchentes ocorridas no estado", afirmou. Com um belo canto de saudação a Yemanjá, a sacerdotisa agradeceu à Palmares e às pessoas que nela votaram.

Para entregar o prêmio à vencedora do campo social, Alaíde do Feijão, subiu ao palco Antônio Carlos dos Santos - o Vovô -, ilustre fundador da agremiação Ilê Aiyê, de Salvador (BA). "Estou muito feliz por entregar este símbolo da Palmares para uma conterrânea! Alaíde é importante não só pela culinária que pratica, mas por tudo que já fez pelo movimento negro, que, ao longo dos anos, alimentou não apenas com seu famoso feijão, mas com idéias e coragem", resumiu Vovô.

Por fim, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, passou o troféu às mãos da atriz Chica Xavier, a vitoriosa candidata do campo cultural. Em agradecimento, Chica entoou um comovente canto de louvação aos deuses africanos. Juca Ferreira reverenciou a grande artista, precursora e símbolo de gerações e gerações de atrizes e atores negros, parabenizando a Fundação Cultural Palmares pelo importante trabalho de preservação e incentivo à cultura afro-brasileira realizado durante sua gestão.

Noite mais emocionante, impossível.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Conversas Negras

Por: Helciane Angélica


De 24 a 26 de agosto, o Projeto Raízes de Áfricas coordenado pela educadora e redatora publicitária Arísia Barros, realizará o I Ciclo Nacional de Conversas Negras: “Agosto Negro ou o que a História Oficial Ainda Não Conta” no auditório da Federação das Indústrias de Alagoas no bairro do Farol em Maceió-AL.

Tem como principais objetivos: estabelecer um canal de comunicação entre a população e as instituições locais, proporcionando o sentimento de pertencimento étnico, contribuir para o enfrentamento do racismo estrutural e suas consequências sociais; agregar valores aos currículos institucionais contemplando e problematizando temas relacionados com as questões que dizem respeito ao negro na sociedade brasileira (Lei Caó nº 7.716/89, Lei Federal nº 10.639/03, Lei Estadual nº6.814/07); aproximar a sociedade do ideário acadêmico e a academia das conversas negras/sociais e de pesquisas que exploram de forma positiva a etnicidade negra; além de socializar ferramentas didáticas e conteúdos referentes ao ensino da História da África e cultura afro-brasileira.

Foram destinadas 150 vagas, e a meta principal é possibilitar a criação de um Fórum Intergovernamental Contra o Racismo Estrutural. A programação é bem extensa com oficinas, palestras e debates, destacando-se: As perspectivas políticas para a população negra em 2011 (Ano Internacional dos Afro-descendentes); Os Fóruns Permanentes de Educação e Diversidade Étnicorraciais e as Diferentes Possibilidades de Construção de Outros Olhares na Educação Formal; “Deficiência e Negritude” - A deficiência como hiato racial entre negros e brancos; De olho no preconceito: uma análise sobre os personagens negros em livros para crianças e adolescentes; Cultura e Mídia Não Discriminatórias e/ou Mais Mulheres Negras no Poder; Roda de Conversa para Blogueiros/Blogueiras, Twiteiros/Twiteiras e Afins; dentre outros assuntos interessantes.

Outro importante momento será o lançamento de dois livros no dia 24 às 20h, que se destacam pela reflexão crítica e atualizada, além de ter o recorte de gênero e etnia. São eles: “O negro na Polícia Militar: cor, crime e carreira no Rio de Janeiro” escrito por Carlos Nobre Cruz – jornalista, pesquisador, professor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio e mestre em Ciências Penais (Universidade Cândido Mendes), e o livro “Mulheres Negras do Brasil” de Schuma Schumer e Érico Vital Brazil, que apresenta referências, estudos e raridades iconográficas antes mesmo da chegada dos europeus às terras brasileiras até a atualidade.

O evento promete ser surpreendente e também conta com vários apoiadores, inclusive, da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL). Mais informações: raizesdeafricas@gmail.com.br / 8815-5794 e 8898-0689.



Fonte: Coluna Axé - Tribuna Indepedente (24.08.10)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Cultura popular e afro-alagoana em pauta



“Múltiplos olhares sobre a Cultura Popular e Afro Alagoana: Gestão, políticas públicas e o fazer cultural em Alagoas” é o tema do Seminário e Festival de Cultura Popular em Maceió que terá início amanhã e segue até o dia 30 de agosto. A atividade conta com o patrocínio da Fundação Nacional de Arte (FUNARTE) e o apoio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), Secretaria Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania, Unicompra, Santa Bárbara Engenharia e PROEST/UFAL. Confira a programação completa e faça sua inscrição no blog: www.multiplosolharesalagoas.blogspot.com.

sábado, 21 de agosto de 2010

Aprovada tese que defende igualdade na imprensa

Por Angélica Basthi*

Foi aprovada nesta quinta-feira (19), no 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em Porto Alegre (RS), a tese "A mídia contribuindo para uma nação igualitária e o exercício da desconstrução do racismo nos meios de comunicação e no meio sindical", apresentada pelo Núcleo dos Jornalistas Afro-brasileiros, vinculado ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), e subscrita pelas Cojiras.

A tese convoca os jornalistas de todo o país a cumprirem o papel de "promotores da igualdade racial no cotidiano das suas redações e como formadores de opinião". O texto também reitera que as resoluções aprovadas nos congressos anteriores referentes à temática racial sejam implementadas e cobra ainda a realização de um censo etnico-racial pela categoria.

A Cojira-Rio, que também subscreveu a tese, fez um adendo durante a aprovação onde acrescentou ser fundamental "garantir o foco na equidade de gênero com recorte racial em todas as ações e atividades relacionadas à promoção da igualdade racial nas relações de trabalho e na produção de conteúdo jornalístico".

Em seguida, a Cojira-Rio também apoiou a aprovação de outra tese no campo das relações de gênero, intitulada "Mulheres jornalistas lutam contra a violência de gênero, imagem estereotipada e pela democratização na comunicação" e defendida pelo Núcleo de Mulheres Jornalistas pela Igualdade de Gênero, do Sindjors.

Na manhã desta sexta-feira (20), as agências da ONU, Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sindicato dos Jornalistas e Cojiras participam da apresentação do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, na qual se prevê, entre outros, a formação de jornalistas nos temas gênero, raça e etnia.

O 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, que termina neste sábado, está sendo promovido pela Fenaj e reúne cerca de 400 jornalistas profissionais de todo o país.


* Delegada eleita para o Congresso Nacional dos Jornalistas, é integrante da Cojira-Rio, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ciclo Nacional Conversas Negras - vagas limitadas!

Coletiva com sete divas negras na Fundação Cultural Palmares

Nesta quinta-feira (19-08-10), na abertura das atividades comemorativas do 22º aniversário da Fundação Cultural Palmares (FCP), ocorrerá uma entrevista coletiva com as sete divas negras que farão o show Mães D'Água - Yèyé Omó Ejá, na sexta-feira (20-08-10), no Teatro Nacional de Brasília. Da conversa com os jornalistas, que ocorre às 10 horas, no Auditório da Fundação Cultural Palmares, participarão o maestro e o diretor artístico do concerto, Ângelo Rafael Fonseca e Fábio Espírito Santo, respectivamente, e o presidente da instituição, Zulu Araújo.

Alaíde Costa, Daúde, Luciana Mello, Margareth Menezes, Mart'nália, Paula Lima e Rosa Marya irão recompor a lenda de Iemanjá, a partir dos sete mais legitimados arquétipos da divindade africana: Yemoyo, Ogunté, Yewa, Asaba, Yamassê, Olossá e Yasessu. Por meio do cancioneiro popular brasileiro, que reúne uma gama de compositores que vão de Dorival Caymmi a Lenine, passando por Vinícius de Moraes, estas sete grandes intérpretes brasileiras irão exaltar as qualidades das representações mais conhecidas da poderosa iyabá (feminino de orixá).

Estaremos esperando por vocês na sede da Fundação Cultural Palmares, que fica no Setor Bancário Sul, Qd. 02, lt. 11 (Brasília/DF). Encaminhamos, de antemão, alguns dados básicos, mas, caso desejem, poderemos enviar mais detalhadas sobre o concerto, os artistas envolvidos e a programação geral das festividades. Alertamos apenas para o fato de que teremos curto espaço de tempo para a entrevista coletiva, sendo importante o cumprimento do horário. Abaixo, seguem também nossos contatos, caso precisem de dados adicionais. Sem mais, atenciosamente,


Suzana Varjão
Assessoria de Comunicação

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SERVIÇO

O quê: Concerto, com gravação de DVD
Data: 20 de agosto
Horário: 21h
Local: Teatro Cláudio Santoro (Teatro Nacional)
Ingressos: Distribuição gratuita na bilheteria do teatro, nos dias 19 e 20, das 14h às 18h, ou até que os ingressos disponíveis sejam esgotados.

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FICHA TÉCNICA

Cantoras convidadas
Alaíde Costa
Daúde
Luciana Mello
Margareth Menezes
Mart´nália
Paula Lima
Rosa Marya Colin

Diretor artístico
Fábio Espírito Santo

Maestro
Ângelo Rafael Fonseca

Iluminadora
Irma Vidal

Cenógrafo
Davi Cavalcanti

Figurinista
Márcia Ganem

Arranjadores
Ataualba Meirelles, Bina Marques, Gerson Silva, Leandro Braga e Pedro Augusto Dias

Orquestra
50 músicos

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MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O EVENTO:

Suzana Varjão
Coordenadora de Comunicação e Jornalismo
(61) 9967-2756
suzana.varjao@palmares.gov.br

Sal Freire
Jornalista-assistente
(61) 8130-4990
salfreire@gmail.com

Ana Carla Rogado
Secretária
(61) 8527-2181
ana.silva@palmares.gov.br


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PROGRAMAÇÃO COMPLETA DAS ATIVIDADES COMEMORATIVAS:

19 DE AGOSTO
LOCAL: Sede da Fundação Cultural Palmares (Setor Bancário Sul, Qd. 02, lt. 11. CEP.: 70.070-120, Brasília - DF - Brasil).

MANHÃ
9h às 9h30. Café da manhã (corredor principal do 1º subsolo da FCP)
9h30 às 10h. Lançamento dos livros O negro na TV pública, de Joelzito Araújo, e Revolução constitucionalista, de Maurício Pestana (hall de entrada do 1º subsolo da FCP)
10h às 10h30. Coletiva de imprensa com presidente da FCP, cantoras e diretores do concerto (auditório da FCP).
10h30 às 11h. Abertura oficial do seminário A cultura negra em debate e das atividades comemorativas dos 22 anos da Fundação Cultural Palmares, por autoridades convidadas (auditório da FCP).
11h às 13h. Painel 1 - Direitos autorais e a proteção e disseminação da cultura negra: uma discussão necessária (auditório da FCP).
Participantes:
- José Vaz de Souza Filho. Coordenador Geral de Gestão Coletiva e Mediação (Secretaria de Políticas Culturais/MinC)
- Bruno Ferreira Maceió. Secretaria de Políticas Culturais/MinC
- Cristiane Olivieri. Advogada e especialista em Direitos Autorais para a Cultura (a confirmar)

Coordenação: Zulu Araújo - Presidente da Fundação Cultural Palmares

13h às 15h. Almoço

TARDE
15h às 17h. Painel 2 - Cultura negra: conceito antropológico e político. O papel da Fundação Cultural Palmares na contemporaneidade.

Participantes:
- Terezinha Bernardo. Doutora em Antropologia e Professora da PUC/SP
- Nelson Inocêncio. Doutorando em Artes, Professora da UnB e artista plástico
- Alex Ratts. Doutor em Antropologia e Professor UFG
- Carlos Benedito Rodrigues. Doutor em Antropologia e Professor UFMA
- Carlos Eugenio Líbano - Doutor em História e Professor UFBA

Debatedor: Sales Augusto dos Santos. Doutor em Ciências Sociais
Coordenação: Eliane Borges da Silva. Chefe de Gabinete da FCP e Doutora em Ciência da Informação



20 DE AGOSTO

LOCAIS:
Sede da Fundação Cultural Palmares (Setor Bancário Sul, Qd. 02, lt. 11. CEP.: 70.070-120, Brasília - DF - Brasil).
Teatro Cláudio Santoro / Nacional de Brasília (Setor Cultural Norte, Via N 2 - em frente ao Conjunto Nacional de Brasília. Tels.: 61 3325-6239/6256).

MANHÃ (sede da Palmares)
11h às 11h30. Bênção
11h30 às 12h. Apresentação de samba-de-roda do Recôncavo (grupo Raízes de Angola)

TARDE (sede da Palmares)
12h às 13h. Caruru
13h às 16h. Show de samba (grupo Volta por Cima)
16h. Encerramento

NOITE (Teatro Nacional de Brasília)
20h30 às 21h. Solenidade de entrega do Troféu Palmares
21h. Concerto Mães D´Água (Yèyé Omó Ejá)

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A exposição fotográfica A força das mulheres na cultura afro-brasileira, organizada pelo Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra da Fundação Cultural Palmares, poderá ser visitada nos dias 19 e 20, na galeria da FCP.


Fonte: www.palmares.gov.br

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ONU faz oficina de gênero, raça e etnia no 34º Congresso Nacional dos Jornalistas

Além da participação no evento, UNIFEM-ONU Mulheres propõe parceria à Federação Nacional dos Jornalistas para ações de combate ao racismo e às desigualdades de gênero e etnia. Evento começa nesta quarta-feira (18/8), em Porto Alegre, e reunirá 400 jornalistas de todo o país



Começa nesta quarta-feira (18/8), em Porto Alegre, o 34º Congresso Nacional dos Jornalistas. A edição que tem como slogan “O jornalismo a serviço da sociedade e a defesa da profissão” vai debater a promoção da igualdade nas Oficinas e Espaços de Articulação de Gênero, Raça e Etnia, promovidos pelo UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher – parte da ONU Mulheres), Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e Sindjors (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul). Programadas para o período de 19 a 21 de agosto, as atividades marcam a parceria estratégica entre a Fenaj e o UNIFEM-ONU Mulheres em prol da promoção da igualdade de gênero, raça e etnia.

As atividades objetivam gerar reflexões sobre o papel social do jornalismo e os desafios para o enfrentamento ao racismo e às desigualdades de gênero. Criam oportunidades para ampliar o debate sobre os novos caminhos para a atuação das jornalistas e dos jornalistas a serviço da sociedade brasileira.

Durante os três dias, as Oficinas e Espaços de Articulação de Gênero, Raça e Etnia vão abordar as relações de gênero, raça e etnia na comunicação, limites e possibilidades do valor-notícia para a equidade, a presença do gênero no noticiário, o combate ao racismo a partir da prática jornalística da grande imprensa e da imprensa negra, os caminhos para a pluralidade no noticiário e o compromisso ético e social das jornalistas e dos jornalistas.


ONU e comunicação de gênero, raça e etnia

Em paralelo ao evento, na sexta-feira (20/8) haverá uma reunião entre as agências da ONU, Fenaj e sindicatos dos jornalistas para apresentação do Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, o qual tem a comunicação entre suas linhas estratégicas prevendo ações de formação de jornalistas nos temas gênero, raça e etnia, incentivo a maior cobertura da temática na grande mídia e fortalecimento das estratégias de mídia e advocacy desenvolvidas pela sociedade civil. O Programa é coordenado por seis agências da ONU – UNIFEM, UNICEF, UNFPA, PNUD, OIT e ONU-HABITAT -, Secretaria de Políticas para as Mulheres, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, com financiamento do Governo Espanhol através do Fundo para o Alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

No sábado (21/8), acontecerá um intercâmbio de experiências entre Brasil e Paraguai. A jornalista paraguaia Natalia Ruiz, consultora da AECID (Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento), vai contar a proposta de jornalismo inclusivo proposto pela categoria paraguaia e Jeanice Ramos, jornalista e uma das coordenadoras do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindjors, o trabalho em favor do combate ao racismo entre os jornalistas. Após a apresentação, UNIFEM-ONU Mulheres, UNFPA e PNUD vão apresentar algumas experiências de comunicação.


Parceria em gênero, raça e etnia

Às vésperas do 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, o UNIFEM-ONU Mulheres propôs uma cooperação técnica com a Fenaj, por meio do Programas Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia e do Programa Regional de Incorporação das Dimensões de Gênero, Raça e Etnia nos Programas de Combate à Pobreza da Bolívia, Brasil, Guatemala e Paraguai.

O documento, que será apreciado pela nova diretoria da Fenaj a ser empossada no 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, estabelece marcos para a realização de atividades de formação e debate com jornalistas; ações para a igualdade entre trabalhadoras e trabalhadores do jornalismo e dos meios de comunicação, a fim de aprimorar a qualidade da cobertura jornalística dos temas gênero, raça e etnia; e a implementação das ações aprovadas nos Congressos Nacionais dos Jornalistas para a igualdade de gênero, raça e etnia, tais como realização do censo do jornalismo brasileiro, adoção da autodeclaração etnicorracial nas fichas sindicais, produção de conhecimento.

Conforme a minuta do termo de cooperação, estão previstas iniciativas que versem pelo pleno cumprimento dos princípios dos direitos humanos, relações etnicorraciais e de gênero no Brasil e no mundo à luz da liberdade de imprensa.


Lounge Gênero, Raça e Etnia

Durante todo o congresso, que começa na quarta-feira (18/8) e se encerra no domingo (22/8), o lounge Gênero, Raça e Etnia será um espaço de convivência e distribuição de materiais para os 400 participantes do evento. Com publicações e materiais produzidos na temática, haverá de produtos das agências da ONU: UNIFEM, UNFPA, PNUD e ONU-HABITAT. Para o espaço, UNESCO e IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) doaram livros sobre comunicação e cidadania.



Isabel Clavelin - Assessora de Comunicação
UNIFEM Brasil e Cone Sul

Troféu Palmares: O público escolheu Mãe Neide, Chica Xavier e Alaíde do Feijão

Mãe Neide, Chica Xavier e Alaíde do Feijão (Foto: Divulgação)


Por Suzana Varjão

Numa disputa emocionante, que envolveu 21 mil votantes, foram escolhidas as três personalidades femininas que receberão o Troféu Palmares 2010: Mãe Neide Oyá D' Oxum (campo religioso), Chica Xavier (campo cultural) e Alaíde do Feijão (campo social). As homenageadas foram escolhidas entre as 15 mulheres selecionadas a partir de uma ampla consulta, envolvendo todo o quadro funcional da Fundação Cultural Palmares - servidores, funcionários e terceirizados.

- Todas as indicadas merecem o prêmio. Se dependesse de nossa vontade, daríamos a todas. São mulheres fantásticas!

A frase do presidente da Palmares, Zulu Araújo, expressa o sentimento dos que indicaram os nomes das concorrentes e acompanharam a votação, dada a grande representatividade das lideranças envolvidas no processo. São mulheres notadamente dedicadas à causa afrodescendente - portanto, à causa da maioria da população brasileira -, em seus respectivos campos de reflexão e ação, o que se pode observar pelo breve perfil das candidatas e vencedoras.

AS HOMENAGEADAS - Chica Xavier, atriz de cinema, teatro e televisão, é figura emblemática da luta pela igualdade racial e do combate ao preconceito religioso, tendo recebido, em 2009, o título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro e o diploma Zumbi dos Palmares, da Assembléia Legislativa do Rio. Dentre os trabalhos que marcaram sua carreira, destacam-se o filme "Assalto ao trem pagador" (1962), dirigido por Roberto Farias, e a novela "Os Ossos do Barão" (1973), de Jorge Andrade (Rede Globo).

Alaíde da Conceição, a Alaíde do Feijão, é especialista na culinária afro-baiana, grande conhecedora da cultura ancestral africana, e mantém um pequeno restaurante no Centro Histórico do Salvador, de onde acompanha e participa, ativamente, do desenvolvimento da luta contra o racismo na cidade. Viu nascerem algumas das principais entidades negras da Bahia, como o Ilê Aiyê e o Olodum, alimentando, com seu suculento feijão, idéias e ações de boa parte das lideranças baianas.

Mãe Neide Oyá D´Oxum, a Mãe Neide, iniciou-se no Kardecismo aos 16 anos, passando, posteriormente, a participar de cultos afro-brasileiros, até fundar o Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB), hoje uma ONG de auxílio material e espiritual de comunidades desassistidas. Dentre outras ações sociais que desenvolve, destaca-se a contribuição diária para a alimentação das comunidades quilombolas de União dos Palmares, que foram devastadas pelas últimas enchentes no estado de Alagoas.

O TROFÉU - Esta é a terceira edição do Troféu Palmares, instituído em 2008 para homenagear personalidades da sociedade brasileira que contribuem para o exercício do respeito à diversidade e à cidadania, com especial atenção à causa afro-brasileira. No primeiro ano de realização, receberam a estatueta a atriz Zezé Mota, a Yalorixá Mãe Stella de Oxóssi e o ministro da Cultura, Juca Ferreira. No ano passado, os agraciados foram Mãe Beata de Iemanjá, Esther Grossi e Haroldo Costa.

Outro diferencial deste ano, além do processo eletivo, é a ênfase na questão de gênero: somente mulheres concorreram ao prêmio, que será entregue na sexta-feira (20/08), no Teatro Nacional de Brasília. Aliás, as homenagens da Palmares ao sexo feminino não se resumem à entrega do Troféu. Fechando a noite do dia 20, acontecerá o show Mães D´Água, protagonizado por sete talentosas cantoras negras do Brasil: Alaíde Costa, Daúde, Luciana Mello, Margareth Menezes, Mart´nália, Paula Lima e Rosa Maria.

O PROCESSO - A escolha das homenageadas começou em julho último, com a indicação de mais de 30 candidatas, pelo corpo funcional da Fundação Cultural Palmares. Desta primeira lista, o corpo diretivo da Fundação selecionou os 15 nomes que participaram da votação aberta, sendo cinco para cada um dos campos previstos pelo regulamento - o cultural, o social e o religioso. A votação aberta durou dez dias, e foi realizada pela Internet.


AS DEMAIS CONCORRENTES

1. Campo religioso

IRMÃ ESTELITA, a Juíza Perpétua da Boa Morte. Aos 104 anos, é a mais antiga integrante da Irmandade da Boa Morte, confraria feminina afrocatólica composta por descendentes de escravos africanos. Instalada no Recôncavo Baiano, tem forte significado político, social e religioso. Patrimônio Imaterial da Bahia, a Festa da Boa Morte, que acontece este mês, mistura elementos do catolicismo e do candomblé e é considerada uma das mais importantes manifestações culturais do estado.

MÃE CARMEM, a Yalorixá do Terreiro do Gantois. Mãe Carmem é a filha mais nova de Mãe Menininha do Gantois e irmã caçula de Mãe Cleusa Millet, sua antecessora. Foi iniciada no Candomblé para Oxalá quando ainda era criança. Após a morte de Mãe Cleusa, em 1998, assumiu o Ilê Iyá Omi Axé Iyamassé, o terreiro mais famoso do Brasil, localizado em Salvador (Bahia). Ela traz o segredo do Axé, tendo ao seu lado as duas filhas: Angela de Oxum e Neli de Oxossi.

MÃE MENINAZINHA D'OXUM, a Yalorixá do Terreiro Ilê Omulu e Oxum. Mãe Meninazinha D' Oxum é neta e herdeira espiritual de Iyá Davina, tendo sido declarada Yalorixá antes mesmo de nascer. Fundadora da Sociedade Civil e Religiosa Ilê Omolu e Oxum, localizada em São João de Meriti (RJ), entende ser necessário ampliar a função religiosa da comunidade-terreiro para a de agente disseminador de informação para a população do terreiro e do seu entorno.

MÃE RAILDA, a primeira mãe de santo do Distrito Federal. Railda Rocha Pitta, do Terreiro Opô Afonjá Ilê Oxum, é uma das mais respeitadas lideranças religiosas do País, desenvolvendo um significativo trabalho de auto-afirmação da negritude na capital do Brasil. A religiosa reivindica, dentre outras ações afirmativas, o acesso do povo negro às instâncias de poder, sendo uma intransigente defensora do sistema de cotas.

2. Campo cultural

ELISA LUCINDA. Escritora e atriz, atua, com sucesso, em teatro, cinema e televisão. "A menina transparente", poema de estréia na literatura infantil, recebeu o Prêmio Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Por meio da escrita, como a poesia "Mulata exportação", e da postura cotidiana - não aceitou, por exemplo, alisar o cabelo para interpretar uma médica, em uma novela da Rede Globo de Televisão -, está sempre denunciando os preconceitos e discriminações da sociedade.

D. IVONE LARA. Cantora e compositora carioca, foi a primeira mulher a ingressar, em 1965, na Ala dos Compositores da Escola de Samba Império Serrano. A definição do diretor de shows Túlio Feliciano resume a identidade artística da vencedora do Prêmio Shell de MPB de 2002: "A síntese do samba, aquela que tem o ritmo dos tambores do jongo e a riqueza melódica e harmônica do choro. No seu canto intuitivo está um pouco da África e do negro americano".

LIA DE ITAMARACÁ. Cirandeira pernambucana, Maria Madalena Correa do Nascimento ficou conhecida como Lia de Itamaracá, nos anos 60, quando a cantora e compositora Teca Calazans gravou a quadra "Esta ciranda quem me deu foi Lia/ que mora na Ilha de Itamaracá". Apesar de cantar e compor desde a infância, somente em 1977 gravou o primeiro disco, "A Rainha da Ciranda". Desde 2005, carrega o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

SELMA DO COCO. Cantora e compositora pernambucana, Selma do Coco é legítima representante de um ritmo que remonta ao Quilombo dos Palmares. Entre os destaques de sua trajetória artística estão o Prêmio Sharp de 1999, que ganhou com o disco "Minha História"; o Concurso Público do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco, promovido pelo governo do estado, e do qual foi uma das vencedoras; e o 32º New Orleans Jazz & Heritage Festival, do qual foi a principal atração brasileira.

3. Campo social

JUREMA WERNECK. Carioca, nascida no Morro dos Cabritos, em Copacabana, Jurema Werneck começou a participar do movimento de mulheres negras do Rio de Janeiro na segunda metade da década de 80. Graduada em medicina, integra, atualmente, o Conselho Nacional de Saúde e coordena a ONG Criola - uma das trincheiras que usa na luta para vencer o racismo, o sexismo e a lesbofobia, com o objetivo de transformar as relações sociais desiguais e injustas do Brasil.

LUISLINDA VALOIS. A baiana Luislinda Valois é um dos mais contundentes exemplos de resistência e superação. "Aconselhada", aos nove anos, a deixar de estudar para "aprender a fazer feijoada na casa de brancos", tornou-se a primeira juíza negra do Brasil, prolatando a primeira sentença contra o racismo no País. Dentre os diversos projetos que implantou, para levar a Justiça aos negros e pobres, destacam-se os Balcões de Justiça e Cidadania, a Justiça Itinerante e o Fome Zero no Judiciário.

SUELI CARNEIRO. É uma das mais expressivas ativistas do movimento negro brasileiro. Feminista, intelectual, fundou o Geledés - Instituto da Mulher Negra, primeira organização negra e feminista independente de São Paulo, e criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde específico para mulheres negras. Seus artigos - cerca de 150, publicados em jornais, revistas e livros - traduzem o engajamento político e a defesa dos direitos da mulher negra.

VILMA REIS. Socióloga e ativista do Movimento de Mulheres Negras, a baiana Vilma Reis é pesquisadora associada do projeto Raça e Democracia nas Américas e da Associação Nacional de Cientistas Políticos Negros/as dos EUA, possuindo importantes reflexões sobre racismo institucional. Entre suas várias trincheiras de luta estão o Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceafro) e o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), que preside.


SERVIÇO

O quê: Solenidade de entrega do Troféu Palmares
Data: 20 de agosto
Horário: 20h30 às 21h
Local: Teatro Cláudio Santoro / Nacional de Brasília (Setor Cultural Norte, Via N 2 - em frente ao Conjunto Nacional de Brasília. Tels.: 61 3325-6239/6256)
Ingressos: Distribuição gratuita na bilheteria do teatro, nos dias 19 e 20, das 14h às 18h, ou até que os ingressos disponíveis sejam esgotados.


Fonte: www.palmares.gov.br

Profissionais discutem "O Jornalismo a serviço da sociedade e a defesa da profissão"

Por: Helciane Angélica - integrante da Cojira/AL


De 18 a 22 de agosto acontecerá o 34º Congresso Nacional de Jornalistas e ainda terá o 1º Encontro Latino-Americano de Jornalistas em Porto Alegre (RS), que reunirá cerca de 700 profissionais para debater o tema: "O Jornalismo a serviço da sociedade e a defesa da profissão".

A ocasião, também será propícia para o encontro dos profissionais comprometidos com uma mídia voltada para a diversidade étnicorracial e no combate do racismo e os preconceitos correlatos, que trocarão informações sobre a atuação das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (AL, SP, RJ, DF, BA e PB) e o Núcleo de Comunicadores Afro-Descendentes do Rio Grande do Sul, além disso, terá uma oficina e o espaço de articulação “Gênero, Raça e Etnia”.

A delegação alagoana é formada por Isaías Barbosa, Ricardo Moresi, Flavio Mireirinho e as cojiranas Valdice Gomes e Emanuelle Vanderlei. Esperamos que tenham um bom encontro e ótimas resoluções!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

FCP - 22 anos

Por: Helciane Angélica


A Fundação Cultural Palmares faz parte do Ministério da Cultura e destina-se em elaborar estratégias de reconhecimento, preservação e de visibilidade às heranças afro-brasileiras. Trata-se de uma importante conquista do movimento social negro do País, e que há 22 anos vem contribuindo para grandes transformações sócio-culturais!

Para comemorar o aniversário do órgão federal, foi estabelecida uma ampla programação festiva que contemplou sete capitais – onde possuem ou pretendem implantar representações regionais da FCP – e envolveu grupos artísticos de 12 estados brasileiros selecionados por meio de um edital, que apresentaram seu talento no teatro, dança e música. Teve início no dia 13 de agosto com a apresentação do espetáculo teatral “Algo de Negro” do Grupo Folias D’arte (SP) no Calçadão do Comércio de Maceió.

Também ocorreu uma votação popular online para definir as três personalidades femininas negras que se destacam por contribuir no exercício do respeito à diversidade e à cidadania, com especial atenção à causa afro-brasileira. A atividade encontra-se na terceira edição, e desta vez teve recorte de gênero, foram pré-selecionadas 30 mulheres pelo corpo funcional da Palmares, e das 15 finalistas escolhidas pela Diretoria que estavam concorrendo ao prêmio, a alagoana Mãe Neide Oyá D´Oxum coordenadora do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb) pelo valoroso trabalho executado no projeto Inaê. Até o encerramento da edição nº112 da Coluna Axé, Mãe Neide estava vencendo no campo religioso; no campo cultural, Chica Xavier – a atriz de cinema, teatro e televisão, que também luta pela igualdade racial e no combate ao preconceito religioso; e no social, Alaíde do Feijão – especialista na culinária afro-baiana e grande conhecedora da cultura ancestral africana.

A entrega do Troféu Palmares 2010 acontecerá nesta sexta-feira (20), no Teatro Nacional de Brasília, também com o show Mães D´água que será transformado em DVD – uma homenagem a Iemanjá, e contará com a participação das artistas negras: Alaíde Costa, Daúde, Luciana Mello, Margareth Menezes, Mart´nália, Paula Lima e Rosa Maria, acompanhadas por uma banda-base e uma orquestra de 45 músicos. Outras informações no site: www.palmares.gov.br.


Fonte: Coluna Axé - Jornal Tribuna Independente (17.08.10)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Jeferson De

Diretor de "Bróder!" tem projeto com Taís Araújo


O cineasta paulista Jeferson De entrou com o pé direito no universo do longa-metragem. Isso porque seu primeiro longa de ficção, “Bróder!”, que chega aos cinemas no dia 4 de novembro, representou o Brasil no Festival de Berlim de 2010 ao lado de “Besouro”, de Daniel Tikhomiroff. Aos 32 anos, ele gerou polêmica ao criar o movimento “Dogma Feijoada”, para mudar a forma como o negro é retratado na cinematografia brasileira. Em “Bróder!”, ele promete manter esta polêmica, ao convidar Caio Blat, um ator branco, para ser o protagonista do filme. Nesta entrevista, ele fala sobre seus ideais e diz que chorou quando soube que o filme havia sido selecionado para o festival.

Como você começou a se envolver com cinema? Fale um pouco sobre esta trajetória.
Eu nasci em Taubaté, estudava num bairro rural chamado Quiririm, de vez em quando o Mazzaropi filmava por lá. Então, é bem provável que eu tenha visto algum set dele. Meu pai era o responsável por buscar o projecionista para o clube dos funcionários de uma empresa e eu ia sentado no banco de trás do carro, tendo ao lado o projetor 16 mm. O projecionista esticava o lençol branco na quadra, armava os rolos e pronto, estava lá: O FILME. Isto tudo ficou gravado na minha memória, só fui me dar conta da importância depois de entrar na faculdade de cinema na USP. Achei que estava fantasiando com minhas memórias, mas perguntando aos amigos e à minha família tive a confirmação de que tudo aconteceu.

E como surgiu o roteiro do filme “Bróder!”? Você escreveu junto com o Newton Cannito, certo?
O roteiro é consequência de um processo criativo que vem dos meus curtas “Genesis 22”, “Distraída para a morte”, “Carolina”, “Narciso Rap” e “Jonas, só mais um”. A história traz o cotidiano dos meus amigos e das festas de minha família, por isso talvez seja um filme sobre afeto, amizade e amor.

Por que o Caio Blat? A escolha dele veio antes ou depois da questão da cor?
Quando enviei o roteiro ao Caio, ele me respondeu dizendo: “Muito obrigado eu sempre quis ser negro”. Através do roteiro ele entendeu toda a proposta do “Bróder!” e, principalmente do seu personagem. Ou seja, o personagem já era branco desde sua criação, pois, quando olho a periferia multicolorida, ela grita: “Jeferson De, presta atenção!”. O Macu é um menino branco que tem certeza que é negro, tem um padrasto negro, seus melhores amigos são negros, toda a cultura em seu entorno é fortemente afro-brasileira. O Caio (e os outros atores) fizeram um mergulho. Ele se mudou pro Capão Redondo, passou a conviver com a população da Zona Sul, conheceu trabalhadores e artistas locais.

O fato de você ter liderado o chamado “Dogma Feijoada”, manifesto para a expressão dos negros no cinema, e ter convidado um ator branco causou polêmica, certo? Como você enxerga esta questão?
O Dogma Feijoada comemora dez anos e “Bróder!” de certa forma, por ser um filme, representa uma reflexão sobre a identidade brasileira. É lógico, estou menos primário, mais profundo e porque não dizer, mais sensível. Com a maturidade vem a compreensão das contradições e relações paradoxais. Gosto da contradição, é uma ferramenta fundamental para a criação artística. Uma leitura interessante do filme é sobre o personagem Macu, interpretado pelo Caio Blat, uma referência ao Macunaíma personagem de Mario de Andrade. Por menos de um segundo, Caio/Macu e Mario/Macunaíma aparecem lado a lado na tela.

E este novo conceito, a “branquitude”, qual a proposta dele? Que tipo de discussão ele pretende instigar?
A negritude é um tema amplamente debatido em vários meios. Porém, o conceito de branquitude é ainda muito recente para nós. O “Bróder!” não se presta a concluir o que é ser branco no Brasil, mas me fez pensar: “Quem é branco no Brasil? Quem é negro?”. Isto pode parecer confuso para alguns, embora os porteiros, a polícia, os cineastas, os publicitários sabem muito bem que nós somos. Então, no filme, eu coloquei um menino branco dizendo: “Eu sou negão!” para ver o que acontecia. O resultado ficou interessante.

Vocês filmaram em um dos bairros mais violentos de São Paulo, o Capão Redondo. Quais foram as maiores dificuldades neste sentido?
Sem dúvida alguma foi mais difícil filmar no centro de São Paulo do que na periferia. Minha preocupação era com o tempo, já que o filme tinha muitas externas, fomos abençoados por Iansã e São Pedro, pois quase não choveu durante as filmagens.

Este é seu primeiro longa. Pretende continuar com longa metragem?
Faço audiovisual, dirigi alguns curtas e agora estreio no longa. Só sei fazer isso, filmar. Pretendo agora com mais folga retomar os ensaios da “Debanda” e tocar com alguns amigos.

Já tem novos projetos para o cinema depois de Bróder!?
Estou envolvido em alguns projetos de cinema. Há um ano estou conversando com Taís Araújo. Resolvemos retomar um desejo antigo de trabalhar juntos. Ela resolveu, além de atuar, também produzir (então, só ela pode falar do projeto por enquanto). É um desafio enorme e intenso, um projeto que mergulha na cultura brasileira e no que ele tem de mais contemporâneo. Como todo mundo só conhece o seu lado de atriz, não conhece o de empreendedora, será uma grande honra para mim. Além disso, estou produzindo um projeto chamado Papo de Menina, documentário sobre a beleza dentro da Fundação Casa Feminina (ex- FEBEM). .

Porque você acha que o filme foi escolhido para o Festival de Berlim?
Eu fiz um filme que eu queria ver na tela e com certeza fiz o meu melhor. A escolha deles eu não sei, esta pergunta deve ser feita aos curadores que assistem a centenas de filmes do mundo inteiro e algo no “Bróder!” chamou a atenção deles.

Como você ficou sabendo da escolha? E como reagiu?
Estava no ônibus lotado (715M -Largo da Pólvora). Dia chuvoso, transito complicado e todos os vidros fechados, saindo da Avenida Paulista e indo para o Butantã. Tocou meu celular: “Bróder! foi selecionado para o Festival de Berlim”. Chorei. Sinceramente, eu não esperava. É emocionante quando o que é sonho se torna realidade em apenas uma ligação.


Fonte: Entrevista/Perfil publicada no site Página do Cinema.

domingo, 15 de agosto de 2010

Bróder é o grande vencedor do Festival de Gramado 2010


O filme “Bróder”, do diretor Jeferson De, foi o grande vencedor da 38ª edição do Festival de Cinema de Gramado. Na cerimônia de premiação, realizada na noite de sábado, 14 de agosto, o longa levou os três principais “Kikitos” da noite: melhor filme, melhor diretor e melhor ator (Caio Blat), além de vários prêmios técnicos.

A história de três amigos de infância nascidos no Capão Redondo, periferia de São Paulo, que tiveram destinos diferentes era pontada como grande favorito pelos participantes do festival. “Bróder” foi exibido no primeiro dia e nenhum outro filme da competição conseguiu empolgar.

Caio Blat desembarcou em Gramado somente no sábado, interrompendo a filmagem de um novo longa no Xingu. “O personagem Macu foi o maior presente da minha vida. Hoje, eu posso encher a boca e dizer ‘eu sou negão!’”, disse o ator no agradecimento ao prêmio.

Jefferson De completou o comentário ao subir para agradece o prêmio principal. “O Brasil é um país de contradições. Hoje, o Caio Blat diz que é negão e eu estava na Villa de Caras”, brincou.

“Bróder” é o primeiro longa de Jefferson De e também foi premiado no Festival de Paulínia. O diretor, que já tinha dito que queria uma indicação para concorrer ao Oscar de Filme Estrangeiro, ficou ainda mais confiante com a premiação.

“Acho que o filme tem todas as credenciais para ir ao Oscar. Pelo elenco, pela equipe técnica e pelo drama que apresentou na tela”, retomou. O filme deve estrear nos cinemas em novembro.

Simone Spoladore, que encantou o festival em “Elvis e Madona”, que infelizmente não estava na competição, foi lembrada na premiação por seu papel em “Não se Pode Viver sem Amor”. Ela levou o Kikito de Melhor Atriz. O filme dividiu a crítica, mas também levou o prêmio de Melhor Fotografia.

A mistura de documentário e drama “O Último Romance de Balzac”, de Geraldo Sarno, ficou com o prêmio da crítica.

Na premiação para os filmes estrangeiros, os troféus também se concentraram em poucos filmes. O Kikito de Melhor Filme Estrangeiro foi para o documentário chileno “Mi Vida con Carlos”, em que o diretor German Berger narra a busca pelo pai, assassinado pelo regime militar. “O prêmio é o reconhecimento da necessidade de abordar o passado para se ter uma sociedade mais justa”, discursou o diretor. “Mi Vida con Carlos” também foi premiado por sua fotografia.

O Kikito de Melhor Ator Estrangeiro foi dividido entre Gabino Rodriguez (“Perpetuum Mobile”) e Martin Piroyansky (“La Vieja de Atrás”). O Melhor Diretor foi Nicolas Pereda, de “Perpetuum Mobile”. “La Vieja de Atrás” ganhou também como Melhor Roteiro. Já o Prêmio Especial do Jurí ficou com o nicaraguense “La Yuma”, outro favorito dos críticos presentes na cobertura do festival. Alma Blanco, que interpreta Yuma, também ganhou o Kikito de Melhor Atriz Estrangeira.

Em seu final, a 38ª edição do Festival de Gramado teve um balanço positivo, com a apresentação de muitos filmes interessantes, maior abertura para países distantes do Cone Sul e a correta consagração de “Bróder”. Mas é inegável que o evento acusa o impacto da investida de Paulínia no circuito dos festivias. Com muito mais dinheiro e oba-oba, Paulínia já rouba os holofotes e encurta o tapete vermelho de Gramado.

Antigamente conhecido – e críticado – por seu desfile de celebridades, este ano até alguns dos premiados, como Simone Spoladore e o diretor Jorge Durán, faltaram à premiere de seus filmes. Caio Blat chegou em cima da hora apenas para receber seu troféu. Isso pode ser interpretado como um problema, mas também ser facilmente revertido em virtude. Gramado tem agora a chance de renascer como um Festival importante para o cinema e não apenas para as vaidades das colunas sociais. O prêmio de “Bróder” aponta o caminho.


Fonte: http://pipocamoderna.mtv.uol.com.br/?p=40314

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Poços do Lunga realiza festa religiosa


O Quilombo Poços do Lunga tem o prazer de convidar-lhes a participar da Festa do Meado de Agosto em devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e em agradecimento aos frutos de mais um inverno.

Fruto de um fazer coletivo das Comunidades Quilombolas do Rio Lunga, esta centenária expressão festiva, este ano, vem jus homenagear a beata Dona Firmina Mercês de Jesus. Querida e Respeitada, ficou reconhecida por sua fé e ativismo nos assuntos da comunidade.

A igrejinha construída em sua homenagem, que foi também, a segunda sala de aula depois do Umbuzeiro e antes da construção da Escola, no Sítio Volta, será mais uma vez, o palco deste momento coletivo de espiritualidade festiva.



Realização: Comissão Provisória Associação Poços do Lunga/ Produção e Assessoria: Keka Rabelo/Apoio Cultural: Prefeitura Municipla de Taquarana/ Thudo Comunicação visual, Acauã Mídia Impressa e Judson Cabral.



Festa do Meado de Agosto (15 de Agosto)

12 horas

Sítio Volta- Poços do Lunga – Taquarana/AL

Procissão/Terço/Leilão

Atrações Culturais:

Banda de Pífanos – Taquarana

Capoeira PETI – Poços do Lunga - Taquarana

Grupo de Dança Pérola Negra – Pau D’arco - Arapiraca

Poesia Musicada no Pandeiro – Maceió

Banda de Pífanos - Taquarana



Informações: (82) 8863 7287


Fonte: Assessoria

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OLUBAJÉ - O Banquete dos Orixás no sábado

Algo de negro... e de muito bom!

Espetáculo abre comemorações pelos 22 anos da Fundação Palmares


Maceió dá a largada das comemorações pelos 22 anos de criação da Fundação Cultural Palmares, com a apresentação de Algo de negro, espetáculo do Grupo Folias d´Arte, um dos mais festejados e premiados do cenário teatral brasileiro. A encenação ocorrerá nesta sexta-feira (13/08/10), a partir das 16 horas, no Calçadão do Comércio, centro da capital alagoana.

Algo de negro é um dos cinco espetáculos que compõem o projeto Êxodos - O homem cordial, uma reflexão dramatizada de O homem cordial, o célebre capítulo do livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Nas encenações, debates consistentes sobre problemáticas contemporâneas - e atemporais -, como desterritorialização, dominação, corrupção, racismo.

Em Algo de negro, o grupo investiga os efeitos da "cordialidade" como característica sociocultural brasileira na população afrodescendente, a partir de "perambulantes" sem-teto - em sua maioria, negros em permanente conflito com um "senador". Na performance comemorativa, comunidades quilombolas serão convidadas a interagir e a participar do processo de construção da peça, que mescla o imaginário afro-brasileiro com uma ácida crítica social.

A trupe do Folias d´Arte, numa cena de Algo de negro (foto: Pedro Mendonça / Divulgação)


O GRUPO - O Folias d´Arte dedica-se ao ofício teatral há mais de uma década, demonstrando, com competência, talento e garra, que a função da arte vai além do simples entretenimento - ou da contemplação. Apoiada em autores nacionais, em sua maioria, a talentosa trupe de criadores desenvolve uma linha marcante de trabalho, voltada para o desenvolvimento da potencialidade humana.

Entre as "impressões digitais" do grupo estão o emprego de técnicas circenses e a encenação em espaços não-convencionais, como praças públicas. Sucesso de público e de crítica, recebeu 43 prêmios por seus espetáculos, entre os quais, os prestigiosos Shell, APCA e Molière. Com o projeto Êxodos - O homem cordial, ganhou o edital da Palmares, viabilizando a apresentação gratuita de Algo de negro para o povo alagoano.


SERVIÇO
Data: 13 de agosto
Horário: 16h
Local: Calçadão do Comércio (ponto central de Maceió)
Contato: Carlos Francisco Rodrigues.
Tels.: (11) 7499-3284 ou (11) 3361-2223.
E-mail: carlos.fran@oi.com.br


Fonte: Suzana Varjão - Assessoria de Comunicação da FCP

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mãe Neide concorre ao Troféu Palmares


Até o dia 15 de agosto, acontecerá a votação popular online para escolher as três personalidades femininas negras que se destacam nos campos religioso, cultural e social.

Promovida pela Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura, a atividade encontra-se na 3ª edição e faz parte da comemoração do aniversário dos 22 anos do órgão federal, criado para homenagear pessoas que contribuem para o exercício do respeito à diversidade e à cidadania, com especial atenção à causa afro-brasileira.

Desta vez tem recorte de gênero, foram pré-selecionadas 30 mulheres pelo corpo funcional da Palmares, e a Diretoria escolheu 15 finalistas, dentre elas está concorrendo ao prêmio a alagoana Mãe Neide Oyá D'Oxum, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb). O Troféu Palmares 2010, será entregue no próximo dia 20, no Teatro Nacional de Brasília.


Perfil da ialorixá

Mãe Neide Oyá D`Oxum, a Mãe Neide. Iniciou-se no Kardecismo aos 16 anos, passando, posteriormente, a participar de cultos afro-brasileiros, até fundar o Grupo União Espírita Santa Bárbara (GUESB), hoje uma ONG de auxílio material e espiritual de comunidades desassistidas. Dentre outras ações sociais que desenvolve, destaca-se a contribuição diária para a alimentação das comunidades quilombolas de União dos Palmares, que foram devastadas pelas últimas enchentes no estado de Alagoas. Mais informações sobre o Guesb: www.guesb.com.br.



terça-feira, 10 de agosto de 2010

Quilombolas em festa

Por: Helciane Angélica


No dia 15 de agosto, a comunidade rural Poços do Lunga formada por remanescentes de quilombo no município de Taquarana, distante 135 km da capital alagoana e situado na região do agreste, realizará a Festa Meado de Agosto. A festividade já é uma tradição centenária e celebra a devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e também homenageia a Dona Firmina Mercê de Jesus (in memoriam) – uma pessoa querida, conhecida por sua fé e que foi uma importante liderança em defesa dos direitos da comunidade.

A Comissão Provisória Associação Quilombola Poços do Lunga prevê cerca de 1200 pessoas, dentre os moradores do município de Taquarana, sítios circunvinhos, povoados da região do Rio Lunga e convidados. A programação está prevista para iniciar às 12h, com a reza do terço, procissão e leilão de prendas. Em seguida, terão as apresentações artísticas: dança afro Pérola Negra Pau D’arco (Arapiraca), o grupo de capoeira PETI Sítio Volta de Poços do Lunga (Taquarana), Banda de Pífanos (Taquarana) e a poesia musicada no pandeiro (Maceió).

O evento conta com a produção cultural e assessoria de Keka Rabelo, e tem o patrocínio da Prefeitura de Taquarana, Acuã Mídia Impressa, Thudo Comunicação Visual e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-AL). Mais informações: (82) 8863-7287 / 9954-3561 / 9324-4147.

Atualmente existem 49 certificadas pela Fundação Cultural Palmares, e a comunidade quilombola Poços do Lunga recebeu sua certidão de titulação publicada no Diário Oficial da União no dia 07 de junho de 2006 e conta com 45 famílias. Parabéns pela organização, manutenção da identidade e valorização da cultura afro-brasileira! Axé!


Fonte: Coluna Axé - Tribuna Independente (10.08.10)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Caso Januário completa 1 ano sem ter investigação concluída

S. Paulo - Há um ano, precisamente no dia 07 de agosto de 2009, por volta das 22h20 de uma sexta-feira, o técnico em eletrotécnica e vigilante da USP, Januário Alves de Santana, 40 anos, começou a viver um pesadelo que o marcaria para o resto da vida: ele foi torturado por cerca de 25 minutos, por seguranças que o tomaram por suspeito, por ser negro, do roubo do próprio carro – um EcoSport - nas dependências da loja do hipermercado Carrefour, da Avenida dos Autonomistas, em Osasco.

O Inquérito criminal, conduzido pela delegada Rosângela Máximo da Silva, do 9º DP, ainda não foi concluído. Ela marcou a reconstituição do crime para a zero hora do dia 16 para 17 de agosto. A reconstituição deveria ter ocorrido no dia 27 do mês passado, porém, a delegada decidiu realizá-la em horário em que a loja esteja fechada, sem a presença de clientes para não provocar tumulto, atendendo a sugestão do perito Nicolau Constantino Demirsky, do Instituto de Criminalística.

Januário só fala sobre o caso por solicitação das autoridades policiais ou em depoimentos no Inquérito, porém, mandou dizer por seu advogado, Dojival Vieira, ao ser perguntado como se sentia ao lembrar do que passou. “É como se estivesse fazendo um ano de vida”, acrescentou.

O episódio teve repercussão nacional e internacional, nos veículos da grande mídia e nos telejornais das principais redes de TV, a partir da denúncia de Afropress e provocou uma onda de indignação em todo o país.

Memória

A agressão com motivação racial (a suspeita sobre o vigilante, segundo ele próprio, foi provocada pelo fato de ser negro e está na direção de um EcoSport), começou quando por volta das 22h20, acompanhado da mulher, Maria dos Remédios Santana, dois filhos menores, uma irmã e o cunhado, chegou ao estacionamento do hipermercado.

Poucos minutos depois de estacionar, ele foi cercado por um segurança armado que o perseguiu e o rendeu já dentro da loja para onde Januário correu para se proteger. Depois de entrar em luta corporal, o vigilante foi cercado por cerca de outros cinco seguranças que o renderam, o levaram a um corredor reservado e passaram a espancá-lo, exigindo que confessasse que estaria praticando roubos no estacionamento.

A sessão de espancamentos terminou com a chegada de uma viatura da PM, porém, o policial que atendeu a ocorrência, primeiro reforçou a suspeita, sugerindo que confessasse. “Pode confessar, você tem cara de ter pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa que não tem problema”, teria comentado o PM – José Pina – que comandava a viatura.

Machucado, com a prótese arrancada a socos e sangrando muito, Januário teve que dirigir o próprio carro até o Hospital Universitário da USP, onde foi socorrido. Por causa das agressões o vigilante sofreu fratura no maxilar esquerdo e passou por cirurgia.

Depois de quatro meses de negociações, o Carrefour concordou em indenizá-lo em valores que estão preservados por sigilo de cláusula contratual, além de adotar medidas visando o treinamento de pessoal e valorização da diversidade. Os funcionários da empresa de segurança – a Nacional Segurança – e fiscais da loja envolvidos no episódio, segundo o hipermercado, foram demitidos.

Responsabilidade criminal

A responsabilidade criminal dos acusados, que cabe ao Estado, porém, depende da conclusão do Inquérito, que deverá ser - quando concluída a investigação - encaminhado ao Ministério Público para que ofereça a denúncia.

O advogado de Januário, Dojival Vieira, já pediu a delegada que o caso seja enquadrado como crime de tortura previsto na Lei 9455/97, e não como lesão corporal dolosa, conforme prevê o Inquérito.

Ele acrescentou que o acordo feito com o hipermercado não tem interferência na responsabilidade penal dos envolvidos.

“O Carrefour adotou todas as providências necessárias para apuração dos fatos, bem como tomou a iniciativa de compensar Januário e seus familiares, em condições por eles consideradas plenamente satisfatórias. A empresa cumpriu a sua parte e fez o seu papel. Agora é a hora da Justiça fazer o seu, responsabilizando aqueles que atacaram de forma covarde, e sem qualquer chance de defesa, e ainda tentaram forçá-lo a confessar o roubo do seu próprio carro, tendo como motivação a discriminação racial, já que a suspeita decorreu do fato de Januário ser um negro com aparência humilde na direção de um EcoSport. Para isso é que é fundamental essa reconstituição. Confiamos na Justiça”, afirmou o advogado.



Fonte: Afropress