quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mortalidade materna é tema de seminário do Conselho Nacional de Saúde

Mulheres negras são as mais afetadas pela mortalidade materna, alerta secretária da Seppir

No dia em que se celebra o Dia Nacional de Luta contra a Mortalidade Materna, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), por meio da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher (CISMU), iniciou seminário sobre oenfrentamento da morte materna na política e atenção integral à saúde da mulher. “Estamos reunidas, mulheres do movimento feminista, indígenas, negras, mulheres da periferia, da área rural, para debatermos o tema e apontar ações que contribuam no sentindo de diminuir o índice da mortalidade materna no Brasil”, resumiu a conselheira nacional e coordenadora da CISMU, Maria do Espírito Santo Tavares.

O presidente do CNS, ministro Alexandre Padilha, destacou que o seminário tem como principal objeto reafirmar as convicções e analisar de forma detalhada o cenário atual da mortalidade para que o índice de mortes possa efetivamente diminuir cada vez mais. “Não vamos desistir de alcançar a meta do milênio de reduzir a mortalidade materna até 2015. Hoje as regiões Norte e Sudeste representam 60% dos casos de morte materna; temos que atuar nessas cidades. Cada um de nós, movimentos, academia, gestão, conselheiros, podemos dar algo a mais para ajudar as mulheres que não precisam morrer”, salientou.

A integração entre a política de saúde da mulher, as ações e os programas do Ministério foi apontada como o principal desafio para a redução da mortalidade materna no País, pela ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci.“Não se pode de nenhuma maneira fazer a fragmentação da Política de Saúde da Mulher. O programa Rede Cegonha, por exemplo, tem que ser integral dentro da Política; caso não seja dessa forma não será possível alcançar a meta. E assim tem que ser com todos os pontos da Política: uma realidade de transversalidade”, ressaltou.

A secretária de Políticas Afirmativas, da Secretária de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Angela Nascimento, chamou a atenção em sua fala para os dados que demonstram que atualmente as mulheres negras são as mais afetadas pela mortalidade materna. Segundo ela, a maioria dessas mortes está associada a outros fatores de saúde, como a hipertensão.“É necessário, entre outros aspectos, melhorar o acesso, a atenção básica e o tempo de consulta e tratamento dado a essas mulheres. O Brasil possui o principal instrumento para fazer com que a condição de saúde das mulheres seja melhorada, instrumento esse chamado Sistema Único de Saúde”, disse.

Participaram também da solenidade de abertura representante da Organização Pan-americana de Saúde no Brasil, Joaquim Molina, e representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA), Harold Robinson.

O Seminário “O Enfrentamento da Morte Materna na Política e Atenção Integral à Saúde da Mulher”, terminou ontem, terça-feira (29). 
 
Fonte: Assessoria de Comunicação do Conselho Nacional de Saúde

Parabenizações às cojiranas comendadeiras

Foto: Kizze Gomes

Na última sexta-feira (25.05), as integrantes da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL), Helciane Angélica Santos Pereira e Valdice Gomes da Silva foram agraciadas com as comendas Dandara na Câmara Municipal de Maceió. A sessão solene ocorreu no plenário da Câmara Municipal de Maceió e foi proposta pelas vereadoras Fátima Santiago (PP), Silvânia Barbosa (PPS) e Tereza Nelma (PSDB). 

Helciane é jornalista diplomada há 5 anos pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal); editora da Coluna Axé há 4 anos, que é publicada semanalmente no jornal Tribuna Independente; membro do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e em abril foi recém-eleita Coordenadora Nacional de Comunicação e Mobilização dos Agentes Pastoral Negros do Brasil. No jornalismo já trabalhou como: diagramadora do jornal semanário Alagoas em Tempo; repórter do site Alagoas em tempo real; assessora de imprensa em eventos, inclusive, de segmentos afros; assessora de comunicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT-AL). E atualmente executa a função de assessora de comunicação/assessora parlamentar da vereadora Fátima Santiago (PP).

Já Valdice Gomes, atua como jornalista desde 1979. Atualmente é a Presidenta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), encontra-se no segundo mandato, é a segunda mulher e a primeira negra a assumir essa função, além de ser diretora da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj). Diretora do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô.  Atuou na articulação da criação da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) e representa a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira/Fenaj) no Conselho Nacional de Políticas pela Igualdade Racial (CNPIR) da Secretaria de Políticas de Promoção à Igualdade Racial. No jornalismo já trabalhou em vários veículos de comunicação como: revisora, repórter da editoria de geral, pauteira, chefe de reportagem, e ainda, como assessora de imprensa em órgãos públicos. 


A Comenda Dandara é o Decreto Legislativo de nº 454, de 17 de novembro de 2009, que é concedida a instituições públicas e privadas, nacionais e locais, assim como a personalidades, inclusive in memorian, em reconhecimento à sua significativa contribuição nas ações relativas a luta pela Diversidade Étnicorracial no âmbito do município de Maceió.



Confira abaixo as mensagens de parabenizações que chegaram no email da : cojira.al@gmail.com.


Caras Valdice e Helciane Angélica, ambas guerreiras alagoanas das terras palmarinas.

Justa homenagem que, nada mais é, do que a constatação da realidade da luta de vocês por um fazer jornalístico de qualidade.
Parabéns! 
Sandra Martins - Cojira-Rio/SJPMRJ

Parabéns às comendadoras Valdice e Helciane. Abração.
Flavio Carrança Cojira/SP

Parabéns Helciane e Valdice,Reconhecimento público do trabalho desenvolvido junto  à Cojira Alagoas.
Jeanice Ramos - Núcleo de Jornalistas Negros do Rio Grande do Sul

Salve Valdice e Helciane!Parabéns pelas comendas.
BjosJuliana Nunes - Cojira/DF


Valdice e Helciane serão, sem dúvida, as mais bonitas comendadoras alagoanas !!!!!!!!!!!!!!!!!
Saudações,
  
Miro Nunes - Cojira/RJ

Beleza, beleza, beleza!Parabens Valdice e Helciane....e muito axé!
Ana Alakija - Cojira/BA

Aqui na PB a Câmara só homenageia negros/negras MORTOS/AS. 
É bom ver nossos ativistas serem reconhecidos ainda em vida pelo que estão fazendo em prol do nosso povo.Valdice e Helci merecem, certamente, as comendas e outras homenagens da sociedade alagoana!
Axé Maceió!
          Dalmo Oliveira - Jornalista da Paraíba

terça-feira, 29 de maio de 2012

Secretaria da Mulher vai criar Conselho da Igualdade Racial

  Secretária Katia Born apresenta minuta do projeto de lei que cria colegiado estadual 
 
 
A Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos apresentou à sociedade civil e entidades governamentais a minuta de um projeto de lei que cria o Conselho Estadual de Promoção à Igualdade Racial. A reunião ocorreu nesta terça-feira (29), na sala dos Conselhos do Palácio República dos Palmares e contou com a presença de representantes do colegiado nacional, que defende a criação das entidades locais.

De acordo com o secretário executivo do conselho nacional, Sérgio Pedro, a meta do Governo Federal é criar conselhos estaduais para atingir as demandas locais de forma mais eficaz. “A ideia é descentralizar e adaptar as políticas públicas às necessidades de cada estado”, argumentou Sérgio Pedro.

Na minuta do projeto de lei, exposta à sociedade civil e entidades governamentais para debate e avaliação, está a sugestão de criação de uma assessoria especializada para atender as questões relacionadas ao conselho. Para a secretária Katia Born, o conselho é mais um instrumento em favor da sociedade. ”Este projeto vem atender as necessidades de pessoas em situação de vulnerabilidade com participação efetiva da sociedade civil nas políticas públicas voltadas para o segmento”, afirmou Katia Born.

Com função de fiscalizar, apoiar e avaliar políticas públicas para o segmento, o conselho estadual, semelhante ao nacional, será paritário, ou seja, formado por 50% dos membros da sociedade civil e os outros 50% por entidades governamentais. “Esta criação é um avanço. O conselho é mais um espaço no governo para a população negra trabalhar sua atuação política e fomentar toda a luta iniciada lá trás no Quilombo dos Palmares”, disse a coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas, Arisia Barros.


Fonte: Ascom - Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos
 

Mobilização Nacional


Ativistas de dezessete redes e organizações de diversos estados do Brasil (AL, BA, DF, MT, PB, PR, RJ, SP) realizam ontem (28.05), a Mobilização pela promoção dos direitos das mulheres e redução da morte materna. A ação marcou o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em todo o mundo, cerca de 536 mil mulheres e meninas morrem por ano de complicações relacionadas à gestação e ao parto, isto é, são mais de 1.400 mortes por dia. E no Brasil, a morte materna é uma das dez principais causas de óbito entre mulheres de 10 a 49 anos, e 90% dessas mortes poderiam ser evitadas com informação e atendimento adequado. Segundo a professora Angela Bahia, “a mortalidade materna não é apenas um dado estatístico.Tem nome, rosto e história, atinge muitas mulheres pobres e negras. E em Alagoas,os índices são altíssimos. É preciso garantir o acesso universal à informação, ações e serviços de saúde principalmente sexual e reprodutiva”, destacou. 

A mobilização nacional pela Promoção dos Direitos das Mulheres e Redução da Morte Materna é realizada desde 2009, contou este ano com atividades diversas como: seminários, oficinas, rodas de conversas e debates até a organização de marchas com distribuição de materiais relacionados aos temas. Em Alagoas, teve distribuição de material informativo e preservativos no Calçadão do Comércio em Maceió. Foi uma realização do Fundo de População das Nações Unidas e contou com a parceria do Núcleo de Estudos Afro Brasileiro da Universidade Federal de Alagoas (Neab-Ufal); Programa UNIVERSIDAIDS; Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; Secretaria de Estado da Saúde; Instituto Zumbi dos Palmares; e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL). Outras informações: reducaomortematerna@gmail.com / 9912-9171 (Professora Angela Brito).


Mulheres
A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) recebe até a próxima quinta-feira (31.05), as propostas para financiamento de projetos relacionados ao enfrentamento da violência contra as mulheres e à promoção da autonomia. As propostas devem observar o valor mínimo de R$ 100 mil para os serviços comuns e de R$ 250 mil para as obras e serviços de engenharia. Após o encerramento dos editais, os projetos serão analisados por uma comissão técnica, de acordo com a política traçada no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e estabelecida no Plano Plurianual 2012/2015. Acesse: www.spm.gov.br.



Fonte: Coluna Axé - nº222 - jornal Tribuna Independente. (29.05.12)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

CONVITE: Articulação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial

      
 
Às entidades que atuam na promoção da igualdade racial em Alagoas,
 
A saber: 
Movimento negro urbano (grupos sócio-culturais e ONGs,)  
Comunidades quilombolas, ciganos, indígenas e outros grupos étnicos
Comunidades de fé de matrizes africanas
Entidades sindicais 
 
 
 
Prezados coordenadores,
 
 
Considerando o processo de fomento e articulação para criação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial em Alagoas, proposta da sociedade civil entregue à ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, quando de sua visita a Alagoas, em abril;
 
Considerando que os segmentos da sociedade civil representados no Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-racial, tem mantido uma agenda de discussão e encaminhamentos sobre o assunto, com a participação de conselheiros do CNPIR/SEPPIR;
 
Considerando ainda a comunicação abaixo, por parte da Secretaria de Estado da Mulher, Direitos Humanos e Cidadania, convidando para reunião de criação do citado Conselho, no dia 29 de maio, às 9h30, na Sala dos Conselhos do Palácio República dos Palmares, com a presença de representantes do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR/SEPPIR), entendemos ser de extrema importância a participação de representações das entidades da sociedade civil acima destacadas.
 
 


Allex Sander Porfírio - Coordenador do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-racial do Estado de Alagoas
Helcias Pereira - Conselheiro CNPIR/SEPPIR
Valdice Gomes - Conselheira CNPIR/SEPPIR 

domingo, 27 de maio de 2012

Ativistas promovem mobilização contra morte materna por meio de rede social


A intenção é ampliar o debate público sobre o direito das mulheres em ter todas as gravidezes desejadas e todos os partos seguros



Ativistas de dezessete redes e organizações de diversos estados do Brasil (AL, BA, DF, MT, PB, PR, RJ, SP) voltadas para a promoção do direito humano à saúde estão promovendo, por meio de uma página na rede social Facebook,  a “Mobilização pela promoção dos direitos das mulheres e redução da morte materna”, ação que terá o 28 de maio, Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, como data marco. A principal intenção é chamar a atenção da sociedade brasileira para o problema das mortes maternas e ampliar o debate público sobre o direito das mulheres em ter todas as gravidezes desejadas e todos os partos seguros. De acordo com as Nações Unidas, em todo o mundo, cerca de 536 mil mulheres e meninas morrem por ano de complicações relacionadas à gestação e ao parto, isto é, são mais de 1.400 mortes por dia.

No Brasil, a morte materna é uma das dez principais causas de óbito entre mulheres de 10 a 49 anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2010 a razão de morte materna foi de 68 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Apesar da redução registrada nos últimos anos, os números ainda são muito elevados: a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de que haja, no máximo, 20 casos a cada 100 mil nascidos vivos. Para que o Brasil atinja a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 5, de saúde materna,  será preciso reduzir a razão de morte materna para 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos até 2015, mas infelizmente as projeções para o ano indicam um número acima do esperado. Por essa razão as Redes reunidas em Brasília decidiram se mobilizar e ampliar o acesso às informações sobre este tema.

Ações pelo Brasil
Quem tiver interesse em saber mais sobre as atividades que serão desenvolvidas em diversos locais do país (oficinas, seminários, audiências públicas, rodas de conversa, panfletagens), poderá visitar e curtir a página “Mobilização pelos direitos das mulheres e redução da morte materna”. Para compartilhar informações (materiais, informes, noticias, convites para eventos) e também participar da mobilização,  os interessados e interessadas podem enviar os contatos (e-mails, telefones, organização que pertence e local/região) por mensagem na página e/ou enviar para reducaomortematerna@gmail.com promocaodosdireitos@gmail.com. As informações publicadas na página serão compartilhadas com as demais pessoas que curtem a ação na rede social.

O compromisso da Mobilização já foi assumido por:  Criola, Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra, RNAJVHA - Rede de Jovens Vivendo com HIV/Aids, Articulação Negras Jovens Feministas, CEAFRO -  Educação para Igualdade Racial e de Gênero da Universidade Federal da Bahia, Odara - Instituto da Mulher Negra, Associação Cultural de Mulheres Negras - ACMUN, Rede Lai Lai Apejo: População Negra e Aids, Núcleo de Jovens de Criola em Magé, Fórum Nacional de Juventude Negra, Fórum de Ações Afirmativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rede de Comunidade Saudável, Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, Rede Mulheres Negras do Paraná, Núcleo de Jovens de Criola-Magé, Rede Nacional Afro-Atitudes, Sapatá - Rede Nacional de Promoção e Controle Social das Lésbicas Negras, Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde. Também participa da Mobilização a Prefeitura do Município de Salvador e o Departamento Nacional de Saúde do SESC.

Confira o Mapa de Atividades da Mobilização, clique aqui.

Fonte: Assessoria

sexta-feira, 25 de maio de 2012

NOTA PÚBLICA: Nossas ações em prol da igualdade racial na mídia


A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro,  realizou no dia 10/05, no Rio de Janeiro, o lançamento da 2ª edição do Prêmio Jornalista Abdias Nascimento e contou com a presença do jornalista Heraldo Pereira.

O lançamento desta segunda edição consolidou mais uma das muitas ações que as Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial vêm realizando em vários sindicatos de jornalistas profissionais no país. Essas ações têm construído pontes com jornalistas de mídias privadas, públicas e comunitárias, além de parcerias com organismos internacionais como a ONU e também com instituições nacionais.

O fato da Cojira-Rio convidar jornalistas de renome e credibilidade midiática para o lançamento do prêmio destaca a nossa disposição para o diálogo com todos os setores que compõem os meios de comunicação.

Todos os/as jornalistas e demais profissionais que colaboraram até aqui com o Prêmio Jornalista Abdias Nascimento são sensíveis aos problemas que afetam a população negra brasileira e defendem a promoção da igualdade racial com equidade, justiça e desenvolvimento.

Além disso, a premiação está aberta a todo/a profissional que deseje participar, independente do meio no qual este/a profissional atue. Para participar da premiação, é preciso atender aos requisitos que constam no regulamento do concurso e estar disposto/a a produzir conteúdos qualitativos sobre o tema das relações raciais no Brasil.

O concurso já premiou jornalistas de várias partes do país, incluindo a mídia pública, privada e alternativa ou comunitária, o que revela o reconhecimento do nosso trabalho por parte da imprensa brasileira.

O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento foi criado por jornalistas com ampla vivência nas redações do país e é voltado para jornalistas. É uma ação que nasceu em 2011 com a legitimidade de profissionais que reconhecem a comunicação como um setor estratégico no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial.

O discurso simplista de que as profundas desigualdades brasileiras só podem ser compreendidas com base na divisão de classes tem sido revisto pelo meio acadêmico e, paulatinamente, superado pela sociedade. É fato também que alguns da velha esquerda devem renovar a base do seu pensamento sobre a formação social brasileira e suas implicações nos problemas que afetam a população negra. É fato ainda que as ações do movimento negro têm orientado as mudanças positivas na agenda brasileira, como a decisão, por unanimidade, do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor do sistema de cotas nas universidades públicas.

Contudo, a Cojira-Rio e as demais Comissões que assinam este documento, reconhecem que ainda estamos longe de atingir nossos propósitos. Será necessária a adesão de muitos outros profissionais de visibilidade nacional, internacional, e também daqueles/as que atuam no anonimato, para nos ouvir e reverberar a nossa mensagem de construção de um novo Brasil, cada vez mais alinhado à uma prática jornalística mais plural e igualitária.


Cojira-Rio (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Rio de Janeiro)
Cojira-DF (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de Brasília)
Cojira-AL (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de Alagoas)
Cojira-PB (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial da Paraíba)
Cojira-SP (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de São Paulo)
Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Rio Grande do Sul

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Revelação gospel

O jovem José Antônio que mora em Sorocaba (SP), ou melhor, o cantor Jotta A de 14 anos é a revelação da música gospel brasileira! Ganhou visibilidade no programa Raul Gil no SBT, quando foi o grande vencedor do concurso Jovens Talentos Kids  em 2011. 

O seu primeiro CD “Essência” possui 15 músicas, entre elas, o sucesso "Agnus Dei", de Michael W. Smith, e duas canções compostas pelo próprio Jotta A: "Estou contigo" e "Quem sou eu".  Lançado em fevereiro pela gravadora Central Gospel Music, e já conquistou o disco de ouro, pelas 50.000 cópias vendidas. 

E os seus vídeos no Youtube batem recordes de acesso, inclusive, o clipe musical da canção “Agnus Dei”, já tem mais de 300 mil acessos em pouco tempo de lançamento. Enfim, eis um fenômeno! Acompanhe o site: www.jottaa.com.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Tv Brasil apresenta Semana África

Programação especial marca a Semana da África na TV Brasil. Entre as atrações estão os inéditos Caminhos da Reportagem dedicado a Quilombos e o Rede Jovem de Cidadania sobre Kora Brasil, um encontro sonoro entre instrumentos de cordas de origem africana e a música afro-brasileira. Também voltam ao ar os melhores momentos da primeira temporada da série Nova África e o longa "Mama África", produção brasileira de 2010, dirigida por Alê Braga.




Rede Jovem de Cidadania

Kora Brasil. O encontro sonoro entre o instrumento de cordas de origem africana e a música afro-brasileira
Segunda(21) - 17h30

Brasilianas.org

As relações entre Brasil e África. Empresas brasileiras no continente africano e os novos arranjos internacionalizantes
Segunda(21) - 22h

Nova África

A Ilha de Moçambique. Conheça a história da antiga Colônia portuguesa
Segunda(21) - 20h00

Expedições

Quilombo dos Palmares. A história dessa nação, criada por negros fugidos de engenhos e terra de Zumbi, é a atração do Expedições
Terça(22) - 19h30

Nova África

A juventude em Moçambique. Perspectivas de vida dos jovens no país africano
Terça(22) - 20h00

A TV Que Se Faz no Mundo

Senegal. Programas musicais fazem grande sucesso na televisão do país
Quarta(23) - 00h00

Nova África

Zimbábue, que país é esse?. A luta pela posse da terra é um dos conflitos do país
Quarta(23) - 20h00

Nova África

Vida dos Himbas na Namíbia. Um registro da diversidade de paisagens desse território de colonização alemã
Quinta(24) - 20h00

Caminhos da Reportagem

Quilombos. Programa foi até a Bahia, Maranhão e Rio Grande do Sul para mostrar a luta e a resistência dessas comunidades
Quinta(24) - 22h00

Nova África

O Conflito entre Turismo e Ecossistema em Botsuana.. É possível o desenvolvimento sustentável na região?
Sexta(25) - 20h00

Nova África

O Povo San em Botsuana e o Povo Pigmei no Congo. Perseguição cultural e opressão econômica em Ruanda e Uganda
Sexta(25) - 22h00

Programa de Cinema

Mama África. Filmado em dez países do continente, documentário mostra um pouco das muitas Áfricas que o mundo desconhece
Sexta(25) - 22h30

Expedições

Quilombo dos Palmares. A história dessa nação, criada por negros fugidos de engenhos e terra de Zumbi, é a atração do Expedições
Sábado(26) - 16h00

Nova África

O congo moderno e os acampamentos. Programa mostra as riquezas do país assolado pela guerra civil por mais de uma década
Sábado(26) - 20h00

DOC Especial

Nelson Mandela. Um retrato da vida do líder africano e os episódios do fim ao apartheid
Domingo(27) - 22h30

Ver TV

A África no Brasil e o Brasil na África - vistos através da televisão. A realidade e a fantasia de lá e de cá mostradas na TV
Domingo(27) - 17h

 

Fonte: Tv Brasil





Sessão afro

Foto: Site Alagoas 24h
Nessa sexta-feira (25.05) às 9h, no Plenário da Câmara Municipal de Maceió, terá uma sessão solene para a entrega das outorgas Dandara e Zumbi dos Palmares. A atividade é promovida pelas vereadoras Fátima Santiago (PP), Tereza Nelma (PSDB) e Silvânia Barbosa (PPS).

As honrarias são concedidas às personalidades, ativistas e instituições que tenham significativa contribuição nas ações relativas à luta pela diversidade étnicorracial no âmbito do município de Maceió e, que tenham se destacado na luta pelo fim da discriminação cultural, racial e de cor sofrida pelos negros. A comenda Dandara será entregue para: Ângela Maria Benedita Bahia de Brito, Meteorologista e especialista em Ecologia e Meio Ambiente; Clara Suassuna Fernandes, Professora pesquisadora e Historiadora; Eduardo Xavier dos Passos (Edu Passos), Coreógrafo; Elizete dos Santos, Auxiliar de enfermagem; Eulina Ferreira Silva Neta Rego, Policial Civil; Helciane Angélica Santos Pereira, Jornalista; Maria Socorro de França da Silva Rocha, Enfermeira Padrão; Valdice Gomes da Silva, Jornalista; e a Ialorixá, Veronildes Rodrigues da Silva (Mãe Vera).

Já a Comenda Zumbi dos Palmares, receberão: Allex Sander Porfírio de Souza, Professor e Economista; Carlos Martins, Professor pesquisador e Sociólogo; Célio Rodrigues dos Santos (Pai Célio), Historiador e Babalorixá; Helcias Roberto Paulino Pereira; Arte-Educador; Igbonan Rocha, Cantor e Produtor Cultural; Jorge Luiz de Souza Riscado, Professor Mestre e Psicólogo; Severino Claudio de Figueiredo Leite (Mestre Claudio), Professor de Educação Física e Mestre de Capoeira; Zezito Araújo, Professor pesquisador, Arqueólogo e Historiador; e a Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), entidade nacional do movimento negro que existe há 29 anos, e estar presente em doze estados brasileiros.

Essas homenagens foram aprovadas nos anos de 2010, 2011 e 2012, e serão entregues na data que comemora o Dia da África ou Dia de Libertação da África, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) sente-se orgulhosa em ter duas integrantes nessa ilustre lista, de pessoas tão competentes em suas profissões, que são referências na valorização das questões étnicorraciais e/ou no movimento negro. Parabéns a todos e todas, que continuem sendo exemplos e firmes na luta!

Moção

Na terça-feira passada, também na Câmara Municipal de Maceió, foi aprovada por unanimidade uma moção de congratulações à Coluna Axé que há quatro anos é publicada semanalmente no jornal Tribuna Independente. O requerimento foi apresentado pela vereadora Fátima Santiago (PP) e comentada pelas vereadoras Tereza Nelma (PSDB) e Heloísa Helena (Psol), que parabenizaram o trabalho desenvolvido pela Cojira-AL/Sindjornal e ainda pediram para subscrever o requerimento.  Agradecemos o incentivo!


Fonte: Coluna Axé - nº201 - Jornal Tribuna Independente (22.05.12)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um ano sem Abdias Nascimento

Por Drielly Jardim

Na próxima quarta-feira (23), completa-se um ano que o Brasil perdeu Abdias Nascimento, o maior e mais importante defensor dos direitos dos afrodescentes e da igualdade racial.

Para homenagear Abdias e marcar a data, o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) realizará, no Rio de Janeiro, uma cerimônia inter-religiosa seguida de um momento cultural com diversas atrações.

A cerimônia, que contará com a participação de diversas autoridades religiosas de matriz africana, será marcada pela exibição de imagens inéditas da deposição das cinzas de Abdias Nascimento na Serra da Barriga – AL, em 13 novembro de 2011.

O local onde será realizada a celebração também promete emocionar todos os participantes. Segundo Elisa Larkin Nascimento, diretora do Ipeafro, a escolha pelo sítio arqueológico do Cais do Valongo, no centro do Rio de Janeiro, não poderia ser mais acertada. “A cerimônia será realmente emocionante, uma vez que será realizada em um local de enorme significado para a população afro-brasileira, onde pelo menos 1 milhão de nossos antepassados entrou escravizado no Brasil”, afirma.

Ainda de acordo com Elisa, a base do ato cultural incluirá leituras de poesias e homenagens recebidas pelo Ipeafro ao longo desse ano, além de vídeos e apresentações ao vivo da escola de samba Acadêmicos de Vigário Geral, que em 2012 desfilou com um samba enredo que abordava a vida e a obra de Abdias Nascimento.

Pioneiro do movimento negro – Com uma trajetória marcada pelo ativismo, Abdias teve como resultado de suas iniciativas importantes desdobramentos na defesa e na inclusão dos direitos dos afrodescendentes brasileiros. Como primeiro deputado federal afro-brasileiro a dedicar seu mandato à luta contra o racismo (1983-87), apresentou projetos de lei definindo o racismo como crime e criando mecanismos de ação compensatória para construir a verdadeira igualdade para os negros na sociedade brasileira. Como senador da República (1991, 1996-99), continuou nessa linha de atuação e foi o primeiro titular da Secretaria Estadual de Cidadania e Direitos Humanos (1999-2000) de São Paulo.

Serviço:
O que: Cerimônia inter-religiosa em memória de Abdias Nascimento
Quando: 23 de maio de 2012 às 16h
Local: Sítio arqueológico do Cais do Valongo – Rio de Janeiro
O que: Apresentações culturais em memória de Abdias Nascimento
Quando: 23 de maio de 2012 de 18h às 21h
Local: Centro de Cultura e Cidadania – Sede da Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria e Pela Vida, Avenida Barão de Teffé, 75 – Saúde, Zona Portuária do Rio de Janeiro
A cerimônia inter-religiosa e o ato cultural serão abertos ao público.

CONVITE


Fonte: Site da Fundação Cultural Palmares

domingo, 20 de maio de 2012

Parabenização recebida por email

Parabéns Cojiranos(as) Alagoanos(as)

Helciane, meninas e todo/as Cojiranos

A Coluna Axé é uma excelente contribuição que a Cojira-AL está dando não só para os alagoanos, no suporte papel, como para um infindável número de leitores virtuais, pelo seu papel formativo e informativo, que traz a reflexão para o fazer cotidiano do jornalista.



Esta coluna é uma excelente ferramenta comunicacional por visibilizar a articulação entre variados grupos da sociedade brasileira tendo como pilar as aspirações dos coletivos de promoção da igualdade racial dentro das entidades sindicais que tem como instância mais elevada junto à Federação Nacional de Jornalistas(Fenaj), a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Étnico-Racial - Conajira.

Oxalá que a Coluna Axé possa servir como fonte inspiradora para os coletivos de jornalistas nas entidades sindicais, e que jovens recém-ingressos na profissão venham a juntar-se nestas trincheiras e também criem outros produtos midiáticos apropriando-se da discussão da promoção da igualdade racial e assumam seu papel nessa corrida de revezamento com obstáculos por uma Nação chamada Brasil.
  


Cordialmente,

Sandra Martins - Cojira/Rio (18.05.12)

sábado, 19 de maio de 2012

CARTA: Arapiraca de todos os santos


DOU publica Lei que decreta o Dia Nacional da Umbanda


A presidente Dilma Rousseff assinou, na quarta-feira (16), a Lei 12.644 que decreta o Dia Nacional da Umbanda, a ser comemorado anualmente, em 15 de novembro. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 17 de maio.
O documento foi sancionado a partir do Projeto de Lei da Câmara nº 187 de 2010, que propõe em sua justificativa, o direito constitucional à liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos, conforme o inciso VI do art. 5º da Constituição. Além de defender a valorização, a origem e a difusão da religião umbandista no país por tratar-se de uma religião genuinamente brasileira. 
15 de novembro - A data já consagrada à comemoração da umbanda em diversos municípios brasileiros, refere-se ao ano de 1908, em que o médium Zélio Fernandino de Moraes recebeu, em Niterói, a missão de fundar o novo culto. 
Zélio foi acometido por uma inexplicável paralisia que os médicos não conseguiam conter, logo em seguida levantou-se normalmente e voltou a caminhar como se nada tivesse acontecido. Na ocasião, um amigo da família sugeriu uma visita a Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, onde por meio de uma manifestação espírita de uma entidade denominada Caboclo das Sete Encruzilhadas foi anunciada a fundação de uma nova religião no Brasil.   
A religião dos ancestrais dos velhos africanos apregoa o trabalho em benefício de todos, independente de cor, raça, credo e condição social, pela prática da caridade e da literatura do evangelho de Jesus. 
A umbanda expressa vivamente seu caráter nacional, juntamente com suas raízes africanas, nas manifestações culturais, que incorporam a música e a dança. Valeu-se de elementos católicos, espíritas, do candomblé e de outras tradições místicas, para criar uma doutrina que, em seu universo, afirma a existência de um Deus supremo e a possibilidade de comunicação com os espíritos dos mortos. 
Link para a Lei 12.644
Diário oficial da União

Fonte: Ascom - Fundação Cultural Palmares

Vereadora apresenta moção de congratulações a Coluna Axé


Publicação da Cojira-AL completou quatro anos de existência no jornal Tribuna Independente

Na sessão ordinária dessa terça-feira (15.05.12), foi lido no plenário da Câmara Municipal de Maceió, o requerimento da Vereadora Fátima Santiago (PP) que defendia uma moção de congratulações à Coluna Axé pelos quatro anos de existência.

Essa é uma das ferramentas de trabalho da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL), do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), em parceria com o jornal Tribuna Independente.  “Trata-se de uma importante iniciativa que destaca a cultura e ações da população negra, que é editada pela jornalista Helciane Angélica desde 2008. Uma profissional comprometida com as questões étnicorraciais e que também tenho orgulho de tê-la incorporada na minha assessoria parlamentar”, exaltou Santiago.
A moção foi comentada pelas vereadoras Tereza Nelma (PSDB) e Heloísa Helena (Psol), que também parabenizaram o trabalho desenvolvido pela Cojira e ainda pediram para subscrever o requerimento.  O documento foi aprovado por unanimidade pelos 18 parlamentares presentes.

Confira abaixo a justificativa do requerimento protocolado:
Coluna Axé é editada pela jornalista Helciane Angélica Santos Pereira – integrante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL/Sindjornal) – e é publicada semanalmente no Jornal Tribuna Independente/Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf).
Instalada estrategicamente no dia 13 de maio de 2008, ocupa meia página colorida no formato stand, é preenchida com editorial, notas informativas, curtas e fotos. Busca promover a consciência étnica durante todo o ano e aborda a temática afro nos mais diversos setores, como: educação, cultura, religião, política, esporte, moda, dentre outros.
O 13 de maio é uma data emblemática no Brasil devido a possível libertação das negras e negros escravizados no Período Colonial (Abolição da Escravatura). Porém, é na verdade mais um dia para ampliar as discussões e reflexões, além de celebrar o Dia Nacional de Combate ao Racismo, defendido pelo Movimento Negro.
A Coluna Axé representa um grande avanço na mídia alagoana, assim como, proporciona a divulgação das atividades sócio-culturais e políticas dos segmentos afros, além de denunciar casos de racismo e intolerância religiosa. Também contribui diretamente para a auto-estima da população afro-alagoana e quebra paradigmas quanto aos estereótipos destinados às pessoas de pele negra, muitas vezes, rotuladas como inferiores, feias ou marginais.
Pela relevância desta iniciativa, contamos com a aprovação dos Nobres Pares.
Sala das Sessões, 09 de maio de 2012.
FÁTIMA SANTIAGO
Vereadora – PP

Fonte: Ascom – Vereadora Fátima Santiago

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Carta do Movimento Negro sobre a Rio + 20


CARTA DO RIO DE JANEIRO

Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Miséria pela ótica do Movimento Negro

Reunidos no seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza pela ótica do Movimento Negro”, preparatório para a Conferência Rio + 20, realizado nos dias 28 e 29 de abril no Rio de Janeiro, nós do Movimento Negro brasileiro declaramos que envidaremos todos os esforços necessários em defesa do povo negro, dos povos indígenas e dos povos vítimas do racismo, discriminação racial, xenofobia e diversas formas de opressão e intolerâncias.


Uma síntese dos indicadores sociais produzidos por diversas agências de pesquisas como a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Organização das Nações Unidas (ONU) dentre outras, nos permite afirmar que nos últimos 10 anos, quase 22 milhões de pessoas saíram da situação de pobreza extrema, graças aos programas sociais do governo. Hoje, no Brasil, 20% das famílias vivem de programas de transferência de renda através dos recursos públicos como aposentadorias, “bolsa família”  e assistência social.

No entanto, cabe considerar que a população brasileira extremamente pobre, ou seja, aquela que sobrevive com menos de um dólar por dia, é estimada em 16 milhões de habitantes, dos quais 9,6 milhões ou 59% estão concentrados no Nordeste. Do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza (4,1 milhões de pessoas ou 25,5%). 51% têm até 19 anos de idade. 53% dos domicílios não estão ligados a rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica. 48% dos domicílios rurais em extrema pobreza não estão ligados a rede geral de distribuição de água e não tem poço ou nascente na propriedade. 71% são negros (pretos e pardos). 26% dos que tem 15 anos ou mais, ou seja, 4 milhões são analfabetos.

A realidade vivida pelas comunidades quilombolas no Brasil e pelas comunidades religiosas de matriz africanas e pela maioria negra, não parece ser muito diferente da época do Brasil escravocrata. É diante desse quadro, que o Movimento Negro brasileiro realizou o Seminário “Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, nos dias 28 e 29 de abril, com o objetivo de preparar a militância negra para participar da Cúpula dos Povos, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que será realizada em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. 


Entendemos que o agravamento das questões ambientais tem atingido significativamente as comunidades negras, submetendo-as a um quadro de injustiça ambiental alarmante.


Em quase todos os indicadores econômicos e sociais, observamos a ampliação do abismo social entre negros e brancos com relação a emprego, renda, escolaridade, acesso à justiça, poder. O drama social acomete com maior gravidade a população negra, que habita as favelas e periferias desestruturadas, torna-se presa fácil da criminalidade, assiste seus jovens serem mortos pela violência urbana e nega oportunidades de mobilidade social.  

Cerca de 50 mil brasileiros são assassinados por ano. Contudo, essa violência se distribuiu de forma desigual: as vítimas são, sobretudo, jovens negros do sexo masculino, entre 15 e 24 anos. O Índice de Homicídio na Adolescência (IHA) evidencia que a probabilidade de ser vítima de homicídio é mais do dobro para os negros em comparação com os brancos.


Temos assistido um silencioso massacre dos quilombolas pelas empresas construtoras de hidrelétricas, grandes proprietários de terras, latifundiários que roubaram as terras dos povos indígenas e dos quilombolas e mineradoras que  cada dia mais  avança suas minas sobre os territórios quilombolas e envenenam as terras com pilhas de rejeitos e resíduos tóxicos. O terror do racismo no espaço rural se agrava ainda mais com quilombolas sendo ameaçados de morte, comunidades sendo manipuladas para assinarem documentação de venda ou cessão de terras com o beneplácito das polícias estaduais.


O capitalismo é o grande responsável pelas crises econômica, alimentar e ambiental. O modelo de produção e consumo capitalista é incompatível com a preservação ambiental, como o uso coletivo das riquezas naturais e com a justiça social. 

Os verdadeiros responsáveis pela devastação das florestas, pela poluição dos rios, mares, pela degradação dos biomas e insustentabilidade urbana em todo planeta são os países imperialistas e colonialistas, por isso afirmamos que os nossos povos não são responsáveis por tamanha espoliação dos seres humanos e da natureza. Não apoiamos o principio da responsabilidade comum, pois cabe aos países ricos o principal ônus da preservação. São nos países pobres e em desenvolvimento que encontramos a maioria dos povos vítimas da degradação ambiental, vítimas do racismo ambiental. 

O Movimento Negro brasileiro compreende os quilombos como verdadeiros territórios de resguardo da biodiversidade, como verdadeiras escolas de diversidade cultural. No diálogo do Movimento Negro com povos e comunidades tradicionais de matriz africana, fica cada vez mais fortalecida de a idéia de que nós não somos responsáveis pela crise ecológica, pela pré-agonia dos nossos ecossistemas como a Amazônia e o Cerrado ou que restou da nossa Mata Atlântica. 

Muito pelo contrário, o nosso ponto de partida é a cosmovisão de mundo negro-africana que tanto para as comunidades quilombolas quanto para os povos e comunidades tradicionais de matriz africana, a terra é concebida  como território de reprodução cultural vivo, e portanto sagrado, ao contrario  da lógica dos  tecnocratas  eurocêntricos , que vê a natureza apenas como fator de produção e lucro, matéria prima morta e os seres humanos como mercadoria e objetos de descarte.

É com a perspectiva de perceber a biodiversidade como um direito que o Movimento o Negro buscará ampliar o debate no campo da ecologia política e dos direitos étnico raciais, onde diversas temáticas como o desenvolvimento sustentável, racismo ambiental, justiça e ética ambiental se interpenetram.  

No centro das nossas reflexões impõe-se a critica a denominada “economia verde”, cujo eixo principal tem sido a mercantilização da natureza por parte do Capital. A adoção de políticas como: sequestro de carbono, privatizações das águas, do subsolo, fazem parte das estratégias de venda de bem público, que são os elementos da natureza, como “serviços” que são passíveis de privatização. 

Consideramos que a “economia verde” é uma falsa saída para a crise ambiental e ecológica, porque os países ricos para não abrirem mão de sua qualidade de vida e consumo propõe implicitamente um desenvolvimento sustentável aos pobres, que na prática transforma o principio ecológico da sustentabilidade em merchandising, e transforma os recursos da natureza e os direitos dos povos em mercadorias, e assim mantém a desigualdade na posse e uso das riquezas naturais. 

O Movimento Negro não concorda com isso. Lembremo-nos da África do Sul nos tempos do Apartheid onde a água era dos brancos e não um bem público.  Portanto, vamos intensificar o diálogo com a nossa população para a importância da Cúpula dos Povos na Rio + 20 e a articulação com os povos indígenas e os movimentos sociais, buscando a construção de pontes e pontos de convergência. 
Exigimos que o Estado brasileiro utilize sua influência política na Conferência Rio + 20 em defesa dos povos e nações pobres e em desenvolvimento, que defenda sua população vítima da ganância da elite capitalista brasileira e dos conflitos ambientais, destacadamente, as comunidades quilombolas, as comunidades religiosas de matriz africana, as comunidades tradicionais e das periferias dos grandes centros urbanos.

Enquanto militantes e cidadãos, não podemos, e não vamos permitir que o racismo nos submeta a violência simbólica e física, e que inclusive destrua o nosso legado ancestral e espiritual africano. Esse legado é libertário, ecológico e sagrado. A nossa emancipação é a tomada da consciência negra, dos nossos direitos enquanto sujeitos de nossa história, cuidadores do planeta Terra.



Rio de Janeiro, 29 de abril de 2012.



MNU – Movimento Negro Unificado

CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras

CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira

AMNB - Articulação de Mulheres Negras Brasileiras

FÓRUM NACIONAL DE MULHERES NEGRAS

CEAP – Centro de Articulação de Populações marginalizadas – RJ 

ENEGRECER – Coletivo Nacional de Juventude Negra

UNEGRO – União de Negros pela Igualdade.

CONAQ- Coordenação Nacional de Quilombos

CNAB - Congresso Nacional Afro-Brasileiro

CIRCULO PALMARINO 

REDE AMAZÔNIA NEGRA

ANCEABRA – Associação Nacional de Empresários Afro Brasileiros

CONAMI - Conselho Nacional de Mulheres Indígenas

APNS - Agentes de Pastoral Negro do Brasil

COMISSÃO NACIONAL DE JORNALISTAS PELA IGUALDADE RACIAL (CONAJIRA/FENAJ)

SOWETO – Organização Negra - SP

SECRETARIA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO DA CUT

INTECAB – Instituto da Tradição e Cultura Afro-Brasileira

MONER

OFARERE MOVIMENTO AFRORELIGIOSO

Omokorins do Ilê de Oxaguian - MG

IPAC - Incubadora Afro Brasileira – RJ 

AFRO BRASIL

CEDINE – Conselho Estadual de Direitos do Negro - RJ

INSTITUTO DO NEGRO PADRE BATISTA

ASCEB

MAMATERRA

BAZAFRO

CRIAR

REDE ALIMENTAÇÃO ECOSOL – BAHIA

CONAM NACÃO BLACK

GAICUNE - RJ

TJ NEGRO

COJIRA – RIO

NEGRA SIM

FENAFAL

ASHOGUN

NUCLEO DE COMUNIDADES NEGRAS DE OSACO

CEN - COLETIVO DE ENTIDADES NEGRAS

IGERE – MG

DANDARA MULHERES DO CERRADO

SINTERGIA – RJ