terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cotas raciais em concurso público

A Lei nº 12.990 promulgada em 9 de junho de 2014, pela Presidente Dilma Rousseff, reserva 20% das vagas oferecidas às pessoas presas e pardas (negros/as) autodeclaradas no ato da inscrição nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.

Porém, de acordo com o inciso 3º do artigo 3º, “na hipótese de não haver número de candidatos negros aprovados suficiente para ocupar as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos aprovados, observada a ordem de classificação”.

Apesar dessa política pública ter validade de dez anos, e ser inspirada nas cotas implantadas em Universidades que proporcionam a oportunidade de acesso, as cotas raciais em concursos públicos também são alvo de críticas e polêmicas. Cabe ao Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos – órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica – conforme as diretrizes do Estatuto da Igualdade Racial (§ 1o do art. 49 da Lei no 12.288/2010), acompanhar e executar a avaliação anual sobre a regulamentação.

Para esse ano, estão previstas no primeiro semestre vagas aos candidatos negros e negras nos concursos públicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também, é possível a adoção do sistema de cotas em concursos de âmbito estadual, um grande exemplo nacional é o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que implantou pela primeira vez e já recebeu 448 inscrições de juízes negros(as).

As cotas raciais e sociais são ações afirmativas, que resultam da luta do Movimento Social Negro, que visam a transformação do país, a busca por igualdade e o combate do racismo nos espaços de poder e formação. É preciso investir na educação de qualidade para todos, independente de classe social e região, só assim não precisaríamos de paliativos, para obtermos profissionais negros capacitados em todos os setores. Enquanto isso, o remendo por justiça social continua...


Fonte: Coluna Axé – 376ª edição – Jornal Tribuna Independente (26/01 a 01/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 24 de janeiro de 2016

Conheça os 10 negros mais ricos do mundo!

Nigéria! Quando falamos o nome desse ou de qualquer outro país africano nunca vem a nossa cabeça, algo que nos remeta a riqueza. Apesar de muita riqueza ter sido gerada em solo africano durante a história da humanidade, o fato é de que o continente africano ainda é uma da regiões mais desiguais do mundo. Mas na lista dessas semana a Nigéria, país mais populoso da continente africano, nos chamou a atenção por ter o maior número de negros bilionários no mundo. Isso mesmo!

Segundo a revista Forbes, no mundo existem cerca de 11 negros entre os pouco mais de mil terráqueos que possuem uma fortuna acima de 1 Bilhão de dólares. Beyoncé, Pelé e o Rei da Suazilândia por exemplo, estão entre os muitos negros milionários que chegaram no topo da carreira e vivem abastadamente com seus milhões, mas não estão nem de perto da riqueza das pessoas que estão nessa lista.

Muitos são desconhecidos do público brasileiro, que apesar de viverem num país com mais da metade de sua população negra, cerca de 50,7% segundos dados do IBGE,  ainda não estão acostumados a verem negros ricos ou de classe média inseridos na sociedade de forma equilibrada. Conheça os negros mais ricos do mundo e saiba como fizeram fortuna e de onde ela vem.


1#
Aliko Dangote Copyright (cc-by-sa) © World Economic Forum (www.weforum.org/Photo Matthew Jordaan matthew.jordaan@inl.co.za
Aliko Dangote
Copyright (cc-by-sa) © World Economic Forum (www.weforum.org/Photo Matthew Jordaan matthew.jordaan@inl.co.za
Aliko Dangote (58 anos), U$ 15 Bilhões de Dólares
Nacionalidade: Nigeriana
Fonte de Riqueza: Cimento, Açucar e Cereais
A sua empresa Dangote Cement é a maior produtora de cimento do continente Africano

2#
Al-Amoudi  All Rights Reserved  to http://www.awrambatimes.com/?p=11744
Al-Amoudi
Photo: All Rights Reserved to http://www.awrambatimes.com/?p=11744
Mohammed Al-Amoudi (68 anos), U$ 10,9 Bilhões de Dólares
Nacionalidade: Saudita de origem Etíope
Fonte de Riqueza: Agricultura, Cimento e Mineração de Ouro e Petróleo

3#
Mike Adenunga foto Por http://buzznigeria.com/wp-content/uploads/sites/2/2015/01/Mike-Adenuga1.png
Mike Adenunga foto Por http://buzznigeria.com/wp-content/uploads/sites/2/2015/01/Mike-Adenuga1.png
Mike Adenuga (62 anos), $ 4 Bilhões de Dólares
Nacionalidade: Nigeriana
Fonte de Riqueza: Petróleo e Telecomunicações
È Dono de uma das maiores operadoras de celulares da África a MTN

4#
Isabela Dos Santos Foto por https://i.vimeocdn.com/video/483769724_1280x720.jpg
Isabela Dos Santos Foto por https://i.vimeocdn.com/video/483769724_1280x720.jpg
Isabela dos Santos (42 anos), $ 3,3 Bilhões de Dólares
Nacionalidade: Angolana
Fonte de Riqueza: Investidora
Dona de Banco, Empresas de Telecomunicações e rede de hotéis é descrita pelo jornal Financial Times: “mesmo alguns críticos reconhecem o talento independente de Isabel dos Santos enquanto empresária” e é a mais jovem da lista.

5#
vargas2040, Cropped by OsamaK - Cropped from Image:Michelle, Oprah Winfrey and Barack Obama.jpg. The original from Flickr
vargas2040, Cropped by OsamaK – Cropped from Image:Michelle, Oprah Winfrey and Barack Obama.jpg. The original from Flickr
Oprah Winfrey (61 anos), $ 2,9 Bilhões de Dólares
Nacionalidade: Americana
Fonte de Riqueza: Entretenimento
Foi a maior apresentadora dos Estados Unidos e hoje possui um bem sucedido canal de TV a cabo, revistas e investe pesado em Marketing.

6#
Folorunsho-Alakija
Folorunsho Alakija (54 anos), 2,5 Bilhões de dólares
Nacionalidade: Nigeriana
Fonte de Riqueza: Petróleo, Moda e Media
Folorunsho Conhecida por ser uma das maiores filântropas do mundo.

7#
Foto de  Patrice-Motsepe Por http://www.chronicle.co.zw/wp-content/uploads/2014/08/Patrice-Motsepe.jpg
Foto de Patrice-Motsepe Por http://www.chronicle.co.zw/wp-content/uploads/2014/08/Patrice-Motsepe.jpg
Patrice Motsepe (53 anos), U$ 2,1 Bilhões de dólares
Nacionalidade: Sul-Africano
Fonte de Riqueza: Mineração de Ferro, Níque, Carvão e Ouro.
Foi o primeiro negro a ficar bilionário na África do Sul pós-apartheid.

8#
Foto de Ibrahim por http://www.thebeautifulist.com/wpcontent/uploads/2012/09/moha.jpg
Foto de Ibrahim por http://www.thebeautifulist.com/wpcontent/uploads/2012/09/moha.jpg
Mohammed Ibrahim (65 anos) , U$ 1,1 bilhão de dólares
Nacionalidade: Britânico de origem Sudanesa
Fonte de Riqueza: Telecomunicações e Investimentos

9#
Michael Jordan foto por https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Michael_Jordan_in_2014.jpg
Michael Jordan foto por https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Michael_Jordan_in_2014.jpg
Michael Jordan (52 anos), U$ 1 Bilhão de dólares
Nacionalidade: Americana
Fonte de Riqueza: Basquete.
Sua marca de sapatos e acessórios a Jordan se tornou uma das mais desejadas dos jovens americanos e é hoje parceira da Nike, vendendo U$ 1 Bilhão no ano passado.

10#
Foto de Femi Otedola por femyos.blogspot.com
Foto de Femi Otedola por femyos.blogspot.com
Feti Otedola (48 anos), U$ 1 bilhão
Nacionalidade: Nigeriana
Fonte de Riqueza: Postos de Gasolina

11#
Foto de  Abdulsamad Rabiu por http://moonofthesouth.com/wp-content/uploads/2013/10/ABDUL-SAMAD-RABIU.jpg
Foto de Abdulsamad Rabiu por http://moonofthesouth.com/wp-content/uploads/2013/10/ABDUL-SAMAD-RABIU.jpg
Abdulsamad Rabiu (54 anos), U$ 1 bilhão
Nacionalidade: Nigeriana
Fonte de Riqueza: Cimento e Açucar
 
 
Fonte: Site Super Fortunas

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Fórum Social Mundial 2016

Há quinze anos, foi criado o Fórum Social Mundial com objetivo de congregar pesquisadores e ativistas de vários continentes, com o objetivo elaborar alternativas para uma transformação social global. Surgiu como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), e tem como slogan oficial “Um outro mundo é possível”.

O FSM foi realizado por várias vezes no Rio Grande do Sul, também, já ocorreu no Estado do Pará. De forma descentralizada aconteceu na Índia, Quênia, Venezuela, Senegal e Tunísia.

De 19 a 23 de janeiro, a cidade de Porto Alegre (RS) receberá novamente o evento, com o tema: “Balanço, Desafios e Perspectivas na luta por outro mundo possível”. A tradicional marcha de abertura refletirá sobre o tema: “Paz, Democracia, Direitos dos Povos e do Planeta”.

A programação também será composta pelo: 2° Seminário de Proteção e Defesa Civil; Ato pela paz e a intolerância religiosa; atividades autogestionadas, oficinas, mesas de convergência e apresentações culturais. 

Em relação às questões étnicorraciais, destacam-se as rodas de conversa: Racismo e Sofrimento Psíquico; Racismo estrutural e periferia; O que o racismo fez com você: Diálogo entre mulheres negras; Diálogos sobre a juventude negra; O genocídio da população negra no Brasil; Lei de cotas no Brasil: comemorar a conquista e enxergar os desafios atuais; Rede Quilombola; Roda de Diálogo: Povos e Comunidades Tradicionais; Direitos Humanos e mídias sociais; Capoeira: Contribuições para uma educação ético-estética; dentre outros.

Esse é um importante mecanismo de integração sociopolítico entre movimentos sociais e povos tradicionais, que tem se fortalecido a cada ano, com a troca de experiências e divulgação de políticas públicas. Saiba mais: http://forumsocialportoalegre.org.br/tag/fsm-2016/


Fonte: Coluna Axé – 375ª edição – Jornal Tribuna Independente (19 a 25/01/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Cerimônia afro religiosa

No domingo(10), em Maceió, ocorreu a cerimônia de purificação e respeito aos ancestrais africanos: a Lavagem do Bomfim, que acontece sempre no segundo domingo de janeiro, após o Dia de Reis. 

Faz alusão à Oxalá que é o orixá associado à criação do mundo e da espécie humana; é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza; a sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira.

Há 15 anos é realizado na capital alagoana, uma iniciativa do Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té (Casa de Iemanjá). Nesse ano, reuniu ialorixás, baborixás e filhos(as) de santo de várias casas de axé existentes no Estado de Alagoas, além de convidados oriundos do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.

A programação iniciou no Largo São João no bairro do Jacintinho, em seguida, todos saíram em cortejo até a Igreja do Bomfim no bairro do Poço, onde teve o banho de cheiro, revoada de pombos e queima de fogos, além da caminhada contra a intolerância religiosa até o bairro da Ponta da Terra.

Também marcaram presença integrantes de instituições do movimento negro, membros do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR-AL), da Comissão de Defesa Étnicas e Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL); parlamentares; representantes da Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos e artistas locais, que prestaram o seu apoio à luta no combate de todas as formas de desrespeito e intolerância.

Esse é mais um ato de amor e respeito às religiões, que visa a paz e união.


Fonte: Coluna Axé – 374ª edição – Jornal Tribuna Independente (12 a 18/01/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Cultura afro no Festival Maceió Verão


A Prefeitura de Maceió divulgou a programação oficial do 3º Festival Maceió Verão 2016. 

Os shows acontecerão na Praça Multieventos na orla da Pajuçara, a partir das 17h, nos dias 09, 16, 23 e 31 de janeiro. As atrações nacionais serão respectivamente: Ney Matogrosso, Daniela Mercury, Titãs e Jorge Benjor. 

A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (COJIRA-AL) convida a todos admiradores da cultura afro para prestigiarem a Banda Afro Mandela, a cantora Naná Martins, a banda de reggae Vibrações e o grupo Favela Soul. 

Esse é um grande momento sociocultural para a capital, destinado a todo tipo de público, tem contribuído para a visibilidade dos artistas locais e no desenvolvimento turístico e econômico. 

Entrada franca!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

XVI Lavagem do Bomfim em Maceió



Nesse domingo (10.01) acontecerá em Maceió, a XVI Lavagem do Bomfim, uma cerimônia de purificação e respeito aos ancestrais africanos. 

A concentração será às 15h, no Largo São João (1ª entrada à esquerda na ladeira do bairro do Jacintinho), onde religiosos de matrizes africanas e admiradores seguirão em cortejo em direção à Igreja do Bomfim no bairro do Poço. Em seguida, terá o ato de celebração a Oxalá com revoada de pombos e queima de fogo, e a caminhada contra a intolerância religiosa até o bairro da Ponta da Terra. 

A ação religiosa é coordenada pelo Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té (Casa de Iemanjá), conta com a parceria de diversas comunidades e povos de matriz africana, além de gestores e ativistas do movimento social negro. 

Vista-se de branco e leve o seu axé! 

Mais informações: (82) 3231-0064 / 3337-2494.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Retrospectiva afro 2015

Mais um ano se encerra e com ele renova-se a esperança de dias melhores, com respeito e justiça social.

O ano de 2015, foi um ano extremamente pesado em relação aos casos de racismo e intolerância religiosa, que multiplicaram-se pelo país e nas redes sociais, fortalecendo a imagem da impunidade. Os índices de violência e mortes de jovens e mulheres negras cresceram assustadoramente. 

Outro aspecto negativo, foi a unificação das secretarias de Políticas paras as Mulheres (SPM), da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), de Direitos Humanos e de Juventude – com o pretexto de reduzir as despesas administrativas – cujas demandas foram incorporadas ao novo ministério: Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

Dentre os avanços em Alagoas, podemos destacar a atuação comprometida do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR-AL); a inauguração da Casa dos Conselhos; a criação do Comitê Técnico Alagoano de Saúde da População Negra no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau); a rearticulação das bandas afros alagoanas (Mandela, Zumbi e Afro Afoxé) com ensaios abertos e o evento de integração denominado “Juntos e Misturados”; o I Encontro de Comunidades Quilombolas e Povos Tradicionais de Terreiro de Alagoas; a ampliação de oficinas de percussão e dança afro; a realização de editais de promoção à cultura por parte da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac/Prefeitura de Maceió); e a reinvindicação por maior diálogo entre os grupos afroculturais alagoanos com a Fundação Cultural Palmares/Minc.

No âmbito social, o Tribunal de Justiça de Alagoas por meio do Programa Justiça Itinerante, realizou o primeiro casamento coletivo gay no Estado e oficializou a união homoafetiva de 20 casais. Outro momento histórico, destacamos a Marcha das Mulheres Negras em Brasília que reuniu cerca de 50 mil mulheres de várias partes do país e formações diversas, que exaltaram suas vozes contra o Racismo, a Violência e pelo em Viver; e a entrega do Prêmio Direitos Humanos 2015, para a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

Esperamos que 2016 seja mais produtivo e as políticas afirmativas sejam desenvolvidas no Estado de Alagoas. A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL/Sindjornal) agradece os sete anos de parceria com o jornal Tribuna Independente, e deseja muito axé (força e paz) para todos os amigos e leitores fiéis.


Fonte: Coluna Axé – 373ª edição – Jornal Tribuna Independente (05 a 11/01/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com