segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"Ora direis: Um negro presidente do Brasil?! Me sinto em condição de saber administrar ou governar"


Com discrição, o senador Paulo Paim (PT-RS) liberou entidades de aposentados e negros a iniciar uma cruzada nos Estados e na internet para disseminar a possibilidade de sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2010.

-Para mim, é uma alegria. Me vejo em um bom momento da política – afirmou o petista.

O parlamentar conversou por telefone com Zero Hora por 30 minutos sobre o movimento favorável ao seu nome para a Presidência. A seguir, a síntese da entrevista:


Zero Hora – O senhor quer disputar a vaga de candidato do PT à Presidência?
Paulo Paim – Não é questão de querer ou não. Todo homem público, naturalmente, vê com satisfação o seu nome levantado para candidato ao maior cargo do país. Quem não ficaria feliz com isso? Se dissesse o contrário, estaria mentindo. Nem por isso tenho de sair por aí fazendo campanha.

ZH – Supondo que o seu nome ganhe força nos Estados e na internet, o senhor aceitaria postular a candidatura?
Paim – Eles (movimentos sociais) dizem que farão toda a mobilização e virão me procurar para demonstrar a viabilidade da candidatura. Daí, analisarei o quadro.

ZH – Simpatizantes dizem que o senhor estimulou a campanha.
Paim – A base social não depende da tua vontade. Ela se articula e aponta caminhos com os quais aquele que estiver na frente concorda ou não. O movimento surgiu de lá para cá. Em nenhum momento pensei em ser candidato à Presidência. Preparei a minha reeleição ao Senado. Essa base social mostra que quer me impulsionar para um cargo majoritário. Não vou frustar o direito de eles fazerem esse debate, que pode impulsionar o meu nome ou outros.

ZH – Entidades como a Unegro e o Movimento de Consciência Negra Palmares afirmam que o senhor quer que se faça a campanha. Há até uma comunidade oficial no Orkut chamada Paim presidente.
Paim – Isso é improcedente. No Orkut, há diversas iniciativas de "Paim presidente" pelo meu trabalho na Câmara e no Senado. Tu achas que eu teria capacidade, como um senador sem um centavo, de articular tudo isso de forma gigantesca? Só se fosse mágico e tivesse varinha mágica. Imagina se vou criar comunidade. Ninguém discutiu isso comigo.
ZH – O senhor acredita que é possível ser o primeiro negro presidente do Brasil?
Paim – Acredito que um dia o Brasil poderá ter um presidente negro e uma mulher. Quem acreditava que nos Estados Unidos, onde o preconceito racial é forte, seria eleito um negro com esse charme, força e competência? Se na maior potência do planeta aconteceu, por que não pode ocorrer no Brasil? Mas não sei quem será esse presidente negro.

ZH – Esse presidente negro pode ser o senhor?
Paim – Sou o único senador negro. O pessoal faz alguma vinculação porque Obama era senador e também era ligado aos direitos humanos. O processo de construção vai apontar o caminho. Mas pode ser Paulo, Pedro ou João.

ZH – O senhor se considera o Obama brasileiro, como dizem seus apoiadores?
Paim – Me considero Paulo Renato Paim, gaúcho, nascido em Caxias do Sul. Tenho carinho e respeito por Obama. Mas ninguém deve ou pode querer ser cópia de outro.

ZH – Por que o movimento ocorre sem o conhecimento da cúpula do PT?
Paim– Existe uma indicação do partido, não-oficial ainda, que respeito muito (Dilma Rousseff). Eu mesmo tenho advogado publicamente o nome da Dilma. Os movimentos sociais e outros setores estão preocupados com esse debate. Eles entendem talvez que outros nomes devem ser levantados.

ZH – O senhor pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva?
Paim – Esse movimento está tomando mais corpo neste momento. Esperarei para ver até aonde vai. Até março ou abril, haverá um quadro melhor. Se esse movimento tiver força em nível nacional, é natural dialogar com os líderes do PT. Se provocado, tenho obrigação de dialogar com os partidos aliados. Defendo uma política de alianças ampla.

ZH – O senhor conversou com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT?
Paim – Não. Todas as vezes que estive no palanque sempre foi elogiando ou defendendo o nome dela.

ZH – Se necessário, o senhor estaria disposto a disputar uma prévia com a ministra?
Paim – Não disputaria prévia. Sou contra prévia. A sociedade organizada por si só deve apontar o caminho de quem deva ser o candidato, fruto da política de aliança do PT.

ZH – O seu objetivo é ganhar visibilidade e se cacifar como candidato ao Palácio Piratini?
Paim – Não trabalho com essa hipótese. Eu preparei com muito carinho a minha reeleição para o Senado.

ZH – O senhor está preparado para governar?
Paim – Depois de tantos anos na vida pública, me sinto em condição de saber administrar ou governar de forma coletiva.

Fonte: Zero Hora / Foto: fotoblognew

2 comentários:

  1. Acho extremamente importante que negros saiam candidatos a qualquer cargo publico. Só não vejo com bons olhos essa insistencia dos brasileiros em quererem copiar os Estados Unidos. Assim tem sido desde os formatos das instituições democráticas até as bandeiras do movimento negro.
    O Brasil deveria ter dado o exemplo para o mundo elegendo um presidente negro, entretanto, não vejo, ainda, condições objetivas e TALVEZ, TALVEZ, subjetivas para isso.
    Acho importante a iniciativa do companheiro Paim, mas acredito que polarizar dentro do PT a disputa com uma mulher (imitando os democratas) está muito mais relacionado a reeleição de Paim para o Senado do que para a Casa Branca ou Palácio do Planalto.

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  2. Movimentos negros lançam a candidatura do sambista Neguinho da Beija Flor ao Senado.
    Movimentos negros lançam a candidatura do sambista Neguinho da Beija Flor ao Senado.
    pelo Estado do Rio Janeiro, Neguinho que é filiado PT carioca,já havia sido convidado a ser candidato a Deputado Federal,mas por um problema de saúde,que foi superado por este, que alias teria com certeza votação mais expressiva superando o do cantor Agnaldo Timóteo eleito com mais de 500 mil votos em 1982 apesar de postura distintas Neguinho da Beija Flor é considerado o Rei da maior festa popular do mundo,o carnaval dos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, é um pessoa querida humilde inteligente e principalmente solidaria, e sempre engajada em muitas campanhas sociais e de valorização da cidadania é um dos poucos artistas que tiram de si para ajudar a outros e entre estes companheiros do samba e atletas que vivem com series dificuldades, comunidade negra e o povo carente do estado R J precisa de novas alternativas que conheçam profundamente e tenham soluções para resolver e melhorar as condições deste povo,hoje os três Senadores Marcelo Crivella PRB 70anos, Francisco Dornelles PP 78 anos e Paulo Duque PMDB 85 anos tidos como de direita e conservadores a serviço da elite burguesa dominante,longes das necessidades e revendi cações populares um nome como Neguinho da Beija Flor que não pessoa folclórica,oportunista ,leviana, muito pelo contrario é uma pessoa de bem e excelente caráter e tem orgulho de suas origens e batalha muito por elas, parabéns aos movimentos e entidades negras por esta atitude de valoração da negritude se Oba ma pode ser Presidente dos Estados Unidos porque Neguinho da Beija Flor não pode ser Senador do Brasil, alias eu sou mais Neguinho da Beija da Flor.

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