Turistas estavam entre as pessoas que denunciaram os PMs.
Eles prestaram queixa na Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Foto: Carolina Sanches /G1 |
Um grupo de turistas e alagoanos denunciou policiais militares de Alagoas por abuso de autoridade e racismo. Eles estiveram na Central de Flagrantes na noite de domingo (11) para prestar queixa contra uma equipe da Polícia Militar. Segundo a denúncia, após terem sido flagrados agredindo um adolescente, os policiais teriam obrigado os turistas a apagar filmagens de uma câmera fotográfica.
Três turistas contaram que estavam sentados em um banco na Praça Lions, na Pajuçara, quando presenciaram militares agredindo um adolescentes com chutes e tapas. “O rapaz já estava imobilizado e ainda o agrediam. Nós vimos a cena e decidimos registrar em filmagem. Quando os policiais perceberam que estávamos filmando, partiram em nossa direção”, disse o turista Davi Fantuzzi, que é de Recife, Pernambuco.
Fantuzzi contou que ele e dois amigos, que chegaram sexta-feira (9) para passear em Alagoas, foram obrigados a apagar as imagens. “Nos recusamos a apagar e os policiais nos ameaçaram de prisão. “Falamos que os policiais são agentes públicos e que não é proibido filmar, mas eles não nos ouviram e pediram reforços”, disse.
Dois amigos dos turistas que são alagoanos disseram que chegaram à praça quando estava acontecendo a confusão e foram detidos. “Tentei argumentar para que deixassem meus amigos irem embora, mas não permitiram e ainda deram voz de prisão a mim e a um amigo”, expôs a assistente social e professora Franqueline Terto dos Santos.
Franqueline disse que ela e seu esposo, o administrador Benedito Jorge da Silva Filho, foram algemados e colocados em uma viatura. “Foi um absurdo o que aconteceu. Os policiais disseram que só iriam nos soltar quando as imagens na câmera do nosso amigo fossem apagadas. O estranho é que chegaram mais quatro motos e teve até um helicóptero sobrevoando a área”, falou.
O administrador disse que prestou queixa por racismo porque os militares não prenderam os turistas, só ele e a amiga alagoana. “Sou negro e acho que houve racismo na ação dos policiais. Eu e minha amiga estávamos tendo a mesma reação dos nossos amigos turistas, mas não os renderam”, reclamou.
O dono da câmera, Talles Adriano dos Reis, que é de Minas Gerais, disse que um dos militares pegou seu equipamento e apagou as imagens. “Foi um absurdo o que aconteceu. Estávamos aguardando nossos amigos na praça para ver o pôr do sol na orla e passamos por esse constrangimento”, falou.
O grupo diz não saber o nome de todos os militares que estavam na ação, mas que conseguiram anotar alguns deles e placas de veículos. “Vi os nomes nas fardas. Eram L. Santos, F. Guimarães e Enor, mas esses não foram os que agiram com truculência. Os que nos deram voz de prisão não estavam com identificação. Espero que a investigação apure quem realmente estava no local”, disse a assistente social.
A reportagem do G1 falou com o assessor da Polícia Militar, o major Amorim, que informou que a denúncia ainda não chegou à corporação. “Tudo deverá ser investigado. O ideal é que as pessoas que fizeram a denúncia procurem a Corregedoria da PM para relatar o que aconteceu. Sobre os nomes citados, só poderemos falar quando a denúncia chegar oficialmente”, disse o militar.
Fonte: G1-Alagoas
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