Jornalista e integrante da Cojira-AL
Com o objetivo de identificar os resultados do projeto "Travestis Unidas Lutando Incansavelmente pela Prevenção da Aids" (Tulipa), do Ministério da Saúde, a ong Pró-vida - que defende os interesses de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (GLBT) em Alagoas - promoveu um seminário, que teve início nesta segunda-feira (1) e se estende até hoje (4), no Memorial da República. O projeto, que capacita travestis e transexuais para ajudarem na prevenção da Aids, garantindo os direitos humanos foi realizado no Estado em 2006 e 2007 e criado em 2002, em homenagem à travesti Adriana Tulipa, que morreu em 1997 e foi pioneira na luta contra a Aids no Brasil.
O evento marcou o dia mundial de combate à Aids, comemorado em 1° de dezembro e além de palestras, trouxe em sua programação a exibição de vídeos, dinâmicas de entrosamento com os participantes e interpretações teatrais, formação de grupos de trabalho para diagnóstico do projeto, questionários de avaliação do nível de conhecimento sobre prevenção, apresentações homoculturais, oficina para formação de multiplicadores em DST/HIV/Aids, análise do material disponibilizado sobre prevenção e distribuição de preservativos.
Segundo Dino Alves, que é diretor da Pró-vida, foi devido á abrangência da atuação da ong que as discussões se estenderam para os homossexuais. "Transexuais e travestis sofrem muito com o preconceito, sendo menos aceitos na sociedade e melhor do que arcar com o tratamento das Dst/HIV/Aids é ensinar todos a se prevenirem. Nosso objetivo é promover em janeiro de 2009, um curso de cabeleireiro, para tirá-los da prostituição. Em junho deste ano recebemos a visita de uma representante do Brasil Fundashion, que é uma entidade de Nova York, só que ainda contamos com poucos apoiadores", contou.
Já Ana Cláudia de Faria – transexual e diretora-executiva da ong - acredita que também é preciso lutar pela criação de uma legislação específica para garantir direitos, como a emenda na Lei 7716, que define crimes contra raça e cor e que se estenderia para coibir a homofobia.
"As paradas gays têm que se mais combativas, para que o Congresso aprove essa lei. Em lojas e restaurantes passamos por situações vergonhosas, porque não nos deixam entrar em banheiros femininos por acharem que temos doenças e não queremos usar o masculino, já que os homens nos humilham. Depois de muitas reclamações, enviamos ofícios para os estabelecimentos comerciais, solicitando que isso seja revisto. Infelizmente, ainda aparecemos na mídia como promíscuas e criminosas e somos agredidas nas ruas. Não podemos punir a opinião, já que vivemos em um país livre, mas temos que ter respeitada nossa integridade física e moral", ressaltou Ana Cláudia.
Durante as atividades os participantes interagiram, confeccionando cartazes sobre sexo seguro e a preservação de seus direitos e nos intervalos tiveram direito a lanche e almoço. O homossexual Bruno Ferreira de Lima afirma que o seminário é importante para esclarecer dúvidas. "Aqui posso conhecer pessoas que são como eu e apesar de ter o apoio da família, muitos ainda sofrem discriminação".
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