No período de 38 anos – de 1.968 a 2.006 – a freqüência relativa de negros em anúncios publicitários no Brasil atingiu o nível médio de apenas 4,20%, embora correspondam hoje a 49,5% da população brasileira.
A conclusão está na pesquisa “Participação e Representação Social de Indivíduos afro-descendentes Retratados em Anúncios Publicitários de Revistas: 1.968/2006”, do professor Luiz Valério Trindade - Dissertação de Mestrado em Administração apresentada no dia 17.12, na Universidade Nove de Julho (Uninove), de S. Paulo.
Segundo Trindade, que investigou as representações sociais de negros em anúncios publicitários de revistas de grande circulação como Veja, O Cruzeiro, Exame, Pequenas Empresas Grandes Negócios, Cláudia e Nova, embora tenha crescido, particularmente no últimos 12 anos, a participação dos negros em anúncios publicitários é hoje de apenas 7,18%.
Na pesquisa, Trindade analisou 1.279 propagandas presentes em 76 exemplares das seis revistas para estudar de que forma os anúncios publicitários impressos retratavam os afro-descendentes, a fim de identificar possíveis progressos ou retrocessos ou estabilizações na forma de representações dos papéis desempenhados por eles no contexto midiático. Ele também utilizou o método de Análise Qualitativa em duas propagandas de automóveis que continham, pelo menos, um personagem afro-descendente em seu contexto.
“Além da participação relativa inferior a 10%, que sinaliza certo grau de invisibilidade social, em termos de representações sociais foi possível constatar a existência de grande hiato entre a diversificada e crescente inserção social dos indivíduos afro-descendentes e a forma como são comumente retratados em anúncios”, conclui Trindade.
Fonte: Afropress
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