terça-feira, 9 de novembro de 2010

Racismo no twitter

Por: Helciane Angélica

O Twitter surgiu em 2006, e atualmente é uma das redes sociais na internet mais utilizada no Brasil! O serviço é gratuito, onde as pessoas postam mensagens com os assuntos mais variados possíveis e no máximo com 140 caracteres, divulgam seus projetos, cotidiano e ideias.

E o mundo virtual entrou em choque após o resultado da presidência da república, quando foram realizados vários ataques direcionados às pessoas que votaram na petista Dilma Rousseff, principalmente, os eleitores nordestinos. A estudante de Direito, Mayara Petruso, foi uma das primeiras pessoas a se manifestar postando a seguinte frase: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!". Pouco tempo depois, muitas pessoas já tinham visto a mensagem no perfil pessoal ou porque foi retwuittado (encaminhado, copiado), logo depois, ela apagou a postagem e pediu desculpas.

Mas, não teve jeito, houve muitas críticas e denúncias, e ela terminou excluindo sua página. Outros usuários também postaram várias ofensas, como: "Tinham que separar o Nordeste e os bolsas vadio do Brasil" e "Construindo câmara de gás no Nordeste matando geral". Como resposta, os nordestinos revidaram postando frases de auto-estima: “orgulho de ser nordestino”, “eu moro no local onde você passa férias”, “O Nordeste é lindo”, “Viva o povo Nordestino”, etc.

E na quarta-feira (03/11) a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pernambuco, entrou com uma representação criminal contra a acadêmica, que deverá responder por crime de racismo (pena de dois a cinco anos de prisão, mais multa) e incitação pública de prática de crime (cuja pena é detenção de três a seis meses, ou multa), no caso, homicídio.

São mensagens absolutamente preconceituosas. Além disso, é inadmissível que uma estudante de Direito tenha atitudes contrárias à função social da sua profissão. Como alguém com esse comportamento vai se tornar um profissional que precisa defender a Justiça e os direitos humanos?”, questionou o presidente da OAB-PE, Henrique Mariano.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo, também, instaurou um inquérito para investigar a mensagem de cunho preconceituoso e de xenofobia (aversão ou profunda antipatia em relação aos estrangeiros).

É um absurdo saber que ainda exista essa segregação entre nortistas e sulistas no Brasil, um país de proporção continental que é marcado por uma diversidade cultural tão rica. Esperamos que as punições sejam realmente cumpridas e sirvam de exemplo para todos! AXÉ!


Fonte: Coluna Axé / Tribuna Independente (09/11/10)

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