Diretor de Formação do Sindicato dos Metalúrgicos é chamado de “negão” e “macaco” numa das portarias da Arcelor/Mittal
Escrito por: CUT-MG
A ArcelorMittal suspendeu, na segunda-feira (25), o contrato de prestação de serviços com a Zeugma Consulting, mas tanto o sindicato quanto a CUT entendem que a siderúrgica não fez mais do que uma obrigação e que sua atitude não desfaz o que aconteceu: racismo, que é um crime previsto em lei e uma afronta inadmissível à dignidade. Além disso, outras denúncias de abusos de funcionários da Zeugma contra trabalhadores da usina não faltaram. As providências da gerência da ArceloMittal chegaram tarde.
O caso
No início de outubro, o diretor de Formação do Sindicato dos Metalúrgicos de Monlevade, Wilson Carlos Dias, popularmente conhecido como "Lustroso", havia abordado para uma rápida conversa, na usina da ArcelorMittal Monlevade, um funcionário da Zeugma Consulting – empresa que vinha prestando serviço de consultoria em segurança do trabalho para a siderúrgica.
O objetivo da conversa era questioná-lo quanto ao modo agressivo com que o funcionário havia tratado um companheiro metalúrgico que, supostamente, não estaria usando um EPI (Equipamento de Proteção Individual) de acordo com os padrões normativos. A agressividade vinha sendo uma prática constante de funcionários da Zeugma, que demonstravam verdadeiro poder de polícia, até colocando a mão no peito de companheiros para intimidá-los. A ação da empresa já tinha sido tema de várias reuniões específicas de medicina e segurança no trabalho, quando representantes de nossa entidade exigiam uma atitude enérgica da ArcelorMittal para coibir os abusos cometidos pela empreiteira.Também nas reuniões mensais, voltadas para outras questões, o Sindicato tocou várias vezes na necessidade de providências quanto às atitudes afrontosas. Tudo em vão, até que um fato novo e gravíssimo aconteceu.
No dia 21, quinta-feira da semana passada, Wilson "Lustroso" estava distribuindo boletins do Sindicato em uma das portarias da usina, quando Adriano da Silva Martins, que trabalha na Associamed (prestadora de serviço à ArcelorMittal Monlevade na área de Medicina do Trabalho), se dirigiu até ele e disse que tinha um recado de um senhor identificado como Marcos Anderson Dias (aquele que havia sido questionado pelo nosso diretor), que os observava de uma parte alta da usina. Segundo Adriano, Marcos teria pedido para ele dizer "àquele negão, àquele macaco" para ... (e completou a frase com uma expressão chula).
Imediatamente, Lustroso contou a outros diretores sindicais (que também se encontravam entregando o boletim) a ocorrência de racismo. O relato foi repassado à Polícia Militar. Dois policiais acompanharam Lustroso e mais um de nossos diretores, Eduardo Alfeu, para averiguação do problema. No local, foram contatados o senhor Adriano, da Associamed, que tinha dado o "recado" do Marcos, e o proprietário da Zeugma Consulting, senhor Amílcar. A polícia emitiu um boletim de ocorrência, onde o caso foi registrado como manifestação de "injúria". No momento da ação policial, Marcos Anderson não deu o ar de sua graça na usina.
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