Com informações do UNICEF e da comissão organizadora de Alagoas
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Por uma infância sem racismo
Com informações do UNICEF e da comissão organizadora de Alagoas
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Alagoas: Inicia hoje a 5ª Mostra Cinema e Direitos Humanos
VIDAS DESLOCADAS – João Marcelo Gomes (Brasil, 13 min, 2009, doc)
PERDÃO, MISTER FIEL – Jorge Oliveira (Brasil, 95 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 14 anos
A BATALHA DO CHILE II – O GOLPE DE ESTADO – Patricio Guzmán (Chile/ Cuba/ Venezuela/ França, 90 min, 1975, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
KAMCHATKA – Marcelo Piñeyro (Argentina/ Espanha/ Itália, 103 min, 2002, fic)
Classificação indicativa: livre
AVÓS – Michael Wahrmann (Brasil, 12 min, 2009, fic)
ALOHA – Paula Luana Maia, Nildo Ferreira (Brasil, 15 min, 2010, doc)
CARRETO – Marília Hughes, Claudio Marques (Brasil, 12 min, 2009, fic)
EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO – Daniel Ribeiro (Brasil, 17 min, 2010, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual.
Classificação indicativa: 12 anos
ABUTRES – Pablo Trapero (Argentina/ Chile/ França/ Coréia do Sul, 107 min, 2010, fic)
Classificação indicativa: 16 anos
A VERDADE SOTERRADA – Miguel Vassy (Uruguai/ Brasil, 56 min, 2009, doc)
ROSITA NÃO SE DESLOCA – Alessandro Acito, Leonardo Valderrama (Colômbia/ Itália, 52 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
HÉRCULES 56 – Silvio Da-Rin (Brasil, 94 min, 2006, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
PRA FRENTE BRASIL – Roberto Farias (Brasil, 105 min, 1982, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual.
Classificação indicativa: 14 anos
A CASA DOS MORTOS – Debora Diniz (Brasil, 24 min, 2009, doc)
CLAUDIA – Marcel Gonnet Wainmayer (Argentina, 76 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 14 anos
ALOHA – Paula Luana Maia / Nildo Ferreira (Brasil, 15 min, 2010, doc)
AVÓS – Michael Wahrmann (Brasil, 12 min, 2009, fic)
CINEMA DE GUERRILHA – Evaldo Mocarzel (Brasil, 72 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
GROELÂNDIA – Rafael Figueiredo (Brasil, 17 min, 2009, fic)
MUNDO ALAS – León Gieco, Fernando Molnar, Sebastián Schindel (Argentina, 89 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
DIAS DE GREVE – Adirley Queirós (Brasil, 24 min, 2009, doc)
PARAÍSO – Héctor Gálvez (Peru/ Alemanha/ Espanha, 91 min, 2009, fic)
Classificação indicativa: 12 anos
CARNAVAL DOS DEUSES – Tata Amaral (Brasil, 9 min, 2010, fic)
MEU COMPANHEIRO – Juan Darío Almagro (Argentina, 25 min, 2010, doc)
LEITE E FERRO – Claudia Priscilla (Brasil, 72 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 16 anos
05/12 – DOMINGO
A HISTÓRIA OFICIAL – Luis Puenzo (Argentina, 114 min, 1985, fic)
Classificação indicativa: 12 anos
XXY – Lúcia Puenzo (Argentina/ França/ Espanha, 86 min, 2006, fic)
Classificação indicativa: 16 anos
MÃOS DE OUTUBRO – Vitor Souza Lima (Brasil, 20 min, 2009, doc)
JURUNA, O ESPÍRITO DA FLORESTA – Armando Lacerda (Brasil, 86 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
HALO – Martín Klein (Uruguai, 4 min, 2009, fic)
ANDRÉS NÃO QUER DORMIR A SESTA – Daniel Bustamante (Argentina, 108 min, 2009, fic)
Classificação indicativa: 12 anos
MARIBEL – Yerko Ravlic (Chile, 18 min, 2009, fic)
O QUARTO DE LEO – Enrique Buchichio (Uruguai/ Argentina, 95 min, 2009, fic)
Classificação indicativa: 14 anos
O FILHO DA NOIVA – Juan José Campanella (Argentina/ Espanha, 124 min, 2001, fic)
Classificação indicativa: livre
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DOIS MUNDOS – Thereza Jessouroun (Brasil, 15 min, 2009, doc)
AMÉRICA TEM ALMA – Carlos Azpurua (Bolívia/ Venezuela, 70 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
VLADO, 30 ANOS DEPOIS – João Batista de Andrade (Brasil, 85 min, 2005, doc)
Classificação indicativa: 14 anos
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08/12 – QUARTA-FEIRA
ENSAIO DE CINEMA – Allan Ribeiro (Brasil, 15 min, 2009, fic)
108 – Renate Costa (Paraguai/ Espanha, 91 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
CARRETO – Marília Hughes, Claudio Marques (Brasil, 12 min, 2009, fic)
BAILÃO – Marcelo Caetano (Brasil, 17 min, 2009, doc)
DEFENSA 1464 – David Rubio (Equador/ Argentina, 68 min, 2010, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
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09/12 – QUINTA-FEIRA
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS – Cao Hamburger (Brasil, 110 min, 2006, fic)
Classificação indicativa: 10 anos
EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO – Daniel Ribeiro (Brasil, 17 min, 2010, fic)
IMAGEM FINAL – Andrés Habegger (Argentina, 94 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos
sábado, 27 de novembro de 2010
África: um continente que exala história e cultura
Por: Domingos Intchalá – Estudante de Jornalismo da FITS e natural de Guiné Bissau / Nícia Tavares – Estudante de Jornalismo da UFAL e natural de Cabo Verde
A presença do embaixador Carlos Lopes contribuiu para a aproximação dos acadêmicos africanos com a instituição universitária alagoana e também colaborou na auto-estima dos estudantes ao promover um espaço de manifestação com a finalidade de acabar com mitologia em relação ao continente Africano
Também ela não entende porque a Ufal possui cursos de letras, francês, espanhol, até latim e, não oferece nenhuma língua africana: “povo com o qual estamos visceralmente ligados”. E questiona “por que isso acontece dessa forma? A língua inglesa, francesa é mais próxima de nós, por acaso? E todo esse passado que nós temos de aproximação com a África, que ainda hoje se apresenta de forma clara em nosso processo de formação cultural. Então, acho que essas iniciativas podem alargar leques de discussões que podem culminar com a criação de um convênio mais forte que contemple idas e vindas dos brasileiros e africanos, num processo que de fato nunca se interrompeu, mas também não foi estimulado”, enfatiza.
A
Um dos participantes na elaboração do projeto da semana cultural africana, Vagner Bijagó, mestrando em Sociologia, acredita que a concepção continuará. Ele tem a convicção de que os futuros estudantes e os que estão ainda aqui devem dar a continuidade ao evento. Salienta, também, a sua satisfação de ter participado e contribuído para realização da atividade desde o início.
PEC-G
O Governo brasileiro ofereceu aos países em via de desenvolvimento, especialmente aos da África, o Programa de Estudantes Convênio de Graduação (PEC-G) que constitui um dos instrumentos de cooperação educacional. Neste âmbito, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) começou a receber estudantes PEC-G a partir de 1988, e oriundos de diferentes países da África: Guiné-Bissau, Cabo-Verde, São Tomé & Príncipe, Moçambique, Angola e Congo Kinshasa.
No total de estudantes formados de 1988 a 2006, a maioria é da Guiné-Bissau, que representa um percentual de 26% de concluintes. É seguida de Cabo Verde, com 25% de formados e segue-se Angola, com 13%. Trata-se de uma importante compensação do governo brasileiro, e que tem contribuído para o desenvolvimento dos países africanos.
Sete edições
Nos dias 18 a
A programação foi bem variada, e os participantes conferiram a palestra “Sociedade e Estado em África”, na Tenda Cultura Estudantil, que contou com a presença do professor Ricardino Jacinto Dumas Teixeira, da Faculdade de Ipojuca (PE); e a bacharel em Música, Sônia André, natural de Moçambique e ex-aluna da Ufal, que falou sobre a Mulher Africana.
Também teve apresentação das danças de seis países (Angola, Cabo Verde, Congo, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), e o visitante teve a oportunidade de apreciar uma exposição com trajes típicos, fotografias, banners e vídeos dos países africanos, nos estandes próximos instalados no Campus de Maceió.
Fonte: Encarte Afro Especial "Axé!" - Tribuna Independente (20.11.10)
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Construindo uma mídia sem preconceitos

Por: Emanuelle Vanderlei / Cojira-AL
Democratizar a comunicação é uma luta antiga dos movimentos sociais no Brasil. Desde 1991, pelo menos, as entidades estão organizadas em um fórum com o objetivo de enfrentar os problemas existentes na comunicação do nosso país. Mas, que problemas são esses?
A sociedade brasileira é submetida a um sistema de comunicação que não tem objetivo de informar, promover cultura ou justiça, respeitam-se apenas os interesses de uma minoria, detentora de maior parte da riqueza e do poder do país. Através dos meios de comunicação são formadas gerações de brasileiros e brasileiras que já crescem com a mentalidade mais conveniente para aqueles que se perpetuam no poder.
É através da escolha da pauta do jornal, da música que repete várias vezes no rádio, nas propagandas, ou até mesmo da novela, que a sociedade brasileira adquire uma cultura machista, consumista e o que é pior: racista.
Em um país com maioria absoluta de negros e negras invisibilizados por essa mídia, temos a sensação de que os séculos se passaram e a escravidão ainda está presente em nosso dia a dia. Promove-se uma cultura de que negros são menos capazes ou que não podem estar presentes em cargos qualificados, a imagem da raça negra sempre é vista com referências sexuais, ou de entretenimento. Não é comum ver um negro ou uma negra apresentando um telejornal, por exemplo.
Em 2009, depois de muita cobrança de entidades da sociedade civil, o Governo Federal realizou a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. Um espaço criado entre poder público, sociedade civil e empresários da área para questionar a forma de se fazer comunicação no Brasil. Durante todo o processo, várias entidades que defendem a igualdade racial se fizeram presentes, ajudando a construir um espaço que priorizasse políticas de promoção da igualdade racial na mídia, entendendo que, sem a inclusão racial no âmbito da comunicação a democratização desse setor estaria irreversivelmente comprometida.
Em Alagoas, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) realizou uma conferência livre com o tema “A diversidade étnica e o direito à comunicação”, reunindo representantes dos segmentos afros locais para promover o debate e levar propostas para a conferência estadual.
Depois de vários meses de discussões em todo o país, com a execução de conferências em vários municípios e em todos os Estados, aconteceu de 14 a 17 de dezembro de 2009 a Confecom, em Brasília (DF). Durante o evento, cerca de 1600 delegados e delegadas discutiram inúmeras propostas, inclusive, voltadas para a igualdade racial e que foram aprovadas, algumas até por unanimidade. Propostas desde o conteúdo, até com relação ao espaço dado aos negros e negras dentro das empresas de comunicação.
Esse foi um grande avanço, já que todos os setores da sociedade presentes à Confecom reconheceram que existe o problema e já temos algumas propostas para aplicar. Desde a realização da conferência, as entidades da sociedade civil têm feito a cobrança para transformar as deliberações em projetos de lei. É preciso manter viva a discussão e colocar em prática tudo o que foi aprovado lá.
Confira algumas propostas aprovadas de promoção da igualdade racial:
- Aplicar diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Planapir) e na Conferência Mundial contra o Racismo (Durban, 2001);
- Adotar ações afirmativas na mídia e realizar um censo étnicorracial nas empresas do setor;
- Garantir a participação negra na composição de um futuro Conselho Nacional de Comunicação;
- Ter a inclusão de critérios que contemplem os quilombolas nas concessões de radiodifusão, e a destinação de parte das verbas do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fuste) para o financiamento de projetos voltados à juventude negra;
- Criar programas educativos para jovens que abordem os direitos das mulheres e coíbam a violência de gênero;
- Criar mecanismos de fiscalização, inclusive com ações punitivas para emissoras de rádio e TV que veiculem conteúdos que desvalorizem, depreciem ou estigmatizem crianças e minorias historicamente discriminadas e marginalizadas (negros, LGBT, comunidades de terreiro, mulheres, pessoas com deficiência, idosos, indígenas, dentre outros).
Fonte: Encarte Afro Especial "Axé!" / Tribuna Independente (20.11.10)
7º Ginga Terapia inicia hoje
Local: Auditório do Centro Inclusiva Genilda Porto.
Praça Santa Rita - Farol
19h00 - ABERTURA
Apresentação da Programação e Convidados;
Palestra de Abertura
Tema:“As Dificuldades e Barreiras Para a Inclusão na escola”
Mestre Eraldo Gabriel de Souza / Aracajú-SE.
Palestra de Enceramento
Tema: “As contribuições da capoeira para a Educação Inclusiva”
Professora Silvia Campos / Pestalozzi de Maceió.
Coquetel.
DIA 27 DE NOVEMBRO - Sábado
LOCAL: Pátio do Centro Inclusivo Genilda Porto
Praça Santa Rita - Farol
08h00 às 12h00
Oficinas
TEMA: Capoeira Na Melhor Idade / Contra Mestre Juba
Saquarema - RJ;
TEMA: LUDO-CAPOEIRA
“Uma Nova Perspectiva de Trabalho na Capoeira”
Mestres Condi e Claudio. Maceió - AL;
TEMA: Capoeira Inclusiva “Incluir, respeitar e oportunizar”
Professor Edy Fortaleza-CE.
ALMOÇO
14h00 às 17h00
Apresentações Culturais, batizado e Troca de Cordas.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Vitória, apesar do preconceito!

Por: Kelly Baeta - COJIRA/AL
Qual a experiência mais marcante da sua carreira?
Em um concurso de beleza, uma menina linda e loira, hoje bastante conhecida, começou a carreira junto comigo, na mesma época. Ela sempre dizia durante as etapas desse concurso que eu não iria passar, nunca chegaria à final. Eu fiquei em primeiro lugar. Tinha 15 anos na época, era tão ingênua que não revidei as agressões com palavras, apenas chorei.
Como tudo começou?
Nesse mesmo concurso, onde enfrentei o preconceito com outra modelo, fui chamada para uma agência local que não durou muito tempo. Depois migrei para outra agência, até que resolvi trabalhar para mim mesma, pois as agências cobram percentagem e não vale muito à pena. Então, resolvi ir para São Paulo, fiz entrevista numa agência, fui aceita e trabalhei por um ano. Em seguida tive que voltar para Maceió, pois sou filha única e minha mãe sentia muito a minha falta.
Já enfrentou algum tipo de preconceito racial na família?
Sim, por parte dos meus avós. Minha mãe é branca e meu pai negro, por isso meus avós não aceitaram o namoro. Até que minha mãe engravidou e eu nasci negra. No dia em que minha mãe saiu da maternidade, voltando para a casa, minha avó falou para a minha mãe: “filho de negro não entra na minha casa”. Minha mãe guarda essa mágoa até hoje. O mais interessante dessa história é que minha avó também é negra, no caso é parda, mais pode ser considerada negra, somos descendentes de índios.

Como está a sua situação familiar atualmente?
Hoje em dia, eu me dou muito bem com a minha avó, ela ainda tem uma pouco de preconceito quando minhas tias se relacionam com negros. Minha tia mais nova era casada com um negro, minha avó infernizou tanto a vida dela, até que conseguiu separar o casal (risos). Não entendo o porquê disso, relevo.
Como está sua carreira atualmente?
Eu casei e engravidei, estou com um bebê de onze meses. Meu esposo é americano e eu vivo entre o Brasil e os Estados Unidos. Tenho planos de voltar a trabalhar brevemente.
Como está sendo sua experiência nos Estados Unidos?
Quando viajei, fui temerosa. Escutei muita gente dizendo que os Estados Unidos é um país com muito preconceito, que eu não me daria bem, que lá tem bairros somente para brancos e bairros somente para negros. Mas, onde eu estive fui muito bem recebida, tenho um empresário que cuida dos meus contatos e está esperando a minha volta. Vou fazer uma entrevista para a Next Model, uma ótima agência.
Fonte: Encarte Afro Especial "Axé!" - Tribuna Independente (20.11.10)
Mulheres que mais denunciam a violência doméstica são negras
Parabenizações pelos três anos da COJIRA-AL

Saudamos mais este aniversário da Cojiras Alagoas, em que a garra e o compromisso com o enfrentamento ao racismo animam a continuidade e o crescimento do trabalho junto à imprensa e à sociedade. Desejamos sucesso e muitos anos de vida com boas parcerias pela frente!
Abraços,
Isabel Clavelin
Assessora de Comunicação do UNIFEM Brasil e Cone Sul / Integrante do Núcleo de Jornalistas Afro-descendentes do Rio Grande do Sul
Aos colegas da Cojira Alagoas, Parabéns pelo aniversário e pela iniciativa.
Um abraço e votos de sucesso em tudo que fizerem.
Flávio Carrança - Cojira/SP
Antecipadamente os nossos parabéns às guerreiras e guerreiros negras e negros das Alagoas, onde o nosso herói Zumbi marcou com ferro e fogo a dignidade do povo brasileiro, ao lutar por seus ideais de liberdade e de honra do povo negro.
Um grande beijo em todos.
Edson Verber - COJIRA/PB
Parabéns pelo trabalho! Vida longa!
Abraços
Juliana César Nunes - COJIRA/DF
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Parabéns Valdice e membros dessa afro-equipe.
Muito sucesso neste belo evento.
Saudades
Angélica Basthi - COJIRA/RJ
COJIRA-AL completa três anos
Parabéns malungos e malungas (companheiros de luta), pela dedicação, compromisso social e pelas contribuições na visibilidade das questões étnicorraciais e das ações político-culturais do movimento social negro.
Vocês são nossos guerreiros e guerreiras da atualidade! São nossos representantes na mídia e tem contribuído para a abertura de espaços nos veículos de comunicação. Parabéns pela Coluna Axé, Informes Afros, Cobertura jornalística dos eventos, a retrospectiva afro-alagoana e recentemente pelo Encarte Afro “AXÉ!” publicado no jornal Tribuna Independente, no Dia Nacional da Consciência Negra deste ano.
Vida longa ao grupo!
“Olorum Kolofé Axé!” (Deus te abençoe e te dê força)
ANAJÔ/APN-AL
Fonte: http://anajoalagoas.wordpress.com
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Mobilização X Educação

Por: Riane Rodrigues - COJIRA/AL
A Lei, publicada pela Presidência da República em 9 de janeiro de 2003, alterou a Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Com três novos artigos, a Lei de 1996 passou a vigorar acrescida das alíneas 26-A, 79-A e 79-B, que estabelecem o estudo da História da África e dos Africanos; a luta dos negros no Brasil; a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileira. O texto estabelece ainda inclusão no calendário escolar do dia 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra.
Em Alagoas, o tema ainda é tratado com particularidades em escolas públicas e particulares do Estado. Ainda segundo Irani, muito já foi conquistado, mas é preciso avançar ainda mais. “Somos acompanhados pelo Ministério da Educação (MEC) e precisamos promover essa discussão de perto, embora não seja uma tarefa fácil. Temos conseguido avançar na capital e, para 2011, a meta é chegar com mais força no interior do Estado, principalmente, após a Regulamentação Estadual da Lei, que ainda não foi dado pelo Conselho Estadual de Educação, sobre a Lei 10.639/03; mesmo após quase oito anos de sua publicação.
Contudo, algumas escolas de ensino primário já começam a tratar do tema. “Abordamos o assunto na pré-escola. Claro que de forma transversal, em projetos onde a igualdade e o respeito ao ser humano são colocados em evidência. Esse é um tema que deve ser tratado com muita responsabilidade. É preciso pensar em uma metodologia eficaz para que, ao longo dos anos, até a formação adulta do indivíduo, não haja a desconstrução dessa realidade”, afirmou a educadora Maria Tereza de Jesus Salvador Santos.
Regulamentação
Em Alagoas, pela falta de regulamentação estadual, as escolas têm autonomia para trabalhar a temática. Atualmente, em escolas públicas do Estado, a SEEE tem promovido capacitações. No dia 23 de novembro de 2010, na prefeitura de União dos Palmares, o Conselho Estadual de Educação irá, finalmente, dar seu Parecer Estadual sobre a Lei. Com isso, espera-se ampliar o acompanhamento de sua aplicabilidade, também, nas escolas particulares, além de ampliar as ações nas escolas públicas estaduais. “Esse é o grande desafio para 2011”, concluiu Irani.
Fonte: Encarte Afro Especial"Axé!" / Tribuna Independente (20/11/10)
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Expressões racistas: quando a mídia incentiva o preconceito

A expressão “samba do crioulo doido” é um título de famoso samba composto pelo genial Sérgio Porto para satirizar o ensino de História do Brasil nas escolas do país, iniciado pela estrofe “Foi em Diamantina / Onde nasceu JK/ Que a princesa Leopoldina / Arresolveu se casá/ Mas Chica da Silva / Tinha outros pretendentes/ E obrigou a princesa / A se casar com Tiradentes / Lá iá lá iá lá iá / O bode que deu vou te contar”. A frase passou também a ser usada para discriminar os negros, atribuindo-lhes confusões e trapalhadas
Expressões como essas permeiam, com certa frequência, a imprensa alagoana e, na maioria dos casos, o repórter sequer tem noção de que está cometendo um erro grosseiro e sujeito, mais tarde, a consequências danosas para a empresa em que trabalha, que vão de um pedido de direito de resposta a um processo criminal, conforme estabelece o artigo 20 da Lei nº 7.716.
Abuso desse quilate fez com que a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) interviesse em alguns casos para, primeiramente, esclarecer aos profissionais de comunicação sobre a contribuição negativa que essas expressões podem gerar no cotidiano do leitor, ouvinte ou telespectador. Um veículo de comunicação seja rádio, jornal ou televisão, não tem público específico e sim uma massa de pessoas das mais diversificadas raças, opiniões e crenças religiosas e que devem ser respeitadas.
Desde o início da redemocratização do país tornou-se comum expressões alcunhadas pela mídia ocuparem espaços em enciclopédias, dicionários e serem associadas por linguísticas como expressões populares, a exemplo da palavra “reajuste” como sinônimo de aumento de preço e de salário ou “imexível” usada por um ex-ministro do Trabalho e absolvida, até hoje por jornalistas e literatos mesmo que de forma irônica, porém sem uso na gramática na língua portuguesa. Do mesmo modo ocorre com essas expressões que possuem conotações racistas pela forma como podem ser interpretadas pelo público midiático.
A professora de Química e coordenadora do Núcleo Afro-Brasileira do Instituto Federal de Alagoas, Fátima Viana se mostrou preocupada com a repercussão que essas palavras geram dentro de uma sala de aula. “Deparo-me em sala de aula com atos que são resultantes dessas expressões, como por exemplo, qual seria o motivo de um colega de sala se referir ao outro como “negrão” se o aluno tem nome na caderneta chamado todos os dias pelo professor?”, questionou a professora que também apontou alguns estereótipos utilizados no cotidiano como conotação racista. Fátima Viana disse que faz questão de abordar o preconceito racial, todos os dias, em sala de aula mesmo sendo a disciplina de Química, devido à influência discriminatória resultante da mídia, em telejornais, programas de auditório, novelas e, mais recentemente, principalmente durante um programa de reality-show.
- É claro que expressões racistas contribuem para os estereótipos de que negro só compra na promoção; de que não tem dinheiro para curtir uma balada ou para andar na moda; e que tem preferência de ser abordado em blitz quando possui carro do ano, lembrou a professora.
Outra expressão, utilizada de forma abusiva é o termo “língua negra” como eufemismo (suavização de um termo pejorativo) de esgoto a céu aberto. A palavra foi gerada nas áreas de Controle Urbano das prefeituras municipais e se supõe que a intenção era esconder dos turistas, pelo menos de forma literal, o grau de poluição das cidades. Em Maceió, como todo alagoano tem conhecimento, são comuns os esgotos a céu aberto correrem em direção às praias de Pajuçara, Ponta Verde e da Avenida da Paz, notadamente, nos pontos turísticos. No final dos anos de 1990, técnicos da Secretaria Municipal de Controle Urbano recomendaram aos assessores de comunicação do município o uso do termo língua negra como forma de, pelo menos na morfologia, abrandar a situação degradante de poluição do mar. Consequentemente, a expressão foi inserida nos “releases” (textos encaminhados à imprensa) e sem que houvesse precaução alguma começou a ser inserida nas reportagens de rádio, jornal e televisão com a conivência dos editores. O próprio site da Prefeitura de Maceió persiste na expressão, a exemplo da nota Línguas Negras, publicada em 19 de abril de 2005.
‘Numa parceria entre as secretarias municipais de Infra-Estrutura, Turismo, Proteção ao Meio Ambiente e a rede hoteleira foi criada uma campanha para a retirada das “línguas negras”, esgotos que escorrem em direção ao mar, localizadas nas praias da Pajuçara, Ponta Verde, Jatiúca e Cruz das Almas’
O engenheiro civil, da área de Construção Civil, Eduardo Nobre desconhece que o termo esteja associado aos jargões utilizados na profissão. “É evidente que toda matéria orgânica que sofre oxidação escurece como o esgoto, por exemplo, que é composto por 99% de água e 10% de resíduos sólidos, entre eles, fezes. A este processo chamamos de fluxos de contaminação. Agora, associar esgoto a cor da pele de uma raça é um disparate sem tamanho e racismo puro”, disse o também professor da área de Edificações.
Do mesmo modo, ocorre na imprensa esportiva com o termo “mala preta” que no jargão esportivo significa jogo sujo, ou seja, quando um clube financia um outro e incentiva seus jogadores a não se empenharem em campo, ser derrotado em uma partida e assim beneficiar na tabela de classificação a equipe financiadora. Mala preta também significava a pasta que o representante trazia cheia de dinheiro para fazer o pagamento caso o acordo fosse cumprido. Contudo, como se fosse para incentivar o racismo, a própria imprensa esportiva criou o termo “mala branca” que, ao contrário, da expressão anterior significa jogar limpo, ou seja, um clube incentiva, financeiramente, outro para derrotar o adversário.
O manual Politicamente Correto, editado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República no primeiro mandado do governo Lula e que foi interpretado pela grande imprensa como um controle da liberdade de expressão aponta várias expressões utilizadas na imprensa e no cotidiano dos brasileiros consideradas ofensivas e degradante à sociedade, como por exemplo: “a coisa ficou preta” como significado de aumento das dificuldades, situação embaraçosa ou até a palavra ‘africano’, numa referência a negros da África como se não houvesse diversidade nos países desse continente. Cita também a expressão Branquelo como um tipo preconceito racial, mais fortemente, de pessoas brancas nascidas no Brasil contra brasileiros descendentes de europeus das comunidades européias no Sul do País.
É necessário entender que a imprensa é a melhor aliada da sociedade e que os jornalistas têm como missão fazer com que essa sociedade cumpra com seus deveres e direitos estabelecidos pela Constituição Brasileira. De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais "combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza" (Cap. 2 / Art. 6º / XIV) e "não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime" (Cap. 2 / Art. 7º / V).
A Cojira-AL desde sua criação tem se destacado para que a ética do profissional jornalista seja cumprida à risca, não só quanto à questão do racismo, mas contra qualquer tipo de perseguição ou discriminação. Nas colunas de humor, a veiculação de piadas grosseiras e racistas e a adoção dos padrões estéticos de beleza, com predominância branca para contratações de profissionais, principalmente pelas emissoras de televisão. O próximo passo é a produção de um manual de orientação que possa ser aplicado a partir das faculdades de comunicação como modo de estender a atividade às assessorias.
Fonte: Encarte Afro especial "Axé!" / Tribuna Independente (20.11.10)