sábado, 31 de janeiro de 2009

Disciplina obrigatória no ensino fundamental e médio já tem livro específico


Chegou ao mercado o primeiro livro que contempla integralmente a Lei 11.645, em vigor desde março de 2008, que obriga a inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena como disciplina no currículo oficial das redes pública e particular de ensino. Trata-se de dois livros em um só volume: Sociedade em Construção - História e Cultura Afro-Brasileira - O negro na formação da Sociedade Brasileira e Sociedade em Construção - História e Cultura Indígena Brasileira - O índio na formação da Sociedade Brasileira, ambos de autoria do jornalista e sociólogo J. A. Tiradentes, em parceria com a mestre em Educação pela USP, Denise Rampazzo da Silva. A nova disciplina deverá ser ministrada em especial nas áreas de Educação Artística, Literatura e História, no ensino fundamental e médio, como foi estabelecido. "Nós escrevemos com a lei à nossa frente e sob consulta o tempo todo", disse Tiradentes. Segundo ele, os livros atendem a uma reivindicação do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. "Gil dizia que só a Fundação Palmares havia se preocupado em produzir conteúdos sobre o tema, tanto que o nosso livro tem o aval de Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura", afirmou.

De acordo com a editora Direção Cultural, que comprou os direitos dos autores e é a responsável pela impressão e distribuição, a proposta de confeccionar dois livros em um único volume leva em consideração a redução do preço final, de armazenamento e de transporte, cuja economia permite vender dois livros pelo preço de um. Para Tiradentes, esse formato beneficia o planeta duplamente: primeiro, porque economiza milhares de árvores para a impressão de dois livros num só exemplar, já que reduz a quantidade de papel na capa. Em segundo lugar, porque o livro é impresso com papel reciclado.

Dividida em 14 capítulos a edição segue rigorosamente o que estabelece a lei, quanto ao conteúdo programático. Eles tratam dos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira a partir dos dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Também resgata a contribuição das etnias nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

A capacitação dos professores é feita por meio de recurso digital. Ou seja, através do método EAD - Ensino a Distância, tendo em vista a parceria firmada entre o editor e o Instituto de Tecnologia, Pesquisa, Gestão e Educação Virtual do Brasil (ITGVBR), que tem como associadas algumas das mais tradicionais instituições de ensino a distância do Brasil. Consulte o site http://www.livroafrobrasileiro.com.br/ para outras informações.


Conteúdo


A parte afro-brasileira do volume tem 114 páginas e a indígena 71 páginas. A primeira é composta de oito capítulos e aborda temas como: O Continente Africano; A história da África e dos africanos; O contato entre o europeu e o africano e a chegada do negro ao Brasil; Escravidão no Brasil: formas e tipos diversos; A luta dos negros no Brasil, uma história de resistências; Abolicionismo, a luta pela liberdade; A cultura negra e a sua influência no Brasil e O negro na formação da sociedade nacional. Vinte dos principais grandes personagens afro-descendentes brasileiros são destacados nesta parte. Já o livro sobre os povos indígenas brasileiros está dividido em seis capítulos: A presença do homem no continente americano; O contato entre os europeus e os indígenas; Escambo e escravidão nos primeiros anos de colonização; Os índios do Brasil; A cultura indígena e a sua influência na formação da sociedade nacional e As contribuições dos povos indígenas ao Brasil e ao mundo.

Divulgação

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

FSM aborda impactos e disputas no território quilombola


Texto e Fotos: Emanuelle Oliveira
Jornalista e integrante da Cojira-AL



"A política para os negros no Brasil e no mundo e os impactos causados no território quilombola" foi o tema de uma palestra ontem (29), na Universidade Rural do Pará (UFRA). A atividade reuniu entidades negras de todo o país, como a Associação das comunidades negras rurais quilombolas do Maranhão (Aconeruc-MA) e o Quilombo de Jambuaçú, do município paraense de Mojú.

Durante o evento o professor Kabemgele Munanga, que nasceu na República Democrática do Congo e que há 35 anos vive no Brasil e ministra as disciplinas de Antropologia e Relações Raciais na Universidade de São Paulo falou sobre a demarcação do território quilombola e das leis que legitimam a posse dessas terras, ressaltando que a questão é polêmica.

"Entre a lei e o cumprimento existe um abismo, apesar de em alguns estados as famílias já terem a titulação. Mas, existem cerca de 2000 comunidades quilombolas no Brasil e menos de 10% tem o registro das terras. Ter o registro da terra não resolve muita coisa porque faltam escolas, saneamento básico, energia elétrica e muitos já foram expulsos por falsos donos e vivem sob ameaças de empresários", conta.


Professor Kabemgele Munanga (centro) com integrantes do Quilombo de Jambuaçú



De acordo com Benedito Cunha, coordenador da Aconeruc-MA, nos anos 80 o governo federal desapropriou do município de Alcântara terras de 300 famílias de 10 comunidades, para a implantação de um centro espacial. Atualmente, existem 22 mil habitantes distribuídos em 162 comunidades quilombolas nas imediações do centro, que lutam para receberem o título das terras, já que existe o projeto para a construção de uma base para lançamentos de foguetes no local.



Benedito Cunha, Coordenador da Aconeruc, falou sobre a luta pelas terras das comunidades quilombolas do Maranhão



"Várias famílias foram deslocadas para propriedades menores e inférteis e sem terem emprego tiveram que ir para a capital morar em bairros periféricos. Interditamos as obras da base, tirando as máquinas e o Incra já fez o levantamento e nos deu a possa das terras, mas nosso medo é que tenhamos que sair por causa dos impactos, já que o centro fica praticamente nos nossos quintais", esclarece.

Benedito Cunha ressalta ainda que “a empresa responsável pelas obras da base culpa as comunidades quilombolas, dizendo que elas atrasam o desenvolvimento do país". "O Roberto Amaral, que é dono da empresa binacional ACS, que surgiu por causa de uma acordo firmado entre o Brasil e a Ucrânia tem espaço na mídia para dizer que somos culpados pelo atraso nas obras, mas queremos apenas nossos direitos", destaca.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Show: Ela e eu


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Obama assina lei que iguala salários entre homens e mulheres

Lilly Ledbetter, que dá nome à lei assinada por Obama, era supervisora da fábrica de pneus da Goodyear Tire & Rubber (Foto: Ron Edmonds/AP)



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira sua primeira lei, o histórico Ato Lilly Ledbetter, que promove igualdade de pagamento entre homens e mulheres. O tema é polêmico no Congresso americano e enfrenta oposição dos republicanos conservadores.

"É muito simbólico que o primeiro projeto de lei que assino fale de um dos princípios fundadores deste país; que somos todos iguais e que cada um pode perseguir a sua própria versão de felicidade", disse Obama, retomando um tema que marcou seu primeiro discurso após a posse. "Estas palavras escritas em um papel há 200 anos indicam o entendimento moral que temos que ter atualmente."

Lilly Ledbetter, que dá nome ao projeto de lei, é supervisora da fábrica de pneus da Goodyear Tire & Rubber, em Gadsden, Alabama. Ela processou a empresa por discriminação de pagamento pouco antes de se aposentar, após 19 anos de serviço. Ledbetter ganhava US$ 6.500 a menos que o supervisor com menor salário e alegou que foi decisão de seus supervisores que não ganhasse mais.




Obama aplaude Lilly por seu exemplo (Foto: Saul Loeb/AFP)



Em 2007, a Suprema Corte dos EUA votou, por 5 votos contra 4, por recusar o pedido de indenização de US$ 360 mil, alegando que ela demorou tempo demais para iniciar o processo. A legislação americana afirma que os trabalhadores têm 180 dias a partir da discriminação para abrir um processo.

"Ela fez seu trabalho por quase duas décadas antes de descobrir que ganhava menos que colegas homens. Ela teve perdas de U$ 200 mil em salário e ainda mais em pensão e benefícios sociais, perdas com as quais ela arca até hoje", disse Obama, acompanhado por Ledbetter.

"Ela poderia ter ignorado [a diferença], ela poderia ter evitado toda a pressão e o assédio por levar adiante um processo. [...] Mas ela decidiu entrar em uma jornada de dez anos até a Suprema Corte e até chegar a este momento para efetivar a justiça que as pessoas merecem", continuou o presidente, que contou conhecer pessoalmente Ledbetter, que discursou na Convenção Democrata Nacional em 2008, que oficializou a candidatura de Obama à Casa Branca. Ao assinar a lei, Obama entregou a caneta a Ledbetter, como símbolo da sua conquista.

Durante a campanha presidencial, o republicano John McCain foi criticado por dizer que o ato causaria um aumento no número de processos de mulheres contra seus empregadores. Em abril do ano passado, os senadores republicanos vetaram o projeto de lei com 56 votos contras e 42 a favor. Seriam necessários 60 votos para que o projeto avançasse para debate e votação oficial.

"Ela sabe que a história não é só dela, mas de todas mulheres que ganham US$ 0,75 quando um homem ganha US$ 1 e ainda menos do caso das mulheres negras. [...] Igualdade de pagamento não é um tema de mulheres e sim de família. A família que [pela desigualdade de pagamento] não tem dinheiro para educação, famílias que dependem disso para pagar a hipoteca ou não, pagar as contas médicas ou não", disse Obama, acrescentando que, em tempos de crise econômica, os trabalhadores americanos não podem arcar com salários menores por discriminação.

O democrata lembrou da história de sua avó, que trabalhava em um banco no Havaí e sustentava ele e sua meia-irmã. "Assino esta lei em honra a ela e mulheres como ela, como minha avó, que trabalhou no banco a vida inteira e mesmo quando atingiu o teto de vidro continuou indo para dar o melhor para mim e minha irmã", disse o presidente. "Para minhas filhas, para que elas tenham oportunidades que sua mãe e avós não imaginavam ter".


Fonte: Folha Online
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u495956.shtml

Convite: 02 de fevereiro


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Governo convoca a II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial

Decreto publicado no Diário Oficial disciplina a realização do encontro


Amanda Camelo


O governador Teotonio Vilela Filho convocou, nesta quarta-feira (28.01), por meio do Diário Oficial do Estado, a II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (II COEPIR), a ser realizada no dia 21 de maio deste ano, sob a coordenação da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos.

O encontro tem o objetivo de estabelecer diretrizes para a elaboração do Plano Estadual e avaliar a implementação do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, incluindo princípios e diretrizes aprovados na I Conferência Estadual e Nacional de Promoção, que aconteceu em Alagoas em fevereiro de 2005.

De acordo com o texto do decreto, a Conferência adotará as temáticas da análise da realidade brasileira a partir da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, além da análise dos impactos das políticas de igualdade racial implementadas no Estado e municípios alagoanos.

O tema central da II Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial será: "Avanços e Desafios Étnico-Social". Durante o evento, também serão discutidos alguns assuntos prioritários da Segurança Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial: Quilombos, Educação, Trabalho e Renda, Segurança Pública e Saúde. O compartilhamento da Agência Nacional com Plano de Ação de Durban e a discussão a respeito do poder de decisão sobre participação e controle social também estão na pauta.

A comissão organizadora da Conferência deverá ser coordenada pela Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH) e será formada ainda por representantes a serem indicados por cada um dos seguintes órgãos: Gabinete Civil, secretarias de Estado da Educação e do Esporte; do Trabalho, Emprego e Renda; da Saúde; da Cultura; da Assistência e do Desenvolvimento Social e da Defesa Social; Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) e, ainda, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Para completar a comissão, a Secretaria da Mulher deverá ainda convidar representantes dos segmentos e de movimentos negros de Alagoas para participar do processo. Como coordenadora, a secretaria deverá também expedir o regimento do encontro, direcionar o processo democrático de escolha dos delegados, além das demais deliberações inerentes à sua função.

Segundo representantes do órgão, o evento é voltado ao público afrodescendente, praticantes de religiões de matriz africana, indígenas, quilombolas, ciganos, judeus, palestinos, juventude negra, gestores públicos, parlamentares, além de outros agentes de organizações da sociedade civil vinculadas ao tema.

Conferências Regionais
Antes de acontecer a Conferência com representantes de todo o Estado, já estão marcadas conferências regionais com o objetivo de avançar na discussão de problemáticas locais antecipadamente. Para facilitar a discussão, Alagoas foi dividido em quatro grandes regiões, todas com uma cidade-sede, onde acontecerá a reunião no dia pré-determinado.

A primeira cidade onde vai acontecer a Conferência Regional é Delmiro Gouveia, que vai abrigar representantes de mais 27 municípios circunvizinhos no dia 16 de abril. Em seguida, a discussão acontecerá em União dos Palmares, que receberá representantes de 29 municípios em 23 de abril. Logo após, Arapiraca e mais 32 municípios poderão discutir sua pauta no dia 30 de abril; e finalmente, no dia 7 de maio, Maceió receberá mais 10 municípios para realização da Conferência Regional.

Todos os municípios do Estado irão participar, levar suas propostas para a Conferência Estadual e, finalmente, para a Conferência Nacional, que acontecerá de 25 a 28 de junho de 2009, em Brasília (DF). Lá, será montado o Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

Para que a comissão de organização do encontro fique completa, a Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos convoca a sociedade civil organizada que tenha participação ativa acerca deste tema, e os representantes das secretarias que compõem a comissão, para participarem de uma reunião no dia 9 de fevereiro, às 14h, no auditório da Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento (Seplan), para que se faça a eleição dos representantes da sociedade civil que farão parte da comissão organizadora estadual.

Para esclarecimentos e mais informações a respeito do evento, o contato da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos é (82) 3315-1792 ou pelo email conferencia.coepir.alagoas@hotmail.com. Seguem as cidades do Estado e suas respectivas cidades sede para realização das conferências regionais.

CONFERÊNCIAIS REGIONAIS

* Município Sede - Delmiro Gouveia – 28 municípios: 16 de abril de 2009
Cidades inclusas no grupo: Delmiro Gouveia, Água Branca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Dois Riachos, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Major Isidoro, Maravilha, Mata Grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, Olho D’Água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Pão de Açúcar, Pariconha, Piranhas, Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira.

* Município Sede - União dos Palmares – 30 municípios: 23 de abril de 2009
Cidades inclusas no grupo: União dos Palmares, Atalaia, Branquinha, Cajueiro, Campestre, Capela, Chã Preta, Colônia Leopoldina, Flexeiras, Ibateguara, Jacuípe, Japaratinga, Joaquim Gomes, Jundiá, Mar Vermelho, Maragogi, Matriz de Camaragibe, Murici, Novo Lino, Passo de Camaragibe, Paulo Jacinto, Pindoba, Porto Calvo, Porto de Pedras, Quebrangulo, Santana do Mundaú, São José da Laje, São Luiz do Quitunde, São Miguel dos Milagres, Viçosa.

* Município Sede - Arapiraca – 33 municípios: 30 de abril de 2009
Cidades inclusas no grupo: Arapiraca, Anadia, Belém, Boca da Mata, Campo Alegre, Campo Grande, Coité do Nóia, Coruripe, Craíbas, Estrela de Alagoas, Feira Grande, Feliz Deserto, Girau do Ponciano, Igaci, Igreja Nova, Jequiá da Praia, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Maribondo, Olho D’Água Grande, Palmeira dos Índios, Penedo, Piaçabuçu, Porto Real do Colégio, Roteiro, São Brás, São Miguel dos Campos, São Sebastião, Tanque D’Arca, Taquarana, Teotônio Vilela, Traipú.

*Município Sede - Maceió - 11 municípios: 07 de maio de 2009
Cidades inclusas no grupo: Maceió, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Messias, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte, Satuba.
Fonte: Agência Alagoas

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Caminhada marca início do FSM 2009

Integrantes da Unegro comemoram o sucesso da caminhada


Texto e foto: Emanuelle Oliveira
Jornalista e integrante da Cojira-AL


Movimentos sociais e sindicais, além de pessoas de todo o mundo que vieram participar do Fórum Social Mundial 2009 (FSM), em Belém do Pará realizaram uma grande caminhada ontem (27), que saiu do mercado "Ver o peso" e marcou o início do evento, que se estende até o dia 1º de fevereiro.

Nem mesmo a chuva intensa foi capaz de dispersar a multidão, que levou para as ruas da cidade diversas danças e ritmos musicais, encerrando a marcha na praça São Brás, onde um grande palco foi armado para apresentações culturais de tribos da Amazônia e de países como Bolívia, Guatemala e Chile.

O coordenador nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, que veio de São Paulo para participar do fórum e que desde 1989 milita no movimento, afirma que o momento serve para disseminar as lutas sociais. "Já participei de muitos fóruns e o movimento negro sempre tem representantes em várias partes do Brasil. Estamos nos preparando para o Congresso de Negros e Negras do Brasil (CONNEB), que fará parte da programação deste FSM, nos dias 29 e 30. Nosso país é racista e as pessoas não reconhecem isso, o que impede uma mudança de pensamento".

Para o artista paraense, Eloé Iglesias que faz parte do GLBT de Belém e que realiza há 30 anos, durante o Círio de Nazaré, o mais tradicional encontro gay da Amazônia (Festa das Filhas da Chiquita, que em 2004 foi considerada pelo IPHAN como patrimônio imaterial da humanidade), a aceitação das pessoas para a diversidade sexual ainda é algo difícil. "Precisamos saber nos defender de agressões morais para que haja uma mudança na forma de encarar o homossexualismo e o fórum pode contribuir para isso".

Pela primeira vez no FSM, o estudante do município alagoano de Rio Largo, Marcos Cavalcante se espantou com a diversidade e amplitude do evento e espera que daqui saia uma proposta de paz para o mundo. "É um mundo em Belém do Pará e ainda existem pessoas que criticam quem vem para cá, mas lutamos apenas por um lugar melhor para viver".

Obama telefona para Lula e diz que tem "apreço" pelo Brasil

Obama se mostrou disposto a trabalhar em cooperação com Lula para fortalecer relação (Folha Imagem/Efe)


GABRIELA GUERREIRO
Folha Online, em Brasília

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou nesta segunda-feira para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi o primeiro contato entre os dois chefes de Estado desde que o norte-americano foi empossado na presidência, no último dia 20. Na conversa, que durou 25 minutos, Lula e Obama falaram sobre as prioridades do presidente americano no cargo no que diz respeito à sua relação com o Brasil e a América Latina.
O porta-voz da presidência, Marcelo Baumbach, afirmou que Obama se mostrou disposto a trabalhar em cooperação com o presidente brasileiro para fortalecer as relações entre os dois países ao demonstrar "apreço" pelo Brasil.

"O presidente Obama expressou apreço nas relações com o Brasil e deseja trabalhar em coordenação com Lula para estabelecer a paz no continente e fortalecer as relações econômicas entre os dois países", afirmou o porta-voz.

Segundo Baumbach, Lula parabenizou Obama pela sua posse e ressaltou o trecho do discurso proferido pelo norte-americano no qual defendeu mais cuidado para a parcela mais pobre da população mundial.

Na opinião de Lula, de acordo com o porta-voz, Obama pode "influenciar positivamente a imagem que o mundo, em especial a América Latina, tem dos Estados Unidos".

O presidente brasileiro listou temas que os dois devem conversar no futuro, com ênfase na paz mundial, as relações dos EUA com a América Latina e com a África, a mudança climática, o G-20 (grupo dos países mais ricos do mundo) e a política de biocombustíveis brasileira. Lula ainda defendeu maior cooperação entre os dois países para a missão de paz das Nações Unidas no Haiti.

Segundo o porta-voz, Obama concordou com o presidente brasileiro sobre a extensa agenda a ser aprimorada entre o Brasil e os EUA. Na conversa, o presidente norte-americano disse que já instruiu sua equipe de trabalho para aproximar-se do Brasil nas posições que serão apresentas pelos dois países durante reunião do G-20, prevista para ocorrer em abril, na Inglaterra.

Obama também afirmou, segundo o porta-voz, que os EUA "têm muito a se beneficiar do Brasil" no que diz respeito à política de biocombustíveis desenvolvida pelo governo federal.

Segundo o porta-voz, Lula acredita que "as boas relações entre o Brasil e os Estados Unidos têm muito a contribuir para bom ambiente político na América Latina". Os presidentes, no entanto, não chegaram a discutir a possibilidade de Obama reverter o embargo econômico dos EUA a Cuba --expectativa ainda não confirmada pelo norte-americano.

Anajô participa do CONNEB no Pará


O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, organização não governamental de Alagoas interligada ao movimento social negro, participará do Fórum Social Mundial em Belém (PA) no período de 27 de janeiro a 1º de fevereiro de 2009.

A diretora Maria Madalena da Silva (foto) foi escolhida para representar a entidade no encontro devido a disponibilidade e comprometimento social, além disso, atua na área sindical, é a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado em Alagoas (Sintep). Também foi eleita delegada para o Congresso de Negros e Negras do Brasil e será uma das representantes do Estado.

De acordo com a presidente do Anajô, Helciane Angélica, mesmo diante das dificuldades financeiras a entidade não poderia ficar ausente do processo. “O Anajô busca fortalecer a luta dos afrodescendentes, preza pela formação de seus membros e a troca de experiências, e o Fórum representa tudo isso. Num mesmo espaço, lideranças comunitárias, sindicalistas e ativistas de vários segmentos, com culturas diferentes e de várias partes do mundo estarão discutindo temas importantes e polêmicos, expondo suas opiniões e propostas para o desenvolvimento sóciopolítico e econômico mundial. Enfim, mesmo com as inúmeras dificuldades não poderíamos ficar de fora do evento”, afirmou.


CONNEB


O Congresso de Negros e Negras do Brasil (CONNEB) acontecerá nos dias 29 a 31 de janeiro, e encontra-se na programação do FSM. Pretende-se reunir 600 delegados, ativistas oriundos de várias partes do país que juntos terão como meta: a construção de um documento, chamado Projeto Político do Povo Negro para o Brasil.

Alagoas teve direito a 14 delegados no máximo (quantidade determinada pela comissão organizadora, relacionada à proporção de negros na população de cada Estado), mas outras pessoas podem participar na condição de observadores.

Os outros representantes indicados foram: Arísia Barros (Ong Maria Mariá); Benedito Jorge Da Silva (Pastoral da Negritude - Igreja Batista Do Pinheiro); Djalma Roseno Filho (Associação de Grupos Culturais e Entidades Negras De União Dos Palmares - Agrucenup); Ednaldo Minervino (Juventude Negra do PT-AL); Jorge Luis Riscado (Afroatitude – Ufal); Marlúcia Cordeiro Oliveira (Unegro-AL); Noelma Sandra Da Silva Santos (Sintufal/Cut); Marta De Carvalho Silva (Mulheres Negras/ Unegro-AL); Vera Falcão (Associação Dos Falcêmicos De Alagoas).

Mais informações sobre o encontro e a programação completa podem ser encontradas no site: http://www.conneb.org.br/.


Crise educacional no Zimbábue


Menina pula poça d’água após ser rejeitada na porta da escola em Harare, no Zimbábue. O Governo local adiou a abertura das escolas por duas semanas para facilitar a marcação de exames escolares após a greve de professores. O sindicato de professores do Zimbábue declarou que os seus membros se recusaram a voltar ao trabalho depois que o Governo rejeitou a proposta de pagar seus salários em moeda estrangeira. O sistema educacional do país, que já foi um dos melhores em toda a África, entrou virtualmente em colapso quando a maioria dos professores decidiu prestar serviços em países vizinhos por conta do ambiente hiperinflacionário do Zimbábue.

Foto:AP

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Coordenação Executiva da 1ª CONSEG/AL fortalece o exercício da diversidade


O Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros/ março/2007 constata que as grandes vítimas de homicídios são jovens entre 15 e 24 anos (na faixa dos 20 a 24 anos, as taxas atingem 65 homicídios a cada 100 mil jovens), do sexo masculino (92,1%) e negros (31,7) negros são vítimas de homicídios a cada 100 mil negros, enquanto na população branca a taxa é de 18,3 homicídios a cada 100 mil brancos).

A violência é um dos grandes problemas enfrentados pela sociedade brasileira e um dos maiores desafios para os estados brasileiros. Seja nas regiões metropolitanas ou no interior, o crescimento da criminalidade e da violência no Brasil tem comprometido o futuro de milhares de pessoas, principalmente jovens de comunidades carentes e um grande percentual da população negra que estruturalmente é penalizada pela ausência de políticas públicas que combatam o racismo institucional e a consequente exclusão social.

Visando a mobilização articulada entre a sociedade civil e o poder público para a construção de políticas públicas para a segurança pública o Diário Oficial do Estado de Alagoas traz em sua edição de 22 de janeiro de 2008 a portaria Nº. 009/GS/09 que constitui a Coordenação Executiva (CE/COE) da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública – etapa Alagoas (1ª CONSEG/AL.

As principais atribuições da Coordenação Executiva serão a prestação de assistência técnica e apoio operacional na execução da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública – etapa Alagoas (1ª CONSEG/AL).

A Coordenação Executiva é constituída de 11 entidades – representantes da sociedade civil: Organização Não Governamental Maria Mariá, Maçonaria, Fórum Permanente Contra a Violência em Alagoas, Associação de Proteção e Assistência Carcerária e representantes do poder público: Secretaria de Estado da Defesa Social; Comando Geral da Polícia Militar, Direção Geral da Polícia Civil ,Conselho Estadual de Segurança Pública, Associação dos Oficiais Militares de Alagoas , Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas, Sindicato dos Agentes Penitenciários.

A Conferência Nacional está prevista para agosto de 2009, em Brasília. A expectativa é reunir mais de duas mil pessoas, eleitas por meio de encontros municipais e estaduais, que serão realizados entre abril e julho.

Como representante da sociedade civil, a participação da Organização Não Governamental Maria Mariá na Coordenação Executiva surge como mecanismo democrático na elaboração e discussão de estratégias integradoras e indicadores étnico-sociais (o racismo estrutural, a exclusão social da população negra, a violência-racial originária do processo exclusivista e a questão de gênero) que funcionem como eixos visíveis na construção de um plano de ação que efetive uma nova e inclusiva Política Nacional de Segurança Pública Cidadã.

Tendo como Secretário Executivo, o Coronel Marcus Vinícius Ferreira Gomes, a próxima reunião da coordenação executiva já tem data marcada, ocorrerá no dia 28 de janeiro, às 15 horas, na Secretaria de Defesa Social.


Fonte: Divulgação

Seppir também encontra-se no Fórum


A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial prepara sua participação no Fórum Social Mundial (FSM) da Amazônia, que será realizado entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro.

O evento mais significativo promovido pela Secretaria durante o encontro será uma oficina sobre o Programa Brasil Quilombola (PBQ), que em 30 de janeiro vai mobilizar no Espaço Saúde/ Cultural pessoas interessadas em debater a questão das comunidades remanescentes de quilombos brasileiras e seus congêneres na América Latina.

Também terá a exposição Olhares Cruzados, patrocinada pela SEPPIR, a mostra trará o resultado do projeto homônimo que tem por objetivo promover o conhecimento recíproco entre o Brasil e os países da África lusófono, por meio da troca de cartas e fotografias produzidas por crianças brasileiras e africanas entre 8 e 14 anos de idade.


Fonte: Boletim informativo da Seppir

CONEN no processo Fórum Social Mundial


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Quilombolas entram na pauta do Fórum Social Mundial 2009

Fundação Cultural Palmares participa de oficina sobre Programa Brasil Quilombola



Os Quilombolas serão assunto de discussão e reflexão no Fórum Social Mundial (FSM) 2009, que começa nesta terça-feira (27), em Belém, PA. O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, vai participar da mesa-redonda que reúne dez debatedores sobre o Programa Brasil Quilombola e a Agenda Social Quilombola no dia 30 de janeiro, às 13h30, no Espaço Cultura e Saúde.

A mesa faz parte de uma oficina que visa promover o debate sobre as políticas públicas de promoção da igualdade racial e também pretende promover a troca de experiências e a visibilidade do Programa Brasil Quilombola, instituído pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

Vão participar da oficina lideranças quilombolas do Pará, dez representantes de comitês gestores do Programa Brasil Quilombola em outros estados, comunidades quilombolas em geral, militantes do Movimento Social Negro, representantes dos movimentos sociais, pesquisadores e simpatizantes da temática e gestores públicos. A oficina é aberta ao público em geral.

A oficina inicia-se no turno da tarde. A segunda etapa vai ser destinada aos encaminhamentos, que vão ser sistematizados em um painel final. Também está programada para as 9h da manhã uma roda de debates com a presença dos parceiros colaboradores e patrocinadores do Espaço Cultura e Saúde, entre eles a Seppir, com a participação do intelectual e sociólogo da Universidade de Coimbra Boaventura de Sousa Santos.


Os eixos temáticos norteadores são: Eixo I – Acesso à Terra, a produção da Riqueza e a Reprodução Social, Eixo II – Infra-Estrutura e Qualidade de Vida, acesso às Riquezas e a Sustentabilidade, Eixo III – Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local, a partir da perspectiva da afirmação da Sociedade Civil e dos Espaços Públicos e Eixo IV: Direito e Cidadania, Poder Político e Ética na Nova Sociedade. Tais temas vão conduzir as reflexões em torno do contexto do Programa Brasil Quilombola na atualidade e a otimização da Agenda Social Quilombola enquanto política pública.


Programa Brasil Quilombola


Foi criado em 2004 pelo governo federal, por meio da Seppir, como uma política de Estado para as áreas remanescentes de quilombos. O programa mantém uma interlocução permanente com os entes federativos e as representações dos órgãos federais nos estados, no intuito de descentralizar e agilizar as respostas do governo para as comunidades quilombolas. As áreas de atuação do programa envolvem a terra, a promoção da igualdade racial, a segurança alimentar, o desenvolvimento e assistência social, a saúde, a infra-estrutura, a geração de renda, o gênero, os direitos humanos, o meio ambiente, os esportes e a previdência social.


Fórum Social Mundial


É um espaço aberto de encontro, que estimula de forma descentralizada o debate, a reflexão, a formulação de propostas, a troca de experiências e a articulação entre organizações e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo, mais solidário, democrático e justo. Este ano, Belém do Pará sedia o FSM. As três primeiras edições do FSM, bem como a quinta edição, aconteceram em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil), em 2001, 2002, 2003 e 2005. Em 2004, o evento mundial foi realizado pela primeira vez fora do Brasil, na Índia. Em 2006, sempre em expansão, o FSM aconteceu de maneira descentralizada em países de três continentes: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (Américas). Em 2007, voltou a acontecer de maneira central no Quênia (África).
PROGRAMAÇÃO (30.01.09)



Fonte: Ascom Fundação Cultural Palmares

Mulheres do Axé participam de encontro no Maranhão


Por: Mônica Lima
Jornalista / Integrante da Cojira-AL


Mais de 50 ialorixás de diversos estados brasileiros participaram de 21 a 24 de janeiro do I Encontro Nacional de Mulheres do Axé realizado no Maranhão, promovido em parceria com a Rede Religiões Afrobrasileiras e Saúde.

Alagoas foi representada pela religiosa Mãe Neide Oyá D'Oxum, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), que participou do Painel sobre as iniciativas sociais dos terreiros liderados por mulheres. Na oportunidade, ela falou das ações que realiza através do projeto Inaê, no Village Campestre II, voltado para crianças, adolescentes e jovens da comunidade.

Uma série de propostas foram definidas para serem viabilizadas ainda este ano, dentre elas: a realização do I Encontro Norte/Nordeste das Mulheres do Axé, previdência social, divulgação da legislação que permite os religiosos de matriz africana terem 0 acesso aos hospitais, intensificar a luta contra a intolerância religiosa e outras.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

2010, o ano da maioria absoluta de negros

"Se as tendências de fecundidade continuarem como nos últimos anos, em 2010 os negros serão a maioria absoluta da população", afirma o diretor de cooperação e desenvolvimento do Ipea, Mário Lisboa Theodoro. Ao avaliarem a evolução do número de pessoas negras - pretos e pardos - na população brasileira, os técnicos constataram que as variações são grandes ao longo do tempo. No Censo de 1890, eram 56% de negros, percentagem que caiu para 35,8% após a política de incentivo à imigração européia. O número permaneceu estável por duas décadas e no Censo de 1960, pretos e pardos respondiam por 37,5% da população brasileira. Ao comparar 1976 com 2006, a pesquisa constatou que o número de negros cresceu de 40,1% para 49,5%.
Fonte: www.ipea.gov.br/001/00101001.jsp?ttCD_CHAVE=2&btOPERACAO=

Programa internacional seleciona projetos na área de Etnoeducação

O Programa Regional de Apoio às Populações Rurais de Ascendência Africana da América Latina (Acua), o Fundo Internacional de Desenvolvimento (FIDA) e o Convênio Andrés Bello (CAB) lançaram um edital para identificar estratégias e trabalhos realizados na matéria de etnoeducação que estejam sendo desenvolvidos por líderes, grupos e organizações comunitárias afro-descendentes, que estejam funcionando e que dêem resposta às necessidades e características de suas comunidades.

No total, serão selecionadas 10 experiências para participarem do evento "Etnoeducação para o desenvolvimento: uma visão a partir do afro" que será realizada em Guayaquil - Equador, nos dias 13, 14 e 15 de abril de 2009.

O Programa apoiará as experiências ganhadoras com quinhentos dólares (USD $500) a cada uma das selecionadas, destinados à preparação e elaboração do material necessário para sua apresentação no referido evento. De forma complementar, serão cobertos todos os custos de deslocamento e alojamento de um representante de cada projeto.

Podem participar da seleção líderes, comunidades rurais e territórios tradicionais afro-descendentes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela - que estejam realizando trabalhos relacionados com etnoeducação. Podem ser instâncias educativas formais nos diferentes graus, trabalhos extracurriculares, iniciativas comunitárias que envolvam mulheres e jovens, entre outras. As propostas etnoeducativas apresentadas deverão ser inovadoras, apresentar novos conhecimentos e contribuir para a geração de novas alternativas educacionais.

No ano passado, outro projeto do Programa Acua contemplou três comunidades quilombolas no Brasil com um aporte financeiro de 20 mil dólares, durante um período de dois anos, pela sua relevância em ações de sustentabilidade, desenvolvidos para a melhoria da qualidade de vida nessas comunidades. Os projetos brasileiros contemplados foram: Espaço Cultural Vovó Conceição (Aso Orisa; Confecção de Roupas de Santo); Associação da Comunidade Quilombola de Cocalinho (A Arte do saber, saberes e fazeres de uma comunidade quilombola - artesanato); Sociedade Beneficente de Defesa do Terreiro Sogboadã (Cabeça de Negra; Ensino da cultura dos trançados e turbantes, costumes e tradições de beleza e auto-estima).

A informação do edital também está disponível no site do Programa: www.programaacua.org - no link "documentos de interesse" - ou na página do Convênio Andrés Bello: www.convenioandresbello.org.

Fonte: Ascom Fundação Cultural Palmares

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Minorias cobram posse do Conselho de Combate as Discriminações

Representantes de diversas entidades eleitas em julho de 2008 para compor o Conselho Estadual de Combate as Discriminações, a exemplo da ADEFAL, Grupo Gay de Alagoas, Associação dos Quilombos, Federação Zeladora dos cultos, Afinidades GLSTAL, FAMECAL e Associação dos Povos Indígenas, estão insatisfeitas com a falta de celeridade com que a Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos tem tratado a questão.

O Conselho Estadual de Combate a Discriminação foi criado pela Lei nº 6.842, de 15 de agosto de 2007 de autoria do ex-governador Luis Abílio de Souza Neto e teve sua composição alterada pelo Decreto Governamental nº 4.003, de 16 de abril de 2008. A partir de então a Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos instituiu uma Comissão Eleitoral composta pelos advogados Tutmés Airan e Gilberto Coutinho para coordenar o processo de eleições das entidades da sociedade civil, pleito realizado em 30 de julho de 2008.

Segundo Célio Rodrigues, representante da Federação Zeladora dos Cultos, “há seis meses as entidades da sociedade civil democraticamente eleitas aguardam as providencias por parte da Secretária Wedna Miranda, visando dar posse as conselheiros e instalação do órgão das dependências do Governo do Estado.”

As entidades encaminharam expediente a Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos solicitando providências no sentido de garantir junto ao Governador do Estado de Alagoas o agendamento da posse dos conselheiros eleitos para este fim.


Informações adicionais/Entrevistas:
Pai Célio Rodrigues – FEDERAÇÃO ZELADORA DOS CULTOS: (82) 9908-0101, 8819-
João Batista – ADEFAL: (82) 9902-0627
Givanildo (Gygy) – FAMECAL: (82) 9910-4115

Casal Obama em festa

Foto: Carlos Barria/Reuters

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama e a primeira dama Michelle Obama dançam no Home States Ball no dia de sua posse em Washington, nos Estados Unidos


(...)


Foto: J. Scott Applewhite/AP

Enquanto isso, os convidados da cerimônia tentaram fotografar o casal Obama durante a noite de gala.

Correção: Reunião dos delegados alagoanos para o CONNEB

A reunião entre os delegados de Alagoas que participarão do Congresso Nacional de Negros e Negras do Brasil (CONNEB) será realizada hoje e amanhã (22 e 23.01) às 19h. Na matéria passada divulgamos o horário errado.

A atividade acontecerá na sede da Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro, localizada na rua Miguel Palmeira, 1300, Pinheiro em Maceió.


Mais informações: (82) 9119-5730 (Jorge) e 8807-1803 (Paula).

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Alagoanos preparam-se para o CONNEB

Por: Helciane Angélica
Jornalista / Integrante da Cojira-AL / Presidente do Anajô


Os representantes eleitos para participar do Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil (CONNEB) e demais interessados do movimento social negro alagoano se encontrarão nesta quinta e sexta-feira (22 e 23 de janeiro) para produzir o texto-base e elaborar as propostas. A reunião acontecerá às 14h na sede da Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro, localizada na rua Miguel Palmeira, 1300, Pinheiro em Maceió.

Alagoas tem direito a 14 delegados no máximo (quantidade determinada pela comissão organizadora, relacionada à proporção de negros na população de cada Estado), mas outras pessoas podem participar na condição de observadores. Com o intuito de democratizar o acesso e atender as particularidades do Estado, as vagas foram distribuídas por segmentos, entre: sindical, ONGs, religiosos, capoeira, gênero, educação, juventude, quilombola e artistas.

O CONNEB acontecerá em Belém-PA, nos dias 30, 31 de janeiro e 1º de fevereiro, onde será elaborado o Projeto Político do Povo Negro do Brasil. A atividade integrará a ampla programação do Fórum Social Mundial. A maior dificuldade encontra-se no translado, mas a taxa de inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais) para as despesas com alimentação e o direito ao alojamento.

Veja os(as) delegados(as) de Alagoas e as entidades que representam:

1. NOELMA SANDRA DA SILVA SANTOS: SINTUFAL/CUT

2. MARLUCIA CORDEIRO OLIVEIRA: UNEGRO –AL

3. BENEDITO JORGE DA SILVA: PASTORAL DA NEGRITUDE DA IGREJA BATISTA DO PINHEIRO

4. MARIA MADALENA DA SILVA: CENTRO DE CULTURA E ESTUDOS ETNICOS ANAJÔ

5. DJALMA ROSENO FILHO: ASSOCIAÇÃO DE GRUPOS CULTURAIS E ENTIDADES NEGRAS DE UNIÃO DOS PALMARES (AGRUCENUP)

6. EDNALDO MIVERVINO: JUVENTUDE NEGRA DO PT /ALAGOAS

7. ARISIA BARROS: ONG MARIA MARIÁ

8. MARTA DE CARVALHO SILVA: MULHERES NEGRAS/ UNEGRO- AL

9. VERA FALCÃO: ASSOCIAÇÃO DOS FALCÊMICOS DE ALAGOAS

10. JORGE LUIS RISCADO: AFROATITUDE – UFAL

Mais informações: (82) 9975-7947 (Noelma) e 8807-1803 (Paula)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Governador de Alagoas aprova Lei de Combate à Intolerância Religiosa

Olá Amigos (as)!

Todos nós que fazemos a religiosidade de Matriz Africana em Alagoas estamos felizes com mais este avanço, a legitimação (agora estadual - já obtivemos a municipal) da Lei Estadual de Combate à Intolerância Religiosa.

Abraços a todos!

Pai Célio - Omintoloji


Lei Nº 7.028, DE 16 DE JANEIRO DE 2009.


DISPÕE SOBRE A INSTITUIÇÃO DO DIA DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOAS
Faço saber que o Poder Legislativo Estadual decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica instituído o DIA DE COMBATE Á INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, a ser comemorado anualmente no Estado de Alagoas no dia 2 de fevereiro.
Art. 2º A data fica incluída no Calendário Civil do Estado para efeitos de comemoração oficial.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

PALÁCIO REPÚBLICA DOS PALMARES, em Maceió, 16 de janeiro de 2009, 193º da Emancipação e 121º da República.


TEOTONIO VILELA FILHO
Governador
Material enviado por email.

Leia a íntegra do discurso de posse de Barack Obama


Democrata assumiu nesta terça (20) como o 44º presidente eleito e o primeiro negro dos EUA. Leia a tradução do discurso em português, feita por Luiz Marcondes e divulgada pela Revista Época.


"Meus co-cidadãos: estou aqui na frente de vocês me sentindo humilde pela tarefa que está diante de nós, grato pela confiança que depositaram em mim e ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush por seu serviço à nação, assim como também pela generosidade e cooperação que ele demonstrou durante esta transição.

Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. As palavras já foram pronunciadas durante marés crescentes de prosperidade e nas águas tranqüilas da paz. Ainda assim, com muita freqüência o juramento é pronunciado em meio a nuvens que se aproximam e tempestades ferozes. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas devido à habilidade e visão daqueles em posição de poder, mas porque Nós, o Povo, continuamos fiéis aos ideais de nossos fundadores e aos documentos de nossa fundação.



Tem sido assim. E assim deve ser com esta geração de americanos.

Que estamos no meio de uma crise agora já se sabe muito bem. Nossa nação está em guerra contra uma extensa rede de ódio e violência. Nossa economia está muito enfraquecida, uma conseqüência da ganância e irresponsabilidade por parte de alguns, mas também de nossa falha coletiva em fazer escolhas difíceis e em preparar a nação para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos cortados; empresas fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham demais; e cada dia traz mais provas de que a maneira como utilizamos energia fortalece nossos adversários e ameaça nosso planeta.

Esses são os indicadores da crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profunda é a erosão da confiança em todo nosso país – um medo persistente de que o declínio da América seja inevitável e de que a próxima geração tenha que baixar suas expectativas.

Hoje, eu digo a você que os desafios que enfrentamos são reais. Eles são sérios e são muitos. Eles não serão encarados com facilidade ou num curto período de tempo. Mas saiba disso, América – eles serão encarados.

Neste dia, nos reunimos porque escolhemos a esperança no lugar do medo, a unidade de propósito em vez do conflito e da discórdia.

Neste dia, nós viemos proclamar um fim aos conflitos mesquinhos e falsas promessas, às recriminações e dogmas desgastados que por muito tempo estrangularam nossa política.


Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da Escritura, chegou a época de deixar de lado essas coisas infantis. Chegou a hora de reafirmar nosso espírito de resistência para escolher nossa melhor história; para levar adiante o dom preciso, a nobre idéia passada de geração em geração: a promessa divina de que todos são iguais, todos livres e todos merecem buscar o máximo de felicidade.

Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é dada. Ela deve ser conquistada. Nossa jornada nunca foi feita por meio de atalhos ou nos contentando com menos. Não foi um caminho para os de coração fraco – para aqueles que preferem o lazer ao trabalho, ou que buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Em vez disso, foram aqueles que se arriscam, que fazem, que criam coisas – alguns celebrados mas com muito mais freqüência homens e mulheres obscuros em seu trabalho, que nos levaram ao longo do tortuoso caminho em direção à prosperidade e à liberdade.

Foi por nós que eles empacotaram suas poucas posses materiais e viajaram pelos oceanos em busca de uma nova vida.

Foi por nós que eles trabalharam nas fábricas precárias e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas e araram terra dura.

Foi por nós que eles lutaram e morreram em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sahn.

Muitas e muitas vezes esses homens e mulheres se esforçaram e se sacrificaram e trabalharam até que suas mãos ficassem arrebentadas para que nós pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como sendo algo maior do que a soma de nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.


Esta é uma jornada que continuamos hoje. Nós ainda somos a mais próspera e poderosa nação da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos inventivas, nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade permanece inalterada. Mas nossa época de proteger patentes, de proteger interesses limitados e de adiar decisões desagradáveis – essa época com certeza já passou. A partir de hoje, temos de nos levantar, sacudir a poeira e começar de novo o trabalho para refazer a América.

Porque, em todo lugar que olhamos, há trabalho a ser feito. O estado da economia pede ação ousada e rápida, e nós iremos agir – não apenas para criar novos empregos, mas para estabelecer uma nova fundação para o crescimento. Iremos construir as estradas e as pontes, as linhas elétricas e digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Iremos restaurar a ciência a seu lugar de direito e utilizaremos as maravilhas tecnológicas para melhorar a qualidade da saúde e diminuir seus custos. Nós iremos utilizar a energia do sol e dos ventos e do solo para impulsionar nossos carros e fábricas. E iremos transformar nossas escolas e faculdades para que eles estejam à altura dos requisitos da nova era. Nós podemos fazer tudo isso. E nós faremos tudo isso.

Agora, existem algumas pessoas que questionam a escala de nossas ambições – que sugerem que nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. A memória dessas pessoas é curta. Porque eles esquecem do que este país já fez; do que homens e mulheres livres pode conquistar quando a imaginação se une por um propósito comum e a necessidade se junta à coragem.

O que os cínicos não compreendem é que o contexto mudou totalmente – que os argumentos políticos arcaicos que nos consumiram por tanto tempo já não se aplicam. A questão que lançamos hoje não é se nosso governo é grande ou pequeno demais, mas se ele funciona – se ele ajuda famílias a encontrar trabalho por um salário justo, seguro-saúde que possam pagar, uma aposentadoria digna. Se a resposta for sim, iremos adiante. Se for não, programas acabarão. E aqueles dentre nós que gerenciam o dólar público serão cobrados – para que gastem de forma inteligente, consertem maus hábitos e façam seus negócios à luz do dia – porque só então conseguirmos restabelecer a confiança vital entre as pessoas e seu governo.

Nem a questão diante de nós é se o mercado é uma força positiva ou negativa. Seu poder para gerar riqueza e expandir a liberdade não tem paralelo, mas esta crise nos lembrou de que, sem um olho vigilante, o mercado pode perder o controle – e a nação não pode mais prosperar quando favorece apenas os prósperos. O sucesso de nossa economia sempre dependeu não apenas do tamanho de nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance de nossa prosperidade; em nossa habilidade de estender a oportunidade a todos os corações que estiverem dispostos – não por caridade, mas porque esta é a rota mais certa para o bem comum.

Quanto à nossa defesa comum, nós rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e nossos ideais. Os Fundadores de Nossa Nação, que encararam perigos que mal podemos imaginar, esboçaram um documento para assegurar o governo pela lei e os direitos dos homens, expandidos pelo sangue das gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e nós não desistiremos deles por conveniência. Assim, para todos os outros povos e governos que estão assistindo hoje, da maior das capitais à pequena vila onde meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de cada nação e de todo homem, mulher e criança que procura um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.

Lembrem-se de que gerações que nos antecederam enfrentaram o fascismo e o comunismo, não apenas com mísseis e tanques, mas com alianças robustas e convicções duradouras. Eles compreendiam que o poder sozinho não pode nos proteger e nem nos dá o direito de fazer o que quisermos. Em vez disso, eles sabiam que nosso poder cresce pro meio de sua utilização prudente; nossa segurança emana da justiça de nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades temperantes da humildade e do auto-controle.

Somos os guardiões desse legado. Mais uma vez, guiados por esses princípios, podemos encarar essas novas ameaças, que exigem esforços ainda maiores – ainda mais cooperação e compreensão entre nações. Nós começaremos a deixar o Iraque para seu povo de forma responsável, e forjaremos uma paz conquistada arduamente no Afeganistão. Com velhos amigos e ex-inimigos, trabalharemos incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear e afastar a ameaça de um planeta cada vez mais quente. Nós não iremos nos desculpar por nosso estilo de vida, nem iremos vacilar em sua defesa, e para aqueles que buscam aperfeiçoar sua pontaria induzindo terror e matando inocentes, dizemos a vocês agora que nosso espírito não pode ser quebrado; vocês não podem durar mais do que nós, e nós iremos derrotá-los.

Porque nós sabemos que nossa herança multirracial é uma força, não uma fraqueza. Somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e de pessoas que não possuem crenças. Nós somos moldados por todas as línguas e culturas, trazidas de todos os confins da terra; e porque já experimentamos o gosto amargo da Guerra Civil e da segregação e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos evitar de acreditar que os velhos ódios um dia irão passar; que as linhas que dividem tribos em breve irão se dissolver; que, conforme o mundo fica menor, nossa humanidade em comum irá se revelar; e que a América deve desempenhar seu papel nos conduzir a essa nova era de paz.

Para o mundo muçulmano, nós buscamos uma nova forma de evoluir, baseada em interesses e respeito mútuos. Àqueles líderes ao redor do mundo que buscam semear o conflito ou culpar o Ocidente pelos males da sociedade – saibam que seus povos irão julgá-los pelo que podem construir, não pelo que podem destruir. Àqueles que se agarram ao poder pela corrupção, pela falsidade, silenciando os que discordam deles, saibam que vocês estão no lado errado da história; mas nós estenderemos uma mão se estiverem dispostos a abrir seus punhos.

Às pessoas das nações pobres, nós juramos trabalhar a seu lado para fazer com que suas fazendas floresçam e para deixar que fluam águas limpas; para nutrir corpos esfomeados e alimentar mentes famintas. E, para aqueles cujas nações, como a nossa, desfrutam de relativa abundância, dizemos que não podemos mais tolerar a indiferença ao sofrimento fora de nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem nos importar com o efeito disso. Porque o mundo mudou, e nós temos de mudar com ele.

Enquanto pensamos a respeito da estrada que agora se estende diante de nós, nos lembramos com humilde gratidão dos bravos americanos que, neste exato momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm algo a nos contar hoje, do mesmo modo que os heróis que tombaram em Arlington sussurram através dos tempos. Nós os honramos não apenas porque são os guardiões de nossa liberdade, mas porque eles personificam o espírito de servir a outros; uma disposição para encontrar um significado em algo maior do que eles mesmos. E ainda assim, neste momento – um momento que irá definir nossa geração – é exatamente esse espírito que deve estar presente em todos nós.

Por mais que um governo possa e deva fazer, é em última análise na fé e na determinação do povo americano que esta nação confia. É a bondade de acolher um estranho quando as represas arrebentam, o desprendimento de trabalhadores que preferem diminuir suas horas de trabalho a ver um amigo perder o emprego que nos assistem em nossas horas mais sombrias. É a coragem de um bombeiro para invadir uma escadaria cheia de fumaça, mas também a disposição de um pai para criar uma criança que finalmente decidem nosso destino.

Nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com os quais as enfrentamos podem ser novos. Mas os valores dos quais nosso sucesso depende – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo –, essas cosias são antigas. Essas coisas são verdadeiras. Elas foram a força silenciosa do progresso ao longo de nossa história. O que é exigido então é um retorno a essas verdades. O que é pedido a nós agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento por parte de todo americano, de que temos deveres para com nós mesmos, nossa nação e o mundo, deveres que não aceitamos rancorosamente, mas que, pelo contrário, abraçamos com alegria, firmes na certeza de que não há nada tão satisfatório para o espírito e que defina tanto nosso caráter do que dar tudo de nós mesmos numa tarefa difícil.

Esse é o preço e a promessa da cidadania.

Essa é a fonte de nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos convoca para dar forma a um destino incerto.

Esse é o significado de nossa liberdade e nosso credo – o motivo pelo qual homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as fés podem se unir em celebração por todo este magnífico local, e também o porquê de um homem cujo pai a menos de 60 anos talvez não fosse servido num restaurante local agora poder estar diante de vocês para fazer o mais sagrado juramento.

Por isso, marquemos este dia relembrando quem somos e o quanto já viajamos. No ano do nascimento da América, no mês mais frio, um pequeno grupo de patriotas se reuniu em torno de fogueiras quase apagadas nas margens de um rio gélido. A capital foi abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado de nossa revolução estava mais incerto, o pai de nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo: “Que seja contado ao mundo futuro... Que no auge de um inverno, quando nada além de esperança e virtude poderiam sobreviver... Que a cidade e o país, alarmados com um perigo em comum, se mobilizaram para enfrentá-lo.

América. Diante de nossos perigos em comum, neste inverno de nossa dificuldades, deixe-me lembrá-los dessas palavras imortais. Com esperança e virtude, vamos enfrentar mais uma vez as correntes gélidas e suportar as tempestades que vierem. Que os filhos de nosso filhos digam que, quando fomos colocados à prova, nós nos recusamos a deixar esta jornada terminar, que nós não demos as costas e nem hesitamos; e com os olhos fixos no horizonte e com a graça de Deus sobre nós, levamos a diante o grande dom da liberdade e o entregamos com segurança às gerações futuras.”

2009 é tempo africano. É ano de Ogum e Yansã.


20 de janeiro de 2009 é dia da re-independência dos Estados Unidos da América.
20 de janeiro de 2009 é o primeiro dia do resto de nossas vidas... Dia de aplaudir a posse do primeiro negro da história como o 44º PJustificarresidente da maior potência do mundo.
Seu nome? Barack Hussein Obama.
Sim, nós podemos!!!


Um afro abraço,
Arísia Barros
Projeto Raízes de África- Organização Não Governamental Maria Mariá



Material enviado por email.

Quilombola vence rixa com agência espacial

Área disputada há 26 anos com base de lançamento de foguetes em Alcântara ficará com os povos tradicionais por determinação do INCRA


MARIANA DESIDÉRIO
da PrimaPagina


Uma disputa entre tradição secular e alta tecnologia terminou com vitória da primeira. As comunidades tradicionais quilombolas do município de Alcântara, no Maranhão, venceram uma querela judicial por terras travada com a AEB (Agência Espacial Brasileira) que, em 1983, instalou uma base de lançamento de foguetes na área. Os povos descendentes de quilombolas foram formados por escravos fugidos na época da escravidão e, de acordo com os moradores do local, instalados na região há mais de três séculos.

O INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) publicou, em 4 de novembro de 2008, um documento que reconhece as comunidades e determina que 78,1 mil hectares da região pertencem aos descendentes de quilombolas por direito. Pela decisão, o Centro de Lançamento de Alcântara da AEB fica com 9,3 mil hectares, dos 14 mil pretendidos pela agência. A resolução tem um prazo de 90 dias, a partir da data de publicação, para ser contestada.

Na década de 1980, cerca de 300 famílias descendentes de quilombolas foram retiradas do local onde viviam e instaladas em agrovilas próximas dali, para que o centro de lançamento pudesse ser instalado em 1983. Em 1991, a área destinada à base de lançamento chegou a ser de 62 mil hectares. Os 9 mil hectares que agora a AEB tem direito correspondem a um espaço já utilizado pela base de lançamento.

Hoje, vivem na região cerca de 15 mil descendentes de quilombolas em 106 comunidades, o que significa mais de 70% da população total de Alcântara. Já os 78 mil hectares demarcados correspondem a 52% do território da cidade, que é de 148.300 hectares, apenas 4 mil hectares menor do que o município de São Paulo. As principais atividades das comunidades são a agricultura familiar — principalmente o cultivo de feijão, mandioca e milho —, a pesca e o artesanato.

O presidente da AEB, Carlos Ganem, questiona a decisão do INCRA, afirmando que a área pretendida é apenas 5 mil hectares a mais que o determinado e que, em razão dessa diferença, talvez seja preciso instalar bases de lançamento em outros locais do país. "É o melhor lugar do planeta para lançar foguetes. Pela posição estratégica, exige menos combustível, e é próximo ao mar, evitando acidentes. Não utilizar isso é desprezar a oportunidade que temos em mãos. Um programa espacial é um programa de inclusão econômica e ambiental. É importante para a observação, a coleta de dados, a meteorologia, a prevenção de catástrofes como a de Santa Catarina , o controle do tráfego aéreo e a navegação", defende Ganem.

Para o INCRA, a decisão garante que a agência não ampliará a área ocupada pelo centro de lançamento. "A vitória é que eles [a AEB] tinham um projeto bem maior do que isso, que causaria a necessidade de deslocamento de famílias. Com essa decisão, essa possibilidade não existe mais", afirma a coordenadora geral de registro de territórios quilombolas do instituto, Givânia Maria da Silva.

Além da garantia do território, o subsecretário de políticas para comunidades tradicionais da SEPPIR (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), Alexandro Reis, acrescenta que a demarcação "trará maior dignidade às comunidades e direito a crédito no sistema público ou privado". "Eles não viverão mais sob a ameaça de que aquelas terras em viram seus filhos nascerem, nas quais viveram seus pais, nas quais eles plantaram, não são suas, vamos saldar uma dívida histórica do país com estas comunidades."

As comunidades, segundo Reis, já têm acesso a serviços do governo nas áreas de educação (para reforma e construção de escolas), saúde (direcionados ao acesso a saneamento e água, além de atendimento médico básico) e desenvolvimento econômico. "Agora, a previsão é de instalar um centro de referência quilombola, que funcionaria como um polo que articula as políticas públicas dos quilombolas, junto com inclusão digital", afirma.

Fonte: Pnud

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A posse histórica


Acontece amanhã (20) a posse oficial de Barack Obama, o 44º presidente eleito dos Estados Unidos. A cerimônia conta com um forte esquema de segurança e será acompanhada in loco por 44 milhões de pessoas no parque National Mall em Washington.

Foram disponibilizadas pelo Governo cerca de 250 mil entradas gratuitas, porém alerta-se sobre a venda de ingressos falsos. A TV americana CNN informou que muitos interessados estão tendo que pagar até US$ 20 mil (cerca de R$ 44 mil) pelo ingresso.

Além disso, telespectadores de todo o planeta poderão conferir as principais informações por emissoras de vários países, e ainda tem os jornais impressos e sites que produzirão reportagens especiais. E o Brasil não poderia ficar de fora, todas as emissoras investiram na cobertura jornalística: a Globo terá 14 profissionais trabalhando para os seus diversos telejornais e na Globo News, será tudo exibido ao vivo, com comentários de Merval Pereira; a Rede Record terá Celso Freitas ancorando o "Jornal da Record" direto de Washington e com equipes espalhadas por outros pontos importantes; a Bandeirantes conta com o correspondente Fábio Pannunzio e o SBT tem a jornalista Yula Rocha.

A celebração contou com uma programação extensa, já teve festas privadas e shows abertos ao público com estrelas da música e artistas do cinema mundial. Também teve um simpósio na Howard University com o diretor Spike Lee, que desenvolveu uma análise sobre o impacto de Obama na população negra americana. As crianças também tiveram seu espaço, puderam conferir a apresentação da atriz Miley Cyrus, da série da Disney "Hannah Montana" e os Jonas Brothers – esse show contou com a participação especial das filhas do futuro presidente, Malia, 10 anos, e Sasha, de 7, acompanhadas da mãe, Michelle Obama.

Com certeza, a posse do primeiro presidente negro dos EUA já entrou para a história!

Feira Artesanal apresentou riqueza cultural em AL


Texto e fotos: Helciane Angélica
Jornalista / Integrante da Cojira-AL / Presidente do Anajô


No período de 9 a 18 de janeiro aconteceu a II Feira Mundial do Artesanato em Maceió-AL. A população alagoana e turistas puderam conferir a criatividade de artesãos de várias localidades, que foram divididos em 240 estandes no Centro de Convenções.

Dentre os utensílios que expressavam a riqueza afro cultural destacaram-se: escultura em argila de mulheres negras e mulatas graciosas que podem ficar na sacada de apartamentos e nas janelas das casas; máscaras e bolsas lindas do país africano Zimbabwe; e as cerâmicas da comunidade quilombola de Muquém – União dos Palmares.

O bom dessa feira foi a oportunidade de interagir diretamente com os criadores, levar uma lembrança para casa e até mesmo, aproveitar para tirar fotos daqueles objetos que não estavam dentro do orçamento.


Esculturas em argila - mulheres negras


Esculturas luxuosas - design e sofisticação







Máscaras de Zimbabwe




Objetos de decoração - Zimbabwe


Cerâmicas de Muquém

Obama em foco - Parte II


Barack Obama, o 44º presidente e o primeiro negro eleito dos Estados Unidos, foi homenageado com uma estátua no museu de cera Madame Tussauds em Berlim, na Alemanha.



Montagem fotográfica mostra o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, em uma cerimônia na partida de sua viagem de trem na Filadélfa, e o jornalista indonésio Ilham Adnan conversando com seus colegas de escritório, em Jacarta. Atualmente, ele vem estrelando como sósia de Obama na TV indonésia.

Foto: Jim Young/Supri/Files/Reuters

Sambistas da Vai-Vai e da Mocidade levam Rainha e Rei Momo de SP


A Vai-Vai, atual campeã do Carnaval, e a Mocidade Alegre emplacaram sambistas da escola como a Rainha e o Rei Momo do Carnaval 2009. A votação da corte paulistana ocorreu no auditório Elis Regina, no parque Anhembi, em São Paulo.

A atriz e dançarina Camila Aparecida da Silva, 22, da Vai-Vai, venceu outras oito participantes que disputavam a Rainha do Carnaval.

A advogada Mara Kelly Silva, 24, da Unidos do Peruche, e a estudante Elaine Barbosa de Abreu, 30, da Rosas de Ouro, foram escolhidas como princesas, por ficarem na 2ª e 3ª colocações, respectivamente.

O cetro de Rei Momo ficou com o candidato mais magrinho entre os concorrentes. Disputando com outros candidatos de peso, o professor Robério Theodoro de Souza, de 91 kg, da Mocidade Alegre, levou o prêmio.

Segundo a SP Turismo, empresa ligada à prefeitura que cuida de eventos e turismo na cidade, o peso mínimo do Rei Momo permitido, neste ano, é de 90 kg, contra 100 kg de 2008.


Os critérios para o julgamento dos participantes são comunicação, elegância, simpatia e samba no pé. Para as mulheres, também será considerada a beleza do rosto e do corpo. A vencedora receberá coroa, faixa e flores da atual rainha, Valeska Reis Salvador, 23 anos. O novo rei momo receberá cetro e coroa do atual, Dirceu de Almeida, 47 anos.

Fonte: Folha Online

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Alagoas no CONNEB

Por: Helciane Angélica
Jornalista / Integrante da Cojira-AL / Presidente do Anajô


Na última reunião do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal) realizada na noite do dia 12 de janeiro, no Espaço cultural da Ufal, foram eleitos os delegados para representar Alagoas no Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil (CONNEB). Os participantes da reunião tentaram distribuir as vagas por segmento, com o objetivo de democratizar o acesso e atender as particularidades do nosso Estado, dividas da seguinte forma: sindical, ONGs, religiosos, capoeira, gênero, educação, juventude, quilombola e artistas.

Porém, ainda sobram 7 (sete) vagas, que devem ser preenchidas até amanhã (sábado - 17.01), para as categorias: religiosos, capoeira, artistas (Agrucenup) e quilombolas. Na segunda-feira a documentação deve ser enviada para a comissão organizadora - prazo final.

Na próxima quinta e sexta-feira (22 e 23.01), os representantes eleitos e demais interessados do movimento social negro alagoano se encontrarão na sede da Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro (Rua Miguel Palmeira, 1300, Pinheiro), para produzir o texto-base e elaborar as propostas.

O CONNEB acontecerá em Belém-PA, nos dias 30, 31 de janeiro e 1º de fevereiro – na ocasião será elaborado o Projeto Político do Povo Negro do Brasil. A atividade integrará a ampla programação do Fórum Social Mundial. Alagoas tem direito a 14 delegados, mas outras pessoas podem participar na condição de observadores. A maior dificuldade encontra-se no translado, mas a taxa de inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais) para as despesas com alimentação e dar direito ao alojamento.


Mais informações: (82) 9975-7947 (Noelma) e 8807-1803 (Paula)

Santa MPB


Em Filus é Assim...

Arísia Barros (*)

Filus fica localizada no município de Santana do Mundaú e recentemente foi reconhecida pela União como comunidade de remanescentes quilombolas. O estado de Alagoas agora possui 23 registros de comunidades reconhecidas.

Em Filús é assim: a mesma água que os moradores banham os animais e a mesma água com a qual lavam as roupas que por sua vez é a mesma que usam para matar a sede e se alimentam. Condições precárias de higiene, sujeitos a epidemias, ou a pandemia do descaso institucional. Em Filús enxergamos a brecha-temporal entre 1888 e as muitas possibilidades de inclusão étnica-história do povo quilombola.

A realidade dos viventes de Filús nos lembra Vidas Secas de Graciliano: é uma realidade nua, crua e seca. Para chegar à Filús é preciso “comer” muita poeira, a água que deveria escorrer por entre as torneiras, escorre por entre os dedos de seus moradores, como uma metafora mortífera. Não há recursos para investimento nas terras agora reconhecidas. Dos casamentos consanguíneos entre negros Filus ganha uma população diferenciada de albinos. Nove albinos com câncer de pele.

O silêncio minimilista em relação às condições subhumanas da população de Filus é a celebração do racismo contemporâneo. Em Filus encontramos pessoas que na ausência de políticas públicas, vivem o horror da herança escravatura, mas,ousam se vestir de suas biografias de enorme importância histórica e insistem...

Políticas públicas eficazes e eficientes contribuírão sobremaneira para a produção do auto-conhecimento identitário, o fomento ao debate e a superação do racismo institucional, das discriminações e das desigualdades raciais, mudarão o “status quo” da população quilombola moradora de Filús.

Em Filus 70% da população residente tem esquistosomose devido a precariedade da água que consome e de quase nenhuma política pública. O olho do poder público para Filus é fechado e pobre. O IDH Índice de Desenvolvimento Humano, em Filus é palavrão!

Em Filus é muito grande o analfabetismo entre a minúscula população residente , constituída de 40 famílias que se agiganta no cotidiano exercício identitário do ser. Ser pessoa, não o homem-bicho ou o bicho-homem que tão bem retratou Drummond,em sua indignação de poeta.

Na verdade Filus é uma grande gaiola social ondem convivem a brutalidade da superficialidade vazia de políticas públicas- e o descaso em relação a importância e a historicidade da população negra brasileira.

Estabelecimento de estratégias de curto, médio e longo prazo trarão dignidade à história e ao cotidiano dos remanescentes quilombolas, protagonistas da valiosa contação de histórias sobre a construção do Brasil, como nação multicultural, do líder Zumbi dos Palmares e toda ancestralidade negra.


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(*) Co-autora da Lei Estadual nº6.814/07. Consultora para aplicabilidade das políticas educacionais para uma pedagogia anti-racista: Lei Estadual nº 6.814/07 e Lei Federal nº 10.639/03. Coordenadora do Projeto Raízes de África (ONG Maria Mariá), Professora, Redatora Publicitária e autora do livro: A Pequena África chamada Alagoas.
e-mail: negrasnoticias@yahoo.com.br