segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cineasta alagoano volta à terra natal para produção de um filme sobre descendente de Zumbi

Por Cláudio Roberto - colaborador
Jornal Alagoas em tempo - Edição 357 - 12 a 14/01/2009



O cineasta alagoano, Hugo Damata, que mora em São Paulo há mais de 40 anos, retornou ao estado para filmar um documentário sobre a trajetória do primeiro Rei Negro do Brasil, Obá Sobá Geleju Adelabú III José Mendes, que nasceu em União dos Palmares e é tataraneto de Zumbi dos Palmares.

Ele também visitou a comunidade remanescente quilombola do Carrasco, que é formada por 218 famílias e foi reconhecida oficialmente no ano de 2004 pelo Ministério da Cultura.

Para iniciar o trabalho, o cineasta alagoano visitou as comunidades dos Quilombolas nos municípios de Traipu, Batalha, Feira Grande, na Serra da Barriga em União dos Palmares, Taquarana, Palmeira dos Índios e Arapiraca.

Para o cineasta alagoano, que está recebendo o apoio da Câmara Municipal de Arapiraca e da Prefeitura, o objetivo é resgatar os fatos, transformá-los em película, mostrando a verdadeira história do Zumbi dos Palmares, que, segundo ele, ainda vem sendo confundido entre herói e bandido.

“Zumbi nunca lutou por causa própria, mas sim, defendendo os direitos dos negros no Brasil, como também dos próprios índios”, ressaltou Damata, antecipando ainda que será feito um completo mapeamento. Ele vem discutindo com historiadores e entidades ligadas ao Zumbi dos Palmares, percorrendo toda a sua trajetória de lutas.

Damata anunciou que as filmagens estão previstas para a primeira semana de maio, tão logo sejam concluídas as pesquisas e as coletas dos dados. O cineasta garante que o cenário será todo projetado e construído de acordo com a época, se aproximando o máximo possível da realidade.

O elenco deverá ser da Rede Globo de Televisão que já está sendo escolhido e será divulgado em fevereiro. O documentário também terá a participação especial dos moradores das regiões onde existam remanescentes do Quilombo do Palmares, preservando o seu estilo de vida, a própria linguagem da época. “O filme não será regional. Queremos transformá-lo em nível internacional e de acordo com o que a própria história nos conta”, garante ele.


Publicado em: www.alemtemporeal.com.br/?pag=cultura&cod=1396

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