Prezado(a) Ouvidor(a) da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.
Chegou ao meu conhecimento e depois em minhas mãos fotocópia de uma matéria publicada em sete de janeiro próximo passado (07/01/09) na editoria Geral do jornal "Extra", das Organizações Globo, que trazia N informações sobre as primeiras iniciativas da nova secretária, sra Claudia Costin. Em uma das partes desta reportagem ("Capacitação nas áreas de risco..." ), é feita referência à existência de uma tal de "Zona Negra" que agruparia, conforme a matéria, as chamadas áreas de risco no município do Rio de Janeiro. Logo abaixo, em um resumo das medidas, a(o) responsável pela edição do jornal "Extra" de novo utilizou a expressão "Zona Negra".
Neste momento em que há uma expectativa de adoção, pela nova administração municipal, de uma estrutura de promoção de políticas de igualdade racial parecida com a já existente no governo estadual, fica extremamente impróprio o incentivo da SME à divulgação de uma expressão de cunho extremamente depreciativo.
Chegou ao meu conhecimento e depois em minhas mãos fotocópia de uma matéria publicada em sete de janeiro próximo passado (07/01/09) na editoria Geral do jornal "Extra", das Organizações Globo, que trazia N informações sobre as primeiras iniciativas da nova secretária, sra Claudia Costin. Em uma das partes desta reportagem ("Capacitação nas áreas de risco..." ), é feita referência à existência de uma tal de "Zona Negra" que agruparia, conforme a matéria, as chamadas áreas de risco no município do Rio de Janeiro. Logo abaixo, em um resumo das medidas, a(o) responsável pela edição do jornal "Extra" de novo utilizou a expressão "Zona Negra".
Neste momento em que há uma expectativa de adoção, pela nova administração municipal, de uma estrutura de promoção de políticas de igualdade racial parecida com a já existente no governo estadual, fica extremamente impróprio o incentivo da SME à divulgação de uma expressão de cunho extremamente depreciativo.
A luta pela elevação da auto-estima da comunidade negra (pretos + pardos) no Brasil tem sido um dos pilares do discurso e da ação do Movimento Negro (conjunto de várias organizações formais e informais de combate ao racismo). Até mesmo em respeito ao espírito da Lei Federal 11.645 (antes 10.639) que introduziu o ensino da história e da cultura negra nos ensinos fundamental e médio, a SME deveria solicitar uma retificação - com destaque em posterior edição (se é que já não o fez) - ao citado jornal informando ser inadequada a utilização da expressão "Zona Negra" para denominar áreas de risco, que por si só já encerra uma idéia a ser passada e que não precisa do "reforço expressivo" da expressão "Zona Negra".
Se por ventura existisse a tal "Zona Negra" vinculada à área de risco, então poderíamos cunhar (também indevidamente) como "Zona Branca" as áreas onde os jovens endinheirados consumidores de drogas (inclusive as socialmente permitidas) as consomem com a tranquilidade de quem tem a certeza (na grande maioria das vezes, salvo exceções estratégicas) de não ser alcançado por qualquer "choque de ordem urbana".
Apesar das diferenças, fruto de posições ideológicas antagônicas e de visões diversas sobre a construção do fazer jornalístico, custo a acreditar que a expressão "Zona Negra" tenha sido produzida pela edição do jornal "Extra". Será? Ou apenas este veículo de comunicação social reproduziu - sem o devido olhar crítico - o que lhe foi informado por alguém? Aliás pode parecer que a informante foi a senhora Yvonne Bezerra de Mello, que assumirá em breve função pública na SME. Como a expressão foi posta na voz indireta...
Gostaria de saber tanto desta ouvidoria como do jornal como surgiu esta inapropriada expressão.
Sem mais para o momento,
Se por ventura existisse a tal "Zona Negra" vinculada à área de risco, então poderíamos cunhar (também indevidamente) como "Zona Branca" as áreas onde os jovens endinheirados consumidores de drogas (inclusive as socialmente permitidas) as consomem com a tranquilidade de quem tem a certeza (na grande maioria das vezes, salvo exceções estratégicas) de não ser alcançado por qualquer "choque de ordem urbana".
Apesar das diferenças, fruto de posições ideológicas antagônicas e de visões diversas sobre a construção do fazer jornalístico, custo a acreditar que a expressão "Zona Negra" tenha sido produzida pela edição do jornal "Extra". Será? Ou apenas este veículo de comunicação social reproduziu - sem o devido olhar crítico - o que lhe foi informado por alguém? Aliás pode parecer que a informante foi a senhora Yvonne Bezerra de Mello, que assumirá em breve função pública na SME. Como a expressão foi posta na voz indireta...
Gostaria de saber tanto desta ouvidoria como do jornal como surgiu esta inapropriada expressão.
Sem mais para o momento,
MIRO NUNES
Membro da coordenação da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Cojira/SJPMRJ), que integra a Comissão Nacional pela Igualdade Racial (Conjira) vinculada à Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).
PS: Cópias para a SME, jornal "Extra" e outros parceiros da Cojira-Rio
PS: Cópias para a SME, jornal "Extra" e outros parceiros da Cojira-Rio
Boa indagação! Como afirmam Caetano Veloso e a trupe Onda Mulata Cotas,não! racistas são os negros.
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