sábado, 27 de junho de 2009

Ialorixás representam Alagoas na Conapir

Mãe Rosa e Mãe Márcia de Oxalá



Texto e foto: Helciane Angélica
Jornalista e integrante da Cojira-AL, diretamente de Brasília


Alagoas é um dos estados que possui uma adesão expressiva em relação aos cultos de matrizes africanas, ao todo existem quatro federações no Estado: Federação Alagoana Espírita Umbandista Cavaleiro do Espaço no município de Pilar; Federação dos Cultos Afro-Umbandistas, Federação Umbandista de Cultos Afros, Federação Zeladora dos Cultos em Geral essas três últimas em Maceió. Porém não existe um número oficial sobre a quantidade de casas de axé, pois muitas delas não têm vínculo com essas instituições e se tornaram núcleos independentes ou preferem ficar no anonimato.

O número de adeptos e simpatizantes vem crescendo ao passo que também estão se intensificando os casos de intolerância religiosa. Diante disso, as ialorixás Márcia Alzira da Silva e Rosineide Souza, respectivamente Mãe Márcia de Oxalá e Mãe Rosa, defenderão os interesses dos religiosos de matrizes africanas do Estado de Alagoas na II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) e pela efetivação de uma lei e punições severas às pessoas que cometem o desrespeito ao culto de matrizes africanas e outros.

As duas ialorixás atuam de forma efetiva para a quebra do estereótipo negativo que é apresentado sobre as religiões afros, principalmente nos grandes meios de comunicação e participam ativamente das articulações político-culturais com os demais segmentos do movimento social negro.


Atuações


O Centro Afro Reino de Oxalá situado no bairro de Chã de Jaqueira em Maceió, completará em novembro 10 anos de atuação. A ialorixá Márcia Alzira da Silva (mãe Márcia de Oxalá) é a zeladora tem 38 anos e é uma das mais novas do estado de Alagoas - é iniciada na religião desde os 16 anos e enfrentou vários obstáculos e conflito de crenças, pois sua família é toda evangélica. Atualmente, a casa de axé possui 58 filhos de santos e vários simpatizantes, que realizam os cultos religiosos, são realizadas atividades culturais e de entretenimento como: capoeira, cochê, pintura em tecido, bisqui, etc.

O terreiro Abassá de Oxum Pandá também possui 10 anos e encontra-se no Conjunto Village Campestre II em Maceió, tem 80 filhos de santos e cerca de 50 simpatizantes que acompanham os rituais e também participam das atividades culturais realizadas: fuxico, capoeira, fábrica de sabonete e dança afro. A casa de axé é administrada por Rosineide Souza, cujo nome dentro da religião é Iakeremi Mãe Rosa.

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