segunda-feira, 8 de junho de 2009

Comunidades tradicionais elegem representantes para conferência nacional


Cerca de 400 representantes de comunidades indígenas, quilombolas, ciganas e de terreiros escolhem ontem (7) os delegados para representar os grupos na 2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, marcada para os dias 27 e 28 de junho em Brasília.

As prioridades de cada segmento para a conferência também estão sendo definidas no encontro preparatório aberto no sábado (6) pelo ministro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos.

Com 120 representantes de etnias de todo o país, os povos indígenas defenderam mais participação do grupo na estrutura da Seppir e devem levar a reivindicação para a conferência. “A Seppir é uma estrutura de governo criada para as populações tradicionais, mas os índios estão reivindicando espaço dentro da secretaria porque até então não houve avanços nesse sentido”, argumentou o líder indígena Alfredo Wapichana.

Morador da Terra Indígena São Marcos, área vizinha à Terra Indígena Raposa Serra do Sol, o líder Wapichana acredita que a demarcação de reservas também será uma das prioridades dos índios no encontro nacional. “É preciso fortalecer demandas sobre regularização das terras, principalmente nas regiões Nordeste e Sul, onde os processos estão mais atrasados.”

A questão fundiária também será a principal reivindicação das comunidades quilombolas, de acordo com o representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Ronaldo dos Santos. “Não vejo como discutir outro tema. É uma questão nacional, os conflitos por terras remanescentes de quilombos não estão mais no âmbito local, não são apenas casos isolados”, afirmou.

Segundo Santos, o reconhecimento de terras quilombolas está sofrendo pressões, principalmente de representantes de grandes proprietários rurais, com tentativas de mudanças da legislação fundiária no Congresso Nacional.

O quilombola Johnny Martino de Jesus, membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, lembrou o preconceito que as comunidades quilombolas ainda enfrentam a defendeu mais acesso dos grupos às instâncias de decisão.“

Ainda há muita dificuldade de acesso das comunidades ao governo, inclusive pela falta de estrutura de telecomunicações. A questão racial é uma pauta de referência do governo, mas ainda não é um projeto de Estado”, avaliou.

Os grupos deverão eleger ao todo 205 delegados para a Conferência Nacional.



Fonte: Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil

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