quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mulheres recebem homenagens

A líder comunitária Vânia Teixeira foi homenageada por indicação da secretária Wedna Miranda (Foto: Adailson Calheiros)



A Organização Não-Governamental (ONG) Maria Mariá prestou homenagem, nesta quarta-feira, a mulheres e mães que se destacam nas comunidades onde vivem e na sociedade, em geral, pela capacidade de mobilização social. A solenidade foi realizada no restaurante da Federação das Indústrias de Alagoas e reuniu, além das homenageadas, representantes de instituições públicas e não governamentais responsáveis pelas indicações.

A líder comunitária da Favela Sururu de Capote, Vânia Teixeira, foi uma das homenageadas pelo projeto Raízes de África, por indicação da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Wedna Miranda. Através da Superintendência de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos, ela também sugeriu homenagem à quilombola Laurinete Basílio dos Santos, da comunidade Pau D’arco, no município de Arapiraca. Além da homenagem, as duas receberam bijuterias produzidas pelas adolescentes do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas).

“A Vânia transforma e faz de sua comunidade um marco de resistência. Quem conhece a Favela Sururu de Capote sabe quem é a guerreira Vânia. Espero tê-la no projeto Mulheres da Paz, pelo que ela representa na comunidade. No dia a dia essa militante trabalha uma perspectiva de ganho para seu povo, com o enfrentamento ao uso de drogas e na política pública de inclusão”, comentou Wedna Miranda.

A secretária ressaltou a capacidade de mobilização social da líder comunitária. “Quando viabilizamos emprego e renda estamos fazendo políticas públicas de inclusão, que é um dos papéis que ela tem feito ao participar de cursos em áreas há pouco tempo encaradas apenas por homens, como é o caso do curso de agente hidrossanitário, na área da construção civil”.

Vânia Teixeira agradeceu a homenagem e disse que os resultados do trabalho que desempenha têm obtido visibilidade. “Eu reconheço que nossa comunidade ainda é excluída e apesar disso, com o pouco que temos feito, uma homenagem como essa mostra que os resultados estão surgindo. Ter meu nome sugerido pela secretária Wedna Miranda é a prova de que somos vistas como guerreiras e mulheres de força e não apenas marginalizadas, como a sociedade nos vê”, reconheceu Vânia Teixeira.

A quilombola Laurinete Basílio dos Santos foi citada pela superintendente Josilene Lira como símbolo da pluralidade de beleza, jeito e etnicidade. “Ela é uma mulher que simboliza a luta contra o preconceito, o racismo e o sexismo dentro de um panorama discriminatório de nossa sociedade. Laurinete é uma referência entre as mulheres quilombolas de Alagoas”, acrescentou.
Mães — O evento também homenageou oito mulheres mães da diversidade. Todas foram indicadas por representantes de instituições como Ufal, Polícia Federal, Câmara de Vereadores de Maceió e de Santana do Mundaú e Secretaria de Educação de Viçosa. As outras homenageadas foram a moçambicana Sônia André, estudante de música da Universidade Federal de Alagoas, que enriqueceu a abertura do encontro com música e poesia; a indígena Francisca Silva Medeiros, da Aldeia Boqueirão, de Palmeira dos Índios; a comerciante Maria Cícera Pereira Gomes, vendedora de cosméticos e artesã; a quilombola Marleide Souza Pereira, de Santana do Mundaú, e Maria Isa Virgínio da Silva, que tem histórico de superação na atenção a pessoas necessitadas.

Com o tema “Mojubá Yèyé”, que na língua yorubá significa “Eu saúdo as mães”, a iniciativa teve como objetivo prestar homenagem a mulheres que, apesar das dificuldades e das limitações sociais exclusivistas, superaram adversidades econômicas e sociopolíticas. “Convocamos as autoridades que indicaram mulheres que têm em seu perfil histórias de superação para que possamos viabilizar parcerias, na intenção de dar visibilidade a pessoas que no seu dia a dia não têm esse reconhecimento público. Pretende, com isso, mobilizar a sociedade para a discussão crítica sobre o reconhecimento da contribuição dessas mulheres para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, analisou Arísia Barros, coordenadora do projeto Raízes de África.


Fonte: Agência Alagoas

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