terça-feira, 26 de junho de 2012

Cantor negro se destaca em concurso de tenores

O programa Tudo é Possível, da rede Record, encontra-se nos momentos finais do quadro “Estilos” e escolherá os três tenores brasileiros que gravarão um CD pela Sony Music. Dentre os candidatos, chama atenção o desempenho de Thiago Neves, natural de Uberaba (MG), é Bacharel em Canto Lírico na Faculdade Alcântara Machado.

Ele adora cantar jazz, bossa nova, chorinhos e árias de ópera, foi um dos cinco brasileiros a participar de um festival na Alemanha, na região de Holstein Musik, com 25 anos de existência, em um projeto de Leonard Bernstain. 

Atualmente, participa como solistas de corais paulistanos e trabalha como cantor e regente do coral da Episcopal Church, na Igreja Anglicana de São Paulo. 

Na foto, ao lado da apresentadora Ana Hickmann.

Confira alguns vídeos de apresentações:









Centenário do Gonzagão

Por: Helciane Angélica


Todo nordestino e nordestina que se preze adora os festejos juninos, independente, de onde seja realizado: na escola, no arraiá com os colegas de trabalho, nos palhoções espalhados pela cidade ou em frente de casa, curtindo a fogueira (tradição enraizada e praticada principalmente nas cidades do interior) e observando as crianças brincarem.

A festa torna-se ainda melhor quando também valoriza os artistas locais e tem os quitutes típicos como: canjica, mungunzá, pé de moleque, bolo de macaxeira, tapioca – resultado da união gastronômica dos indígenas e negros.

E esse ano é mais especial, porque homenageia Luiz Gonzaga do Nascimento, o “Rei do Baião”, que nasceu na cidade pernambucana de Exu, no dia 13 de dezembro de 1912, e faleceu em Recife, no dia 2 de agosto de 1989. Também conhecido como “Gonzagão”, “Majestade do Baião”, “Embaixador Sonoro do Sertão”, “Velho Lua”, “Bico de Aço” e “Lula” - era e continua sendo um ícone para o Nordeste.

Foi o Inventor do Forró (trio pé de serra), difundiu o baião, o forró quadrilha, Xaxado, Arrasta pé e Xamego. Mas, no início da carreira, atuava apenas como solista do acordeão, tocando choros, sambas, foxtrotes e outros gêneros da época. O repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras e fazia sucesso nos programas de calouros dos rádios brasileiros. Depois, passou a exibir o traje de vaqueiro e mostrou seu talento com músicas instrumentais, a exemplo de "Vira e mexe" que apresentou em 1941, no programa de Ary Barroso, onde foi aplaudido, convidado para várias apresentações e ainda lhe rendeu o contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas. Com uma vasta discografia, cerca de 50 álbuns, destacou a força do povo nordestino, que enfrenta a seca, a injustiça social, valoriza a natureza e ama a sua terra. 

Agora, são várias as manifestações e as cidades que estão celebrando o centenário do nascimento desse cantor e compositor, a exemplo de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB) que estão, respectivamente, com uma exposição e um museu ao ar livre sobre a trajetória de vida e artística. E na capital alagoana, a Prefeitura de Maceió denominou o festejo junino de "São João do Gonzagão - Tá danado de bom". Com certeza, ele é um grande contribuidor para o desenvolvimento da música popular brasileira e merece todas as formas de homenagens!


Fonte: Coluna Axé - nº206 - Jornal Tribuna Independente (26.06.12)

terça-feira, 19 de junho de 2012

19 de junho: Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme


Alerta em Maceió para doença que atinge 3.500 recém-nascidos por ano



Dia 19 de junho é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas), uma data para alertar sobre uma das doenças hereditárias que mais afeta pessoas no Brasil. Em uma ação de conscientização, o Instituto Espaço de Vida, em parceria com a FENAFAL (Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doenças Falciformes), promove campanhas de informação e orientação às pessoas com doença falciforme, aos seus familiares e à sociedade durante toda a semana que marca o dia mundial.

Dados do Ministério da Saúde apontam que 3.500 crianças nascem com a doença por ano e cerca de 200 mil apresentam o traço falciforme, ou seja, possuem apenas um gene da doença e não desenvolvem os sintomas relacionados. “A doença é mais comum na população afrodescendente, porém, como há muita miscigenação racial no Brasil, pode ocorrer em indivíduos com qualquer cor de pele”, informa Dra. Clarisse Lobo, hematologista do Hemorio.

De acordo com o Coordenador Geral da FENAFAL, Altair Lira, a principal característica da Doença Falciforme é a alteração do glóbulo vermelho do sangue (hemácias). “Essas células alteradas tomam a forma de foice e não circulam facilmente pelos vasos sanguíneos, provocando diversas alterações no organismo”, explica. “Um dia como este se torna importante pela tentativa de impactar a sociedade para conhecer e lutar por políticas públicas para atender as pessoas com a doença falciforme no Brasil e no mundo. São 600 mil novos casos da doença todos os anos”, conclui.

Diversas cidades do país receberão informativos sobre a campanha com o alerta à doença. Em Maceió, a APHAL – Associação de Pessoas com Hemoglobinopatias de Alagoas fará ações para lembrar o dia.

Sintomas

A doença falciforme se manifesta, geralmente, a partir dos três meses de idade, mas já pode ser diagnosticada na primeira semana de vida através da triagem neonatal, mais conhecida como teste do pezinho. Os sintomas podem variar. Entre eles estão:

- Anemia crônica: causada pela rápida destruição dos glóbulos vermelhos;

- Icterícia: cor amarelada na pele e mais visivelmente no “branco dos olhos”;

- Síndrome mão-pé: inchaço muito doloroso na região dos punhos e tornozelos. São mais
frequentes até os dois anos de idade;

- Crises dolorosas: principalmente em ossos, músculos e articulações.


Tratamento

O hematologista Rodolfo Cançado, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, explica que o tratamento tem como principal foco a prevenção das situações que podem modificar a forma das hemácias. “Entre os cuidados necessários estão o tratamento rápido de infecções, manter o calendário de vacinas em dias, evitar desidratação e atividades físicas muito intensas”, elenca o médico.

Para as dores são usados tratamentos de hidratação e analgésicos. As demais complicações exigem um tratamento mais específico.

A manifestação mais frequente da doença é a anemia falciforme. “Ela deve ter acompanhamento médico e de uma equipe multidisciplinar, tendo sempre em evidencia os cuidados especiais”, alerta Christine Battistini, fundadora do Espaço de Vida.


Sobre o Instituto Espaço de Vida

A ideia do Espaço de Vida é que pacientes e médicos bem informados resultam em qualidade de vida, mesmo depois do diagnóstico de doenças dos mais diversos tipos. O Instituto surgiu da história de sua fundadora, Christine Battistini, ao enfrentar o câncer de mama. “Durante o período de diagnóstico foi difícil encontrar informação consistente e atualizada voltada à pacientes. As orientações eram desencontradas e escassas na comunidade brasileira”, explica Christine. O conteúdo principal do Instituto sobre doenças, como câncer de mama, câncer renal, metástase óssea e acromegalia, é apresentado em tópicos de saúde, que explicam desde o surgimento da enfermidade até seu tratamento, com vídeos e entrevistas exclusivas de especialistas para cada tema (realizadas pelo próprio Instituto).
Acesse www.espacodevida.org.br e www.twitter.com/evidaweb.

Sobre a FENAFAL

Criada em 2001, a Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doenças Falciformes (FENAFAL) tem como principal missão auxiliar as associações estaduais e municipais para que as mesmas possam atender as necessidades das pessoas com doença falciforme. Hoje conta com 45 associações em 24 estados do país para articular as reivindicações de quem sofre com a doença. www.fenafal.wordpress.com

SERVIÇO

Informe-se melhor e retire seu informativo sobre a doença:

APHAL – Associação de Pessoas com Hemoglobinopatias de Alagoas

Tel: (82) 8801-9424 / E-mail: aphal.al@hotmail.com

Fonte: Divulgação

Racismo ambiental

No momento que todo o planeta encontra-se voltado para a maior conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável do mundo, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), não podemos deixar de lado a discussão sobre o Racismo Ambiental. Esse termo se refere a qualquer política, prática ou diretiva que afete ou prejudique, de formas diferentes, voluntária ou involuntariamente, a pessoas, grupos ou comunidades por motivos de raça ou cor.

A Rede Brasileira de Justiça Ambiental criou em agosto de 2005, o Grupo de Trabalho (GT) sobre “Combate ao Racismo Ambiental” – disponível no site www.racismoambiental.net.br – com o objetivo de reunir denúncias, promover articulações, definir estratégias, campanhas e outras ações de luta contra as injustiças ambientais que recaem de forma implacável sobre grupos étnicos vulnerabilizados e sobre outras comunidades. É composto por várias entidades, também, funciona como um fórum de divulgação de informações sobre situações de conflitos e processos políticos de resistência.

De acordo com o artigo de Robert Bullard – Sociólogo e Diretor do Environmental Justice Resource Center (Revista Eco 21, em janeiro/2005) – “o racismo ambiental se manifesta no trato desigual que recebem os operários. Milhares de trabalhadores do campo e as suas famílias estão expostos a perigosos agrotóxicos nas terras onde laboram. Igualmente eles são obrigados a aceitar salários e condições de trabalho inferiores ao nível médio. O racismo ambiental também se expande pelo entorno das funções exploradoras e escravizantes das empresas manufatureiras de roupa, da indústria microeletrônica e das indústrias extrativistas. Uma percentagem desproporcionadamente elevada de trabalhadores que se defrontam a condições trabalhistas e de segurança mínimas são imigrantes, mulheres e pessoas de cor”.

Basta de invisibilidade e violação de Direitos Humanos, segregação e investimento de políticas públicas que beneficiam apenas um pequeno grupo. Enfim, não existe um planeta alto-sustentável, sem preservação do meio ambiente, qualidade de vida e respeito entre todos e todas. Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº205 -Jornal Tribuna Independente (19.06.12)
Com informações de sites nacionais

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Maracatu Baque Alagoano leva exposição para Galeria Sesi Pajuçara


A partir das 19:30 horas desta segunda-feira, 18, a galeria do SESI Pajuçara será difusora de uma história ainda curta, porém bastante intensa, pois marca o renascimento de um ritmo ancestral no chão do nosso Estado. Trata-se da Exposição de Aniversário de 5 anos do Maracatu Baque Alagoano, que mostrará a trajetória do grupo desde sua formação, que aconteceu a partir de uma oficina de percussão no Centro de Belas Artes de Maceió, até os dias de hoje, onde o Maracatu vem trabalhando e se tornando conhecido por seu trabalho em prol da arte e cultura alagoana.
 
São fotos, vídeos, estandartes, vestimentas, reportagens, premiações e documentos que juntos montam uma interessante colcha de retalhos sobre o trabalho do Baque Alagoano. Cada elemento fala por si sobre cada um dos momentos do Grupo, das roupas mais simples às mais elaboradas, geralmente estreadas nas ruas do Jaraguá, nas já célebres prévias carnavalescas de todo ano, nas quais o Maracatu sempre marca presença, se integrando e interagindo com outros grupos artísticos locais.

Os homenageados pelo Baque nestes cinco anos também serão lembrados na Exposição, entre eles estão: Coco de Roda (Mestre Verdelinho), Guerreiro Treme Terra (Mestre Benon), Baianas de Santa Luzia (Mestra Vanessa) e Grupo Nêga da Costa de Quebrangulo. Todos estarão representados nas camisetas, confeccionadas especialmente para o evento do carnaval.

Na exposição também haverá apresentação do Baque Alagoano, que relembrará as canções que marcaram sua história. Vários membros fundadores estarão presentes, e poderão apresentar e direcionar os visitantes, explicando os itens da exposição que será itinerante, permanecendo na galeria do Sesi Pajuçara até o dia 09 de julho. Em breve serão divulgados os locais onde a exposição também ocorrerá. Contamos com a presença de todos.

SERVIÇO

Exposição de aniversário de 5 anos do Maracatu Baque Alagoano.
Local: Galeria Sesi Pajuçara
Horário: 18 de junho, às 19h30
Entrada Franca
 

domingo, 17 de junho de 2012

Mestre de capoeira Marajoara fala sobre cultura afro-brasileira no japão



Nesta primeira viagem ao Japão, Bira Marajó falou a estudantes universitários sobre os projetos mantidos pela Associação Cutimboia (Pará), e jogou capoeira com os japoneses


O jogo começa cadenciado com um canto que quase sempre fala da escravidão. Assim é o estilo de Angola, muito próximo de como os negros escravos jogavam a capoeira. Além de história, hoje ela carrega projetos sociais. “A gente não trabalha só a movimentação do corpo, que dá a estética na visão externa. OS elementos que existem na capoeira fazem a gente estudar um pouco da história, de onde a gente veio, onde estamos e para onde vamos”, explica o mestre Bira Marajó.

Através da capoeira de Angola, ele ajuda as comunidades quilombolas, formadas por descendentes de escravos, que no passado fugiram dos engenhos para formar pequenos vilarejos.

A oficina de capoeira é uma parte do trabalho. “Eu acredito muito na capoeira, no trabalho que a gente vem fazendo, na socialização, lição de vida, espírito, respeito e meio-ambiente também”, conta. As crianças aprendem a fabricar seus próprios instrumentos e recebem lições de preservação do meio ambiente e respeito aos mais velhos.

Nesta primeira viagem ao Japão, Bira Marajó falou a estudantes universitários sobre os projetos mantidos pela Associação Cutimboia, e jogou capoeira com os japoneses. “Quando a gente vê eles praticando, a gente não consegue ver uma diferença, a gente consegue ver uma integração só. Eu quando estou aqui, na prática da capoeira, é como se estivesse no Brasil”, finaliza. Ele também deve participar de uma oficina para crianças brasileiras neste domingo, dia 17. Começa 12h30 no prédio Lounge de Tsurumi, em Yokohama, Kanagawa.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Alagoas: Marcha das Vadias acontece nesse domingo




No domingo (17.06) acontecerá a Marcha das Vadias em Maceió – a concentração ocorrerá a partir das 10h, no Alagoinhas, na Ponta Verde e terminará no Posto Sete, na Jatiúca. Confira abaixo o manifesto oficial do Movimento, também, disponível no blog: www.marchadasvadiasal.blogspot.com.br




Manifesto da Marcha Nacional das Vadias


Em 2011 uma onda de protestos contra culpabilização das vítimas de agressão sexual surgiu no mundo todo. Tendo início no Canadá, a Marcha das Vadias vem contestar e desconstruir a ideia de que mulheres são culpadas pelas agressões que sofrem.

O primeiro ponto de reivindicação é a ressignificação do nome vadia. Somos constantemente chamadas de vadias, putas e vagabundas pelo simples fato de exercermos nossa sexualidade livremente e por sermos seguras de quem somos. Se no momento que nos declaramos livres, liberadas, felizes, conscientes e seguras sexualmente, somos vadias, então somos todas (e queremos ser todas) vadias, pois não existe nada mais libertador e bonito do que ser livre, ter amor próprio e consciência do próprio corpo.Ser mulher é uma luta diária em nossa sociedade machista.

Todos os dias precisamos enfrentar as ruas, locais estes onde somos agredidas de todos os modos. Somos frequentemente agredidas verbalmente por homens que acham divertido e normal nos catalogar entre “gostosas”, “princesas” ou “feias”, sendo agressivos e invasivos para com as mulheres. * Somos frequentemente abusadas nos ônibus, metrôs e trens, a caminho do trabalho e a televisão insiste em estampar essa realidade sofrida em “programas humorísticos”, representando sempre uma mulher em uma situação humilhante e seu algoz na posição de “homem viril”.

Sofremos violência doméstica, em todos os patamares: de nossos pais, irmãos e  principalmente de nossos companheiros ou ex-companheiros . Aproximadamente 12 mulheres morrem por dia no Brasil vítimas de crimes de ódio, motivados pela não aceitação do fim de relacionamentos. Machismo mata, todos os dias!

Somos alvo de modelos de sexualidade e maternidade pré-determinados, que não condizem com nossas vivências. Se optamos por não termos filhos e nos dedicarmos às nossas carreiras, somos acusadas de não cumprirmos o nosso sagrado dever da maternidade. Se abandonamos a vida profissional para nos dedicarmos exclusivamente à criação dos filhos somos acusadas de não contribuirmos com a economia doméstica e, ainda por cima, de sermos submissas.

Todos os dias somos submetidas à violência obstétrica por parte de profissionais despreparados que nos obrigam a realizar cesáreas desnecessárias, sem respeitar nossa autonomia e poder de decisão. Somos impedidas de exercer a maternidade ativa, de decidirmos como queremos que nossas filhas e filhos venham ao mundo. Somos vítimas de uma cultura de impotência, que nos reduz a coadjuvantes de nossas próprias vidas, pois nossos desejos, vontades e capacidades não são levados em conta.

Somos diminuídas profissionalmente e, em pleno ano de 2012, as mulheres ainda possuem um salário 17% menor do que o salário de homens (por exercerem a mesma função, durante a mesma carga horária e com o mesmo nível de qualificação profissional). É inaceitável que ainda sejamos tratadas como seres inferiores, exercendo papéis puramente no âmbito doméstico e familiar.

Somos objetificadas e utilizadas como garotas-propagandas, como meros pedaços de carne e não aceitamos isso! Sabemos que esse tratamento - objetificado e mercantilizado - é uma das consequências de uma sociedade machista. Estamos aqui para dar um basta às propagandas de cerveja e similares, que utilizam sempre mulheres e seus corpos como chamariz para vendas e para perpetuar preconceitos.

Lutamos ainda pelo direito da livre escolha em casos de aborto. Esse tema foi discutido desde as primeiras revoluções feministas e ainda hoje está em pauta, pois o governo brasileiro não garante para suas cidadãs o direito de escolher quando abortar e também não oferece nenhum procedimento legalizado e seguro para a prática da interrupção da gravidez.

 Desejamos ainda que todas as mulheres que optem pelo aborto não sejam criminalizadas. Atualmente, a prática do aborto só é legalizada em casos de estupro, de fetos anencéfalos ou em casos onde a gravidez represente risco de morte para a mãe. Lutamos para que o aborto seja legal e seguro para todas as mulheres que optem por realizá-lo e que, caso optem pela realização, não sejam de forma alguma criminalizadas ou hostilizadas (principalmente pelos profissionais de saúde).

O eixo principal da marcha das vadias é tratar sobre violência e sobre culpabilização das vítimas. Exigimos e lutamos por uma sociedade que repense suas atitudes para com as mulheres e acabe com qualquer forma de violência contra elas.O discurso de muitas pessoas ao opinarem sobre violência contra mulher é que essas mulheres provocaram seu agressor. Não acreditamos em provocações ou argumentos infantis como esse. Nenhuma mulher deve ser machucada, estuprada, hostilizada ou ofendida por nenhum motivo. Não importa quantas latas de cerveja ela bebeu... quando ela disser NÃO é NÃO! Não nos importa se ela disse sim várias vezes e só mais tarde disse não. A vontade da mulher precisa ser respeitada sempre! É preciso que a sociedade seja participativa como um todo, relatando os casos de violência contra as mulheres.Ainda, desejamos que o Estado se mobilize em prol das mulheres, que olhe com cautela para nossas necessidades e que eduque as próximas gerações para que preconceitos não sejam disseminados. É importante que Estado e sociedade trabalhem juntos para o fim da violência contra a mulher - fato este que é histórico - e a Marcha das Vadias vem com a intenção de promover debates e diálogos sobre como é importante a não culpabilização das vítimas em casos de violência.


Marcharemos até que todas sejamos livres.

CNPIR fortalece pauta racial na Rio + 20




Os conselheiros vão divulgar a Carta do Rio de Janeiro, participar da ‘Cúpula dos Povos’ e dos debates nos ‘Diálogos da Sustentabilidade’


A representação da sociedade civil no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) está organizada para fortalecer a inclusão das pautas referentes à população negra nos debates da Rio+20. Entre as estratégias, está a divulgação da Carta do Rio de Janeiro, que debate o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza pela ótica do movimento negro. A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20, acontece na capital carioca, a partir desta quarta-feira (13) e terá atividades em diferentes locais até 22 de junho.

A Carta é o resultado de um seminário realizado em abril, no Rio, como etapa preparatória da participação dos conselheiros na Cúpula dos Povos. Organizada pela sociedade civil, a Cúpula reunirá organizações brasileiras e de outros países para debater as injustiças sociais e ambientais enfrentadas pela humanidade. “Esperamos que este documento seja instrumento para abrir o diálogo com outros movimentos, em especial os ambientalistas”, explicou Edson França, membro do CNPIR.

No dia 15, os conselheiros participam de reunião para definir a atuação na conferência. Nos outros dias, além da programação da Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), o CNPIR foi convidado pela Secretaria Geral da República a participar das atividades dos Diálogos da Sustentabilidade. “O objetivo é discutir o racismo ambiental, pois, injustiças ecológicas estão atingindo as comunidades negras”, disse o secretário Executivo do CNPIR, Sérgio Pedro.

Sobre o Conselho
O CNPIR é um órgão colegiado, de caráter consultivo e integrante da estrutura básica da Seppir. O órgão tem como finalidade propor, em âmbito nacional, políticas de promoção da Igualdade Racial com ênfase na população negra e outros segmentos raciais e étnicos da população brasileira. Além do combate ao racismo, o Conselho da Igualdade Racial tem por missão propor alternativas para a superação das desigualdades raciais, tanto do ponto de vista econômico quanto social, político e cultural, ampliando, assim, os processos de controle social sobre as referidas políticas.


Fonte: Coordenação de Comunicação/CNPIR-Seppir

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Bombril muda logomarca, após associar cabelo a palha de aço



Tudo na mais santa paz, mas sempre na luta. É neste espírito que queremos agradecer a todos que diariamente curtem, compartilham e passam pela nossa Fun Page ou visitam nosso site www.mulhernegraecia.com.br, mas em especial às 3.472 (três mil, quatrocentos e setenta e duas) leitoras que nos escreveram questionando sobre nosso posicionamento a respeito do logotipo desenvolvido para o quadro Mulheres que Brilham do programa Raul Gil exibido pelo SBT, patrocinado pela Bombril e pela Sony que traz a imagem de uma  mulher com cabelo black e a marca da palha de aço estampada nos cabelos.
Segue abaixo um relato dos fatos:
Subimos dois posts  em nossa Fun Page onde pedíamos a adesão do nosso publico para solicitar a Bombril uma reunião afim de apresentar nossas revindicações, os dois posts conquistaram a adesão de 10.874 (dez mil oitocentos e setenta e quatro) leitoras e alcançou 306.715 (trezentas e seis mil setecentas e quinze)pessoas em apenas três dias e é para cada um destes leitores que vai nosso PARABÉNS e NOSSO MUITO OBRIGADO, pois na sexta-feira, dia (08) recebemos a primeira ligação da Bombril através de sua Diretoria de Responsabilidade Social respondendo nossa solicitação de agendamento de reunião, que fora marcada para o dia 11, segunda-feira.  A reunião aconteceu na sede da Bombril com a presença da Gerência de Marketing e da Diretoria de Responsabilidade Social, na ocasião o Mulher Negra & Cia. apresentou a solicitação do nosso público:
  • Pedido de desculpas por parte da Bombril;
  • Retirada do logo das redes sociais e da TV;
  • Retratação pública do apresentador Raul Gil;
  • Implantação do Comitê de Diversidade na Empresa;
  • Compromisso de implementar ações que promovam a igualdade, respeitando as diferenças.
Na data de hoje a Bombril publicou o seguinte texto:
Recentemente, a Bombril recebeu em suas redes sociais, críticas referentes à associação de um de seus principais produtos, a lã de aço, à cabelos crespos. Devido ao logotipo do programa “Mulheres que Brilham.

Com o objetivo de ter o melhor posicionamento possível diante dessas manifestações, a empresa realizou uma reunião, ontem, dia 11/06, com lideranças do site Mulher Negra & Cia., a fim de entender e buscar o melhor caminho para solucionar o mal entendido.
Juntos, decidimos alterar o logotipo do programa, demonstrando nosso pedido de desculpas a todas as mulheres que tenham se sentido ofendidas de alguma maneira.
A Bombril faz questão de ressaltar que não teve a intenção de realizar qualquer tipo de associação que não fosse referente à valorização e exaltação da beleza e diversidade da mulher brasileira.
Desta forma, informamos que o logo será substituído por sua segunda versão, conforme a imagem, no quadro do Programa Raul Gil. Isto ocorrerá até o dia 30/06, pois temos mais dois programas gravados, por isso não há como substituí-lo imediatamente.
Para as redes sociais e portal da marca: faremos a alteração até o dia 18/06, já que estas alterações demandam algum tempo devido programação.
Queremos enfatizar que em nenhum momento a Bombril teve a intenção de menosprezar ou ofender qualquer pessoa.
A Bombril deseja cada vez mais estar próxima da mulher brasileira e valorizar o protagonismo feminino, em todas as esferas, pois acredita no jeito feminino de construir o futuro de um Brasil plural e colorido.”

Cabe ainda esclarecer que:
A Diretoria de Responsabilidade Social se compromete a estudar a possibilidade de incluir na sua carteira de anunciantes de mídias digitais, veículos segmentados para a mulher negra.
Nós do Mulher Negra & Cia. agradecemos nossas leitoras e reiteramos nosso compromisso de através do diálogo trabalhar pela valorização, visibilidade e promoção da auto-estima da MULHER NEGRA.
JUNTAS NÓS PODEMOS MAIS, JUNTAS NÓS PODEMOS TUDO!


Fonte: Site Mulher Negra & Cia

Festa na Casa de Iemanjá em homenagem ao Pai Célio




O Ilê Axé Iyá Ogun-Té – Casa de Iemanjá lhe convida para celebrar os 30 anos (odún ògbón) de iniciação de Pai Célio – Omintoloji.

Junte-se à nossa família nessa homenagem à Iemanjá Ogun-Té, e compartilhe conosco desta saudação à Senhora das Águas Salgadas, onde afeto, preces e agradecimentos navegam o mar no aconchego da Grande Mãe que nos inspira força e proteção.

Odô Miô!!

Dia: 16/06/212
Hora: 19:00
Local: Casa de Iemanjá
End.: Rua Dona Alzira Aguiar, nº 429, Ponta da Terra, Maceió-AL
Fone: 82 3231-0064

terça-feira, 12 de junho de 2012

Rio +20 e questão étnicorracial

De 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro, acontecerá a maior conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável do mundo, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Denominada Rio+20, é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e tem como objetivo garantir a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

Os temas principais são: A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. A Rio+20 será composta por três momentos: de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência; entre 16  e 19 de junho, os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável; e de 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Em relação às questões étnicorraciais, a Fundação Cultural Palmares realizará o seminário “Quilombos, Terreiros e Juventude: justiça ambiental e práticas culturais africanas e afrodescendentes” com o objetivo de promover a integração cultural, econômica e política do negro no contexto social, além de dar visibilidade às suas práticas culturais.

Já a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) aprofundará o debate sobre “Racismo e Sustentabilidade - os desafios implícitos nas relações entre nãoinclusão, ambientalismo e desenvolvimento socioeconômico”, levando-se em consideração uma das diretrizes do Plano de Ação da Conferência de Durban (como ficou conhecida a III Conferência Mundial contra o Racismo, a Xenofobia, a Discriminação Racial e Intolerância Racial), que é a necessidade de melhorar o acesso à informação pública sobre saúde e questões ambientais e que tecnologias e práticas bem-sucedidas na melhoria da saúde humana e do meio ambiente sejam partilhadas.

Com certeza, as discussões serão intensas e os ativistas negros estarão presentes para disseminar o combate do racismo ambiental: injustiças sócio-ambientais que recaem de forma implacável sobre grupos étnicos vulnerabilizados e sobre outras comunidades, discriminadas por sua 'raça', origem ou cor. Enfim, que tenhamos muitos avanços, axé!


Fonte: Coluna Axé - nº204 - Jornal Tribuna Independente (12.06.12) / Com informações de sites nacionais

segunda-feira, 11 de junho de 2012

AL participa da Rádio Cúpula dos Povos na Rio + 20

A presidenta do Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal), Valdice Gomes, que estará participando da Conferência Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, pelo Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Rcial (Cnpiir) faz parte da equipe de mulheres comunicadoras responsáveis pela Rádio Planeta Lilás. Trata-se do um programa feminista a ser transmitido pela Rádio Cúpula dos Povos, que fará a cobertura online da Cúpula dos Povos, diretamente do Aterro do Flamengo, entre os dias 15 e 23 de junho.

Segundo informou Valdice, a Rádio Cúpula dos Povos está sendo construída coletivamente, com a ajuda de radialistas, jornalistas e comunicadores de diferentes lugares e movimentos sociais; emissoras comunitárias, livres e educativas, com o objetivo de traduzir a participação de todos os movimentos de todas as línguas e sotaques. Textos, vídeos e áudios com as temáticas da Rio+20 serão recebidos pela rádio e transmitidos para o mundo.

 O movimento de mulheres, por exemplo, reunirá diversas contribuições para tratar dos seus temas relacionados às lutas por justiça social e ambiental. Um dos assuntos será a luta para impedir a mercantilização da vida e para a defesa dos bens comuns. O direito à comunicação, indispensável para a justiça social e ambiental, também será debatido na rádio, entre outros temas como saúde da mulher, consumismo, soberania alimentar, catadoras de recicláveis, sempre fazendo também o recorte racial.

As feministas garantiram duas horas diárias na programação da Rádio, das 17h às 19hs, e já estão fechando sua programação. Coordenadas pela radialista Denise Viola, da Rede de Mulheres em Comunicação e da AMARC Brasil, as comunicadoras feministas têm se reunido via web para discutir a programação e a ocupação do espaço radiofônico da Cúpula. Participam dessa iniciativa: Rede Mulher e Mídia, Articulação de Mulheres Brasileiras, WIEGO – Mulheres e Emprego Informal e Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira) de Alagoas e do Rio de Janeiro.


Fonte: Cojira-AL/Sindjornal

CONVITE: Reunião do Fórum Permanente de Educação

Atenção, amigos e amigas!


Nessa terça-feira (12.05.12) a partir das 9h, terá na casa de axé coordenada pelo Pai Elias - Rua Olavo Bilac, 50, Comunidade Arroz, Cruz das Almas ou Sítio São Jorge, após o campo do tejo - mais uma reunião itinerante do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial do Estado de Alagoas. Na pauta estará o repasse de informações e das atuações de cada membro, e a primeira reunião de coordenadores do fórum em Brasília que será em julho. Contatos: 8803-9930 / 8868-4838.


Allex Sander Porfírio
Coordenador Geral

"Não tenho por que me calar e ter medo", afirma ex-BBB Daniel sobre processo contra a TV Globo


Por: Carla Neves

O ex-BBB Daniel chora no "Mais Você" (21/3/12)
Expulso do "Big Brother Brasil 12" pela produção do programa, acusado de "comportamento inadequado", o ex-BBB Daniel Echaniz afirmou que vai entrar com uma ação por danos morais e materiais contra a TV Globo. Em entrevista exclusiva ao UOL, o modelo contou como anda sua vida após o incidente, afirmou que a emissora acabou com sua carreira de 12 anos e confessou que foi duro para sua mãe, que é vendedora de jornal, vender exemplares em que as matérias de capa o traziam como “estuprador”. “Tenho um filho para criar, estou sem trabalho e com o filme queimado”, contou o modelo, por telefone.
Atualmente morando em São Paulo, Daniel revelou que não teme lutar na Justiça contra a maior emissora do Brasil. “A TV Globo foi tão cruel que não pensou na consequência do que fez comigo. Não tenho por que me calar e ter medo”, afirmou Daniel, que namora a modelo Mônica Silva, que está grávida de três meses e meio.
Leia a seguir a entrevista completa com Daniel:
UOL – Como está sendo sua relação com as pessoas na rua? Você sofreu algum tipo de represália ou as pessoas estão te tratando bem?
Daniel Echaniz – As opiniões são sempre divididas. Por enquanto, boa parte das pessoas está do meu lado, indignada com a situação. Muitas pessoas falam para eu processar a TV Globo, dizem que tudo o que aconteceu foi culpa dela. Mas quando as pessoas não sabem do fato em si, tiram opiniões precipitadas. Depois que fui inocentado, com o andar da carruagem, as pessoas viram que não era bem assim. Se eu fui inocentado, não tem mais o que falar. Tudo caiu por terra. Não fui inocentado por um achismo. Fui inocentado por um juiz, que avaliou as provas. O cara viu que eu não fiz nada. Então a opinião das pessoas mudou um pouco de figura. Muitas pessoas que me julgaram na ocasião estão arrependidas. É o que eu sempre digo: ‘quando você aponta o dedo para alguém tem três apontados para você'. Agora as coisas estão se acalmando.
E a sua mãe? Ela ficou bem abalada na época. Como ela está atualmente?
Minha mãe e minha mulher [a modelo Mônica Silva] ficaram muito impressionadas e na época não podiam falar nada. Até por tudo o que aconteceu. Minha mãe e a Mônica estavam muito expostas. Venho de uma família muito humilde, independente de ser modelo e viajar o mundo inteiro. Não sou só um cara bonitinho. Fiz por onde para chegar onde cheguei na minha carreira. E todo mundo sabe que minha mãe vende jornal no sinal. Na época, ela teve que vender jornal comigo na capa, como estuprador.  E as pessoas compravam o jornal falando mal de mim. E ela tinha que dizer: ‘ele não é safado, é o meu filho’. Então para ela foi muito sofrido. Julgar é muito fácil. Se falassem só de mim, tudo bem. Mas envolveu toda a minha família.
Sua família foi afetada por conta do episódio?
Minha irmã é professora e teve problema na escola. Meu irmão que trabalha com informática também teve problema no trabalho.
Você ficou com mais raiva da TV Globo por ter afetado a sua família também?
Não tenho raiva porque opinião todo mundo pode ter. Acho que as pessoas só podiam ter um pouco mais de respeito. A Deborah Secco, a Fernanda Paes Leme, a Carolina Dieckmann e a Preta Gil, por exemplo, tinham que ter noção da força da palavra delas. O movimento que elas começaram na internet, quando aconteceu o episódio, tomou força porque elas abraçaram a palavra estupro. É a mesma coisa que eu chegar e falar que você é uma mentirosa, que nada do que você escreve é verdade. Você dificilmente vai ter crédito no seu trabalho. Você vai ter que começar do zero e provar tudo o que você é e já conquistou no seu trabalho de novo. Elas não tiveram essa consideração com a pessoa Daniel. Não pensaram que tenho família, sentimentos. Elas não pensaram na força da mídia.
Você vai processar a TV Globo?
Vou processar a TV Globo e a Endemol por danos morais e materiais. Ainda não entrei com o processo. Pretendo processar toda e qualquer pessoa que denegriu a minha imagem. O que aconteceu comigo no “Big Brother Brasil” virou tese de mestrado em faculdade de direito. Na tese, foi mostrado que eu não tinha culpa. Até porque tem n elementos. O simples fato de a Monique deitar na cama comigo já quebra o ato do estupro, porque ela me procurou. Tem coisas pelas quais as pessoas me condenaram e não sabem. Em momento nenhum fiquei na posição de réu, tampouco na posição de vítima. Eu e a Monique demos os nossos depoimentos na posição de testemunhas. Não tinha uma vítima e um réu de fato.
Você acha que foi retirado do programa e julgado por preconceito, por ser negro?
O que eu acho é que houve um equívoco muito grande por parte do diretor do programa [Boninho]. Eles já tinham feito a besteira e não deu para voltar atrás. Se foi preconceito não sei.
Como você foi selecionado para entrar no programa?
Diferentemente do que muitos pensam, eu tinha negado participar do programa quatro vezes. A equipe do programa me procurou e insistiu para que eu participasse. Em momento algum mandei material. Eles me acharam no camarote da Skol Sensation e me convidaram para participar. Eu não procurei a direção do programa. Já tinha um contrato fechado para ir para a África do Sul. Mas parei para analisar e pensei que com o dinheiro poderia ajudar a minha família e abrir uma ONG para deficientes físicos.
Você se arrepende de ter entrado, então?
Não sei se me arrependo de ter entrado. O que me deixou chateado foi que eles me tiraram o direito de concorrer ao prêmio em dinheiro e à aventura de estar enclausurado. Queria ver como eu lidaria com o confinamento. Eles me tiraram esse direito. Depois de tudo o que aconteceu, fiquei muito triste. Perdi trabalhos que provavelmente eu não vou mais fazer. E isso tomou proporções internacionais. Saíram matérias no Japão, na África do Sul... Diferentemente do que a TV Globo acha, tenho uma potência ao meu favor que é a internet. Ao mesmo tempo que ela te coloca como Deus, ela te coloca como diabo em dois segundos. Tenho tudo isso documentado. Eles acabaram com a minha carreira de 12 anos.
Você não quis aceitar o convite do Faustão para falar sobre o caso. Por quê?
Mentira. O Faustão me convidou para ir e a TV Globo me proibiu de ir. Em momento nenhum eu me neguei a ir ao programa dele. Pelo contrário. Queria ir. Mas a direção da TV Globo me proibiu. O horário em que é exibido o “Domingão” é do Faustão. Por isso ele convida e fala o que quer. A TV Globo tinha medo que eu fosse e falasse algo que a colocasse em alguma saia justa.
Você conversou com o Boninho e o Bial após o caso? O que eles te disseram?
Não houve uma conversa. Eles não me procuraram para se retratar nem para falar nada.
O que a Globo te ofereceu em troca após te eliminar do programa? E qual seria o valor dessa ajuda de custo que a Globo ficou de pagar e no cumpriu?
Estávamos em negociação para chegar a um denominador comum, que fosse legal e viável para os dois lados para que eu não tomasse a atitude de ir para frente com o processo. Afinal, um processo demora anos. E a lei no nosso país é muito lenta. E a TV Globo tem força e pode usar dessa força para o seu bem próprio. Acredito na Justiça e espero que ela seja feita. O quanto ela vai ser lenta nós não podemos saber. Tenho um filho para criar, estou sem trabalho e com o filme queimado.
Você espera algum tipo de retratação da Globo pelo ocorrido?
Claro. Mas isso nunca vai acontecer. Na história da TV Globo você já viu ela pedir desculpa para alguém? Por isso, enquanto eu puder lutar e fazer Justiça para que num país como o nosso não sejamos reféns de uma emissora, eu vou lutar. Todo mundo tem medo da TV Globo. Qual é o segredo de tanto poder? Já se perguntaram, já pararam para pensar nisso? Da mesma forma que ela fez isso comigo, pode fazer com outras pessoas. Até quando vamos dar poder a uma emissora para falar o que pode ser feito? O brasileiro tem o direito de pensar livremente.
Você está morando no Rio ou em São Paulo? Ainda está andando de carro blindado e mudando de endereço?
Estou morando em São Paulo e andando de ônibus e metrô, como sempre andei. Tenho uma vida normal. Mas várias vezes ainda me sinto privado de algumas coisa pela situação que a TV Globo me deixou. Vou ter um filho e ele vai sofrer com isso. Vai sofrer bullying no colégio. ‘Sabia que você tem um coleguinha que o pai é estuprador?’. A TV Globo foi tão cruel que não pensou na consequência do que fez comigo. Não tenho por que me calar e ter medo. Claro que eu tenho que saber o que falar porque tudo pode ser usado contra mim. Estou totalmente livre, leve e solto.

Fonte: UOL

domingo, 10 de junho de 2012

CEASB realiza II Encontro de Formação de Jovens Agentes Culturais Brincantes




Neste final de semana até segunda feira (09 a 11 de junho) o Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu  – CEASB  realiza mais uma etapa do Curso de Formação de Agentes Culturais  Brincantes:  A CULTURA INFANTIL TECENDO LUGARES DE APRENDIZAGEM.
O curso reúne 30 adolescentes e jovens da Vila Emater II, do Conjunto Carminha  e do conjunto Frei Damião, contando com a participação de estudantes do curso de Direito da UFAL. É uma atividade do Ponto de Cultura Guerreiros da Vila, que foi contemplado pelo  PRÊMIO PONTINHOS DE CULTURA, instituído pelo Ministério da Cultura.

O II Encontro se encerra amanhã, dia 11/06 às 15h00, no Espaço Cultural da Vila Emater II com uma Ciranda de Histórias uma aula pública de contação de histórias e narrativas com a participação de crianças, adolescentes e comunidade. Durante a Ciranda, os jovens brincantes apresentarão as habilidades desenvolvidas durante as oficias do curso. Nesse momento, os adolescentes e jovens apresentarão os resultados da oficina de Contação de Histórias, ministrada pelo brincante José Carlos Rego, Pinduka.

O projeto premiado pelo Ministério da Cultura tem como objetivos fortalecer a experiência do Baú dos Guerreirinhos, espaço que atende crianças na Vila Emater II e incentivar a atuação dos agentes brincantes nas escolas e comunidades, ampliando seu repertorio de brinquedos, brincadeiras, musicas e historias da cultura infantil. As atividades do curso se estendem até o mês de julho, quando será concluído um mapeamento cultural nas comunidades dos jovens participantes.

O Baú dos Guerreirinhos é uma iniciativa do CEASB em conjunto com a Associação de Moradores da Vila Emater II,se insere na luta da comunidade pela afirmação dos direitos fundamentais das crianças e valorização da cultura do povo brasileiro.

O curso se realiza em meio a grande expectativa da comunidade pela aprovação, nesta semana, pela Assembléia Legislativa, de dois projetos de lei encaminhados pelo Governador do Estado, que garantem o direito à regularização fundiária e construção de moradias da Vila Emater II e concessão de uso de terreno para a Cooperativa dos Catadores, antigos catadores do lixão de Maceió. O projeto foi aprovado em 1ª instancia na Assembléia Legislativa mas a votação final foi adiada, provocando a apreensão e a indignação dos moradores, que lutam há mais de uma década pelo direito de viver com dignidade.

Nesse sentido, gostaríamos imensamente de poder contar com o apoio do todos e todas, uma vez que essa comunidade é constituída em sua maioria por famílias afro-descendentes.
Amanha durante a apresentação na Vila Emater será muito interessante que pessoas parceiras de outras localidades da cidade, inclusive jornalistas possam está prestigiando e visibilizando o evento que se segue na contextualidade.

Fonte: Divulgação

Projeto de cotas em universidades públicas é aprovado na CCJ




Após 13 anos tramitando no Congresso Nacional, sendo quatro deles no Senado Federal, foi aprovado nesta quarta-feira (6/6), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o projeto de lei da Câmara (PLC 180/08) que reserva no mínimo 50% das vagas das universidades públicas e escolas técnicas federais para alunos do ensino médio oriundos de escola pública. A senadora Ana Rita (PT-ES), relatora da matéria, comemorou a aprovação, uma vez que a matéria sempre foi alvo de debates e controvérsias. No entanto, o texto teve maioria na comissão com dez votos a favor e quatro contra.

“É um grande avanço para nosso país. Esse projeto combina dois sistemas: cotas sociais e cotas raciais. Isso garante melhor enfrentamento das desigualdades que se refletem no ensino superior. Ressalto que o sistema proposto, insere-se nos esforços de democratização do acesso ao ensino como o REUNI, PROUNI e Pronatec“, afirmou Ana Rita.

O projeto prevê que no universo das vagas disponíveis nas universidades e escolas técnicas públicas federais, 50% das vagas devem ser preenchidas por estudantes oriundos de escola pública, que tenham cursado integralmente o ensino médio nessas instituições. Os outros 50% são de livre concorrência.

Dentro dos cotistas haverá dois outros recortes: um deles será o ajuste de cor e raça, conforme os critérios estabelecidos pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) da localidade/região que se encontra a universidade ou escola técnica. Outro recorte será o social: das vagas disponibilizadas aos cotistas de escolas públicas, 25% delas são destinadas a pessoas com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita. Os outros 25% serão destinados aos cotistas com qualquer renda.

Votação
Durante a discussão da matéria, todos os senadores presentes na CCJ manifestaram opinião sobre a matéria. Foram favoráveis os senadores: Marta Suplicy (PT/SP), Pedro Simon (PMDB/RS), Lúcia Vânia (PSDB/GO), Romero Jucá (PMDB/RR), Randolfe Rodrigues (PSol/AP), Eduardo Suplicy (PT/SP), Aníbal Diniz (PT/AC), Roberto Requião (PMDB/PR), Pedro Taques (PDT/MT) e Benedito de Lira (PP/AL).

“Não votar este projeto é tirar o direito de milhares de pessoas negras de serem inseridas no ensino público universitário. Estamos discutindo aqui o atraso que nosso país vive”, disse Marta.

“Queria saber quantos negros estão aqui nessa sala nesse momento? Pelo que eu vejo, somente o rapaz que serve a água. Isso mostra o quanto nosso país é desigual”, avaliou Pedro Taques.

“Posso garantir a vocês que se qualquer um de nós for a uma cadeia, vai se deparar com 95% da população carcerária de negros. É mais uma forma de ver que a educação, de fato, não chega a todos”, afirmou Pedro Simon.

Os votos contrários foram dos senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP), Lobão Filho (PMDB/MA), Álvaro Dias (PSDB/PR) e Luiz Henrique (PMDB/SC). A matéria segue para exame da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e depois Comissão de Educação, Esporte e Cultura (CE).



Michelle Araujo
Assessora de Imprensa Senadora Ana Rita (ES-PT)
Tel: +55 (61) 3303-1456
Site: www.anarita.com.br              Twitter: @anarita_pt 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

GRAÇA FOSTER DEFENDE COMBATE AO PRECONCEITO NO WOMEN’S FORUM BRASIL 2012


A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, defendeu o combate a todas as formas de preconceito durante discurso na cerimônia de abertura do “Women’s Forum Brasil 2012″, em São Paulo, na última segunda-feira(04/06). O evento reuniu mais de 300 participantes, homens e mulheres do Brasil e do exterior, para debater os desafios cruciais que o Brasil terá de enfrentar para prosseguir em sua trajetória ascendente. A ex-ministra Marina Silva também participou da abertura do evento.
Na primeira edição especial regional do “Women´s Fórum for the Economy & Society”, Graça Foster compartilhou um pouco de sua experiência pessoal e profissional desde os tempos de estagiária na Petrobras até tornar-se a primeira mulher presidente da Companhia. A presidente ressaltou a importância da política econômica e dos programas sociais adotados pelo Governo Federal, com o objetivo de reduzir a desigualdade social e alavancar o crescimento econômico do país, e lembrou que o Bolsa Família é um poderoso aliado das milhões de mulheres que são chefes de família no Brasil atual.
“As barreiras existiram, e continuam existindo, mas prefiro chamá-las de obstáculos a superar”, disse. “Foi necessário conviver com o ‘sutil’ preconceito contra mulheres. Mas eliminar preconceitos não era o meu desafio, e sim o desafio dos meus colegas homens, pois eu não tinha e não tenho preconceito contra os homens. Eu estava ali no meio deles e era para valer. O meu desafio era o de não aceitar limites, de não me impor limites – e, principalmente, não desistir nunca”, contou.
Graça Foster abordou o preconceito não apenas sob o ponto de vista pessoal, mas também seu impacto nos resultados de uma companhia como a Petrobras. “O preconceito, quando aceito nas empresas, constitui-se em ato administrativo destrutivo, além de perverso, abominável, levando à perda de competitividade e provocando outras consequências perniciosas ao desenvolvimento do próprio negócio.”
A presidente falou ainda sobre as políticas adotadas pela Petrobras para coibir e combater comportamentos preconceituosos, de qualquer natureza, e estimular a aceitação e a incorporação da diversidade como um valor para o próprio negócio.
Conquistas históricas das mulheres brasileiras, como o aumento da participação na População Economicamente Ativa – de 38% em 1980 para os 60% atuais – e a promulgação da Lei Maria da Penha em 2006, com o objetivo de coibir e prevenir a violência doméstica contra as mulheres no Brasil, também foram ressaltadas por Graça Foster.
“Para além do âmbito doméstico, felizmente, a democracia que vivemos no Brasil permite que as mulheres exerçam qualquer profissão, em qualquer posição. Na Petrobras, por conta do crescimento da companhia, a demanda por recursos humanos é tão expressiva que não há espaço para preconceitos“.
O “Woman’s Fórum for the Economy & Society” reúne anualmente, em Deauville, na França, lideranças femininas de diversos países e setores – empresárias, políticas, artistas, cientistas, estadistas. A edição brasileira foi a primeira no continente americano e a segunda fora da França – a primeira foi na China, em 2011. Entre os temas em debate nos painéis de 4 e 5 de junho, em São Paulo, estavam temas como: Ser uma Líder; Principais motivadores de negócios no Brasil; e Empreendedorismo da classe C para o crescimento do Brasil.

Fonte: Blog da Petrobras

terça-feira, 5 de junho de 2012

Imprensa livre e democrática



Na última sexta-feira, 1º de junho, quando se comemora o “Dia Nacional da Imprensa”, os jornalistas brasileiros, capitaneados pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) aproveitaram a data para reafirmar o compromisso de continuar a lutar pelo direito à informação de qualidade. Para tanto, reforçam que são necessárias, além da defesa das liberdades de imprensa e de expressão, a defesa do diploma como requisito para o exercício da profissão de jornalista, de condições dignas de trabalho, o combate à crescente violência contra os profissionais de imprensa e suas organizações sindicais, a promoção da igualdade racial e a luta por um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil.

Celebrado desde o ano 2000, o Dia Nacional da Imprensa foi instituído pela Lei 9.831/1999, resgatando a data da primeira circulação do jornal Correio Braziliense, de Hipólito da Costa, em 1808, em contraponto à imprensa oficial do Brasil Império. Para a FENAJ este 1º de junho, mais do que uma data comemorativa, é um dia de reflexão e de luta pela necessária valorização do Jornalismo e dos jornalistas.

Dentre as atuais bandeiras de luta dos jornalistas brasileiros, destacamos o combate ao racismo na mídia e o apoio às ações afirmativas de promoção da igualdade racial. A cada dia, cresce o engajamento dos profissionais de imprensa nessa luta, que levou a Fenaj a criar a Comissão Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira), que reúne os coletivos que debatem a temática nos Sindicatos filiados.

Por intermédio da Conajira/Fenaj, os jornalistas contribuem de forma efetiva com a proposição de políticas de ações afirmativas no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), vinculada à Presidência da República. Além disso, a Fenaj tem realizado parcerias que viabilizem a capacitação dos jornalistas para abordagem da temática étnicorracial qualificada, como por exemplo, a realização do Curso de Gênero, Raça e Etnia para jornalistas, realizado no ano passado em parceria com a ONU Mulheres.


Fonte: Coluna Axé - nº203 - Jornal Tribuna Independente (05.06.12) / Colaboração: Valdice Gomes