domingo, 28 de fevereiro de 2016

Ufal terá programação especial na semana do Dia Internacional da Mulher

 Atividades serão realizadas de 8 a 10 de março no Campus A.C. Simões e no Hospital Universitário


Por: Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio da Gerência de Qualidade de Vida no Trabalho (GQVT), da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep), informa que será realizada programação especial na semana do Dia Internacional da Mulher. As atividades com temáticas variadas serão de 8 a 10 de março no auditório da Reitoria e Restaurante Universitário (RU), no Campus A.C. Simões, em Maceió e também, no Hospital Universitário (HU).

Este ano, a ação desenvolvida tem como tema central Mulheres, Universidade e Diversidade: Violência Contra as Mulheres em Alagoas e a abertura será às 8h30 do dia 8 no auditório Nabuco Lopes, da Reitoria, com uma Orquestra de Violão. Em seguida, será a vez da mesa-redonda intitulada Mulheres e Cultura: Violência em Foco, que falará sobre mulheres quilombolas, negras, a interculturalidade e a violência da mulher indígena e terá também a presença do Movimento de Mulheres em Luta.

Na parte da tarde, será posto em pauta o tema A Diversidade Nossa de Cada Dia falando sobre mulher e saúde, maternidade em situação prisional, mulheres transexuais e deficientes. O encerramento, às 16h, será marcado pela apresentação de uma dança cigana. Mas, a programação não acaba por aí. No dia seguinte, o a Maternidade do HU, localizada no 6º andar do Hospital, recebe, às 9h e às 14h uma roda de conversa sobre Violência Obstétrica.

O evento se encerra na quinta-feira, 10, com uma performance especial sobre Violência contra a Mulher a ser realizada no Restaurante Universitário (RU) no Campus A.C. Simões, em Maceió. Para mais informações entre em contato com a GQVT por meio do telefone (82) 3214-1043.


Fonte: Ascom/Ufal

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Prêmio Notáveis da Cultura Alagoana 2015

Nesse sábado(27), às 16h, na Praça Gogó da Ema localizada na Ponta Verde em Maceió acontecerá a premiação dos Notáveis da Cultura Alagoana (antigo Prêmio Espia). A atividade foi coordenada pela Associação Cultural Alagoa do Sul, cuja votação ocorreu pela internet e de forma voluntária.

Idealizado por Carlito Lima há 11 anos, o prêmio busca exaltar as manifestações culturais e reconhecer o trabalho dos artistas locais, assim como, trata-se de uma sátira às solenidades de teor meramente monetário onde os/as agraciados/as (empresários e autoridades) pagam pelas honrarias. 

Dentre os/as vencedores/as das 32 categorias, encontra-se o cantor Igbonan Rocha que recebe a homenagem pela quinta vez; e na categoria gastronomia, Luiz Eudes Floripes da Silva - Rei Do Suspiro(foto) que há duas décadas mantém a sua família com a comercialização de doces.








Veja a lista completa:


MÚSICA: SELMA BRITO
CANTOR: IGBONAN ROCHA
CANTORA: IRINA COSTA
CORAL: CORETFAL
GRUPO MUSICAL: W & K ORQUESTRA DE FREVO MARECHAL.
EVENTO MUSICAL: PROGRAMA VEM VER A BANDA TOCAR
LITERATURA: ALARI ROMARIZ TORRES
ROMANCE: "A VIRGEM DO O ALTO DOS BODES" - JORGE TENÓRIO
LIVRO DE CONTOS: "GOTA URBANA" - ARI LINS PEDROSA.
HISTÓRIA: JAIR PIMENTEL
MEMORALISTA: "JAYME MIRANDA" - GERALDO MAJELLA
HUMOR: AILTON VILLANOVA
CRÔNICA: RONALD MENDONÇA
POESIA: CONFRARIA; NÓS POETAS.
RÁDIO: PROGRAMA VIDA DE ARTISTA
JORNAL: CADERNO B - GAZETA DE ALAGOAS.
REPÓRTER DE CULTURA: LARISSA BASTOS
CHARGISTA: LÉO VILLANOVA
GASTRONOMIA: LUIZ EUDES - REI DO SUSPIRO
ESCULTURA: CIDA VIEIRA
TEATRO: MAURO BRAGA
ATOR: CHICO DE ASSIS
ATRIZ: ANA SOFIA
CINEMA: "DOCUMENTÁRIO:MEMÓRIAS DE SANGUE" - JOÃO MARCOS
DANÇA: MARIA EMÍLIA CLARK
PINTURA: PEDRO CABRAL
SITE: BAIRROS DE MACEIÓ - JOSÉ ADEMIR
REVISTA: FOLHA DA BARRA
BANCA DE REVISTA: PRAÇA CENTENÁRIO.
FOTÓGRAFO AMADOR: SÔNIA CALAZANS
CARNAVALESCO: PREGO
CONJUNTO DA OBRA: GERALDO CÂMARA
ESPECIAL: CIDINHA MADEIRO
ESPECIAL: CANETINHA


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Grupo Muzenza celebra os 30 anos do Benedito Bentes

De 26 a 28 de fevereiro, o Grupo Muzenza de Capoeira realizará uma grande celebração em homenagem aos 30 anos do bairro Benedito Bentes, o mais populoso da capital alagoana. 

A atividade é organizada pelo Contra Mestre Carlinhos Muzenza, que há vários anos realiza o trabalho sociocultural e combate da criminalidade, junto à juventude dessa comunidade.

Nessa sexta-feira(26), terá o Festival de Capoeira no Conjunto Benedito Bentes I (Rua Senador João Lúcio, quadra B-43) a partir das 19hs com a apresentação do Dragões do Fogo da Muzenza; Coco de Roda Tribo Guerreira; homenagem a personalidades que fizeram história no Benedito Bentes; Roda de Capoeira; Maculelê Tribo Guerreira e a Banda Afro Dendê.

No dia 27, a partir das 8h, a 7ª Copa Benedito Bentes de Capoeira, na Escola Estadual Marcos Antônio (Benedito Bentes I), com a Troca de Corda e Formatura em várias categorias. Já no dia 28 (domingo), às 9h na Praia de Pajuçara (em frente ao pavilhão do Artesanato) terá a Competição de Solo e Roda de Capoeira.

Foram confirmadas as presenças de instrutores, professores, mestres e contramestres da capoeira do Estado de Alagoas, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Sergipe. 

Mais informações: (82) 98734-0218 / 99919-5004.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Literatura afro

A leitura é essencial para o aprofundamento de conhecimentos, conhecer lugares, desvendar culturas, viajar nas ideias e crescer em todos os sentidos. Todo conteúdo é importante e pode ser executado em qualquer lugar, e principalmente em dias frios como diria o Mestre Djavan.

Em relação à literatura sobre as questões étnico raciais, as publicações nas mais diversas áreas e pesquisas acadêmicas encontram-se em fase de expansão e tem conquistado espaço na rede mundial de computadores. Professores, estudantes e pesquisadores interessados na história e cultura africanas já podem acessar a biblioteca digital da Universidade de Aveiro (Portugal), que possui mais de 2500 obras digitalizadas de Angola, Cabo Verde, Goa, Guiné, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor. 

O projeto "Memória de África e do Oriente" foi idealizado em setembro de 1996, refere-se à história dos países de Língua Portuguesa, durante a administração colonial; sendo executado pela Universidade de Aveiro e pelo Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CESA). São livremente disponibilizados no site http://memoria-africa.ua.pt/: livros da escola primária do tempo colonial, relatórios, fotografias e documentos oficiais.

No Brasil, a Adital Jovem (Notícias da América Latina e Caribe) realizou um levantamento das principais obras dos autores e autoras considerados(as) como referências na literatura afrobrasileira. Destacam-se: Domingos Caldas Barbosa (1738-1800), Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814), Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), José do Patrocínio (1853-1905), João da Cruz e Souza (1861-1898), Afonso Henriques de Lima Barreto (1891-1922), Lino Guedes (1906-1951), Solano Trindade (1908-1974), Maria Firmina dos Reis (1825-1917) e Carolina Maria de Jesus (1914-1977).

Já no site da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) - http://www.abpn.org.br/novo/ - é possível encontrar a revista eletrônica institucional, artigos acadêmicos e publicações relevantes sobre questões étnicas da atualidade, a exemplo, da Coleção "Negras e Negros: Pesquisas e Debates" sobre: Mídia e Racismo; Saúde da População Negra; Questões urbanas e racismo. Outro mecanismo importante é a Editora Selo Negro, especializada nas questões afros e possui publicações sobre temas em diversas áreas. Também existe o Dicionário Escola Afro-Brasileiro escrito por Nei Lopes em 2006, que é recomendado para quem quer ler sobre escravidão, racismo e personalidades negras de destaque.

Na área infanto juvenil é possível encontrar vários livros e contos africanos, inclusive com download gratuito, que estimulam a criatividade, reflexão e pertencimento étnico. Agora, não existe mais desculpas para fortalecer o saber e a implementação da Lei 10.639/2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".

Sigamos em frente, informação é tudo! Axé!


Fonte: Coluna Axé – 379ª edição – Jornal Tribuna Independente (23 a 29/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Convite: Celebração da Mãe Mirerê


O silêncio conveniente em torno da polêmica do Oscar


 
Por: Luiz Valerio P. Trindade

 

“A morte de cada homem diminui-me, porque sou parte da humanidade. Portanto, nunca procure saber por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” (John Donne, 1572 – 1631)



Inicio este artigo com a citação em destaque porque a considero pertinente e apropriada para ilustrar simbolicamente a ideia de que o “sino” que toca lá toca aqui também e que determinados fatos e acontecimentos ocorridos em outros territórios também são capazes de nos afetar, mesmo que na superfície possam parecer que não.

Diante disso, a crítica que faço a partir deste momento é com relação aos veículos de comunicação líderes do Brasil (sobretudo as principais revistas semanais de notícias e os jornais diários de grande circulação) pela tímida e/ou quase nula cobertura dada em torno do debate recente nos EUA envolvendo a total ausência de diversidade étnica, pelo segundo ano consecutivo, nas principais categorias da maior premiação do cinema mundial (ou seja, o Oscar). Dá-se as costas para o assunto porque, muito convenientemente, o tema é encarado como sendo algo restrito à realidade norte-americana. Ou seja, isso não nos diz respeito. Contudo, avalio que não é bem assim.

Pode-se argumentar perfeitamente que, tecnicamente falando, o Oscar não é a única e nem tampouco a mais importante premiação cinematográfica do mundo já que existem outras igualmente de elevado prestígio e tradição como, por exemplo, Festival de Cannes, Festival de Berlim, BAFTA, Globo de Ouro, entre alguns outros. No entanto, sem entrar no mérito da profunda análise crítica cinematográfica de cada uma destas premiações, considero que dois fatos são absolutamente inegáveis: em primeiro lugar, a enorme visibilidade global conferida por esta premiação e, em segundo lugar, o grande poder de alavancagem comercial dos filmes laureados com o Oscar e bem como na carreira dos artistas e diretores contemplados com a estatueta são inigualáveis. E quando se fala em visibilidade, estamos falando também de representação social, de reconhecimento, de estabelecimento de referências positivas e construtivas para gerações futuras, de conquistas e de senso de pertencimento.

Sendo assim, considero que o debate gerado nos EUA é saudável, necessário e atual, pois traz à tona estas questões fundamentais na vida em sociedades cada vez mais multiétnicas em contrapartida a uma ideologia uni-étnica “modelo”. E resgatando a citação inicial de não se perguntar por quem os sinos dobram, observa-se que a postura adotada por grande parte dos principais veículos de comunicação nos abstém deste debate porque “não é com nós”. Não é aqui que os “sinos” estão dobrando. No entanto, basta ler, por exemplo, o livro A Negação do Brasil de Joel Zito Araújo para constatar muito claramente que nós também estamos inseridos na mesma situação e não é de hoje. Estes “sinos” da invisibilidade social, ausência de representação social qualificada e/ou permeada de estereótipos estigmatizadores também tocam por aqui em alto e bom som, embora muitos fingem não ouvir suas badaladas.

Observa-se que o fato gerou (e ainda tem gerado) muitos debates e pontos de vista divergentes nos EUA. Alguns artistas se manifestam no sentido de boicotar a cerimônia, outros advogam pela eventual necessidade de estabelecimento de políticas de cotas, outros demandam mudanças na composição dos membros da Academia de Artes e Ciências, e há também vozes diametralmente opostas que sustentam que tudo não passa de uma simples questão de merecimento dos indicados. Eu não tenho como apontar a melhor solução e, na verdade, nem é esta minha pretensão com este artigo. Contudo, defendo o ponto de vista que, sem debate de ideias, a questão permanece eternamente adormecida ou mantida convenientemente na obscuridade, com pouca relevância e abafando a voz dos que clamam, legitimamente, por transformações sociais que nos conduzam a um estágio de maior equidade de oportunidades. Portanto, ao não conferir importância alguma a este fenômeno, os veículos de comunicação não privaram a sociedade brasileira tão somente da notícia e da melhor compreensão do fato em si, mas, sobretudo de uma rica oportunidade de discussão e reflexão em torno de nós mesmos como sociedade multiétnica que somos (embora a televisão e a propaganda ainda insistam em adotar o padrão estético predominantemente escandinavo). Consequentemente, a privação do debate transmite a errônea impressão de que o fenômeno em questão não nos diz respeito (estes “sinos” estão badalando por lá) e, potencialmente, torna-se tão deletério quanto o fato em si.



(*) Luiz Valério de Paula Trindade é Mestre em Administração de Empresas onde defendeu a dissertação: Participação e representação social de indivíduos afro-descendentes retratados em anúncios publicitários de revistas: 1968 – 2006. Possui diversos artigos já publicados sobre a temática de representação social de indivíduos negros. Atualmente é doutorando em Sociologia na Inglaterra onde investiga a prática de construção e disseminação de discursos preconceituosos e racistas nas redes sociais.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Guia da Cultura alagoana prorroga prazo para cadastramento

O Guia da Cultura alagoana Ensaio prorrogou para a próxima quarta (24) o período de cadastramento para a nova edição impressa, que será lançada em abril. O cadastro terminaria na última segunda (15) mas foi prorrogado. A última edição foi lançada em dezembro passado.

O Guia Ensaio divulga os contatos de quem vive e trabalha com cultura, direta e indiretamente, como atores, músicos, pesquisadores, prestadores de serviços, técnicos etc... São 13 categorias que abrangem diversos segmentos artísticos e técnicos.

Guia Ensaio

Essa ideia surgiu de uma necessidade pessoal e profissional do Jornalista e Produtor Cultural Keyler Simões, criador e editor do Guia Ensaio, de ter a mão os contatos de artistas, prestadores de serviços, instituições, casas de shows e demais profissionais, de forma fácil e eficiente, onde todos pudessem ter seus contatos divulgados, sem pagar nada por isso, assim como a própria distribuição.

O Guia Ensaio continua cadastrando, gratuitamente, 13 categorias, reunindo mais de mil contatos, bastando para isso que os cadastrados atualizem e enviem seus dados, bem como sua própria distribuição, direcionada para quem trabalha com o segmento cultural e afins, como turismo e empreendedorismo. O site é www.balaiodefatos.com e o e-mail: guiaensaio@hotmail.com.

Os dados necessários são: Nome; atividade ou categoria enquadrada; telefone; e-mail, endereço, site (se tiver).

As categorias cadastradas nesta edição são:
1.Arquivos, Patrimônio Material, Imaterial e Museus
2.Artesanato, Moda e Design
3.Artes Cênicas
4.Artes Visuais, arte digital e fotografia
5.Audiovisual
6.Cultura Afro-Brasileira
7.Culturas Populares
8. Instituições
9.Literatura, Livro e Leitura
10.Música
11.Mídia
12.Prestadores de Serviços e comércio
13.Produtores Culturais

Esta última edição poderá ser encontrada gratuitamente em:  órgãos de cultura, turismo, teatros, prestadores de serviços etc...

A próxima edição será lançada em abril de 2016.

Mais Informações:
(82) 99971-4281 / 98702-2784

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O racismo carnavalesco

O Carnaval 2016, foi marcado por polêmicas e visibilidade do racismo na mídia. Todos os anos, pessoas anônimas buscam se divertir e chamar a atenção com suas fantasias ousadas, criativas.

O caso que chamou atenção no País, foi a foto de uma família de Belo Horizonte (MG), cujo casal de jovens aparecem com vestimentas dos personagens da Disney, Aladdin e Jasmine, e o seu filho nos ombros vestido de Abdu, o macaco de estimação. O que era apenas uma “brincadeira” na folia contribuiu para a reflexão sobre os estereótipos e a denúncia por racismo e injúria racial.

Outro caso que merece destaque, mas com enfoque sociopolítico, foi a jovem negra e blogueira Luanna Teofillo que se fantasiou de “paneleira Lolô”. A foto e o artigo “Existe whiteface?” recebeu centenas de curtidas e compartilhamentos por manifestar crítica social, e foi reproduzido na Revista Fórum e no site geledes.org.br. Sobre a personagem, escreveu: “Os detalhes da sua caracterização contam mais a sua história: a bolsa Channel para lembrar os dias em Paris (lugar muito superior a São Paulo), a camiseta vintage da seleção herdada do avô militar e a panela na mão como símbolo de sua indignação. Lolo está indignada com tudo o que esta aí, mas não sabe exatamente o que é esse tudo. Ela bate panela na janela para mudar nosso país. Lolo não é racista, mas acha que lugar de moreninho não é na universidade ao seu lado, pois cada um deve ficar no seu devido lugar. As flores no cabelo mostram um certo clima hippie chic, afinal ela quer paz e amor com o apoio do aparelho policial do Estado para defender seu patrimônio e os seus(...)”.

Enquanto isso nas escolas de samba, tanto no Grupo Especial, como nas séries A e B do Rio de Janeiro e São Paulo, surpreendeu a exaltação às religiões de matrizes africana e a representação dos orixás, surpreendeu a retratação do Exu em uma comissão de frente; a história de São Jorge – O Guerreiro na fé; e a vitória da Estação Primeira Mangueira com o samba enredo “Maria Bethânia: a Menina dos Olhos de Oyá”. Beleza e criatividade a parte, as críticas não faltaram.

Porém, após a maior festa popular do Brasil é importante lembrar que racismo não é piada, imaginação de gente complexada, síndrome de inferioridade e perseguição. A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

Já o crime de racismo, previsto na Lei nº7.716/1989, implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos, como por exemplo: recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou às escadas de acesso, negar ou obstar emprego em empresa privada, entre outros.

O carnaval passou, o ano começou, e a luta por respeito continua. Vamos em frente!


Fonte: Coluna Axé – 378ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

4º Xangô Rezado Alto

O dia 02 de fevereiro em Alagoas, é dedicado à reflexão e combate da intolerância religiosa.

Há quatro anos foi criado o projeto “Xangô Rezado Alto”, idealizado pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), cuja coordenação foi repassada para a Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com a Rede Alagoana de Comunidades Tradicionais de Terreiro.

A atividade faz alusão aos 104 anos do Quebra de Xangô: episódio histórico e violento ocorido em 1912 contra religiosos de matrizes africanas, que tiveram seus terreiros invadidos e destruídos por uma milícia armada denominada Liga dos Republicanos Combatentes, além de perseguições e mortes.

Para chamar a atenção da sociedade, hoje(02.02) terá cortejo e a mostra cultural afro-alagoana a partir das 16hs na Praça Floriano Peixoto (também conhecida como Praça dos Martírios) no centro de Maceió. Sobem ao palco, a Orquestra de Tambores, Banda Afro Zumbi, Grupo Iyá Capoeira, Banda Afro Afoxé, Coletivo Afrocaeté e Afoxé Odô Iyá. Estarão presentes ialorixás, babalorixás, representantes das casas de axé de vários municípios, artistas, lideranças de grupos do Movimento Social Negro, pesquisadores e estudantes.

Esse é mais um importante momento para combater preconceitos e a intolerância religiosa; alertar sobre as formas de opressão e violência que são praticados até hoje contra religiosos de matrizes africanas; e reivindicar o compromisso para as causas da população afrodescendente.


Fonte: Coluna Axé – 377ª edição – Jornal Tribuna Independente (02 a 08/02/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Xangô Rezado Alto marca luta contra intolerância religiosa

A Praça Floriano Peixoto sedia nesta terça-feira, dia 2 de fevereiro, a partir das 16h, a quarta edição do Projeto Xangô Rezado. A ação marca a luta de lideranças e simpatizantes das comunidades de matriz africana contra a intolerância religiosa em Alagoas e celebra a memória dos 104 anos do episódio que ficou conhecido como ‘Quebra de Xangô’ – quando, em 1912, casas de culto afrorreligiosos de Maceió foram invadidas e destruídas.

A celebração em memória do ‘Quebra’ reunirá integrantes de comunidades de terreiro, artistas, simpatizantes e grupos culturais ligados à temática afro-brasileira. No palco, a mostra cultural afro-alagoana conta com a participação da Orquestra de Tambores, Banda Afro Zumbi, Grupo Iyá Capoeira, Banda Afro Afoxé, Coletivo Afrocaeté e Afoxé Odô Iyá.

BANNER-XANGÔ REZADO ALTO-JPEG
O Xangô Rezado Alto é uma realização da Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com a Rede Alagoana de Comunidades Tradicionais de Terreiro e apoio da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

Sobre o ‘Quebra de Xangô’

O episódio histórico que ficou conhecido como ‘Quebra de Xangô’ foi um ato de violência praticado entre os dias 1º e 2 de fevereiro de 1912 contra as casas de culto afro-brasileiros de Maceió, que se estendeu também pelo interior de alagoas.

Neste período, babalorixás e yalorixás tiveram seus terreiros invadidos por uma milícia armada, seguida por uma multidão enfurecida, e assistiram à retirada e destruição de seus paramentos e objetos de culto sagrados, que foram expostos e queimados em praça pública, numa demonstração flagrante de preconceito e intolerância religiosa.

O evento intimidou o povo de santo e suas práticas nas décadas subsequentes, proporcionando o surgimento de uma manifestação religiosa intimidada, denominada xangô rezado baixo, uma modalidade de culto praticada em segredo, alimentada pelo medo, sem o uso de atabaques, e animada apenas por palmas.

O projeto Xangô Rezado Alto, além de rememorar o episódio do quebra dos terreiros, reivindica atenção e compromisso para com as causas da população afrodescendente.

Fonte: Clarissa Veiga/ Ascom FMAC