A Praça Floriano Peixoto sedia nesta terça-feira, dia 2 de fevereiro,
a partir das 16h, a quarta edição do Projeto Xangô Rezado. A ação marca
a luta de lideranças e simpatizantes das comunidades de matriz africana
contra a intolerância religiosa em Alagoas e celebra a memória dos 104
anos do episódio que ficou conhecido como ‘Quebra de Xangô’ – quando, em
1912, casas de culto afrorreligiosos de Maceió foram invadidas e
destruídas.
A celebração em memória do ‘Quebra’ reunirá integrantes de
comunidades de terreiro, artistas, simpatizantes e grupos culturais
ligados à temática afro-brasileira. No palco, a mostra cultural
afro-alagoana conta com a participação da Orquestra de Tambores, Banda
Afro Zumbi, Grupo Iyá Capoeira, Banda Afro Afoxé, Coletivo Afrocaeté e
Afoxé Odô Iyá.
O Xangô Rezado Alto é uma realização da Prefeitura de Maceió, por
meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), em parceria com a
Rede Alagoana de Comunidades Tradicionais de Terreiro e apoio da
Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
Sobre o ‘Quebra de Xangô’
O episódio histórico que ficou conhecido como ‘Quebra de Xangô’ foi
um ato de violência praticado entre os dias 1º e 2 de fevereiro de 1912
contra as casas de culto afro-brasileiros de Maceió, que se estendeu
também pelo interior de alagoas.
Neste período, babalorixás e yalorixás tiveram seus terreiros
invadidos por uma milícia armada, seguida por uma multidão enfurecida, e
assistiram à retirada e destruição de seus paramentos e objetos de
culto sagrados, que foram expostos e queimados em praça pública, numa
demonstração flagrante de preconceito e intolerância religiosa.
O evento intimidou o povo de santo e suas práticas nas décadas
subsequentes, proporcionando o surgimento de uma manifestação religiosa
intimidada, denominada xangô rezado baixo, uma modalidade de culto
praticada em segredo, alimentada pelo medo, sem o uso de atabaques, e
animada apenas por palmas.
O projeto Xangô Rezado Alto, além de rememorar o episódio do quebra
dos terreiros, reivindica atenção e compromisso para com as causas da
população afrodescendente.
Fonte: Clarissa Veiga/ Ascom FMAC
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