terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Tambores e prévia carnavalesca


As prévias carnavalescas da capital alagoana 2018, conhecida por Jaraguá Folia, serão no dia 02 de fevereiro – cuja data remete-se ao episódio histórico e violento ocorrido em 1912 denominado “Quebra de Xangô” e que nos últimos anos tornou-se um momento para alertar a sociedade sobre o combate da intolerância religiosa e o respeito à diversidade de cultos.

Desde 2010, o Coletivo Afrocaeté e seus parceiros se uniram com o intuito de homenagear Tia Marcelina, símbolo de resistência na luta contra todo e qualquer ato de intolerância religiosa.

Lideranças do movimento social negro, religiosos de matrizes africanas e integrantes de vários grupos afroculturais sairão no cortejo cuja concentração será às 19h dessa sexta-feira, na sede do Coletivo Afrocaeté – Rua Barão de Jaraguá, 381, Jaraguá – onde caminharão pelas ruas do bairro histórico, com as cores de Xangô, ao som dos tambores em sinal de respeito aos ancestrais, para fortalecer a luta e a fé do povo alagoano.

Nessa mesma noite, a partir das 20h terá o Polo dos Maracatus na Praça Marcílio Dias, com a participação dos grupos Maracatu Baque Alagoano e Coletivo Maracatod@s que farão a animação do público antes da saída dos cortejos.


Fonte: Coluna Axé – 477ª edição – Jornal Tribuna Independente (30/01 a 05/02/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

ONU e suas missões

Durante reunião entre os Estados-membros da Assembleia Geral da ONU, o secretário-geral da Organização, António Guterres, apresentou no dia 16 de janeiro as doze áreas que merecerão atenção do organismo ao longo de 2018.

O primeiro item da lista é a promoção de uma globalização igualitária, que garanta a repartição justa dos benefícios trazidos pela expansão das trocas comerciais, financeiras e culturais no mundo contemporâneo. Entre as prioridades, estão a resolução de crises no Oriente Médio e na Europa; fortalecer as missões de paz e na luta contra o terrorismo; combater as mudanças climáticas; a promoção da migração segura e ordenada; e o fim das disparidades de gênero.

“O respeito pelos migrantes e o respeito pela diversidade, étnica e religiosa, é um pilar fundamental das Nações Unidas e será um pilar fundamental” afirmou o chefe da ONU, que é o símbolo dos ideais das Nações Unidas e porta-voz dos interesses dos povos do mundo, principalmente dos mais pobres e vulneráveis. O português é o nono secretário-geral das Nações Unidas e assumiu as funções em 1º de janeiro de 2017.

Para aprofundar os trabalhos, o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Afrodescendentes está solicitando que todas as partes interessadas enviem submissões relativas à elaboração da Declaração sobre a Promoção e Pleno Respeito dos Direitos Humanos de Afrodescendentes. Essas contribuições podem ser enviadas até o dia 15 de fevereiro e devem abordar direitos e garantidas específicas que a Declaração deverá promover, bem como direitos já previstos por outros mecanismos legais internacionais, regionais ou nacionais existentes. A elaboração da Declaração foi estipulada pela resolução (A/HRC/35/30) do Conselho de Direitos Humanos da ONU, adotada em junho de 2017. 

Já o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos está solicitando contribuições de povos e pessoas indígenas ao estudo que está sendo realizado pelo Mecanismo de Especialistas da ONU sobre Direitos dos Povos Indígenas, com foco no tema “Consentimento livre, prévio e esclarecido”; e as contribuições podem ser enviadas em inglês, francês ou espanhol até o dia 28 de fevereiro.

Mais informações: https://nacoesunidas.org/


Fonte: Coluna Axé – 476ª edição – Jornal Tribuna Independente (23 a 29/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Afoxé e literatura


Contemplado pelo Prêmio Eris Maximiano promovido pela Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac) de Maceió, será oficialmente lançado o livro Oju Omim Omorewá – O Afoxé Dança Para Iansã, pela Editora Viva. Trata-se do resultado das pesquisas realizadas por Daniela Beny durante o curso de Especialização em Antropologia pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Por dois anos (2014/2015), a autora acompanhou os ensaios e apresentações do afoxé e observou as coreografias do grupo e a relação com o orixá do Candomblé Iansã; e conta com descrição a dança de Iansã dentro do contexto religioso e artístico. Também destaca a história do afoxé e aborda os quatro espetáculos, que a autora também trabalhou em alguns como iluminadora de palco: “Oju Omim”, “Agô: Iyabás pedem passagem”, “Chão batido: terra de negros e mestiços” e “Aquarela das cores”.

A publicação também é acompanhada de um CD de mídia com o arquivo do livro e as fotografias dos espetáculos com o recurso de audiodescrição em PDF, no intuito de acessibilizar o material para cegos ou pessoas com baixa visão.

O livro representa a possibilidade de conhecer melhor o Candomblé sob a perspectiva da dança e entendendo como a dança do ritual é ressignificada para o contexto artístico, sendo posta em cena com o devido respeito em relação ao campo do litúrgico. Creio que a principal contribuição está no fato de termos registrado por escrito um pouco da história de um dos primeiros afoxés de Maceió, contando sobre seus espetáculos. O principal desafio superado foi o fato de transformar a monografia em livro, e graças ao prêmio além da publicação foi possível viabilizar a distribuição de parte dos exemplares da bibliotecas públicas, terreiros e pontos de cultura”, destacou a autora.

O pré-lançamento ocorrerá no Terreiro de Umbanda Aldeia dos Orixás, no dia 17 de janeiro às 15h, defronte à Praça Guedes de Miranda, no bairro da Ponta Grossa, e terá um pocket show do Afoxé Oju Omim Omorewá; já o lançamento, no dia 18 às 19h na Quilombada Portal de Autores Alagoanos, no Shopping Pátio, pocket show do cantor Igbonan Rocha. No dia do lançamento, a publicação terá preço promocional de R$20, e depois por R$30 na Quilombada. Prestigie!


Fonte: Coluna Axé – 475ª edição – Jornal Tribuna Independente (16 a 22/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Lavagem do Bomfim 2018

A 18ª edição da Lavagem do Bomfim em Maceió ocorrerá nesse domingo, 14 de janeiro, com a concentração às 15hs, na Rua São João, no bairro do Jacintinho, em Maceió. 

A partir das 16h, os religiosos e simpatizantes das religiões de matriz africana, vestidos de branco e carregando água de cheiro e flores, sairão em cortejo até a Igreja Senhor do Bomfim, no Poço, onde acontecerão queima de fogos, revoada de pombos, pronunciamentos e a lavagem do pátio da igreja. Em seguida, os participantes realizarão a Caminhada de Combate à Intolerância Religiosa, percorrendo várias ruas dos bairros do Poço, Pajuçara e Ponta da Terra, encerrando na Casa de Iemanjá. 

A cerimônia religiosa saúda Oxalá, o deus Yorubá sincretizado como Senhor do Bomfim, acompanhados de batuques e utiliza o elemento água como símbolo de purificação para a conquista de novas realizações. Também busca promover a integração das casas de axé do Estado, grupos praticantes, grupos afroculturais e pesquisadores que defendam o direito à liberdade de culto e de manifestação da fé, além do combate ao preconceito. 

A cada ano, a atividade recebe a admiração da sociedade alagoana e amplia o número de pessoas que vão prestigiar e apoiar, além de agregar mais parcerias. Esse é o momento de busca pela paz, amor e respeito.



Fonte: Coluna Axé – 474ª edição – Jornal Tribuna Independente (09 a 15/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com



quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Políticas Culturais Afro-brasileiras

O Ministério da Cultura (MinC) oficializou a criação do Grupo de Trabalho (GT) de Políticas Culturais Afro-Brasileiras, por meio da Portaria nº 118, publicada na quarta-feira (27), no Diário Oficial da União. 

O objetivo é desenvolver propostas de políticas para a defesa e a promoção da cultura afro-brasileira, além de gerar subsídios e estimular articulações interministeriais que envolvam os povos de matriz africana. O GT será formado por representantes (titulares e suplentes) e a participação será considerada prestação de serviço público relevante e não será remunerada. 

O MinC será representado pelo Gabinete do Ministro; Secretaria Executiva; e as secretarias de Cidadania e da Diversidade Cultural, Articulação e Desenvolvimento Institucional, Audiovisual, Fomento e Incentivo à Cultura, Economia da Cultura. Também contribuirão nas discussões, membros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Fundação Cultural Palmares (FCP). 

Na presidência estará um representante do Gabinete do Ministro da Cultura e, em seu afastamento, pelo representante da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC) do MinC. A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério dos Direitos Humanos terá o papel de articuladora do Grupo. Também poderão ser convidados membros da sociedade civil, do Conselho Nacional de Política Cultural e/ou de outros órgãos, com notório conhecimento, para contribuir com o desenvolvimento dos trabalhos, visando à promoção da participação social nos debates. 

Dentre as atribuições estão: elaborar propostas de políticas para a defesa e a promoção da cultura afro-brasileira; articular, junto aos órgãos federais, as ações e os programas que possuam convergência com outras Pastas; e ainda, deve estabelecer mecanismo para permitir a participação e o protagonismo dos povos de matriz africana no processo de elaboração e implementação das políticas. 

O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 180 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período. Esperamos, que os resultados sejam positivos para ampliar as políticas afirmativas e fortalecer a cultura afro-brasileira em todo território nacional.


Fonte: Coluna Axé – 473ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 08/01/18) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com