terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Secretaria da Mulher apoia grupos afro do Estado no perdão do Quebra
Xangô Rezado Alto celebra a Memória do conhecido “Quebra de 1912”
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Habemus Rainha: Ilê Aiyê escolhe Deusa do Ébano 2012 em noite de beleza e talentos
Cojira-AL realiza reunião de planejamento para 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
Miss Universo é convidada e pede R$ 50 mil para dar o ar da graça na Sapucai
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Músicos alagoanos homenageiam Zumbi com canção inédita
Por Daiane Souza
“Quando for fazer cantiga, lá na Serra da Barriga, me diga que eu quero ir”. Com esta frase o compositor Petrúcio Baêtto e o músico Gustavo Gomes iniciam a música Ponto do Colibri, resultado de parceria para homenagear o líder Zumbi, no Estado de Alagoas. Inédita, a canção teve como inspiração momentos de reflexão de Baêtto em suas visitas a Serra onde existiu o maior quilombo da América Latina, o Quilombo dos Palmares.
Compositor de músicas relacionadas com a poesia e influencias regionais, Baêtto conta que quando chegava ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, no alto da Serra, sentia a necessidade de fazer música. Mas não servia qualquer uma, faltava algo de história, de sentimento. Em frases simples o artista apresenta sua relação com a natureza e com o “território negro”. “Ponto do Colibri tem um apelo muito forte. É uma das melhores parcerias que já fiz”, afirma.
A melodia de Gomes completou a obra. Nela, os sons de viola, violão e violino se harmonizam à percussão e a vocais que levam o ouvinte a refletir sobre sua ancestralidade. “A canção é um lamento, quase um apelo. Com um vocal e um toque mais oriental mostra certa semelhança com cantos africanos”, explica Gomes que afirma ter sido esta sua primeira experiência em musicar uma canção com temática negra.
Repercussão – Depois de finalizada, Ponto do Colibri foi apresentada e transmitida uma única vez no dia 20 de novembro – Dia da Consciência Negra – por meio da Rádio Educativa do Instituto Zumbi dos Palmares de Maceió. Embora pouco conhecida, a canção que já conquistou corações negros alagoanos pode vir a se tornar o Hino da Serra da Barriga e do Parque Memorial Quilombo dos Palmares.
De acordo com Genisete de Lucena Sarmento, representante da Fundação Cultural Palmares em Alagoas, a proposta será feita aos músicos o mais breve possível. “É uma música única, diferente de todas que já vi. Representa bem a ‘terra de Zumbi’”, ressalta. “Para que a obra tome essa dimensão só dependerá do retorno deles”, afirma.
O início - Petrúcio Baêtto e Gustavo Gomes se conheceram há cerca de um ano em um festival de música. Após algumas conversas realizaram seu primeiro trabalho juntos, a música Santa Cruz de Beira de Estrada. A canção trata de uma cultura muito comum nos estados do nordeste do país, o de deixar cruzes de madeira nas rodovias, em pontos onde morrem crianças vítimas de acidentes de trânsito.
De acordo com Baêtto, a parceria deve continuar. “Temos planos para outros trabalhos juntos. Gustavo tem uma inspiração muito grande que dá as músicas um resultado fenomenal”, conta, elogiando o companheiro. Já para Gomes, em especial a canção dedicada a Zumbi, lhe trouxe outra dimensão da cultura negra. “Quero me instruir cada vez mais nesse contexto-identidade”, conclui.
Clique aqui para ouvir a música.
Confira a Letra:
Ponto do Colibri
Letra: Petrúcio BaêttoMúsica: Gustavo Gomes
Quando for
Fazer cantiga
Lá na Serra da Barriga
Me diga que eu quero ir
No vôo do colibri
A estrela de antares
Iluminará Palmares
Não deixará de existir
Não deixará de existir
E assim a gente abriga
A voz numa cantiga
Lá na terra de Zumbi
Lá na terra de Zumbi
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Maceió sediará evento dos Agentes de Pastoral Negros no ano que vem
Maceió vai sediar, em março do ano que vem, um grande encontro para celebrar os 30 anos de fundação da Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros (APNs), entidade de caráter inter-religioso. Nesta quarta-feira (25.01.12), o coordenador nacional dos APNs, Nuno Coelho, foi recebido pelo prefeito Cícero Almeida, que garantiu apoio do município para a realização do evento. Está prevista a realização de sessão solene conjunta da Câmara Municipal e Assembleia Legislativa, simpósio e noite de gala, com homenagem a 30 personalidades afrodescendentes. Centenas de autoridades e integrantes de vários mocambos espalhados pelo Brasil participarão do evento.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
E os haitianos . . .
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
I Conferência Municipal sobre Transparência e Controle Social
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Cotas : Missão cumprida - Daniel Echaniz é expulso do BBB 12
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Diretor de diversidade, o mais novo executivo de grandes empresas
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
MP de Alagoas poderá ter promotoria de repressão à intolerância religiosa
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Controle migratório de haitianos no Brasil gera debate
No mesmo dia em que se completam dois anos desde o terremoto que devastou o Haiti, o Conselho Nacional de Imigração (Cnig) brasileiro avalia resolução que restringe a cem o número mensal de vistos a serem concedidos a haitianos que queiram emigrar ao Brasil.
A medida é parte de uma proposta do Ministério da Justiça para regularizar a situação migratória de haitianos no Brasil, que ganhou a atenção da opinião pública por eles virem, muitas vezes, por rotas ilegais, intermediadas por coiotes (atravessadores), e se concentrarem em cidades amazônicas com poucas condições para abrigá-los.
Segundo a proposta do MJ, os haitianos que já se encontram no Brasil - número estimado pelo governo em 4 mil pessoas - terão sua situação regularizada, recebendo autorização de residência que lhes dará direito a morar e trabalhar aqui.
Caso a resolução seja aprovada pelo Cnig, os haitianos que quiserem vir ao Brasil em busca de um trabalho teriam uma cota de cem vistos por mês, a serem concedidos pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe. Quem chegar sem documentos após a resolução corre o risco de ser deportado.
'O Brasil criou um canal adicional aos haitianos, além do canal tradicional de vistos (para quem já tem um vínculo empregatício no Brasil)', diz o secretário-executivo e ex-ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, em entrevista à BBC Brasil.
'Nossa preocupação não é tanto com o número de imigrantes, mas com a forma como vêm (por intermediários ilegais, pela floresta). Soubemos de casos de estupro, de roubos, de violência (contra os haitianos). O Brasil não tem essa tradição.'
Deportação
Suzanne Legrady, do grupo católico Missão Paz, do qual faz parte a Casa do Migrante, em São Paulo, diz que a atual discussão em torno da imigração haitiana tem provocado insegurança na comunidade.
Muitos dos que já estão aqui estão com medo de falar com a imprensa; outros, consultados pela BBC Brasil, tinham planos de trazer parentes para cá - planos que talvez tenham de ser revistos.
'Não acho bom limitar (a concessão de vistos). Temos que pensar além dos números (de imigrantes), porque são seres humanos. E migrar não é delito.'
Helion Póvoa Neto, professor da UFRJ e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM), opina que a cota de vistos e a consequente possibilidade de deportação de haitianos não regularizados pode criar uma saia justa para o Brasil.
'É uma questão politicamente difícil. Vamos deportar pessoas para um país onde fazemos uma intervenção humanitária?', questiona, em referência à liderança brasileira da missão da ONU no Haiti.
Em comunicado, a ONG de direitos humanos Conectas diz temer que 'a ameaça de deportação feita pelo Ministério da Justiça brasileiro e a restrição no número de vistos concedidos aos haitianos represente ainda mais sofrimento para as milhares de famílias que tentam reconstruir suas vidas no Brasil, fugindo de décadas de conflitos internos, criminalidade, pobreza, instabilidade política e desastres naturais em seu país de origem'.
O secretário Luiz Paulo Barreto, afirma, em contrapartida, que 'vamos criar um canal formal e privilegiado de imigração. Isso (deportação) acontece em todos os países. Tratamos os haitianos com essa proximidade e seguiremos nossa política de ajudar o país, mas não queremos incentivar a diáspora de sua mão de obra mais qualificada (para o Brasil).'
Atividade laboral
Os cem vistos mensais devem ter validade inicial de cinco anos e permitirão que os haitianos trabalhem no Brasil. Nesse prazo, deverão comprovar o exercício de atividade laboral.
Segundo Barreto, esse número pode ser revisto. 'Achamos que 1.200 vistos por ano sejam suficientes para contemplar a demanda. Se isso for insuficiente, podemos reavaliar.'
Cidades amazônicas fronteiriças se tornaram porta de entrada para haitianos; e governos estaduais têm reclamado do caos social provocado pela imigração nas cidades. Um exemplo é o município de Brasileia (AC), de cerca de 21 mil habitantes, na fronteira com a Bolívia, que concentra cerca de mil haitianos.
O Ministério da Justiça prometeu ajuda a essas cidades e 'reforçar a fiscalização de fronteira em parceria com Peru, Equador e Bolívia, para atacar a rota ilícita de imigração', nas palavras do ministro José Eduardo Cardozo.
Para Rosita Milesi, diretora do Instituto Migração e Direitos Humanos, é justamente o combate a coiotes e redes de tráfico que deve ser priorizado pelo governo. 'Este é um ponto fundamental, para não deixar pessoas vulneráveis expostas à ação destes grupos inescrupulosos.'
Ela também defende 'um plano para que haitianos possam vir regularmente ao Brasil, habilitando-se para capacitação profissional e depois retornado ao seu país em condições de contribuir com seu próprio desenvolvimento', desde que eles recebam aqui a oportunidade de 'acolhimento, aprendizagem do idioma, integração laboral e social'.
Fonte: BBC Brasil