sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cresce mobilização de protesto contra intolerância religiosa



Entidades representativas das religiões de matriz africana, do movimento estudantil, da sociedade civil organizada, instituições governamentais e movimento negro alagoano, voltaram a se reunir nesta quarta-feira (28), na sede da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, para dar início aos encaminhamentos com vistas a intensificar a mobilização de protesto contra a intolerância religiosa.

Além de atos políticos e ação judicial contra a Prefeitura de Maceió, eles cobram uma retratação do Município por ter estabelecido tempo e espaço para as oferendas à Iemanjá no dia 8 deste mês, inclusive ameaçando os religiosos com uso da força caso a decisão fosse desobedecida.

As atividades de protesto começam no dia 10 de janeiro com a denúncia formal ao Ministério Público, acompanhada de ato político e divulgação de uma carta aberta. Também está sendo organizado um grande cortejo para marcar a entrega da interpelação judicial, audiência na Câmara de Vereadores, além de um grande ato público em fevereiro, para lembrar o “Quebra de 1912” e denunciar as perseguições que ainda hoje sofrem as religiões afrobrasileiras.

Os organizadores do movimento consideram que a decisão da prefeitura foi um ato de intolerância religiosa. Na opinião do coordenador nacional de formação dos Agentes de Pastoral Negros (APNs), e integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Cnpir), Helcias Pereira, o município feriu o Estatuto da Igualdade Racial, que menciona o direito à liberdade de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana, inclusive a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões.

Para o coordenador da Comissão das Minorias e Direitos Humanos da OAB/AL, advogado Alberto Jorge Ferreira dos Santos, as tradições devem ser respeitadas e mantida a liberdade de religiosidade negra. “Não negociaremos com a prefeitura o lugar nem o horário destas cerimônias”, enfatizou.

Já o vice reitor da Uneal (Universidade Estadual de Alagoas) e historiador Clébio Araújo, destacou que a atividade do dia 8 de dezembro para os terreiros não significa apenas uma homenagem, mas uma celebração religiosa que segue preceitos e não pode ser mudada de qualquer forma, o que fere o direito de liberdade religiosa.

Mobilização
– As comissões de trabalho agora intensificam a mobilização junto a outras entidades dos movimentos sociais, sindicais e de outros segmentos no sentido de ampliar as adesões de apoio às manifestações.

Valdice Gomes - Comissão de Jornalistas pela Igualdade
Racial (Cojira-Alagoas). 9951-9584

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Instituto Mídia Étnica lança a campanha “Contrarie as Estatísticas”


Campanha tem o objetivo de apresentar ao jovens negros(as) de periferia, que outro caminho é possível diferente daqueles apontados por estatísticas e indicadores sociais



Ideia é apresentar ao jovem negro(a) da periferia possibilidades diferentes das estatísticas.

Apresentar ao jovem negro e negra de periferia que outro caminho é possível diferente daqueles apontados por estatísticas e indicadores sociais, é o principal objetivo da campanha “Contrarie as Estatísticas”, lançada nesta semana pelo Instituto Mídia Étnica/Correio Nagô. A iniciativa da organização, criada há seis anos e formada por jovens comunicadores, surgiu após a divulgação dos últimos indicadores sociais que apontam o alto de risco de vulnerabilidades e desigualdades aos quais a juventude negra brasileira está exposta, a exemplo, do aumento da taxa de homicídios, analfabetismo, gravidez na adolescência, pobreza, entre outros.

A proposta do IME, como o Instituto é carinhosamente chamado pelos seus integrantes, é trazer referências de jovens negros e negras que vieram de comunidade carentes e que conseguiram driblar estes índices e ocupam lugar de destaque e de decisão na sociedade. Segundo dados do relatório “Situação da Adolescência Brasileira 2011 – O direito de ser adolescente: Oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualdades”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), atualmente vivem no Brasil 21 milhões de meninos e meninas entre 12 e 18 anos, destes 56,6% são negros. Na Bahia, são aproximadamente dois milhões de adolescentes, deste 78,3% são de garotos e garotas negras. De acordo com dados da agência da ONU, projeções demográficas mostram que o país não voltará a ter uma participação percentual tão significativa dos adolescentes no total da população.

Visando garantir oportunidades e a concretização dos devidos direitos desse segmento da população, que é o direito à vida e o direito de serem plenamente adolescentes e jovens, o Instituto Mídia Étnica convoca a sociedade brasileira a contrariar as estatísticas e os indicadores sociais que violam esses direitos, a partir de referências positivas desta juventude. “O jovem negro e negra brasileira precisam de exemplos que lhe sejam contemporâneos, ou seja, eles precisam saber que podem ser advogados, médicos, jornalistas, publicitários, que eles podem ter ensino superior e principalmente que eles podem estar vivos para realizar isso. É por isso que na campanha trazemos como referência, jovens que conseguiram contrariar essas estatísticas, dados estes que na maioria das vezes se transformam em números e mais números ao invés de ações concretas que mudem essa realidade”, explicou a coordenadora executiva do Instituo Mídia Étnica, Ilka Danusa.

Veja abaixo mais dados sobre as vulnerabilidades que atingem a juventude negra brasileira:

Homicídios

Em quatro anos, a taxa de homicídios entre adolescentes de 12 a 18 anos na Bahia teve um crescimento de quase 400% – em 2004, a taxa medida por 100 mil habitantes da mesma idade era de 8,6, em 2009 a taxa chegou a 31,1. O adolescente negro desta faixa etária tem 3,7 vezes mais risco de ser assassinado em comparação com adolescentes brancos, segundo dados do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) de 2009.

Situação de Rua

São 24 mil meninos e meninas em situação de rua no Brasil, segundo dados de um estudo do Consleho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos (2011). Entre eles, 70% são meninos. Dos 24 mil adolescentes que estão expostos a todo tipo de violação de seus direitos, quase metade deles (45,1%) tem entre 12 e 15 anos e 72,8% são negros (pretos e pardos).

Extrema Pobreza (até ¼ de salário mínimo)

A média nacional de adolescentes vivendo em situação de extrema pobreza, em 2009, era de 17,6%. Entre meninos e meninas negras esse índice chega a 22%. Os adolescentes negros que vivem nas regiões Norte e Nordeste são ainda mais vulneráveis. No Nordeste, enquanto 26% dos meninos e meninas brancos eram extremamente pobres, entre os negros, esse índice é de 31,5%.

Educação

Apesar dos avanços na educação, o percentual de adolescentes entre 16 e 17 anos negros que tinham o ensino fundamental era de 56% em 2009, em comparação aos adolescentes brancos que tem o percentual de 75,6%. No que se refere ao ensino médio, enquanto 60,3% dos adolescentes de 15 a 17 anos brancos frequentavam as escolas em 2009, entre os adolescentes negros, o índice era de 43,4%. Os adolescentes de 15 a 17 anos brancos atingem 7,8 anos de estudo, em média, e os negros 6,8.

Gravidez

A taxa de incidência de gravidez na adolescência é maior entre as adolescentes negras, o percentual é 6,1% entre as meninas negras de 15 e 17 anos, em comparação com o índice entre as adolescentes brancas, de 3,9%

Mercado de Trabalho

Dados da pesquisa de emprego e desemprego da Região Metropolitana de Salvador , intitulada “A Desigualdade entre Negros e Não-Negros no Mercado de Trabalho”, do Dieese 2009, apontam que a presença negra na População Economicamente Ativa (PEA - 2008) alcança 85,4%. Contudo, a ocupação desta parcela se dá, com frequência, em setores e posições em que os rendimentos são menores (negros: R$ 4,75 e os não-negros: R$ 9,63; as jornadas mais extensas (42 horas semanais para negros e 41 horas para os não negros) e participação em postos de direção (28,4% para não negros e 9,1% para negros).



Informações : 71- 9959-2350 \ 71 8782-7739 – Luciane Reis (Coordenadora da Instituição e da Campanha)

Fonte: Juliana Dias - Mídia Étnica

Questionário sobre Racismo no Carnaval de Salvador já está disponível na internet

O Carnaval de Salvador é uma das maiores festas populares do Brasil. Com uma população formada em sua maioria por negros, a Bahia recebe turistas de todo o país e do mundo durante os quatro dias de folia. A fim de estudar o racismo na capital baiana nesse período, foi criado o Projeto de Pesquisa Racismo no Carnaval de Salvador.

Uma das partes do projeto consiste na aplicação de um questionário, elaborado pelo Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (CEPAIA) e pelo Departamento de Educação do Campus I da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). A proposta é que o questionário seja respondido por todas as pessoas que já participaram do carnaval na condição de foliões, trabalhadores ou telespectadores, seja a pessoa de Salvador ou de qualquer parte do Brasil ou do mundo. O sigilo dos entrevistados é absoluto.

O questionário já está disponível na internet, no site: www.racismonocarnaval-salvador.org.br. Na caixa de diálogo à direita da página, digite seu e-mail. Em instantes você receberá uma senha para participar da pesquisa.

Projeto – A intenção deste projeto é investigar de que maneira o racismo se manifesta no âmbito do carnaval de Salvador, identificando os fatores estruturais que antecedem a realização da festa, bem como as ocorrências de discriminação racial durante o evento.

Ao final da pesquisa será divulgado um Relatório e encaminhado para organizações vinculadas ao carnaval e aos órgãos governamentais. Além disso, os dados serão disponibilizados no site da UNEB. Com esses dados, a equipe de pesquisadores poderá auxiliar na produção e promoção de políticas públicas que visem mitigar o racismo não somente no Carnaval mas ao longo de todo o ano.


Fonte: Fundação Cultural Palmares

sábado, 24 de dezembro de 2011

Funcionária é agredida dentro do Supermercado GBarbosa

A vítima que é uma mulher negra sofreu violência moral e física, e o gerente da loja evitou prisão em flagrante



Texto e fotos: Helciane Angélica – Jornalista/integrante da Cojira-AL


O Natal é considerado o período mais esperado do ano para as famílias e empresas, onde as pessoas pregam a paz, união e o amor ao próximo, além de irem às compras para adquirir os produtos das confraternizações e garantir a troca de presentes. Porém, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL/Sindjornal) denuncia um fato lamentável que ocorreu na última quinta-feira (22.12) em Maceió.

Por volta das 10h30, no Supermercado GBarbosa localizado no bairro da Cruz das Almas na capital alagoana, a funcionária Cássia da Silva Nicandio, 37, foi covardemente agredida por outro funcionário chamado James das Neves Bernardes no próprio local de trabalho. Segundo a vítima, James era uma pessoa reservada e tranquila, mas nos últimos dias estava sendo grosseiro com todos, inclusive, com a encarregada do setor.

Eu fui conversar para saber o que estava acontecendo, ele tinha faltado e perguntei se estava doente, se estava tudo bem. Ele disse que tinha todas as doenças do mundo e que ninguém do trabalho acreditava”. Cássia terminou perguntando se aquilo era destinado a ela, e aos gritos James respondeu: “se a carapuça serviu o problema é seu”. Diante da resposta ríspida, pediu para abaixar o tom de voz e foi quando ele partiu para cima, ela se protegeu com um empurrão e depois foi atingida com uma lata de refrigerante na cabeça.

A partir daí, as agressões se multiplicaram sobre os olhares de outros funcionários e clientes. James tentou dar uma “gravata” no pescoço, jogou-a no chão, deu socos e pontapés, enquanto, as pessoas gritavam pedindo para parar e tentavam afastá-lo. Com a chegada do gerente, o ataque cessou e os demais funcionários queriam linchá-lo, mas, ele foi conduzido para o setor pessoal onde ficou um tempo, deixou seu atestado médico, e em seguida liberado.

A polícia não foi acionada e com a demora da SAMU, a vítima saiu desacordada em um carro de um amigo e foi atendida em um hospital particular. Posteriormente, seguiu para a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher; onde prestou queixa e o boletim de ocorrência, depois foi até o Instituto Médico Legal (IML) fazer o exame de corpo de delito.

Para a ativista do movimento negro alagoano, Filomena Felix Costa – Presidenta do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), onde Cássia também é integrante – sua amiga foi duplamente agredida. “Foi um absurdo o agressor não ter sido preso em flagrante. Se fosse uma cliente que tivesse sido espancada, ele seria liberado? E se fosse alguém que estivesse roubando a loja, mesmo que fosse um confeito também seria liberado? Onde estavam os seguranças? Esse caso não pode ser esquecido, temos que denunciar na mídia porque a empresa foi conivente durante o momento e também por se tratar de uma mulher humilde e negra, que foi humilhada e teve seus direitos violados”, exaltou.

De acordo com Cássia Nicandio, o gerente mencionou que pretende demitir o funcionário, assim como, afirmou que a empresa está à disposição dela para o que for preciso, e que ela junto à família fizesse o que estivesse ao seu alcance para denunciar o agressor. Neste momento, Cássia anda com dificuldades devido ao inchaço na perna e dores no corpo, e afirma está se sentindo envergonhada com o que aconteceu.


Assessoria jurídica

O advogado Alberto Jorge Ferreira dos Santos, conhecido por Betinho, que é Presidente da Comissão de Defesa das Minorias Étnicas e Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Alagoas) está acompanhando o caso. Ele informou que entrará com uma ação de rescisão indireta de contrato de trabalho, pois a vítima encontra-se em estado de choque e sem condições de exercer suas funções no local, além disso, a omissão da empresa ainda pode acarretar em danos morais.

Em relação a James, o advogado comparecerá com a vítima na próxima terça-feira (27.12) às 9h na Delegacia das Mulheres para conversar com a delegada Paula Mercês da Silva e saber se a intimação referente à lesão corporal foi entregue e seguir com trâmites legais necessários para punir o agressor.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Janaina Melo vence O Aprendiz e leva R$ 1,5 milhão

 Grande final foi transmitida ao vivo do Memorial da América Latina


Texto: Elba Kriss e Miguel Arcanjo Prado, do R7
Fotos: Reprodução por dispositivo móvel



A amazonense Janaina de Melo, de 28 anos, venceu o programa O Aprendiz, na madrugada desta quarta (21). Ela levou o prêmio de R$ 1,5 milhão. Além disso, também ganhou um quadro de US$ 50 mil do artista plástico brasileiro radicado nos Estados Unidos Romero Britto.

Emocionada, ela contou ao R7 o que pretende fazer com tanto dinheiro.

- Quero montar um negócio. Em 2012 ou 2013 vou abrir. Ainda não sei o que será, porque quero estudar muito o mercado antes.

Janaína, que morou nos Estados Unidos por oito anos, vai voltar para o Brasil.

- Sofria muito lá com a falta que sentia da minha família. Agora, isso não será problema.

Ela ainda ressaltou o fato de ser mulher e negra e vencer o reality empresarial.

- Acho que é um exemplo para a raça negra. As negras não precisam sonhar em ser só dançarinas. Podem também ser empresárias, advogadas ou médicas se quiserem. Eu tenho a cara do Brasil.

Ela ainda destacou uma qualidade sua que ficou marcante no reality.

- Com humildade a gente sempre chega lá. Meu maior herói é Deus.

O programa começou com João Doria Jr. surgindo do meio da plateia de 1.600 pessoas, no auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, em São Paulo, de onde a grande final foi transmitida ao vivo para todo o Brasil.

Doria celebrou o resultado final desta edição.

- Estou feliz porque todos os participantes saíram muito melhores do que entraram.

Carla Pernambuco, uma das conselheiras, que votou pela vitória de Janaina, ficou feliz com o resultado.

- A Janaina chegou ao final com muita criatividade. Ela se sobressaiu sobre os outros.

Sobre a perdedora, Renata Tolentino, Carla disse que ela “foi a zebra dessa edição” e que não imaginava que ela conseguisse chegar até a final. Claudio Forner, o outro conselheiro, afirmou que o resultado “só confirmou o que aconteceu nos últimos três episódios, nos quais Janaína se destacou, enquanto que Renata se estagnou”.


Fonte: R7 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ALAGOAS: Religiosos e integrantes de grupos afros se reúnem amanhã



Confira outras imagens da Festa das Águas no site: www.everaldodantas.com.br



Na semana passada ocorreu a reunião de avaliação sobre as atividades executadas no dia 8 de dezembro (Dia de Iemanjá) em Maceió, principalmente, em relação ao registro de inúmeras críticas sobre a intolerância religiosa e contra a delimitação da Prefeitura que estabeleceu o horário e local para a execução de cultos-afros na orla.

Na praia de Pajuçara, compareceu um grande público para assistir as apresentações dos grupos afros-alagoanos (Arê Iorubá, Maracatu Raiz da Tradição, Guesb, Afoxé Oju Omin Omorewá, Coletivo AfroCaeté) e da sambista Leci Brandão. Em seguida, todos os presentes saíram em cortejo pela avenida principal da orla, para protestar contra a intolerância religiosa.

A próxima reunião acontecerá nessa quinta-feira dia (22.12) no auditório da OAB-AL às 9h, com a presença de religiosos de matrizes africanas e de outras crenças comprometidos com o diálogo interreligioso, integrantes de grupos afro-culturais e de entidades sócio-políticas do movimento negro, além de representantes da Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos.

Na ocasião será retomado o debate sobre as mobilizações e produção de documentos assinados por todos através de: Interpelação Judicial; Carta Aberta à Prefeitura de Maceió, exigindo um pedido de retratação; Nota registrando a ausência da mídia diante de um fato tão relevante para a sociedade alagoana; ato simbólico de lavagem da Prefeitura; Mandado de Segurança contra SMCCU; e audiência na Câmara de Vereadores de Maceió.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Basta de violência!

Com informações da Agência Afropress e do site da Fundação Cultural Palmares



Nos últimos dias, a palavra mais dita em Maceió é medo, diante dos arrastões em vários bairros, atentados em coletivos e assassinatos a qualquer hora. Aliás, é a sensação que tem imperado no Estado de Alagoas durante anos, os motivos são vários (falta de oportunidades; deficiência na melhoria das escolas, práticas esportivas e outras ações de cidadania; tráfico de drogas e o descaso político na segurança pública) e não adianta buscar culpados, a problemática tem que ser resolvida para o bem de todos.

De acordo com os dados do Mapa da Violência 2012 sobre os novos padrões da violência no Brasil realizado pelo Instituto Sangari e divulgado na semana passada pelo Ministério da Justiça, a taxa de mortalidade de negros por homicídio no Brasil registrou aumento de 23,4% em 2010 em relação a 2002. O número de vítimas negras era de 26.952, em 2006 o índice foi de 29.925 e de 33.264, em 2010. Destas, 15.008 mortes ocorreram na Região Nordeste somente no último ano, e 1.846 aconteceram em Alagoas. E um dado curioso, é que o único Estado brasileiro onde morrem mais brancos do que negros é no Paraná.

Durante entrevista à Rádio Gazetaweb, na manhã desta segunda-feira (19.12), o governador Teotonio Vilela afirmou: “Eu tenho vergonha de ver o estado nesta condição”, e declarou que a Secretaria de Defesa Social vem trabalhando para reduzir os índices, que segundo ele são heranças de governos passados. “Nós desenvolvemos os programas Ronda Cidadã, Base Comunitária e montamos uma estratégia que integra várias secretarias para tentar reduzir a criminalidade, que cresceu 300% no governo passado”, observou. Também afirmou que pretende fazer concurso público no próximo semestre e chamar imediatamente 1.000 homens para a Segurança Pública.

Para Eloi Ferreira de Araujo, presidente da Fundação Cultural Palmares, a situação é grave, já que as principais vítimas são negras e jovens. “Os dados mostram a necessidade de ações emergenciais por parte do Estado. Não podemos deixar que esses números continuem crescendo. A juventude negra precisa de igualdade de direitos e oportunidades para mudar, sair desta condição de vulnerabilidade”, ressaltou.


Fonte: Coluna Axé - nº182 - Jornal Tribuna Independente (20.12.11)

domingo, 18 de dezembro de 2011

ARTIGO: O nascimento e trindade

Por: Sionei Ricardo Leão - Jornalista e integrante da Cojira-DF


O Prêmio Abdias Nascimento realizado no início de novembro de 2011, pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Rio de Janeiro (Cojira-Rio), simbolizou a união de três conceitos: igualdade racial, política sindical e jornalismo.

Pelas mãos dos membros da Cojira-Rio essa tríade se traduziu num resultado interessante e alvissareiro. Importante salientar que a depender das mãos que se propõem a costurar essas ideias, pode emergir um ogro ou uma beldade. A sabedoria popular receita que a diferença entre o remédio e o veneno se dá pela dosagem escolhida pelo químico.

Na minha percepção, o que se viu no dia 7 de novembro foi a o resultado de uma empreitada audaciosa, inovadora e bem executada. Com a atividade, a Cojira-RJ postula ingresso no clube das entidades que ousam avançar do nível da denúncia e o da reprodução de ideias e comportamentos ao seleto espaço dos que realizam. Ou melhor, daqueles coletivos que têm autoestima, coragem e foco suficientes para atravessar essa distância imensa: cruzar a via para andar na calçada dos que assumem riscos a fim de oferecer à sociedade projetos estruturantes.

Conhecemos as reticências e avaliações negativas que ativistas e organizações de igualdade racial têm feito à grande imprensa brasileira. Isso tem ocorrido muito em razão de coberturas desfavoráveis a duas bandeiras estratégicas para essa militância, ou seja, a política de reserva de vagas para afrodescendentes em instituições de ensino superior (as cotas) e questão fundiária do segmento quilombola. O espaço da política sindical dos jornalistas também vinha sendo, em alguma medida, desdenhado por parte dessa mesma militância de igualdade racial, em alguma medida por se entender que essa vertente, historicamente, foi terreno imberbe ou lento para assimilar as demandas da luta antirracismo.

Bom desempenho ante os desafios

A abertura de centrais sindicais e suas entidades filiadas ao tema igualdade racial, convenhamos, é recente. Quando se trata do ambiente das redações, a desconfiança não é menor. São muitos os editores refratários a pautas que tenham a ver com essa temática. É também comum o fenômeno de profissionais de imprensa afrodescendentes que evitam se envolver com essa causa por temerem que a imagem de militante os fragilize na disputa árida para se manter ou prosperar na profissão.

Há também no ambiente sindical do jornalismo uma prática no mínimo surpreendente. Por vezes deparamos com discursos e análises depreciativas a profissionais que atuam na grande imprensa, comentários motivados por visões ideológicas. Ocorre que, ao menos formalmente, os sindicatos foram criados para defender e não atacar jornalistas, a não ser que incorram em faltas éticas.

A Cojira-Rio tinha essas e outras variáveis pelo caminho ao decidir por realizar o Prêmio Abdias Nascimento. Para quem teve oportunidade de assistir à premiação, ficou a imagem de que a Cojira-Rio, habilmente, conseguiu dialogar com bom desempenho ante tantos desafios. O bom número de inscrições demonstrou que a ideia foi oportuna e tem vocação pela continuidade. A presença de tantos militantes “históricos”, como estranhamente alguns ativistas gostam de ser classificados, foi outra vertente dessa adesão.

Novas etapas da luta

A Cojira-Rio, igualmente, demonstrou maturidade ao convidar “estrelas” da grande imprensa, como a jornalista Glória Maria e a colunista Flávia Oliveira, para ocuparem o palco da premiação. Tanto Glória quanto Flávia são afrodescendentes que ocupam espaços importantes no jornalismo televisivo, mas não são militantes orgânicas do Movimento Social Negro. A Cojra-Rio não cedeu a apelos sectários.

Participar desse momento foi um privilégio e um alento por ver no Prêmio Abdias Nascimento o despertar de uma ação política que rompe barreiras e constrói novas etapas da luta pela igualdade racial. Coincidem as três ideias do início do texto com a militância de três pessoas que são ícones da Cojira-Rio (sem qualquer desdém à importância de outros membros): Angélica Basthi, Miro Nunes e Sandra Martins.

Parabéns!

***

Fonte: Observatório da Imprensa - 13/12/2011 na edição 672

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Exemplo de juíza e de mulher

Foto: Gilvan Reis/iBahia

A baiana Luislinda Dias de Valois Santos – a primeira juíza negra brasileira, agora, é a primeira Desembargadora Negra. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, em sessão ordinária no dia 06 de dezembro, pela nomeação de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. “É o reconhecimento da luta de uma mulher negra, rastafári, que conseguiu sair vitoriosa desse processo”, afirmou. 

Ela ocupava o cargo de desembargadora substituta no Tribunal de Justiça desde agosto de 2010. Com a proximidade da aposentadoria compulsória, a nomeação poderia não ocorrer, mas, o movimento negro baiano se mobilizou em solidariedade e comemorou a decisão do CNJ. Porém, a nomeação ainda não foi oficialmente agendada e o TJBA encontra-se próximo do seu recesso.

Trajetória

A mulher guerreira é de origem humilde, e, aos nove anos ouviu de um professor: “se você não tem dinheiro para comprar o material escolar, pare de estudar e vá cozinhar feijoada na casa de branco”. Ela decidiu investir nos estudos para se tornar juíza e colocar pessoas preconceituosas iguais aquele professor na cadeia.

Luislinda foi a primeira juíza negra a proferir uma sentença contra o racismo no país, atua no Tribunal de Justiça de Salvador desde 1993, e trabalhou na reativação de diversos juizados especiais no estado da Bahia. Também é a autora do livro “O Negro no Século XXI”, pela Editora Juruá, em parceria com a Escola Superior de Magistratura de Alagoas (Esmal) lançado em 2009.


Fonte: Coluna Axé - jornal Tribuna Independente (nº180) / Com informações de sites nacionais

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Conferência da Juventude

Por: Helciane Angélica - Cojira/AL
Com informações do site oficial e repasse dos delegad@s dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil-APNs


De 9 a 12 de dezembro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade de Brasília (DF) ocorreu a 2ª Conferência Nacional da Juventude com a presença de 3.200 jovens, entre delegados e observadores oriundos de várias partes do Brasil.

A solenidade de abertura contou com a presença de vários ministros, parlamentares,lideranças de entidades que lutam em prol de crianças e adolescentes, movimentos sociais, além de representantes de 16 países da América Latina e do continente africano.

O presidente do Conselho Nacional de Juventude, Gabriel Medina, destacou na abertura Conjuve que esse era o espaço da democracia participativa e o espaço para a juventude se fazer ouvir. “Se na primeira Conferência o tema era ‘Levante sua bandeira’, o objetivo agora é conquistar direitos e desenvolver o Brasil”, reforçou.

Ao todo, foram discutidos cinco eixos: "Direito ao desenvolvimento integral", "Direito ao Território", “Direito à experimentação e qualidade de vida”, "Direito à diversidade e à vida segura" e "Direito à participação e fortalecimento institucional".

Em relação às questões étnicorracias, destacou-se a presença da Ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) que foi uma das convidadas especiais e apresentou informações importantes sobre a Política Nacional de enfrentamento de mortalidade da Juventude negra.

Também teve entre os grupos de trabalho a temática “Relações Raciais”, contou com 41 participantes, que debateram sobre a realidade da juventude negra em todos os aspectos, principalmente, quanto as estratégias de combate ao extermínio da juventude negra, o respeito da implementação da lei 10.639/03, e a questão do direito a saúde, escola e lazer.

Outro ponto importante foi a cobertura do evento que teve a colaboração da Agência Jovem de Notícias e a utilização das redes sociais, a exemplo do Twitter da @viracao, @radio_juventude e @agenciaadital. Confira as deliberações no site www.juventude.gov.br/conjuve, esperamos que se transformem em políticas públicas eficientes para a juventude. Axé! 


Fonte: Coluna Axé - nº180 - Jornal Tribuna Independente (13.12.11)

domingo, 11 de dezembro de 2011

A CONTRADIÇÃO DA FÉ


Artigo escrito por: LWDMILA CONSTANT PACHECO - mestra em Psicologia Social.




8 de dezembro, comemorado como feriado de Nossa Senhora da Conceição, também é dia do orixá Iemanjá em Alagoas. É o dia em que diversas Casas de Axé do Estado vão às praias levarem suas oferendas e fazerem suas rodas de adoração em sua homenagem. Maceió se enche das cores azul, branca e amarela, de misticismo popular, levando pessoas de outras religiões a apreciarem a tradição resistente e até devotarem pedidos a tão poderoso orixá.

Durante muito tempo, a religião de influência africana foi proibida no Brasil, principalmente durante a escravidão e até meados do fim do século 20. Alegava-se que eram manifestações demoníacas, corrompia o cristianismo, quando a preocupação estava mais ligada a perda da hegemonia religiosa e a sublevação de seus praticantes contra a escravidão e opressão. A intenção era anular tal religiosidade, mas o que sucedeu foi a releitura da religião dominante – a católica – por um viés sincrético com os orixás.

Os deuses africanos ganharam versões abrasileiradas, foram associados a santos católicos por similaridades e, conseguiram sobreviver quase ilesos durante séculos. Hoje propagandeamos um país mestiço e tolerante com as diferenças. Porém, quando essa diferença recai sobre a religião de matriz africana, ela só é de fato tolerada se vista como um folclore inofensivo. O dia 8 de dezembro, tão resistentemente construído pelos adeptos das religiões que cultuam Iemanjá em Alagoas, é alvo da tentativa de desarticulação de sua festa.

O espaço da orla marítima de Maceió usado para a festa, tem sofrido ameaça por parte de determinados segmentos religiosos que não se contentam em professar sua fé, mas têm como objetivo de salvação, livrar o mundo de influências religiosas que não as suas. A orla tem a cada dia se tornado um imenso palco de disputa perversa pela atenção dos transeuntes: Panfletos que exortam as práticas de culto a Iemanjá, trios elétricos com músicas “cristãs”, blocos de salvadores de almas e a luta contínua e covarde pela exclusividade do espaço das praias nesse dia, além de frases preconceituosas e que violentam a liberdade individual e de culto nas redes sociais.

Neste dia de uma santa católica e dia de Iemanjá em Alagoas, orixá que com sua maternidade adotou os brasileiros, vemos uma irritante demonstração de intolerância por parte de pessoas que supostamente pregam o amor e a irmandade segundo os ensinamentos de Cristo.

Solidarizar-se com o outro, não representa uma autorrenúncia, acreditar que a verdade do outro é válida, não é negar a nossa, é apenas um exercício de auto-crítica, compaixão e ensinamentos cristãos.


Fonte: Jornal Gazeta de Alagoas (08.12.11)

Entidade faz protesto para denunciar caso da estagiária negra

O caso da estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, 19 anos, que acusa a direção do Colégio Internacional Anhembi-Morumbi, do Brooklin, zona sul de S. Paulo, de obrigá-la a alisar o cabelo para se enquadrar aos padrões de boa aparência da escola, será o tema da manifestação convocada pela Uneafro-Brasil - União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora -, entidade que reúne militantes da causa negra, da luta anti–racista, da causa das mulheres, da diversidade sexual e do combate a outros tipos de discriminação e preconceito.

A estagiária disse que foi repreendida por uma diretora por causa do cabelo e pela forma como se vestia. “Como você pode representar o nosso colégio com esse seu cabelo crespo. O padrão aqui é cabelo liso e eu tenho que zelar pela boa aparência", teria dito a diretora.

De acordo com a estagiária, a diretora também teria anunciado que estava estava encomendando camisetas para encobrir os seus quadris "porque para onde os pais iam olhar". Ela disse que a única resposta que deu foi: "Eu não posso ser branca nem ter o cabelo liso”.

Queixa na Polícia

Depois de registrar queixa na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos da Intolerância, no último dia 24 de novembro, contou que foi isolada pelos colegas e transferida de função. Ao invés de atender ao público passou a trabalhar nos arquivos da escola.

Segundo a conselheira da escola, Mercedes Vieira, o Colégio Anhembi-Morumbi não tem preconceito e atribuiu o caso "a um ruído na comunicação". “A regra é prender o cabelo e usar o uniforme. Ela não entendeu direito", afirmou.

O advogado Clayton Borges, foi constituído pela estagiária para acompanhar o caso na esfera civil e criminal.

Manifestação

Segundo o membro do Conselho Geral da Uneafro-Brasil, Douglas Belchior, o objetivo da entidade “é construir condições de diálogo com o objetivo de alcançar ações reparatórias dirigidas à vítima do racismo, bem como a efetivação de ações pedagógicas no campo do combate ao racismo no campo da Lei 10.639, dirigida à Escola”.

Belchior disse que, apesar da Escola já ter se manifestado a respeito, assumindo compromissos com a prática da diversidade “é fundamental o diálogo com Movimentos Sociais que historicamente lutam por Justiça e cidadania para a população negra”.

“É nossa imensa intensão não deixar que este caso caia no esquecimento ou seja jogado na vala comum como apenas mais uma violência sem maiores conseqüências. Não entendemos tal acontecimento como caso isolado, mas sim, como parte de uma prática extremamente desumana e que deve ser combatida”, afirmou.

A manifestação está marcada para acontecer as 14h, em frente ao Colégio, na Rua Michigan, 962, no Itaim Bibi (Travessa da Avenida Santo Amaro).

Veja reportagem do Jornal Nacional da TV Globo, edição de 07/12/2011






Fonte: Afropress (09.12.11)

sábado, 10 de dezembro de 2011

REFLEXÃO SOBRE A FESTA DE IEMANJÁ

Uma das coisas que me entristesse neste estado que me adotou como filho e que só a muito pouco tempo comecei a entender é a baixa auto-estima do seu povo Negro.

No próximo dia 02 de fevereiro estaremos refletindo e questionando o centenário do holocausto ocorrido com o povo praticante das religiões de matriz africana neste estado: Uma onda de violência que começou em Maceió e se expandiu por todo o estado, com a conivência das autoridades estaduais da época, tinha como alvo os terreiros de Xangô (como eram chamados os templos das religiões na época) que foram invadidos e seus líderes e seguidores expostos as mais diversas formas de humilhação. A maior delas era vê seus objetos sagrados serem violados, pilhados e destruídos em praça pública.

Os praticantes das religiões eram apontados e achincalhados por onde passavam e muitos deles fecharam os seus templos e fujiram para a Bahia ou para Pernambuco. Os praticantes, na sua grande maioria, eram descendentes de africanos que tiveram neste acontecimento, suas vidas totalmente modificadas começando por esconderem e, em muitos casos, negarem a sua religiosidade.

O "Xangô rezado baixo" era a denominação usada para identificar os praticantes resistentes que continuaram seus rituais na clandestinidade sem o uso dos atabaques (instrumentos musicais ritualísticos que com seu som levam o chamamento dos praticantes aos Orixás). Enquanto na Bahia, em Pernambuco e até no Maranhão a religião se tornou motivo de fortalecimento da dignidade e auto estima do povo negro. Aqui em Alagoas o contrário aconteceu: A religião era motivo de vergonha e humilhação e como a cor da pele era um elo com esta religião o negro alagoano passou a se "morenizar" e a perder a sua auto estima.

Este pequeno relato foi para resgatar uma história que foi "varrida para debaixo do tapete" para a maioria dos alagoanos e reafirmar a minha indignação, como adepto do candomblé, pelo fato ocorrido ontem nas praias de Maceió: O que o povo negro de alagoas precisa é de ações afirmativas e não de ações preconceituosas e separatistas.

O culto a IEMANJA (YÈYÈ OMO EJÁ - A mãe cujos filhos são peixe) em Maceió deve ser tão antigo quanto a cidade que hoje (09.12) completa 172 anos e não são algumas autoridades que deverão determinar o horário e o espaço onde este ritual deverá acontecer. Uma determinação como esta deve ser resultado de uma grande discussão, em nívem estadual, envolvendo representantes do povo de terreiro e de todos os seguimentos da sociedade, já que muitos terreiros do interior vêem à Maceió para esta grande celebração, e, apartir daí, tentar solucionar este problema que, ao meu ver, é de poucos e não comtempla a grande maioria da população.

O que presenciei ontem na praia de Pajuçara foi uma celebração diminuída, confusa e tumultuada.
Não quero um novo QUEBRA e acho que a grande maioria da população também NÃO QUER!!!!!!

AXÉ!!!
IGBONAN ROCHA

Contatos: (82) 9982-8377 ou 8854-7758 / http://igbonanrocha.com.br

Festa das Águas levou milhares de religiosos à orla de Maceió



Programação contou com várias apresentações culturais e show da cantora carioca Leci Brandão



A Festa das Águas, realizada nesta quinta-feira (8), levou à praia de Pajuçara milhares de religiosos de matriz africana para homenagear e prestar oferendas a Iemanjá, a grande mãe e senhora das águas. O evento organizado por movimentos afro-alagoanos contou com o apoio do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (SEMCDH) e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

A praia de Pajuçara sempre foi um tradicional ponto de homenagem a senhora de todas as águas. Neste ano de 2011, a Secretaria da Mulher e a Secult realizaram o evento na orla com uma estrutura adequada para receber religiosos de todo o Estado. A Festa das Águas teve como tema: Celebrar a diversidade étnica, cultural e religiosa pelo fim do preconceito.

A secretária de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born, falou sobre este dia importante para a cultura afro-alagoana. “A Secretaria fez seu papel apoiando e dando suporte para a realização do evento, que é uma festa bonita onde todos puderam expressar suas religiões. É nosso dever buscar o fim do preconceito em qualquer que seja o seguimento social’’, disse.

O gerente afro-quilombola da Secretaria da Mulher, mestre Cláudio, comemorou a presença dos religiosos.“Se não fosse o apoio da Secretaria da Mulher, não teríamos a visibilidade que tivemos na festa, sem falar no apoio de segurança como um todo. Esse dia sempre foi comemorado de forma tímida, mas este ano com a articulação dos movimentos populares e afro-alagoanos fizemos apresentações culturais de acordo com cada grupo”, afirmou.

Um dos representantes da Articulação da Cultura Popular e Afro-alagoana, Cristiano Barros, disse que a festa foi bem organizada e Iemanjá merece todas as homenagens. “É um dia especial para os religiosos de matrizes africana, um dia consagrado a uma das orixás mais conhecida no Brasil e uma figura que tem vocação materna. Mas também é um momento para lembrar o preconceito e discriminação que existem contra estas religiões de matriz africana’’, destacou.

O evento contou com a participação dos grupos ArêIorubá (Núcleo Cultural da Zona Sul); Maracatu Raiz da Tradição (Abassá de Angola de OyáIgbalé); Inaê (Grupo União Espírita Santa Bárbara); Afoxé Oju Omin Omorewá; Coletivo Afro Caeté. Além da Roda Aberta de Capoeira com representantes de diversos grupos de Alagoas; Maculelê do Yá Capoeira; e a performance afro Eu Sou.

Para encerrar a festa, a cantora e compositora carioca fez um discurso cheio de emoção e um show em homenagem a Iemanjá e todos os religiosos presentes. “Quando cheguei a Maceió fiquei emocionada, pois vi centenas de pessoas de vários terreiros tocando seus atabaques na areia, trazendo suas flores. Por isso, desejo meus parabéns ao movimento negro do Estado de Alagoas’’, enalteceu.

Leci Brandão também agradeceu à Articulação da Cultura Religiosa de Alagoas e aos secretários de Estado Kátia Born e Osvaldo Viégas.


Fonte: Ascom Secretaria da Mulher

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Identidade étnica também se aprende na escola

Texto e fotos: Emanuelle Vanderlei - Jornalista


Para combater o preconceito e resgatar a identidade étnica de um país, não há caminho melhor que a educação. Na sala de aula, um jovem pode descobrir as raízes de sua cultura, perceber o valor de suas origens e aprender a respeitar a diversidade de étnica que compõe o Brasil.

Pensando nisso, uma professora de português desenvolve um projeto na sala de aula, em escolas públicas de Alagoas. Marluce Remigio criou o Afro Reeducar como forma de enfrentamento permanente à ignorância, que forma, há séculos, uma sociedade racista.

São trabalhos em sala de aula que aproximam os alunos (em sua maioria, negros) da cultura africana e do orgulho dessa origem, assim como, é um resgate da autoestima. A ideia começou em 2008 com um trabalho de Literatura Brasileira destacando autores negros. Logo, o projeto ganhou adeptos de outras áreas, e no mesmo ano já contava com Ciências e História.

No ano seguinte o projeto cresceu. Uma verdadeira feira multidisciplinar envolveu toda a escola. Em palestra de um africano, mestrando em Sociologia, os alunos conheceram um pouco da história de Guiné Bissau. E cada área tratou o tema mais próximo de sua realidade. Na disciplina de Biologia discutiu-se sobre os fatores genéticos e ambientais que determinam a raça. O Inglês trouxe a história de resistência do reggae. A Geografia pensou na economia e nas particularidades do continente africano... Foi um mergulho na temática. Ao final do projeto, uma mostra cultural e um concurso da beleza negra fortaleceram a imagem positiva e fizeram um contraponto com os padrões de beleza que a mídia tenta impor ao Brasil.

Mesmo com dificuldades, o projeto sempre é realizado uma vez por ano. A cada edição, uma forma diferente de buscar o mesmo objetivo, o resgate da identidade afrobrasileira. Em 2010, com o país voltado para a Copa do Mundo de Futebol e a escola cheia de atividades, foi incluída uma gincana, com a 2ª edição do concurso da beleza negra. “Às vezes temos dificuldades, mas não podemos deixar de realizar. É um enfrentamento permanente que só traz mudanças se continuar”, explica a professora Marluce. No Dia da Consciência Negra do mesmo ano, Marluce realizou palestra para a comunidade escolar do Conjunto Benedito Bentes, mais precisamente na Escola Estadual Otávio Aguiar, representando o coletivo anti-racismo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal).

Neste ano, em sua quarta edição, o projeto traz para a sala de aula a leitura de contos africanos. Foram apresentados vídeos-documentários educativos que abordaram história, cultura, religião, costumes e até racismo na saúde, sempre com debates. A última etapa foi a distribuição de contos africanos entre os alunos, que estudaram os textos e produziram ilustrações. No dia 16 de novembro, durante a Semana da Consciência Negra, uma mostra cultural inspirada nos contos movimentou a comunidade escolar.

Iniciativas como essa são positivas, mas precisam de uma ampliação, de ações de governo que incluam o debate em toda a rede. A lei federal n°10.639/2003, sancionada pelo presidente Lula há 8 anos, regulamenta isso: “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.”

Mas ainda é preciso projetos de iniciativas isoladas de professores para que ela tenha alguma forma de aplicação na prática. Um projeto como o da professora Marluce atinge apenas a escola em que ela está. Enquanto não houver reconhecimento de governo e criação de um programa efetivo em todas as escolas da rede, será como apagar incêndios a conta-gotas.


Fonte: Encarte Afro AXÉ ESPECIAL - Jornal Tribuna Independente (20.11.11)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Resultados de pesquisa realizada em quilombos do Brasil, Equador e Panamá serão apresentados em oficina


Parte do projeto Quilombos das Américas, diagnósticos serão apresentados em atividades nos dias 7, 8 e 9/12, no auditório do Subsolo do Bloco A da Esplanada dos Ministérios. Comunidades afrorrurais do Brasil, Equador e Panamá foram foco do levantamento, que abordou as condições de vida dos grupos pesquisados



Um retrato das condições de vida em comunidades afrorrurais no Brasil, Equador e Panamá. Resultados desse trabalho serão exibidos na I Oficina para Intercâmbio de Experiências e Pacto de Ações, entre os dias 7 e 9 de dezembro, no auditório do Subsolo do bloco A da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O evento vai contar com a participação da ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR), Luiza Bairros, além de representantes das instituições parceiras do projeto Quilombos das Américas.

A oficina vai mostrar parte do resultado de 47 dias de pesquisas de campo realizadas entre os meses de outubro e dezembro, nas comunidades de Valle del Chota-Salinas e La Concepción, no Equador; Garachiné, em Darién, no Panamá, e Empata Viagem, em Maraú, na Bahia, Brasil.

As atividades são parte do Projeto Quilombos das Américas, uma iniciativa inspirada pelo Ano Internacional dos Afrodescendentes e coordenada pela Seppir/PR. O trabalho envolveu pesquisadores com formações acadêmicas distintas e diferentes nacionalidades. O estudo incluiu a abordagem de aspectos sociais, econômicos, alimentares, institucionais, tecnológicos e culturais de comunidades, cujas características históricas e do modo de viver são similares entre grupos rurais constituídos por afrodescendentes.

Além da Seppir, participam do projeto a Embrapa, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Entidade das Nações Unidas para Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), e o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia.

Segundo a pesquisadora Paula Balduino, que coordena o projeto, o estudo piloto foi o primeiro passo para a constituição de uma rede de comunidades afrorrurais da América do Sul e Caribe. Segundo ela, a oficina tem dois objetivos principais, socializar o resultado das pesquisas e promover um diálogo qualificado entre representantes afrorrurais e entre gestores.

"A ideia é que as comunidades possam interagir entre elas. Por isso, cinco representantes de cada um dos territórios pesquisados vão participar do encontro. Além disso, outras lideranças afrorrurais de territórios que não foram contemplados pela pesquisa também foram convidadas", diz.

Para a pesquisadora, as informações apresentadas durante a oficina podem mostrar as instituições brasileiras e do exterior inúmeras possibilidades de trabalho em comunidades afrorrurais brasileiras, panamenhas e equatorianas.


O projeto

A escravidão e a resistência de comunidades negras a esse regime são traços comuns na maior parte dos países da América Latina e do Caribe. Quilombos, palenques, cumbes, maroons e cimarrones são as denominações dadas em diferentes nações a comunidades rurais constituídas por afrodescendentes. O projeto Quilombos das Américas buscou traçar um perfil dessas comunidades, a partir de pontos comuns em suas identidades e que influenciaram a formação das sociedades em diferentes aspectos como nas questões sociais, políticas, econômicas e culturais.

Segundo o pesquisador Edson Guiducci Filho, da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), o projeto também abordou a questão da soberania alimentar desses locais. Ele explica que os estudos levantaram informações sobre organização social, os sistemas produtivos, entre outras questões, como as relativas à terra, saúde e educação.

Saiba mais sobre o Projeto no site do Quilombos das Américas.


Fonte: Ascom Seppir

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Festa das Águas




Na quinta-feira (08.11), das 15 às 18h, na Praia de Pajuçara (em frente à quadra do CRB) terá a Festa das Águas em homenagem a Iemanjá – orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, além de ser a matriarca do panteão afro sagrado. É um dos orixás mais respeitados e populares, no sincretismo religioso é a Nossa Senhora. Nessa data, também é o feriado religioso do Dia da Imaculada Conceição.

Na programação afro-cultural terão apresentações artísticas do Arê Iorubá (Núcleo Cultural da Zona Sul), Maracatu Raiz da Tradição (Abassá de Angola de Oyá Igbalé), Inê (Guesb), Afoxé Oju Omin Omorewá, Coletivo AfroCaeté, e no encerramento a cantora e compositora Lecy Brandão – a carioca é uma das mais importantes intérpretes de samba, já gravou mais de 20 álbuns e atualmente é Deputada Estadual em São Paulo.

O evento é uma realização da Articulação dos Grupos da Cultura Popular e Afro-Alagoana em parceria com a Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos/Governo de Alagoas. A atividade é bonita, reúne caravanas de religiosos de matrizes africanos oriundos de diversos bairros de Maceió e municípios alagoanos que farão simultaneamente seus batuques e oferendas, além de simpatizantes e turistas curiosos.

Também visa o combate da intolerância interreligiosa, porém, neste ano chamou a atenção a iniciativa da Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (Smccu), da Prefeitura de Maceió, em controlar o horário e o local das manifestações das crenças religiosas na orla da capital, que deve acontecer entre o Hotel Atlantic e a balança de pescados da Praia de Pajuçara. Esperamos que a fiscalização da ordem pública aconteça igualmente no show e caminhada que ocorrem com representantes de outras religiosas. Desejamos um dia de muita harmonia e respeito entre todos! Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº179 - Jornal Tribuna Independente (06.12.11)

sábado, 3 de dezembro de 2011

Acróstico - Homenagem ABDIAS DO NASCIMENTO

Escrito pelos professores: Hélia dos Santos Gomes (Língua Portuguesa) e Aldemir dos Reis (História)


Autor destemido
Bravo guerreiro lutador
Desde criança despertou
Inconformado, luta sem temor
Artista, poeta, autor, pintor, político
Simplesmente... Doutor!

Desejo de liberdade
Oxum, Oxossi

Nanã
Amor à causa
Sabedoria sem medo
Coragem, caboclo!
Iansã, Ibêje
Mestre-irmão
Exu
Negro: nagô, banto...
Tempo... NASCIMENTO
Oxalá, Oxalufã, Oxaguiã

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Festa das Águas será realizada na orla da Pajuçara

Com o apoio da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, o evento trará a sambista carioca Leci Brandão





No dia 8 de dezembro será realizado na orla da Pajuçara a Festa das Águas. O evento é um ato cultural e religioso e contará com o apoio da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos. A parceria foi definida pela secretária Kátia Born em reunião, nesta quarta-feira (30), com líderes de movimentos religiosos de matriz afro,

Durante o encontro desta quarta também ficou acertado que a festa acontecerá nas proximidades do Ginásio do CRB, com apresentações religiosas e culturais. De acordo com gerente afro quilombola da secretaria, mestre Cláudio, há anos as comunidades tentam ocupar um espaço para comemorar a data e não conseguem.

“O espaço é uma conquista, pois há quatros anos, devido à intolerância religiosa, os grupos são colocados de escanteio”, definiu mestre Cláudio. Segundo ele, a festividade se inicia às 15 horas do dia 8 de dezembro com apresentações de grupos culturais alagoanos.

A atração principal é a cantora e compositora carioca Leci Brandão. Além da sambista, a secretaria se comprometeu em disponibilizar transporte para os integrantes dos grupos. A Secretaria da Mulher também vai disponibilizar palco, iluminação e som.

Para a secretária Kátia Born, o evento é uma forma de promover e divulgar a cultura afro. “A praia é o espaço da religiosidade. Lá, pessoas de todas as idades terão acesso a apresentações da cultura local e da maravilhosa sambista Leci Brandão”, disse Kátia Born.

Na oportunidade, também será lançada a campanha da Nota Fiscal Alagoana. O programa é um incentivo com devolução de até 30% do ICMS para que os alagoanos exijam comprovante fiscal em estabelecimentos comerciais. 


Fonte: Gabriela Moreira / Secretaria da Mulher

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Senado aprova PEC que restabelece exigência de diploma para jornalistas

Placar foi de 65 a favor e apenas sete contra; segunda votação não tem data marcada


Por 65 votos a 7, o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, em primeiro turno, PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que torna obrigatório o diploma de nível superior em jornalismo para o exercício da profissão.

A votação da PEC é uma resposta à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), de junho de 2009, que derrubou a necessidade do diploma para os jornalistas. Os parlamentares entenderam que a Constituição deve estabelecer a exigência do diploma de curso superior em jornalismo, expedido por "instituição oficial de ensino".

O texto da PEC estabelece que não será exigido diploma para o colaborador --aquele que, sem relação de emprego, produz trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado à sua especialização.

A proposta também assegura que os jornalistas sem diploma que atuam na área possam continuar exercendo normalmente as suas funções, desde que comprovem que já trabalhavam antes da aprovação da PEC.

O projeto ainda precisa ser aprovado em segundo turno antes de ser encaminhado para análise da Câmara.

A PEC dividiu senadores com posições distintas sobre a necessidade de diploma para os jornalistas. Autor da proposta, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que a PEC não tem como objetivo confrontar a decisão do STF, mas estabelecer algo previsto constitucionalmente.

Ao derrubar a exigência do diploma, a maioria dos ministros do STF entendeu que restringir o exercício do jornalismo a quem tem diploma afronta o princípio constitucional da liberdade de expressão.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) questionou a proposta. "A atividade de jornalista está intimamente ligada à liberdade de expressão. Não cabe nenhum tipo de restrição legal nem constitucional. O que se faz aqui é querer contornar uma decisão do Supremo. Não há interesse público envolvido na aprovação dessa PEC", disse.

O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), disse não ter dúvida de que o Supremo poderá derrubar mais uma vez a exigência do diploma, caso o Congresso aprove a PEC.

PT, PP, PSB, PRB, PSOL pediram que as bancadas aprovassem a matéria. PTB, PSDB, DEM liberaram os senadores para votarem como bem entendessem e apenas a bancada do PSD foi contrária à aprovação da PEC.

"Sem diploma, qualquer um que sabe escrever um bilhete pode ser jornalista", afirmou o líder do PR, Magno Malta (ES).

"Qualquer profissional pode se expressar em qualquer lugar. Falamos do exercício do jornalismo e isso é diferente. Se temos universidades e faculdades de comunicação, temos que valorizar esses cursos. Fazer diferente é rasgar diplomas", disse o senador Wellington Dias (PT-PI).

Apesar de sustentar que há "analfabetos pelas redações", o senador Fernando Collor (PTB-AL) disse que a proposta é perigosa e não pode servir como embrião para o controle dos meios de comunicação social.


Fonte: Folha Online