terça-feira, 29 de abril de 2014

Somos todos macacos?!

O racismo tem tomado proporções assustadoras no mundo! Infelizmente, nos estádios de futebol onde deveria ser um espaço de alegria e exaltação ao esporte, tem se tornado o local sinônimo de violência e racismo entre torcidas e de hostilização aos jogadores negros, mestiços e da América Latina. 

Os casos de imitação de macaco e o arremesso de bananas no gramado estão ficando comuns, e o episódio mais recente ocorreu na Espanha, quando o brasileiro Daniel Alves (jogador do Barcelona), descascou a fruta, comeu e depois seguiu com a marcação do escanteio para seu time. 

Em apoio, artistas e esportistas brasileiros publicaram fotos em suas redes sociais com o intuito de “dar uma banana ao preconceito!”, porém, ativistas negros(as) condenaram a campanha considerada hipócrita, pois só contribui para a depreciação e reforça as ofensas racistas. O fato não pode ser encarado como piada, trata-se de racismo, é crime e precisa ser punido de acordo com a lei antirracista.

A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, também se pronunciou sobre o caso e afirmou ontem (28.04), por meio de sua conta no microblog Twitter que o lateral-direito do Barcelona e jogador da Seleção Brasileira deu resposta ousada e também disse que o Brasil “levanta a bandeira” do combate à discriminação: “O Brasil na #CopaDasCopas levanta a bandeira do combate à discriminação racial #CopaContraORacismo. (...)Vamos mostrar q nossa força, no futebol e na vida, vem da nossa diversidade étnica e dela nos orgulhamos. #CopaSemRacismo”, declarou. 

Polêmicas a parte, sonhamos com o dia que o ser humano deixará de ser apenas um estereótipo. Chega de desigualdade social e racial, precisamos de respeito e amor ao próximo! Axé!



"Estou na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira. Temos de rir dessa gente atrasada" (Daniel Alves).




Fonte: Coluna Axé – 294ª edição – Jornal Tribuna Independente – 29/04 a 05/05/2014 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Representantes de Fóruns Estaduais de Educação e Diversidade Étnicorracial se reúnem em Brasília


Nos dias 28 e 29 de abril, o Ministério da Educação através da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, além da Diretoria de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-Raciais, e, a Coordenação-Geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais promove a 6ª Reunião Técnica Anual dos Fóruns Estaduais de Educação e Diversidade Étnico-Racial. 

Em pauta, a Lei nº 10.639/03 - Avanços, desafios e perspectivas dos Fóruns Estaduais de Educação e Diversidade Étnico-Racial das Regiões: Norte; Nordeste; Centro-Oeste; Sudeste e Sul. 

O Estado de Alagoas foi representado pelo professor Allex Sander Porfírio que é o coordenador geral do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial.

Confira a programação completa:




MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO, DIVERSIDADE E INCLUSÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO DO CAMPO, INDÍGENA E PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
COORDENAÇÃO-GERAL DE EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

PROGRAMAÇÃO

6ª REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DOS FÓRUNS ESTADUAIS DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL

Setor Bancário Norte, Quadra 2, Bloco L, Lote 06, Sala S - 2º subsolo - Brasília/DF

28/04/2014
9h00 – Abertura -  Lei nº 10.639/03  - Avanços, desafios e perspectivas
Ilma Fátima de Jesus - Coordenadora-Geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais
Thiago Thobias -  Diretor de Politicas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico- Raciais
9h30 –  Lei nº 10.639/03  - Avanços, desafios e perspectivas:  Fóruns Estaduais de Educação e Diversidade Étnico-Racial das Regiões: Norte; Nordeste; Centro-Oeste; Sudeste e Sul
9h30 - Fóruns da Região Norte
10h00 - Fóruns da Região Nordeste
10h30 - Fóruns da Região Centro-Oeste
11h00 - Fóruns da Região Sudeste
11h30 - Fóruns da Região Sul
12h00 - Almoço
14h00 - “Década Internacional dos Afrodescendentes: O Papel da Educação”
Macaé Maria Evaristo – Secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão – SECADI/MEC
Tatiana Dias Silva - Técnica de Planejamento e Pesquisa – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA; Cristina Teodoro - Setor de Educação da UNESCO no Brasil; Magali Silva Santos Naves – Assessoria Internacional da SEPPIR
15h30 - Intervalo
16h00 – Palestra Lei nº 10.639/03: Currículo e Formação de Professores/as  - Prof. Dr. Claudio Orlando Costa do Nascimento – UFRB – Coordenação: Ilma Fátima de Jesus - Coordenadora-Geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais
17h00 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar  Quilombola  - III Seminário Nacional de Educação Escolar Quilombola –  Maria Auxiliadora Lopes – Coordenação-Geral de Educação para as Relações Étnico-Raciais
17h30 – Encerramento 1º dia.

29/04/2014
9h00 - Orientação para os grupos de trabalho –  Tatiana Dias Silva - Técnica de Planejamento e Pesquisa - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
Marcos Legais: Plano Nacional de Implementação das  Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (Fóruns); Estatuto da Igualdade Racial; Lei de Cotas; PROUNI; FIES; PNE - Thiago Thobias -  Diretor de Politicas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico- Raciais
9h30 - Divisão dos grupos de trabalho - Década Internacional dos Afrodescendentes e a Lei 10.639/03 
12h00 – Almoço
14h00 – Apresentação das propostas do grupo de trabalho - Década Internacional dos Afrodescendentes e a Lei 10.639/03
15h30 - Intervalo
16h00 -  Encaminhamentos
17h30 – Encerramento.

CONVITE: Vamos conhecer União dos Palmares?




PROGRAMAÇÃO

· 07:00 Saída de Maceió – Praça do Centenário

· 08:30 - Chegada prevista em União dos Palmares Serra da Barriga;

· 08:40 - Café da manhã regional de boas vindas na Serra da Barriga;

· 10:00 - Apresentação Folclórica

· 10:30 - Visita aos museus Jorge de Lima e Arqueológico Palmarino;

· 11:00 - Visita ao Museu Maria Mariáh;

· 11:30 - Visita ao Quilombo Parque Hotel

· 13:00 - Almoço no no Restaurante Temático a Porteira ;

· 15:00 - Visita ao Muquém - Espaço Cultural com apresentação folclórica - Centro Ecumênico - Espaço do Artesanato

· 17:00 - Retorno à Maceió.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Projeto voltado ao protagonismo cidadão vai percorrer 12 estados brasileiros

O projeto Envolva-se - Práticas para a Cidadania rodará o país com o propósito de incentivar o protagonismo e a promoção de ações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira. 

A oficina vai percorrer 21 municípios em doze estados do Brasil, e tem inscrições gratuitas que podem ser feitas no site www.envolva-se.com. A cidade de Maceió sediará o evento no dia 23 de abril, das 8h às 18h, no Hotel Verde Mar localizada no bairro da Pajuçara.

“Por meio do Envolva-se a intenção é valorizar as histórias de transformação local em diferentes regiões do país, fazendo com que a população perceba que a mudança também está em suas mãos, tirando-a da posição de espectadora. Para isso, a oficina proporcionará um espaço de diálogo entre representantes da comunidade, governo, empresas, sociedade civil e cidadãos”, explica Cristiane Ostermann, diretora da empresa Signi Estratégias em Responsabilidade Social, parceira do projeto. 

Durante a oficina, a comunicação comunitária também será apresentada como uma ferramenta de mobilização e de formação da consciência do trabalho coletivo. “O desenvolvimento das comunidades por meio da comunicação faz sentido numa época em que o uso das tecnologias e das redes sociais é crescente. Atividades como as propostas pelo Envolva-se fortalecem o propósito de avanços sociais em seus diferentes níveis”, argumenta Neusa Ribeiro, vice-presidente do Instituto de Comunicação Social e Cidadania (Incomun).

Trata-se de uma realização do Instituto de Comunicação Social e Cidadania (Incomun), em parceria com a empresa Signi e o patrocínio da Petrobras.


Fonte: envolva-se.com

terça-feira, 15 de abril de 2014

Autodeclaração nas candidaturas

A partir das eleições realizadas em 2014, todos(as) os(as) candidatos(as) deverão declarar a ‘cor ou raça’ no ato da candidatura, conforme descrito na Resolução 23.405/2014, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O documento, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidaturas, especifica a decisão no artigo 26, inciso IV, e o preenchimento é obrigatório.

Essa é uma das mais antigas reivindicações do Movimento Social Negro brasileiro e foi absorvida pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR. Atualmente, o TSE não tem nenhuma estatística que informe o número de negros e negras na política brasileira. É importante ressaltar, que desde dezembro de 2012, o Governo Federal adotou o quesito “cor ou raça” como campo obrigatório dos registros administrativos, cadastros, formulários e bases de dados.

A iniciativa também vem sendo adotada em outros campos de atuação, a exemplo das fichas sindicais, e tem como objetivo coletar dados sobre a representação dos grupos raciais e étnicos que constituem a diversidade brasileira e sua participação nos espaços de decisão do sistema político; além de ser um instrumento de monitoramento e avaliação de políticas e programas voltados para a promoção da igualdade racial previstas na Lei 12.288/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. 

Com certeza, essa será uma importante ação para verificar quantos candidatos e candidatas se reconhecem como negros(as). Obter dados sobre a quantidade de negros(as) que disputaram, qual o partido que tem maior diversidade, e quantos foram eleitos(as)??? Porém, o melhor seria saber quantos e quantas estão realmente comprometidos(as) com as questões étnicorraciais?

E cabe à população brasileira, escolher melhor seus representantes.


Fonte: Coluna Axé – 293ª edição – Jornal Tribuna Independente – 15 a 21/04/2014 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Empresa lança pacote de emoticons negros para celebrar a diversidade

Para promover a pluralidade, a companhia Oju Africa lançou um pacote de emoticons negros chamado "afroemojis". A empresa de aplicativos móveis busca dar voz ao povo africano e, com isso, combater a falta de variedade nos ícones de emoção disponíveis em celulares e tablets.

Crédito:Reprodução
Emoticons negros buscam implantar diversidade na web
Nós africanos precisamos de uma voz no mundo moderno de hoje. Uma voz africana que não só entende o caminho africano, mas que suporta todas as nossas diversas culturas e dê vida a todas as nossas emoções”, diz a Oju.

Segundo o blog Tec, da Folha de S.Paulo, o conjunto de carinhas pode ser acessado pelos dispositivos que possuem o sistema operacional Android, através do Google Play. Entretanto, a iniciativa já gerou uma petição contra a organização voltada à tecnologia Apple, que possui apenas dois emojis em seu acervo que não são brancos (a face de um asiático e um homem com turbante).

Com mais de quatro mil assinaturas, “Apple: Adicione mais Diversidade ao Teclado de Emoji” acredita que “quando se trata de rostos fora dos smileys amarelos, há uma surpreendente falta de representação das minorias”, diz o texto do abaixo-assinado. 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Museu Théo Brandão promove Ciclo de debates sobre questão indígena

Evento começa na próxima quarta-feira, 9, é gratuito e aberto ao público em geral; não é necessário fazer inscrição


Jacqueline Batista – jornalista colaboradora

Em sua quarta edição, o projeto Abril Indígena será promovido pelo Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB), com o ciclo de debates Identidade, educação e memória. A programação vai acontecer nas tardes dos próximos dias 9 e 10, das 14h às 18h. O Abril Indígena é coordenado pelos antropólogos e professores do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas, Claudia Mura e Siloé Amorim.

De acordo com o diretor do Museu, Wagner Chaves, o evento tem como objetivo criar um espaço de diálogo e interação com os povos indígenas. “Pretendemos dar visibilidade às questões, lutas e mobilizações dessas populações nas áreas da saúde, educação, memória e direitos territoriais”, completou.

Os expositores do primeiro dia da programação vão tratar de questões indígenas relacionadas à educação, como é o caso da palestra A construção do currículo na Escola Indígena, da expositora Allyne Rios.

No segundo dia, a temática das palestras vai percorrer assuntos variados sobre a identidade e a memória indígena. Os temas abordam desde a alimentação até as formas de jogos e recreações como concepção e afirmação da identidade étnica.

O evento é gratuito e aberto ao público em geral. Não é necessário fazer inscrição. A programação completa está disponível no arquivo em anexo. Mais informações pelos telefones 3214-1710/1715.

Fonte: UFAL

Jornalistas e igualdade racial

O dia 02 de abril de 2014 tornou-se um marco histórico para a categoria profissional de jornalistas, pela primeira vez, ocorreu o Encontro Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (1º Enjira) em Maceió. O evento integrou a programação do 36º Congresso Nacional de Jornalistas, que foi promovido pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e o Sindjornal, além de contar com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR).

Estiveram reunidos jornalistas e acadêmicos(as) e convidados(as) afrodescendentes e aqueles identificados(as) com a luta pela igualdade racial de todo o país, para discutir o tema “Os jornalistas e a Construção da Igualdade Racial na Mídia”. Teve como resultado a aprovação de 12 propostas prioritárias que foram divididas nos eixos de formação profissional, atuação sindical e democratização da comunicação. São elas:

1. Orientar os sindicatos dos jornalistas do Brasil que negociem em seus acordos coletivos para que seja garantida a cota de 20% de negros e negras nas contratações das empresas de comunicação;
2. Que a Fenaj e os sindicatos garantam que o Enjira seja realizado periodicamente a cada dois anos;
3. Realizar ampla pesquisa nacional etnicorracial para identificar os(as) jornalistas negros(as) que estão dentro e fora do mercado de trabalho;
4. Fazer uma moção de apoio ao projeto de lei que define o percentual de 20% de cotas raciais nos concursos públicos, incluindo os cargos em comissão;
5. Que os sindicatos atuem para o cumprimento da convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da discriminação nos locais de trabalho;
6. Que a Fenaj recomende aos sindicatos a solicitação de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) ao Ministério Público do Trabalho, com objetivo de responsabilizar empresas de comunicação quanto à discriminação etnicorracial em sua cobertura editorial, em especial nas editorias de polícia;
7. Que a Fenaj recomende aos sindicatos que garantam pelo menos uma vaga para delegado(a) representando a Cojira de cada estado nos congressos de jornalistas;
8. Propor parcerias com instituições internacionais, universidades, governos, entre outros, para novamente ofertar o curso de gênero, raça e etnia para jornalistas;
9. Atuar para a inclusão da temática etnicorracial no currículo acadêmico das faculdades de jornalismo;
10. Ampliar a produção científica das Cojiras e do Núcleo de Jornalistas Afrobrasileiros;
11. Reivindicar que a Secretaria de Comunicação (Secom), da Presidência da República, destine parte de suas verbas para o financiamento da mídia negra;
12. Que a Fenaj faça uma pesquisa crítica e nacional cerca da cobertura etnicorracial realizada pelos meios de comunicação no Brasil.

E a luta continua... por respeito e justiça social em todos os setores. Axé!


Participantes do 1º Enjira fortalecem a discussão sobre igualdade racial e mídia (Foto: Yvette Moura)


Congresso 1
Após 36 anos, o Estado de Alagoas realizou o 36º Congresso Nacional de Jornalistas com o tema central: “O Jornalismo, o Jornalista e a Democracia”. A temática étnicorracial e o combate do racismo nos meios de comunicação foram discussões sempre presentes, inclusive, teve a palestra “O Jornalismo e as políticas afirmativas para a consolidação do estatuto democrático” ministrada por Edson Cardoso – assessor especial da Ministra Luiza Bairros (Seppir) – que ressaltou a hierarquização do humano, a estigmatizarão e a prática da democracia meia-boca no Brasil. “A diversidade contribui para a excelência, mas, o racismo estrutura a nossa sociedade. Ao pensar em democracia, não podemos conviver com uma ideologia onde afirma que por causa da aparência, um é melhor que o outro. (...) A pluralidade de vozes deveria ser o sustentáculo da democracia”, ressaltou. 



Congresso 2
Também teve a leitura da Carta da Igualdade de Maceió, a aprovação de uma tese para que a Fenaj e todos os sindicatos ampliem a campanha de inclusão e atualização da autodeclaração étnicorracial nas fichas cadastrais de jornalistas; além de uma moção de repúdio à apresentadora Ana Maria Braga (Programa Mais Você/Rede Globo), que no dia 03 de abril, ao divulgar uma receita popularmente conhecida como “Nêga Maluca”, usou tom jocoso e irônico para afirmar que existiria uma nova nomenclatura: “mulher afrodescendente com distúrbio mental”. Piada sem graça!




Congresso 3
Outro ponto importante foi a apresentação do Afoxé Odo Iya durante o café com cultura, além do show do cantor Igbonan Rocha e o grupo samba de nego na festa de encerramento do congresso nacional de jornalistas. Também ocorreu a realização de um passeio étnicorracial na Serra da Barriga em União dos Palmares para jornalistas comprometidos com a igualdade racial. A atividade também conhecida por “Palmares in loco” reuniu profissionais de sete estados (CE, GO, MG, SP, RJ, RS e o Distrito Federal), é um projeto do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô que conta com as explanações de Helcias Pereira – coordenador nacional dos APNs e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR).


Fonte: Coluna Axé - 292ª edição – Jornal Tribuna Independente (08 a 14/04/2014) 
Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Jornalistas divulgam a Carta da Igualdade de Maceió

Considerando o papel inequívoco da atividade jornalística para a garantia da democracia e do pluralismo nas sociedades contemporâneas, nós, jornalistas negros e negras, não negros e não negras, reunidos(as) no I Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (ENJIRA) durante o 36º Congresso Nacional de Jornalistas, em Maceió, tornamos públicas as principais questões que nuclearam o 1º ENJIRA e que são extensivas às políticas de comunicação que, certamente, nortearão este Congresso.
            
As representações dos(as) negros(as) e grupos historicamente discriminados no jornalismo e a destinação de verbas públicas para as mídias negras foram alguns dos temas que ordenaram as reflexões tecidas no 1º Enjira e nos estimularam a pensar no projeto de democracia que cimenta o desenvolvimento deste país. Durante o debate, também sublinhamos, enfaticamente, a existência de uma ditadura estética eurocêntrica na imprensa, a reduzida presença de jornalistas negros(as) nas redações e a necessidade de inclusão da temática etnicorracial no currículo das faculdades de jornalismo.

Tornou-se moeda corrente a afirmação de que a democracia, um dos motes do 36º Congresso, não se coaduna com racismo. Discutir a situação dos jornalistas, do jornalismo e da democracia deve obrigatoriamente nos levar a assumir a superação do racismo brasileiro como nexo prioritário para o exercício do bom jornalismo, calcado nos princípios de transparência e de combate a toda sorte de desigualdades.
            
Não se põe mais em questionamento o fato de o Brasil ser um país marcadamente racista. Alguns indicadores não deixam dúvida: o nosso IDH fica na margem do 79º lugar no ranking mundial. Quando desagregamos essa posição por raça, a população negra fica no 114º lugar e a branca no 38º lugar. Mulheres e homens negros permanecem ganhando menos que homens e mulheres brancas.  As altas taxas de extermínio da juventude negra, especialmente dos homens, são uma tragédia social. Alagoas, que sedia nosso Congresso, é o estado que mais mata jovens negros no Brasil.
           
Como podemos, no território da atividade jornalística, promover a equidade e combater o racismo? Uma vez que o jornalismo é atividade que funda e não apenas relata a realidade, de que modo podemos transpor as assimetrias raciais nos sistemas de informação e nos regimes de visibilidade trazidos à superfície pelas notícias que manufaturamos cotidianamente?
            
Sabemos, igualmente, das profundas modificações nos processos de sociabilidade. Essas mudanças não são pensáveis sem o papel fundamental que as mídias desempenham na visibilidade do poder. A opinião pública se formou em parte graças ao que hoje chamamos de mídia.
            
Ora, se concordamos quanto a esse estatuto da mídia, em geral, e do jornalismo, em particular, constitui-se urgência política e um imperativo ético que a Federação Nacional de Jornalistas e os sindicatos possam cada vez mais aprofundar o debate em torno das assimetrias raciais, com propostas exequíveis no campo de ação dos jornalistas engajados(as) no combate à discriminação e ao racismo. Temos 31 sindicatos e apenas 7 comissões de jornalistas pela igualdade racial, o que ainda é pouco em face da magnitude do racismo no tecido social. É preciso que a Federação e os sindicatos sejam indutores de políticas capazes de incidir sobre as desigualdades sociais com fundamento racial. Necessário se faz a reflexão em torno do imaginário que governa todos nós, negros(as) e brancos(as), e que não tenciona os papéis subalternizados sobrerepresentados em grupos raciais não hegemônicos. 
         
Acordos internacionais, dos quais o Brasil é signatário, são absolutamente cristalinos no que diz respeito ao compromisso do Estado brasileiro, bem como de organismos e categorias profissionais, em superar o drama racial que ainda experimentamos como forma de alcançar, efetivamente, o desenvolvimento pleno capaz de consolidar a democracia.

Reafirmamos neste 36º Congresso Nacional dos Jornalistas o nosso papel com a promoção da igualdade etnicorracial e de gênero, entendendo que os grupos historicamente discriminados tem o direito de desfrutar do binômio justiça e desenvolvimento.


Maceió-AL, 02 de abril de 2014.

2ª Reunião do Conepir-AL


SEPPIR lança Edital para implementação do Sistema de Promoção da Igualdade Racial

Propostas podem ser inseridas no Siconv até 25 de abril de 2014, com foco no fortalecimento institucional e apoio a políticas voltadas para a juventude negra


Visando à implementação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade (Sinapir), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), lançou no dia 27 de março a Chamada Pública N° 01/2014. Até 25 de abril, Estados e Municípios poderão apresentar propostas pelo Sistema de Convênios do Governo Federal (www.convenios.gov.br).

As propostas deverão contemplar duas áreas temáticas: Fortalecimento institucional de Órgãos, Conselhos, Ouvidorias Permanentes e Fóruns voltados para a Promoção da Igualdade Racial; e Apoio às políticas transversais e de ações afirmativas voltadas à juventude negra. Para a primeira área temática serão disponibilizados R$ 2.746.398,00, divididos em recursos de capital e custeio. Para a segunda área temática, serão disponibilizados R$ 400.000,00, exclusivamente para custeio.

Estados e Municípios deverão atentar para a necessidade de que todas as propostas estejam em conformidade com o “Manual de Orientação para Celebração de Convênios com Entidades Públicas”, disponibilizado pela SEPPIR/PR no Portal dos Convênios (www.convenios.gov.br). As propostas serão avaliadas segundo a qualidade técnica e a situação social da população negra da localidade onde a ação será implementada. A previsão é de que no dia 11 de junho todas as propostas já tenham sido avaliadas, possibilitando a celebração dos convênios.

Segundo a Assessora de Assuntos Federativos da SEPPIR, Eunice Léa Moraes, o objetivo da chamada é a descentralização, o fortalecimento, a integração e a ampliação das políticas públicas de enfrentamento ao racismo e de promoção da igualdade racial no Brasil. “Esse Edital representa um importante passo para o fortalecimento da institucionalidade das políticas públicas destinadas à superação das desigualdades étnico-raciais no país”.

Os entes federados que já aderiram ao Sinapir terão pontuação adicional em suas propostas, conforme previsto na Portaria SEPPIR/PR nº 8, de fevereiro de 2014, que regulamenta os procedimentos para a adesão dos Estados, Distrito Federal e Municípios ao Sistema.  A portaria traz ainda orientações e documentos necessários para o ingresso no Sinapir e define as modalidades de gestão para os participantes: Gestão Plena - somatório da pontuação obtida, multiplicado por 3; Gestão Intermediária - somatório da pontuação obtida, multiplicado por 2; Gestão Básica - somatório da pontuação obtida, multiplicado por 1,5."


Fonte:Vânia Menezes /SEMCDH

domingo, 6 de abril de 2014

Nos corredores do SPFW, estilo de cabelo volumoso chamou atenção

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A onda da chapinha e escova progressiva está acabando. Pelo menos é o que parece para quem circula pelos corredores do São Paulo Fashion Week que apresenta as tendências para o Verão 2014-2015. Não foram poucas as fashionistas que assumiram os cachos e fizeram sucesso com a cabeleira afro. Entrevistamos as meninas mais estilosas do evento e perguntamos: como cuidar dos cabelos crespos? Confira as dicas.
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Alana Moreira, promotora, carrega um grande truque para os seus cachos: o leave in. Segundo a morena, ele é capaz de deixar os cachinhos definidos e volumosos. Para conseguir o resultado, ela lava os cabelos diariamente e, em seguida, aplica o produto.
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O truque da modelo Carolina Prazeres é definir os cachinhos com o difusor. Depois de usar produtos próprios para o tipo de cabelo, ela seca com o aparelho e aplica óleo reparador.
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As modelos e irmãs Suzana e Suzene Massena evitam molhar os cabelos todos os dias e hidratam sempre que podem. ‘O mais importante é evitar lavar os cabelos na água quente para não ressecar. Sempre lavamos a cabeça na água fria e só depois continuamos o banho na água quente’. Esse cuidado evita o ressecamento dos fios que já são naturalmente secos.
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Elen Adjard é modelo e opta por deixar o cabelo bem seco para definir os cachos. Para isso, lava dia sim, dia não. ‘No dia que lavo, deixo solto naturalmente. Quando não, opto por fazer um penteado com grampos’. O truque da fashionista ao lavar é aplicar o leave in com cabelos molhados e deixar secar naturalmente. Quando os fios estão secos, ela usa um secador para finalizar a raiz e solta os cachinhos com um pente. O reparador de pontas é aplicado ao fim para dar brilho.
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A jornalista Maitê Freitas é estilosa e gosta de usar turbantes para inovar no visual afro. ‘É uma ótima opção para ficar bonita sem perder muito tempo’. Ela lava os fios uma vez por semana e, para a manutenção diária, aposta no creme para pentear à base de coco ou aloe vera. O maior truque é hidratar sempre.

Fonte: BM

sábado, 5 de abril de 2014

Ipea admite erro em pesquisa que apontou que maioria dos brasileiros apoiava ataques a mulheres

  • Pesquisa causou repercussão nacional; Ipea informou que houve troca em gráficos
WASHINGTON LUIZ(EMAIL)
Publicado:
Atualizado:
BRASÍLIA O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) anunciou nesta sexta-feira que está errada a informação de que 65% dos brasileiros concordariam total ou parcialmente com a ideia de que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Na verdade, o percentual correto é 26%. Resultado de um levantamento divulgado pelo próprio Ipea na semana passada, o dado provocou polêmica em todo o país, levando até a presidente Dilma Rousseff a lamentá-lo publicamente, destacando que a sociedade brasileira ainda tem muito a avançar.
O erro levou o diretor de Estudos e Políticas Sociais, Rafael Guerreiro Osorio, a pedir exoneração do cargo. Ele permanecerá no instituto como pesquisador, pois é servidor concursado.
Em nota, o Ipea pediu desculpas e informou que a falha foi provocada por uma “troca de gráficos”, o que alterou os resultados de 4 dos 41 itens da pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres.” Para o instituto, porém, as conclusões do levantamento continuam válidas, uma vez que as respostas a outras questões não foram alteradas. Numa delas, 58,5% dos entrevistados afirmaram concordar com a ideia de que haveria menos estupros se as mulheres soubessem como se comportar.
Como houve a troca de gráficos, o índice de 65% de concordância dizia respeito à seguinte afirmação: “Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar.” Para essa afirmação, a concordância não era de 26%, como divulgado na semana passada.
Outro item da pesquisa que teve os resultados corrigidos dizia: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Na verdade, 58,4% dos entrevistados concordaram totalmente com a afirmação, ao contrário dos 47,2% divulgados inicialmente. Os dados dessa sentença foram trocados pelos da frase: “O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros”, cujo índice de concordância total passou de 58,4% para 47,2%.
Para o instituto, “um erro bobo”
O chefe de gabinete do instituto, Sergei Soares, lamentou o equívoco, que atribuiu “a um erro bobo”. Afinal, segundo ele, a falha ocorreu na consolidação dos dados e não na fase de análise das respostas dos entrevistados, quando são extraídos os resultados propriamente ditos.
— Duas das perguntas ficaram trocadas no Excel. É um erro bobo — afirmou o chefe de gabinete, fazendo referência ao software de planilhas de computador.
Sergei disse também que Rafael Osório não teve participação direta no erro, mas pediu exoneração por entender que cabia a ele, como diretor da área e um dos autores do texto, responder pela falha.
A pesquisa consistiu na aplicação de questionários a 3.810 pessoas, entre maio e junho de 2013, em municípios das cinco grandes regiões do país. Tão logo os resultados foram divulgados, uma onda de indignação tomou as redes sociais. Em Brasília, a jornalista Nana Queiroz lançou a campanha “Não mereço ser estuprada”, incentivando mulheres a postarem fotos sem roupa, a fim de demonstrar que vestir pouca roupa não justifica qualquer violência sexual. Ela própria posou sem camisa, cobrindo os seios com o braço, na frente do Congresso.
Ontem, ela lamentou os erros do Ipea, embora tenha registrado que ficava feliz ao saber que o número de pessoas que toleram a agressão a mulheres por causa da roupa é menor do que o originalmente divulgado. A jornalista evitou comentar os demais resultados do levantamento:
— Não confio em mais nenhum dado do Ipea. Confio é no que eu experimentei: por causa do meu protesto, recebi várias ameaças e xingamentos que comprovam que o machismo existe sim — disse Nana.
Nana diz ter recebido mais de cem ameaças de morte pelas redes sociais. Os casos estão sendo investigados pela Polícia Federal. Apesar do medo, a jornalista afirma que não deixará de defender a causa feminista:
— Vou continuar trabalhando até que 0% da população seja contra os ataques a mulheres. Não devemos nos contentar nem com os 26%. É bom saber que essa porcentagem pode ser menor do que a que foi divulgada, mas ela não deveria nem existir.
O chefe de gabinete do Ipea contou que a reação da sociedade foi acompanhada de muitas críticas ao levantamento e à metodologia da pesquisa. Segundo ele, foi isso que levou os pesquisadores a revisar todos os procedimentos.
Para secretária, índice ainda é alto
Para a secretária de Enfrentamento à Violência da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Aparecida Gonçalves, esse dado é revelador do machismo na sociedade brasileira. De um lado, ela considerou positivo que o percentual de brasileiros que toleram agressões a mulheres por causa da roupa que elas vestem seja menor: 26% em vez de 65%. Mas ponderou que o índice de 26% permanece elevado:
— Faça as contas e veja quantas pessoas isso representa.
Na mesma linha, Sergei Soares afirmou que as conclusões gerais do levantamento continuam válidas, isto é, há uma “ambiguidade nos discursos”, conforme o texto que acompanha o levantamento. “O primado do homem sobre a mulher ainda é bastante aceito pela população, mas a violência física não é tolerada.”
— A conclusão não muda: a sociedade continua sendo machista, embora seja um machismo complexo — disse Sergei.
A professora da Universidade de Brasília (UnB) Tânia Montoro, que é especialista em questões de gênero, afirmou que as perguntas do levantamento foram mal formuladas:
— O estudo é muito tendencioso. Para se verificar como o machismo está inserido na sociedade, seria preciso verificar em que padrões ele se evidencia. A escolaridade e a profissão dos entrevistados é muito importante, e a pesquisa não levou isso em consideração. O que deveria ter sido perguntado é em que tipo de situação a mulher é mais exposta à violência: dentro do ônibus, com roupa curta? Com essas perguntas, o entrevistado teria oportunidade de responder o que realmente pensa, sem margens para outras interpretações.


  

http://oglobo.globo.com/pais/ipea-admite-erro-em-pesquisa-que-apontou-que-maioria-dos-brasileiros-apoiava-ataques-mulheres-12093685#ixzz2yCog0j1w 

Registro fotográfico do 1º Enjira

O 1º Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira) abriu a programação do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, aconteceu no dia 02 de abril de 2014, no Centro de Convenções de Maceió. Estiveram presentes representantes das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Alagoas, Paraíba e Bahia, além do Núcleo de Jornalistas Afrobrasileiros do Rio Grande do Sul. E jornalistas representando os sindicatos de jornalistas do Estado do Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Ceará e Rio Grande do Norte. Confira algumas imagens:












quinta-feira, 3 de abril de 2014

Jornalistas debatem racismo na mídia, durante encontro em Maceió

YVETTE MOURA
YVETTE MOURA
Jornalistas debatem racismo na mídia, durante encontro em Maceió
Evento é parte da programação do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas
O 1º Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira) abriu, na manhã desta quarta-feira (2) a programação do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, que acontece até o próximo domingo, no Centro de Convenções de Maceió, reunindo cerca de 500 profissionais de todo o Brasil.
Com foco na construção da igualdade racial na mídia e o papel dos jornalistas nesse processo, o encontro trouxe a tona questões como a visibilidade da cultura e das demandas relacionadas à população negra, além da troca de experiência sobre a abertura de espaços para o jornalismo especializado nas questões de gênero, como o Portal Áfricas e cadernos especiais na mídia impressa.
Para alimentar o debate, o encontro contou com a participação de profissionais do mais alto gabarito na mídia étnica nacional, a exemplo de Cleidiana Ramos, repórter especial do jornal A Tarde (BA), especializada em questões de identidade e religiosidade afro-brasileira; o jornalista Washington Andrade, diretor-geral do Portal Áfricas; e Rosane Borges, doutora em Ciências da Comunicação, coordenadora do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra.
Durante uma hora eles discorreram sobre questões como o tabu de falar no racismo na imprensa brasileira; das relações diferenciadas da informação com o público negro; da importância de fomentar o debate sobre etnia e raça na mídia brasileira, entre outros assuntos.
Na opinião de Rosane Borges, falar de racismo no Brasil é como olhar diretamente para o sol, pois é algo que cega imediatamente as pessoas. “É algo muito presente e que nos negamos a encarar. O que precisamos é trabalhar para promover a igualdade social e a mídia possui um papel fundamental nisso”, disse ela.
O evento contou com a participação de integrantes das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Alagoas, Paraíba e Bahia, além do Núcleo de Jornalistas Afrobrasileiros do Rio Grande do Sul, que agregam profissionais engajados na discussão da temática, além de representantesdos demais sindicatos da categoria em outros Estados do Brasil.
Na avaliação do presidente da FENAJ, Celso Schröder, foi uma grande honra ter o ENJIRA abrindo o Congresso Nacional dos Jornalistas. “Isto era uma coisa que nós devíamos ao jornalismo brasileiro. Este é um assunto que deve ser extremamente debatido em todas as redações pelo Brasil afora”, afirmou.
Valdice Gomes, presidenta do Sindjornal e coordenadora da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira) da FENAJ, falou da grande emoção em ver o primeiro Enjira acontecer Alagoas. “Não é de hoje que lutamos por isso, pois sabemos do quanto é fundamental implementar ações voltadas à igualdade racial em todas as esferas da comunicação social”, disse ela.
O Congresso dos Jornalistas é um evento promovido pela FENAJ, este ano realizado pelo Sindicato dos Jornalistas de Alagoas, com patrocínio do Governo de Alagoas, Prefeitura de Maceió, Sebrae, Petrobras, Federação da Indústria do Estado de Alagoas e Governo Federal, por meio da Caixa Econômica Federal, Ministério do Esporte e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).