quarta-feira, 30 de abril de 2008
Recife tem três vezes mais morte de negros
terça-feira, 29 de abril de 2008
Movimento negro derruba edital da SEE
Representantes da Federação Alagoana de Capoeira (FALC) e do Fórum de Entidades Negras de Alagoas (Fenal) conseguiram derrubar o edital da Secretaria Estadual da Educação e do Esporte, que convocava agentes culturais da Coordenadoria de Ação Cultural (Corac), mas não incluía a Capoeira.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
De cada cem negras trabalhadoras no Brasil, 22 são empregadas domésticas, diz OIT
De cada cem mulheres negras ocupadas no Brasil, aproximadamente 22 são empregadas domésticas. Nas mulheres brancas, amarelas e indígenas, o índice é de 13 a cada cem.
Os dados estão no estudo inédito divulgado nesta quinta (24) pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), elaborado a partir da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No dia 27 (domingo), comemora-se o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica.
Essas trabalhadoras domésticas negras estão ganhando mais registro na carteira de trabalho: 17,2% de aumento, entre 2004 e 2006. Esse movimento das negras acompanha o crescimento da formalização no setor, que foi de 10,2%, no mesmo período.
Apesar disso, somente 27,8% do total de trabalhadores domésticos têm carteira assinada, segundo dados de 2006.
O trabalho doméstico conta com 6,6 milhões de pessoas no Brasil. Desse total, 93,2% são mulheres e 6,8%, são homens. Ele representa 16,7% do total da ocupação feminina no Brasil, o que corresponde, em termos numéricos, a 6,2 milhões de mulheres.
Entre os não-registrados, as trabalhadoras negras correspondem a 57,5%. As mulheres não-negras são 37%. Os homens não-negros são 2,1%; e os negros somam 3,4%.
Entre as mulheres negras que são trabalhadoras domésticas, 75,6% não têm carteira assinada. Esse percentual é de 69,6% entre as mulheres não-negras. Entre os homens, o índice é de 61,9% (negros) e 54,9% (não-negros).
Segundo o documento da OIT, isso demonstra "de maneira inequívoca que, mesmo em um campo tradicionalmente feminino e em uma situação de extrema precariedade, as mulheres, e em especial as mulheres negras seguem em situação mais desfavorável do que os homens".
Analisando-se o período de 1995 a 2006, destaca-se ainda a diminuição da diferença de rendimentos. Em 1995, as mulheres negras recebiam o equivalente a 55,4% dos rendimentos dos homens brancos. Em 2006, essa diferença cai, apesar de continuar bastante elevada: as mulheres negras passam a receber 66,4%.
Os rendimentos das mulheres brancas, em 1995 e em 2005, equivaliam a 64,5% e 75,5% dos rendimentos dos homens brancos respectivamente; para os homens negros, os valores eram 69% e 87,3% respectivamente dos rendimentos dos brancos.
Para a OIT, isso significa que, "mesmo em um setor ainda bastante precário do mercado de trabalho, as desigualdades de gênero e raça reproduzem a lógica do mercado de trabalho mais amplo: os homens brancos seguem tendo os maiores rendimentos, seguidos dos homens negros e, por fim, das mulheres brancas e negras, nesta ordem".
A lei brasileira define o trabalho doméstico como aquele realizado por pessoa maior de 16 anos que presta serviços de natureza contínua (freqüente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família em sua casa.
Fonte: UOL - Empregos
Secretário Osvaldo Viégas visita Grupo União Espírita Santa Bárbara
Jornalista e integrante da Cojira/AL
Osvaldo Viégas teve a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido pela ONG, que é reconhecida pelos inúmeros turistas nacionais e internacionais que visitam o local durante os finais de semana. Entre eles, a apresentação da Dança dos Orixás, a Capoeira, o Maculelê e a Dança Primitiva. Além dos pratos da culinária afro, que são conhecidos pela sua variedade e sabor, a exemplo do acarajé, abará, vatapá, caruru e outras iguarias.
A ialorixá mãe Neide Oyá D' Oxum agradeceu a visita do secretário Osvaldo Viégas ao Grupo Espírita, que desenvolve atividades culturais, divulgando a Umbanda e suas manifestações. Segundo ela, a cultura negra ainda é vista com preconceito por parte da sociedade, em especial os atos religiosos, que são constantemente criticados por integrantes de outras religiões. Mesmo diante desses obstáculos, a religiosa diz que não desistirá de divulgar a sua fé.
Para o secretário, a cultura afro-brasileira ainda enfrenta dificuldade de ser divulgada em função da discriminação e preconceito. Mas afirmou que o governo do Estado, através da Secult, tem como uma de suas metas divulgar o trabalho realizado pelas etnias consideradas minorias. Uma das propostas da secretaria é incluir o grupo de dança do Guesb na caravana cultural, realizada pelo órgão nos municípios alagoanos. "A cultura afro-brasileira tem uma bagagem significativa. Porém, para ser valorizada, será necessário romper a barreira do preconceito", ressaltou.
O turista italiano Giancarlo Franci disse que nunca retornou a um destino duas vezes, mas pretende voltar, a Maceió, porque encontrou, além de belas praias, humanismo no Grupo União Espírita Santa Bárbara. “Em Salvador é muito turístico, aqui em Maceió é autentico, a própria comunidade participa e tem benefícios. Fiquei emocionado”, conta. Durante dois anos, o agente de viagem Ubiraelson Nascimento, da agência Marina Viagem, trouxe mais de 2 mil turistas italianos para conhecer a cultura afro.
Criado na década de 80, o Grupo União Espírita Santa Bárbara tem conquistado o reconhecimento através de suas ações, que têm como foco crianças e adolescentes carentes do bairro. Morando no local há mais de 15 anos, mãe Neide, como é chamada carinhosamente, observando as dificuldades enfrentadas pelas famílias, resolveu implantar o projeto Inaê, que além das oficinas de arte, promove cursos voltados para geração de emprego e renda, destinado aos familiares, que aprendem pintura em seda, confecção de colares, pulseiras, brincos e roupas com a temática afro, crochê e peças que são utilizadas pelos filhos de santo.
A ampliação dos serviços é um dos planos para o futuro. Nesse sentido, recentemente foi adquirido um terreno, onde será construído um prédio com estrutura de palco, refeitório, salas e uma escola.
Centro de Teatro do Oprimido (RJ) chega a Alagoas
Os interessados em participar e conhecer o trabalho do Centro do Teatro do Oprimido deve preencher o formulário de adesão que está disponível no site do SESC Alagoas, e enviar para o e-mail sesccentro@gmail.com.
A Oficina Demonstrativa realizada no dia 09 de abril no Sesc Guaxuma (Coronel Mário Saraiva, s/n – Praia de Guaxuma) teve como objetivo apresentar e facilitar a compreensão do projeto Fábrica de Teatro Popular – Nordeste que pretende oferecer um programa de formação de Multiplicadores de Teatro do Oprimido para instituições e grupos interessados em conhecer e utilizar este método teatral praticado em línguas, culturas e geografias diversas.
Apesar de seus praticantes seguirem os mesmos fundamentos teóricos e práticos, filosóficos e políticos, sistematizados por Boal, o Teatro do Oprimido é regionalizado, ou seja, é o mesmo em todos os lugares, sendo, ao mesmo tempo, específico em cada um deles por incorporar a cultura local.
Com quase quatro décadas de existência, praticado em cerca de 70 países e em 19 estados brasileiros, o Teatro do Oprimido chega a Alagoas, onde a cultura local e necessidades específicas forjarão o nascimento do Teatro do Oprimido Alagoano.Este método se baseia no princípio de que todo ser humano é teatro e é capaz de fazer teatro, por isso o programa de capacitação não exige experiência teatral ou uma formação específica. Entretanto, os participantes devem ter experiência em organizar e promover atividades coletivas e envolvimento em ações comunitárias e estarem aptos e comprometidos com a multiplicação.
Mais informações:
(82) 3326.3133
http://www.al.sesc.com.br
Com informações da Assessoria.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Anajô realiza assembléia no dia 27
Estão convidados todos os associados e as associadas, além das pessoas que se interessam entrar efetivamente na instituição.
Pautas:
*Adesão de novos membros;
* Cronograma de atividades para o segundo semestre;
* Projetos sócio-culturais e de formação;
* Finanças.
Mais informações:
(82) 8831-3231 / 8865-5520 / 9341-0943
onganajo@hotmail.com
http://www.anajoonline.spaces.live.com
Mestres de capoeira elaboram livro didático e elegem diretoria do Conselho Estadual em União dos Palmares
Os mestres saírão no domingo às 7 horas da manhã, da Praça Sinimbu com destino a União, onde serão recebidos com café da manhã, almoço e lanche ao final das atividades. Os organizadores do evento estão esperando cerca de trinta mestres, com representação de vários municípios.
Segundo Cláudio Figueiredo, um dos idealizadores do Cemcal, o início da elaboração do livro didático, no município de União se deveu a dois fatores, que são a simbologia de Zumbi para os capoeiristas e o fato do município já ter implantado o ensino da capoeira nas escolas, salientou o mestre.
Um dos objetivos do Cemcal é a formação continuada dos capoeiristas para a implantação do ensino da capoeira nas escolas. Para atingir seus objetivos o Conselho já conta com o apoio da Secretaria Municipal de Educação de União, do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro/NEAB da Universidade Federal de Alagoas/UFAL e da Secretaria de Estado de Cultura. “Depois da eleição de nossa entidade, ampliaremos o diálogo junto ao Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico- Racial e a Secretaria Municipal de Educação de Maceió”, adiantou Antônio Pereira, o mestre Tunico.
A construção coletiva de um livro didático de capoeira que compreenderá os conteúdos programáticos de cada série do ensino médio se apresenta como um desafio para os mestres envolvidos, assegurou o Mestre Cláudio. Já o mestre Tunico ressalta a importância do livro para Alagoas e observa que a busca de um conteúdo que inclua o ensino da capoeira angola e regional de forma sistematizada nas escolas vai construir uma nova era da capoeira no Estado e no país, além de ampliar o mercado de trabalho formal para os capoeiristas.
A eleição da primeira diretoria do Conselho de Mestres em União e um próximo encontro em Arapiraca, cuja Câmara Municipal aprovou a obrigatoriedade do ensino da capoeira nas escolas municipais, demonstram que a entidade pretende trabalhar interiorizando as suas ações, buscando um maior desenvolvimento da capoeira e construindo parcerias, conclui mestre Cláudio.
Sandra Bomfim - Jornalista (MT 1217)
Contatos: (82) 8859 5872
Mirante Cultural segue em 3ª edição
O Mirante Cultural - "Um Quilombo Chamado Jacintinho" é uma iniciativa do Centro de Estudos e Pesquisas Afro-alagoano QUILOMBO, com o objetivo de proporcionar atividades culturais e discussões políticas na comunidade do Jacintinho.
A terceira edição será realizada no dia 25 de abril, das 19h às 22h, no Mirante ao lado da rádio 96 FM. Na ocasião será passado um abaixo assinado, que solicita a construção de uma praça no Mirante Kátia Assunção, para que a comunidade do Jacintinho possa ter efetivamente um espaço de lazer.
Já estão confirmados os seguintes grupos: bumba-meu-boi Diamante; Grupo de Teatro Mutetra; Escola de Samba Arco-Íris; Federação Alagoana de Capoeira (FALC) e a Banda Afro Mania.
Contatos:
Denis Costa: 8858-6771
Gilson Félix: 3035-7913
Sirlene Gomes: 8823-2517
http://fotolog.terra.com.br/mirante
Com informações da Assessoria.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Comissão da Igualdade Racial cobra presença de movimentos e mídia em debates
domingo, 13 de abril de 2008
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Convocatória: Fórum Estadual Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial
sexta-feira, 4 de abril de 2008
40 anos sem Martin Luther King
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.
Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros. Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação. Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.
De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".
Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia. Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.
Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.
E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"
Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.
Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.
Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado. "Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos, De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!" E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro. E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire. Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York. Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania. Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado. Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia. Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee. Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi. Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro: "Livre afinal, livre afinal. Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."