terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Direitos Humanos

 A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) completou 69 anos de implantação no último dia 10 de dezembro. Trata-se do documento marco que determina os direitos humanos básicos, adotado e proclamado pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) no ano de 1948, sendo esboçado principalmente pelo canadense John Peters Humphrey, com a ajuda de representantes de diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões do mundo.

Embora não tenha uma obrigatoriedade legal, foi traduzido em mais de 500 idiomas e inspirou as constituições de muitos Estados e democracias recentes. Visa definir “como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição”.

De acordo com o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, a universalidade de direitos está sendo contestada em boa parte do mundo e tem enfrentado intenso ataque por parte de terroristas, líderes autoritários e populistas que parecem querer sacrificar os direitos dos outros em benefício do poder. “A Declaração Universal foi elaborada por um mundo ferido pela guerra, o remédio prescrito pelos Estados para inocular suas populações contra seus piores instintos e omissões. “Essa consciência parece estar se evaporando em ritmo alarmante, e o enorme progresso alcançado através da promulgação progressiva dos princípios de direitos humanos, (…) está sendo cada vez mais esquecido ou deliberadamente ignorado”, disse Zeid.

No Estado de Alagoas, a data foi lembrada com a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal de Maceió nesta segunda-feira com a participação do Juiz Marcelo Tadeu Lemos e do Dr. Ricardo Soares Moraes, que respectivamente, discutiram os temas “Direitos Humanos, uma questão além da ideologia” e “Direitos Humanos e segurança pública: uma parceria indissociável”. Já na quinta-feira(14) às 14h, no antigo auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Praça Monte Pio, no Centro em Maceió – terá o Encontro Estadual de Direitos Humanos. A atividade é uma realização da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos e a Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL.

A Declaração foi elaborada para proteger não apenas os direitos civis e políticos, mas também sociais, econômicos e culturais; e o desafio é difundir que não há desenvolvimento sem direitos humanos. A luta por um futuro melhor, com respeito à dignidade humana sempre continua!



Fonte: Coluna Axé – 471ª edição – Jornal Tribuna Independente (12 a 18/12/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Mulheres negras e igualdade

As organizações da sociedade civil de mulheres negras brasileiras realizarão rodas de diálogos “Mulheres Negras Para um Planeta 50-50: O que queremos em 2030?”, de 5 a 16 de dezembro, em cinco capitais brasileiras (Salvador/BA; Maceió/AL, Recife/PE, Porto Alegre/RS e Rio de Janeiro/RJ). 

Em Maceió, a atividade será realizada nessa quarta-feira, 06 de dezembro, das 14hs às 17hs, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), situada na Rua Dr. José Porciúncula, 121, bairro Farol, e contará com representações de entidades da sociedade civil que defendem os direitos das mulheres negras. A organização local é da Rede Alagoana de Mulheres Negras e acontecerá em parceria com a ONU Mulheres, em cumprimento da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, como uma condição para o alcance de um Planeta 50-50 em 2030.

As atividades serão realizadas no âmbito dos 16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e Dia Internacional dos Direitos Humanos; e o objetivo é garantir que as organizações do movimento de mulheres negras possam discutir entre si estratégias e identificar ações, a serem realizadas numa parceria com o Sistema ONU no Brasil, para o cumprimento das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

De acordo com o “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil”, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FlACSO), o assassinato de mulheres negras aumentou 54% nos últimos dez anos, de 1.864 (2003) para 2.875 (2013). Neste mesmo período o número de homicídios que vitimou mulheres brancas reduziu 10%, de 1.747 para 1.576. O Brasil ocupa a incômoda 5ª posição em ranking global de homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2013, a taxa de mortes por assassinato de mulheres no Brasil, para cada 100 mil habitantes foi de 4,8 casos; uma média mundial de dois casos; e foram 4.762 mulheres mortas violentamente no país naquele ano: 13 vítimas fatais por dia.

Nos cinco estados que serão realizados, estão sendo organizados pelo Odara em parceria com a Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), a Rede de Mulheres Negras do Nordeste, e organizações locais, com apoio institucional da ONU Mulheres Brasil e deverá produzir um documento que vai revelar novas metas para a Localização dos ODS no Manifesto da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver 2014, elaborado pela ONU Mulheres Brasil, compreendendo necessidades das mulheres negras que ainda não foram identificadas nos ODS. 

Além de servir para que as ativistas possam realizar uma análise da conjuntura política e social do Brasil em 2018, constituindo também um espaço para que discutam nos seus estados quais resultados esperam para o empoderamento econômico, social e político e garantia do bem viver das mulheres negras brasileiras até 2030. 


Fonte: Coluna Axé – 470ª edição – Jornal Tribuna Independente (05 a 11/12/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Cojira-AL: 10 anos

No próximo dia 24 de novembro, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) completa dez anos de fundação e atuação no Estado de Alagoas. É vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) e foi o primeiro núcleo do Nordeste a trabalhar as questões étnicorraciais no movimento sindical da categoria.

Também existem cojiras nos estados da Bahia, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo e o Núcleo de Comunicadores Afro-Brasileiros do Rio Grande do Sul – juntos, formam a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Étnicorracial (Conajira) que é um órgão consultor da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).

Porém, Alagoas destaca-se na interlocução entre o movimento social negro e a mídia alagoana, facilitando o repasse das informações e na indicação de entrevistados e entrevistadas sobre as questões étnicorraciais; contribui para a reflexão sobre a realidade da população afrodescendente durante todo ano; divulga as ações político-culturais e eventos dos segmentos afros; além de promover debates e participar de palestras sobre o papel da mídia no combate do racismo, o discurso de ódio, à intolerância e outras formas de intolerância.

Dentre as ferramentas de trabalho, estão: o blog www.cojira-al.blogspot.com.br e a Coluna Axé publicada semanalmente no jornal Tribuna Independente desde 2008. Também exerce um papel importante no controle social e defesa das políticas públicas, com atuação marcante por duas gestões, no Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir-AL).

É motivo para se orgulhar e festejar, mas, ainda há muito o que fazer! Os desafios continuam... que venham mais dez anos. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 468ª edição – Jornal Tribuna Independente (22 a 27/11/17) / Cojira-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

domingo, 19 de novembro de 2017

Nota pública da FENAJ contra comentários racistas do jornalista William Waack e o racismo na imprensa brasileira

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), por meio da Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Etnicorracial e das Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial e Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros dos sindicatos, vem a público manifestar total repúdio aos comentários racistas do jornalista William Waack, registrados em vídeo viralizado na internet.


De maneira ultrajante e entre risos, o jornalista atribui má-conduta a uma pessoa negra, buscando falsa justificativa na negritude. Waack atenta contra leis e normas, entre elas a Constituição Federal e o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, expressamente no artigo 6º:

I – defesa dos princípios da Declaração Universal de Direitos Humanos – incluindo a comunicação como direito humano;
XI – defender os direitos de cidadãos e cidadãs, em especial negros, entre outros;
XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Apesar do afastamento de Waack de suas atividades no Jornal da Globo, é mister manter o debate político acerca do racismo e da discriminação racial praticado por jornalistas, na imprensa e em veículos de comunicação. Esta é uma discussão que vem sendo historicamente desprezada pela área, impedindo a eliminação do racismo e a responsabilização de pessoas, empresas e instituições a despeito dos esforços do movimento negro e de negras e negros organizados, inclusive em instâncias sindicais de jornalistas.

Desde o ano 2000, jornalistas negras e negros estão organizados em comissões e núcleos, reagindo contra o racismo na imprensa que ocorre seja por meio da baixa presença de afrodescendentes nas redações, piores condições de trabalho decorrentes da discriminação racial e violação do direito humano à comunicação da população brasileira, especialmente da população negra. Diversas teses em congressos de jornalistas, seminários, debates, estudos e publicações, cursos e guias têm sido produzidos pela FENAJ, sindicatos e entidades parceiras como instrumentos de sensibilização e desenvolvimento de práticas inclusivas no âmbito das relações raciais no jornalismo brasileiro.

Contudo, é fundamental registrar a pouca adesão de jornalistas e a falta de respostas das empresas jornalísticas em apoiar tais iniciativas. Não é prematuro reconhecer que o caso Waack é a expressão da situação-limite que o jornalismo brasileiro enfrenta, o que demanda transformações profundas por parte de profissionais, empresas, universidades, entidades sindicais, sociedade e poder público.

A FENAJ conclama a sua categoria e a sociedade brasileira para que as mobilizações nas redes sociais frente à indignação com o caso Waack perseverem na efetivação de mudanças que jornalistas e empresas de comunicação têm evitado, ao longo dos tempos, a qual é reveladora do racismo como estruturante das relações sociais, econômicas, trabalhistas e políticas no País. Que o caso Waack, publicizado neste mês da Consciência Negra, seja o catalisador de debates e práticas que a categoria, setor de comunicação, sociedade, governo e instituições de ensino não podem mais se furtar: a eliminação do racismo sob todas as suas formas.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Vamos subir a Serra

A programação do mês da consciência negra começou com força em Alagoas, repleta de atividades que promovem a reflexão sobre o episódio histórico da luta por liberdade e dignidade no Quilombo dos Palmares; além da valorização da cultura e história afro-brasileira, o combate ao racismo. De 15 a 19 de novembro de 2017, a orla da Pajuçara em Maceió, será palco de um encontro educativo, cultural, político-econômico-social e histórico, com o projeto/evento Vamos Subir a Serra!

Trata-se de uma realização do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), em parceria com a Núcleo Zero e gestão de Simone Benchimol; e conta com o patrocínio do Sebrae, da Braskem e da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA), além da parceria da Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural e do governo federal, através da Fundação Cultural Palmares.

A finalidade é fomentar e evidenciar as potencialidades do povo negro através de eventos simultâneos com a temática étnico-racial, tais como: feira de produtos afros-quilombolas, ciclo de palestras com nomes de referência local e nacional, tendo como foco o empreendedorismo afro, pertencimento étnico, turismo étnico, empoderamento da mulher negra e a Serra da Barriga como marco fundante.

As oficinas possuem inscrições gratuitas (uma hora antes) com 40 vagas: a primeira acontecerá nessa quarta-feira(15) das 8h às 10hs com o tema: Empoderando, embelezando, glorificando as mulheres com o uso de turbantes – “Seu turbante, sua coroa”, ministrada por Lucélia Tayná; em seguida, das 10h30 às 12h30, será a vez da Oficina Bate cachos – corte a seco ao vivo e tudo sobre cuidados em casa, com Tamires Melo; no dia 16 de novembro, quinta-feira, das 8h às 12h30. Neste dia, a primeira abordará o tema Marketing pessoal – “Você é o seu melhor produto”, com o jornalista e psicólogo Carlos Gonçalves e a participação de Yalla Barros, profissional de estética negra. Das 10h30 às 12h30, será a vez da oficina Empreendedorismo e Produção Cultural, tendo como oficineiro Jonathan Santos Silva, administrador de empresas e coordenador do Cenafro.

Também terá cine-fórum, performances artísticas culturais; o Fala Preta #tireavendadoracismo no dia 15 a partir das 14hs, seguido do desfile Afro-in com a apresentação da cantora Mel Nascimento; e uma viagem pela história do Quilombo dos Palmares, em visitação no dia 18 à Serra da Barriga, em União dos Palmares. Todos os participantes terão direito a certificado online.

A entrada é gratuita, das 8h às 22h, prestigie! Mais informações: (82) 99999-1301 / 98878-7484 / anajo.vamossubiraserra@gmail.com. Acompanhe a página: https://www.facebook.com/vamosSubiraSerra/


Formação
No evento Vamos Subir a Serra! terá uma edição especial do projeto Tambor Falante na quinta-feira(16) às 16h com o tema Pertencimento Étnico, com a participação de Lepê Correia (foto): Psicólogo, Educador e Pesquisador de culturas e tradições afros e brasileiras; Mestre em Literatura e Interculturalidade; Doutorando em Literatura e Interculturalidade. Também foram convidados como palestrantes nacionais: Érico Brás (ator, cantor e humorista) que falará sobre “Mídia e Racismo” no dia 16 às 19h; e Kênia Maria (atriz, escritora e roteirista, nomeada Defensora dos Direitos das Mulheres Negras pela ONU Mulheres) que abordará no dia 17 às 16h, o tema “Empoderamento da mulher negra”. (Crédito da foto: Divulgação)


Fonte: Coluna Axé – 467ª edição – Jornal Tribuna Independente (14 a 20/11/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Em cerimônia de certificação como patrimônio do Mercosul, ministro destaca potencial turístico da Serra da Barriga

12.11.2017 - 8:48  
Ministro Sérgio Sá Leitão (no alto, à esquerda) recebeu a certificação da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do Mercosul. Durante a cerimônia, houve apresentação de capoeira e um ritual de orixás (Fotos: Janine Moraes/Ascom MinC)
 

Na cerimônia de certificação da Serra da Barriga, em Alagoas, como Patrimônio Cultural do Mercosul, realizada neste sábado (11), o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, afirmou que esse reconhecimento internacional vai incrementar um importante vetor de desenvolvimento da região – o turismo. 
 
"Este é um lugar que tem todo um potencial para atrair turistas do mundo inteiro, pela sua relevância tanto no campo simbólico, como no campo histórico. Isso pode trazer desenvolvimento para a região e, sobretudo, desenvolvimento sustentável", afirmou o ministro.
 
Para Sá Leitão, a partir de agora, Serra da Barriga, além de turistas, vai atrair também investimentos, com impacto positivo na geração de empregos e renda para a comunidade. Dados oficiais indicam que 1% de aumento no fluxo de turistas gera R$ 30 milhões na economia brasileira por ano.
 
Responsável pela gestão de Serra da Barriga, a Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), articula com as universidades Federal de Alagoas (Ufal) e Estadual de Alagoas (Uneal) um projeto para desenvolvimento do turismo no local. No próximo ano, deverá ser lançado o calendário de visitas guiadas no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, espaço na Serra da Barriga que reproduz as edificações do período de resistência na região.
 
A cerimônia de certificação, neste sábado, começou com uma visita guiada ao Parque, conduzida pelo historiador Helcias Pereira, presidente do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir). Autoridades e convidados também assistiram a apresentações de capoeira e afoxé e a um ritual de orixás, na Lagoa Encantada dos Negros.
 
Liberdade
 
Além do ministro da Cultura, receberam o certificado de reconhecimento da Serra da Barriga o governador de Alagoas, Renan Filho, o prefeito de União dos Palmares, Kil Freitas, e três representantes da comunidade negra: Mirian Araújo Souza Melo (religiões de matriz africana), Cláudio de Figueiredo (capoeira) e Amaro Félix Filho (quilombolas). 
 
"O reconhecimento é um impulso para que vocês sigam trabalhando para manter vivas suas culturas e suas raízes", destacou Gabriela Gallardo Martin, da Comissão de Patrimônio Cultural do Mercosul.
 
A Serra da Barriga foi reconhecida, em maio deste ano, como Patrimônio Cultural do Mercosul dentro da temática Cumbres, Quilombos y Palenques. A serra ocupa uma área de 28 quilômetros quadrados, em União dos Palmares (AL), e abrigou o movimento de resistência de escravos no Brasil. De 1597 a 1695, a República Livre dos Palmares abrigou cerca de 20 mil pessoas, não só negros, mas também indígenas e brancos.
 
O ministro da Cultura ressaltou que a Serra da Barriga representa a liberdade, que é "o maior valor que a humanidade tem". "Vivemos hoje em um país democrático, onde há uma Constituição, livremente escrita e promulgada, que consagra a democracia, o estado de Direito e a liberdade como um valor fundamental dos brasileiros e das brasileiras", afirmou.
 
Sá Leitão condenou a intolerância e a perseguição a líderes de religiões de matriz africana. "Ainda hoje, apesar de a Constituição consagrar todas as liberdades, a de expressão, a de manifestação, a religiosa, os representantes das religiões de matriz africana são perseguidos, são vítimas de intolerância".
 
Preservação do patrimônio do Mercosul
 
O reconhecimento pelo Mercosul implica compromisso dos governos federal e estadual, assim como da sociedade civil, na proteção, conservação, promoção e gestão do bem. Até o momento, sete bens nacionais ou regionais foram declarados Patrimônio Cultural do Bloco. Além da Serra da Barriga, a lista inclui o Edifício sede do Mercosul, em Montevidéu, inaugurado em 30 de dezembro de 1909; a Ponte Internacional de Barão de Mauá, que liga as cidades de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, e Rio Branco, no Uruguai; a pajada, que é uma arte que mistura música e poesia e que adquiriu grande desenvolvimento no Cone Sul; o Itinerário Cultural das Missões Jesuítas Guaranis, Moxos e Chiquitos; o chamamé, estilo musical tradicional da Argentina, e o cimarronaje cultural equatoriano, imaginário de resistência visível em práticas rituais, festivas, gastronômicas e musicais dos povos afrodescendentes do país.
 
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

domingo, 12 de novembro de 2017

Renan Filho propõe trazer sede da Fundação Palmares para Alagoas

Governador participou da solenidade de certificação da Serra da Barriga como patrimônio do Mercosul


Certificação da Serra da Barriga como patrimônio cultural do Mercosul integra uma série de ações que marcam o Mês da Consciência Negra no Brasil Certificação da Serra da Barriga como patrimônio cultural do Mercosul integra uma série de ações que marcam o Mês da Consciência Negra no Brasil (Fotos: Márcio Ferreira)
Texto de Severino Carvalho

O governador Renan Filho solicitou ao ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que transfira de Brasília para Alagoas a sede administrativa da Fundação Cultural Palmares (FCP). O pedido aconteceu durante a solenidade de certificação da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do Mercosul, na manhã deste sábado (11), em União dos Palmares.

(Fotos: Márcio Ferreira)

"Se tem um lugar que não tem legitimidade para sediar a Fundação Palmares, esse lugar é Brasília. Temos que encravá-la aqui em Alagoas, bem pertinho de onde está Zumbi dos Palmares", disse Renan Filho.

A proposta encontrou respaldo no ministro e no presidente da Fundação Palmares, Erivaldo Silva, que disse ao governador que, se o Estado providenciar um espaço, a sede será transferida. "Não só cedo como providencio um espaço adequado", afirmou Renan Filho, sendo aplaudido pela plateia.

(Fotos: Márcio Ferreira)

O ministro concordou com a proposta, ao afirmar que há um simbolismo muito grande em trazer a Fundação Palmares para a Serra da Barriga. "Acho extremamente factível que aconteça. Há, obviamente, algumas questões operacionais que precisam ser avaliadas e levadas em consideração. Mas acho mesmo que, no Brasil, o governo precisa ser descentralizado. Como é que o Governo Federal dá conta desse país imenso, de dimensões continentais e que tem muitas realidades diferentes? A ideia de você ter órgãos do Governo Federal nas mais variadas regiões é extremamente positiva", avaliou o ministro, em entrevista à Agência Alagoas.

A Fundação Palmares foi criada no dia 22 de agosto de 1988. Foi a primeira instituição pública voltada para a promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileiras. Entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), a Fundação conta apenas com uma representação em Alagoas, instalada em 2010.

(Fotos: Márcio Ferreira)

Certificação

A certificação da Serra da Barriga como patrimônio cultural do Mercosul integra uma série de ações que marcam o Mês da Consciência Negra no Brasil, fruto da parceria da FCP, MinC, Iphan, Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e Prefeituras de Maceió e União dos Palmares.

O governador destacou a importância da Serra da Barriga para o turismo do Estado, sobretudo para a diversificação da atividade, que gera emprego e renda. Esse potencial - na visão dele – deve favorecer, principalmente, a comunidade palmarina.

(Fotos: Márcio Ferreira)

"A própria palavra, reconhecer, significa conhecer de novo. E conhecer de novo o que é importante é fundamental para dar o valor material àquilo que as pessoas, vez por outra, esquecem. Temos de trazer muito mais coisas para transformar a Serra da Barriga e a história sagrada de Zumbi dos Palmares em verdadeiros indutores do desenvolvimento econômico do Estado por meio do turismo. E mais do que isso: o indutor do desenvolvimento social", declarou Renan Filho.

Ele anunciou, ainda, que a ordem de serviço para a pavimentação do acesso à Serra da Barriga será assinada em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

"O Mercosul está reconhecendo um componente histórico muito importante para a humanidade e vai fortalecer, sem dúvidas, a vinda de turistas pra cá. Mas isso precisa caminhar conjuntamente com o avanço da infraestrutura e, por isso, no dia 20, vamos assinar a ordem de serviço para a pavimentação do acesso à Serra da Barriga, que será em asfalto até o pé da Serra e de lá até a parte alta, em paralelepípedo", detalhou o governador.

(Fotos: Márcio Ferreira)

O prefeito de União dos Palmares, Areski Freitas, disse que a pavimentação do acesso à serra é uma demanda histórica que agora se concretiza. "É um sonho antigo dos palmarinos. A gente vinha lutando por isso há décadas. A pavimentação do acesso à Serra da Barriga vai desenvolver o turismo  em nossa cidade", avaliou o prefeito.

Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, a certificação chega em um momento importante, uma vez que o Governo de Alagoas têm concentrado ações de promoção do destino turístico da Região dos Quilombos  em países do Mercosul.

"A Sedetur executa importantes ações de promoção e divulgação do destino em países estratégicos, como Paraguai, Uruguai e Argentina, nossos principais mercados emissores de turistas internacionais. Nesse sentido, o título de Patrimônio Cultural do Mercosul concedido à Serra da Barriga fortalece esse produto como atrativo cultural, estimulando uma visitação frequente e, consequentemente, gerando emprego e renda em atividades ligadas à cadeia do turismo",  explicou Rafael Brito.

Participaram, ainda, da solenidade a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Borgéa; a represente da Coordenação Executiva da Comissão de Patrimônio Cultural do Mercosul, Gabriela Gallardo; os secretários de Estado da Comunicação, Enio Lins; da Cultura em exercício, Rosiane Rodrigues; de Transporte e Desenvolvimento Urbano, Mosart Amaral; o prefeito de Marechal Deodoro, Cláudio Filho; e os deputados estadual Francisco Tenório e federal, Rosinha da Adefal, dentre outras autoridades. Apresentações artísticas, culturais e religiosas abrilhantaram o evento.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Festa do Ijexá é uma das atrações no mês da Consciência Negra

Evento conta com o apoio logístico do Governo de Alagoas, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e Iteral


O Instituto Bem Querer, em parceria com o Instituto Legionirê, promove, nesta sexta-feira (10), a décima edição da Festa do Ijexá. O evento conta com o apoio logístico do Governo de Alagoas,por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).

Com o tema ‘As forças da herança de raízes africanas – Asé Ojú Iyá Omi’, o evento busca difundir e socializar a cultura afro-brasileira, destacando a essência religiosa para a cultura de paz.

 “O evento promove a integração social afro-brasileira e estamos celebrando dez anos desta ação afirmativa com muita propriedade. Dez anos é uma vida, e o intuito desse encontro é naturalizar nossa cultura no combate dos paradigmas e, claro, quebrar a timidez do nosso povo, dizer e mostrar que também temos direito de ocupar os espaços públicos. Essa é uma festa ancestral e estamos cultuando a nossa ancestralidade. Nós não queremos ser tolerados e, sim, respeitados”, destacou Jandha Carvalho, integrante da organização.

A concentração do Xirê de Rua – Ilê Axé Legionirê será na Praça da Assembleia, às 15h, com o pedido de agô aos orixás, o rufar de atabaques (instrumentos sagrados) e a grande roda coordenada pelo babalorixá Manoel do Xoroque.

Em seguida, todos caminharão pelas ruas do Centro de Maceió, em direção à Praça dos Martírios. Até às 20h30 serão realizadas apresentações afroculturais: Afoxé Obáagodó, banda Afro Afoxé, banda Afro Zumbi;, além de capoeira, maculelê e puxada de rede (Arte Brasileira Alagoart, Iyá Capoeira, Berimbau D´Ouro e Raridade Negra) coordenada pelos mestres Besourão, D´Lua, Dumel e mestrando Caveira.

O Ijexá é uma nação africana formada pelos escravizados vindos de Ilesa, na Nigéria, concentrada nas religiões Batuque e Candomblé. Atualmente, a herança cultural resiste como ritmo musical presente nos afoxés.

Mais informações: (82) 98732-9411 / 99610-6636.


Fonte: Ascom/Iteral

domingo, 5 de novembro de 2017

Show Reggae a poesia




A banda Freedom Songs, vêm apresentar ao público alagoano o show intitulado Reggae a Poesia, homenageando o poeta alagoano Jorge de Lima, e contará com a participação luxuosa do ator alagoano Chico de Assis, além de performance Afro e muito Reggae Autoral.

Unindo à Poesia de Jorge de Lima com a Música Reggae, iremos cantar nossa identidade embasada em um trabalho autoral em contato direto com o bem-estar espiritual,recordando de nossa ancestralidade multicultural.

O Reggae a Poesia "especial" Jorge de Lima têm o objetivo de destacar a magia do reggae e sua marca como potencial construtor da paz, unindo a arte em seus diversos aspectos valorizando nossa Raiz.

Convidamos todos (as) os amigos(as), para prestigiar o "Projeto Quinta no Arena" e aproveitar esse momento cultural trazendo muita alegria e boas vibrações.

Local: Teatro de Arena (AL) - Sérgio Cardoso -
Data: 16 de Novembro
Horário: 19h30
Ingressos - Meia: R$ 10,00 / Inteira: R$ 20,00
Informações: 98714-0635 ( Whatsapp)


Fonte: Divulgação

sábado, 4 de novembro de 2017

Romaria da Terra celebra 30 anos na Serra da Barriga

Caminhada de fé e esperança ocorre na madrugada do sábado para o domingo



Comemorando três décadas de existência, a 30ª Romaria da Terra e das Águas acontece neste final de semana, na Serra da Barriga, em União dos Palmares. Com o tema “Trinta anos no Chão Sagrado: de novo Serra, alcançando a Nova Terra”, mais de 3 mil romeiros e romeiras realizam caminhada do Sítio Recanto até o Platô da Serra, um percurso de 3 km.

A Romaria tem início às 20 horas do sábado, 4, com apresentações culturais, reflexões bíblicas e a celebração da Santa Missa. Na madrugada, por volta das 3 horas, sobe até o topo da Serra. Os músicos de caminhada Zé Pinto e Zé Vicente, além do Bispo Presidente da CPT, Dom Enemésio Lazzaris, estão confirmados para a atividade.

Vamos em Romaria caminhar três quilômetros, numa noite de lua cheia, com a certeza que ‘Deus à frente é luz e guia’. Iremos fortalecer nossa caminhada, reencontrar amigos e amigas, cantar com Zé Vicente e Zé Pinto, ouvir testemunhos, refletir, celebrar. Pisar no solo sagrado da Serra da Barriga”, afirmou Carlos Lima, coordenador da CPT e um dos organizadores.

O aniversário de 30 anos de Romaria tem por objetivo alimentar a espiritualidade do caminhante, preservar a memória de luta do Quilombo dos Palmares, incentivar a luta pela democratização do uso da terra e a preservação da água como um bem comum, assim como estimular a prática da justiça, da partilha e da solidariedade entre os filhos e filhas de Deus.

Nesses 30 anos, estaremos celebrando na Serra da Barriga, onde tudo começou. Sempre tendo a esperança de uma nova terra, de novas conquistas, de novos espaços para a vida e para dignidade de nosso povo. Todos estão convidados a caminhar conosco, com a Igreja e a Arquidiocese”, afirmou Dom Antônio Muniz, Arcebispo Metropolitano de Maceió.

Esta edição comemorativa está sendo organizada em conjunto pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e Arquidiocesse de Maceió.

Transporte

Comunidades paroquiais de todas as regiões de Alagoas estão se organizando para participar desta Romaria. São esperados dezenas de ônibus de mais de 15 cidades alagoanas, além de diversos bairros de Maceió, como Jacintinho, Fernão Velho, Pinheiro, Cruz das Almas e Trapiche. Em Maceió, o transporte de ida e volta possui o valor de apenas R$ 5,00 e as reservas podem ser feitas pelo telefone 3221.8600.

Sobre a Romaria

Em 1988, a CPT e a Arquidiocese de Maceió realizaram, na Serra da Barriga, a primeira Romaria da Terra com o tema “Terra Mãe: Filhos livres”. De lá para cá, os romeiros e as romeiras percorreram diversas cidades até retornar, em 2017, para celebrar os 30 anos no Chão Sagrado, na terra de Zumbi e Dandara.

A inspiração bíblica está na luta dos hebreus que, movidos por Javé e liderados por Moisés, rompem com a escravidão no Egito e saem numa grande romaria rumo a Terra Prometida, aonde corria leite e mel.

A Romaria é o encontro de caminhantes, de homens, mulheres, crianças e idosos que acreditam na mobilização social a partir do evangelho libertador de Jesus Cristo.

Serviço

30ª Romaria da Terra e das Águas
Dias: 4 e 5 de novembro de 2017
Local: Sítio Recanto – Serra da Barriga – União dos Palmares

Programação:
20h – Acolhimento dos romeiros e romeiras no Sítio Recanto
21h15 – Mística de Abertura da 30ª Romaria
21h30 – Apresentação de Zé Vicente
23h –  Início da celebração
2h30 –  Apresentação de Zé Pinto
03h30 –  Início da Caminhada rumo ao Platô da Serra

Mais informações: (82) 9 9127-0153 - Alexsandra Timóteo


Fonte: Ascom/CPT
http://cptalagoas.blogspot.com.br/2017/11/romaria-da-terra-celebra-30-anos-na.html

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Relatório sobre violência religiosa

No último dia 26 de outubro ocorreu o 2º Seminário Estadual Consciência Negra e Diversidades, no Espaço Linda Mascarenhas em Maceió, com o tema “Intolerância e Violência Religiosa”. Uma iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos em parceria com o Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial (Conepir/AL).

A atividade contou com a presença de Andréa Guimarães – Consultora da Unesco – representante do projeto de fortalecimento das instâncias de participação social para a promoção do respeito à diversidade religiosa, nos estados e Distrito Federal. 

Na ocasião, foram apresentados os dados do Relatório Nacional de Intolerância e Violência Religiosa no Brasil (2011-2015), que possui 975 casos identificados, sendo 45% registrados em jornais, 41% em ouvidorias e 17% em processos judiciais; equivalente a dois casos por dia no período de cinco anos. Atualmente, a principal ferramenta de controle e registro de dados oficiais é pelo Disk 100, que de forma gratuita e sem expor a vítima, é disponível para todo o território nacional. 

Segundo a palestrante essa foi a décima visita oficial para o repasse das informações para alertar sobre os casos de intolerância religiosa, que ao serem denunciados normalmente são enquadradas como injúria ou são arquivadas. “A intolerância religiosa no Brasil é democrática, existe em todos os estados e atinge todas as religiões. É uma questão de calamidade pública, e também se enquadra como terrorismo. As pessoas normalmente não denunciam os casos de violência religiosa, primeiro porque não conhecem seus direitos; segundo, porque têm medo; e terceiro, porque não reconhecem esse sistema de justiça como legítimo”, exaltou Andréa.

O evento contou com a participação da Secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos, Claudia Simões; estudantes, professores, sindicalistas; conselheiros estaduais (mulher, LGBT direitos humanos); além de vários religiosos (matriz africana, católicos, evangélicos, mórmons espíritas e adeptos do Ayuascha) e agnósticos.

Na sexta-feira (27.10), no auditório do Iteral, foi a vez do “Diálogos com o CONEPIR” junto aos demais segmentos da sociedade civil e foi discutida a necessidade da inclusão dos relatos dos casos existentes em Alagoas e defendeu-se a realização de mais um encontro, com data prevista para o dia 11 de dezembro, para discutir a criação de um Fórum Interreligioso pela Cultura de Paz.


Fonte: Coluna Axé – 465ª edição – Jornal Tribuna Independente (31/10 a 06/11/17) / COJIRA/AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Mel Nascimento encerra a 18ª edição do Teatro Deodoro é o Maior Barato com o show Sambasoul




Texto de Hannah Copertino


Depois de 23 apresentações ao longo do ano, o projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato se despede da 18ª edição com o show Sambasoul de Mel Nascimento, nesta quarta-feira (1/11), às 19h30. O ingresso custa R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 a meia entrada e está à venda na bilheteria do teatro e pelo site  http://www.compreingressos.com/espetaculos/8775-samba-soul sem taxa de conveniência.

Apesar da essência do trabalho de Mel Nascimento ser o samba raiz, o show vai do jazz ao rock, passeando por diversos ritmos. No repertório, tem composições só de alagoanos. Entre eles, estão Chico Elpídio com Pablo de Carvalho, Luciano Falcão, Arnaud Borges, Ábia Marpin, Jurandiz Bozo, Telma César e Gustavo Gomes.

Mel Nascimento contou que o show surgiu ano passado no projeto Soando na Sala, do Grupo Identidade Alagoana, e que foi se apaixonando pela sonoridade, pela mistura de ritmos. A cantora vai subir ao palco do Teatro Deodoro com os músicos Roberi Rei, Sandro Santana e Cristiano Félix (percussão), Luciano falcão (contrabaixo e gaita), Gustavo Rolo (violão sete cordas e viola), Edi Ribeiro (guitarra e baixo) e Lara Melo e Mari da Costa (vocais).

Mel começou a trajetória na música cantando em coral aos 13 anos. “Fui gostando, me aprofundando, fiz graduação em música, sai do coral e fui trabalhar com música popular, comecei a pesquisar o samba e não parei mais”, disse a cantora. Mel gravou o CD Um Bando de Samba #2, cujas canções estarão no show do Teatro Deodoro é o Maior Barato.

“Encerrar o Teatro Deodoro é o Maior Barato, no novembro negro, abrindo as festividades e as lutas é muito importante. Sou apaixonada por esse projeto, sei da importância, fortalece o nosso trabalho autoral, e trazer música alagoana para o palco do Teatro Deodoro é uma experiência realmente incrível”, afirmou Mel Nascimento.

teomb2018-2 

Serviço:
Teatro Deodoro é o Maior Barato – Show Sambasoul, de Mel Nascimento.
Quando – Quarta-feira (01/11), às 19h30.
Onde – Teatro Deodoro é o Maior Barato.
Ingresso – 20,00 inteira e R$ 10,00 a meia entrada, na bilheteria do teatro e pelo site  http://www.compreingressos.com/espetaculos/8775-samba-soul


Fonte: Ascom/Diteal

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dove e a "limpeza" racial



A marca “Dove” – empresa de cosméticos da multinacional holandesa Unilever – lançou uma campanha publicitária internacional de péssimo gosto, polêmica e ainda por cima extremamente racista. 

Na publicidade uma mulher negra, após usar o sabonete líquido, não apenas troca a blusa de cor escura por uma blusa branca, como também, troca de pele, transformando-se numa mulher branca. 

A “limpeza racial” causou reação de forma imediata, milhões de cidadãos e cidadãs do mundo inteiro se manifestaram de maneira veemente contra esta prática criminosa, que é a hierarquização racial de um lado e desqualificação racial do outro.

A modelo nigeriana Lola Ogunyemi se pronunciou sobre a participação na propaganda em um post publicado no jornal britânico “The Guardian” (foi excluída após acusações de promover o racismo).

Ela afirmou que, se soubesse o resultado final, seria a primeira dizer ‘não’: “Se eu tivesse a mínima noção de que eu seria retratada como inferior, ou como o ‘antes’ de uma edição com antes e depois, eu teria sido a primeira a dizer um enfático ‘não' (...) Isso vai contra tudo o que eu acredito. Ter a oportunidade de representar suas irmãs de pele negra em uma marca de alcance global parecia a forma perfeita para lembrar o mundo de que estamos aqui, de que somos bonitas e, mais importante, que temos valor”, escreveu. Ela, no entanto, ponderou e disse que a marca poderia defender sua visão criativa e sua escolha de incluí-la, uma “mulher de pele inequivocadamente negra”. “Eu não sou apenas uma vítima silenciosa de uma campanha de beleza. Eu sou forte, sou bela e não serei apagada”, exaltou.


Fonte: Coluna Axé – 464ª edição – Jornal Tribuna Independente (24 a 30/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Espetáculo Saravá

O Grupo Trajes, Comédia e Cia encontra-se com o espetáculo de dança Saravá, que homenageia as tradições da religiosidade afro-brasileira. O circuito de apresentações começou no início deste mês, percorrendo vários espaços a exemplo do Ponto de Cultura Ponto de Luz em Arapiraca e o campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) no município de Palmeira dos Índios. 

Os dançarinos representam a arte encontrada a partir dos movimentos do orixá Oxumaré, a montagem é baseada na religião matriz africana e apresenta também elementos da cultura indígena, fazendo uma fusão de simbologias a partir da dramaturgia corporal. É encenado pelos intérpretes criadores Denis Angola (que também faz a direção artística), Alexandrëa Constantino e Jailton Oliveira, e ainda, conta com a participação do músico Izaias Chico. 

O Saravá foi contemplado no Edital das Artes Eris Maximiano, promovido pela Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac); a estreia e circulação são a terceira e última etapa do projeto, que surgiu da necessidade de falar da temática afro, apresentando uma dança mais contemporânea. 

O produtor Denis Angola revela que a montagem do espetáculo foi finalizada após um longo período de pesquisa, oficinas de dança e ensaios: “É uma composição feita a partir de estudos de campo, experimentos de movimentação, cor e musicalidade”, declarou. 

Nesta quarta-feira(25.10), a partir das 19h30, será a vez de apresentar as belezas e riquezas da cultura negra no palco do Teatro Deodoro durante a programação do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato. O ingresso custa R$20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada), e pode ser comprado na bilheteria do teatro, que abre às 14h, e pelo internet sem cobrança de taxa extra pelo link http://www.compreingressos.com/…/8760-sarava-trajes-comedia…. 

Lembrando que a classificação etária é de 14 anos. Prestigie!


Fonte: Coluna Axé – 464ª edição – Jornal Tribuna Independente (24 a 30/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Empreendedorismo

De 18 a 20 de outubro, no Centro de Convenções de Maceió localizado no bairro histórico do Jaraguá, terá a 8ª Feira do Empreendedor de Alagoas. 

Esse é um dos maiores eventos de empreendedorismo do Sistema Sebrae, que busca promover os produtos e serviços, dos patrocinadores, parceiros e expositores de várias franquias, ajudando a promover e a ampliar a carteira de clientes de todas as partes interessadas. 

A programação é composta por oficinas, palestras, mesa redonda, workshop, exposição, sessão de negócios; orientações sobre o Acesso a Crédito com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste; Rodada de negócios multissetoriais; Momento do Empresário; Talk Show Troco Likes – Redes Sociais para Alavancar seu Negócio; além de apresentações musicais. 

Dentre as palestras destaques estão: “Os Impactos da Reforma Trabalhista para as Micro e Pequenas Empresas” com o palestrante Nélio de Souza (AB & DF ADVOCACIA)”, amanhã (18) às 16h30 na sala 3; e no dia 19, o tema “Cenário Econômico do Brasil: Impactos para as Empresas do Nordeste” às 19h30, no Espaço Criatividade em Ação, com o palestrante Luiz Barreto (Ex Presidente do Sebrae). Também serão discutidos: Vantagens da Formalização para o Micro Empreendedor Individual (MEI), Líder Coach, Educação Financeira, Marketing Digital para Pequenos Negócios, Posicionamento da marca nas Redes Sociais, Economia Sustentável, Registro de Marcas e Patentes, dentre outros. 

É um grande momento para aprofundar conhecimentos, despertar ideias, fortalecer os negócios e ampliar a geração de renda. Todas as atividades são gratuita, mas é importante fazer a inscrição antecipada no site: http://feiradoempreendedor.al.sebrae.com.br/. Participe!


Fonte: Coluna Axé – 463ª edição – Jornal Tribuna Independente (17 a 16/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Espetáculo “Deu a louca na Branca” em Maceió

 

Pela primeira vez em Alagoas terá o espetáculo “Deu a louca na Branca”, com duas apresentações, no sábado (14) às 21h, no Teatro Cenecista Thereza em Arapiraca; e no domingo (15) às 19h, no Teatro Gustavo Leite em Maceió.

A atriz Cacau Protásio encarna uma versão brasileira da heroína dos contos de fadas, contracenando com as vozes em off de Paulo Gustavo como o Espelho.

A personagem Sebastiana narra sua trajetória até quando foi descoberta por Walt Disney, e apesar da fama, guarda uma revolta por seu criador: ele é quem teria feito com que o público sempre a visse e a chamasse de Branca, embora fosse declaradamente negra.

A comédia possui 70 minutos, tem classificação de 14 anos e ingressos a partir de R$25. Vendas na Livraria Leitura (Parque Shopping), Loja Alethia (Maceió Shopping) e no site www.eventim.com.br. Contato: (82) 3235-5301. 


Fonte: Coluna Axé / Jornal Tribuna Independente
Crédito da foto: Janderson Pires

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Mestrado sobre quilombolas

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) recebeu a visita do Prof. Dr. Edmundo Accioly, orientador do acadêmico Jonathan Silva, que buscou o apoio institucional para a tese de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

O diretor-presidente do Órgão de Terras, Jaime Silva, e a Assessora Técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas, Leone Silva, ouviram atentamente a proposta, e destacaram que todas as ações voltadas à autoestima e desenvolvimento socioeconômico são bem vindas. Também foram convocados para dar suporte nas informações: Edenilsa Lima Chagas, Gerente de Articulação Social do Gabinete Civil e Francis Hurst, supervisor de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur).

O objetivo é mapear as oportunidades de negócios através de produtos e serviços porventura existentes em comunidades remanescentes de quilombo do Estado de Alagoas; e também serão ministradas palestras sobre empreendedorismo afro para as lideranças quilombolas e juventude. 

De acordo com Jonathan Silva: “O grande diferencial deste trabalho é poder trazer a questão da inovação para dentro dos quilombos. Quando trabalhamos na perspectiva de indicações geográficas estamos trabalhando com conceitos de desenvolvimento sustentável, tecnologias sociais, além da propriedade intelectual. Eu vejo que as comunidades têm muito a ganhar, pois estaremos reconhecendo os produtos com notoriedade e tradição. Para o Iteral, permitirá que as ações sejam articuladas e mais planejadas. Se outros órgãos do Governo puderem estar presentes, darão maior proporção, e será algo muito rico para o Estado de Alagoas”, exaltou.

Dentre as propostas para a produção final, encontram-se: criação de um catálogo, publicação do documento técnico para novas pesquisas, identificação das comunidades aptas a participarem das feiras agrárias e a criação de um selo de reconhecimento quilombola. Atualmente, existem 69 comunidades certificadas no Estado de Alagoas e espalhadas em 36 municípios.

Esperamos que o conteúdo científico contribua para a mudança de realidades, de forma positiva, e traga mais valorização para esse povo tão sofrido. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 462ª edição – Jornal Tribuna Independente (10 a 16/10/17) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Bienal do livro - 2017

Começou o maior evento literário no Estado de Alagoas, a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que encontra-se na oitava edição. O evento segue até o dia 8 de outubro, com livros e programações para todas as idades: oficinas, contação de histórias, lançamentos de livro, apresentações culturais, roda de conversas, sessão de autógrafos com escritores, palestras, encontro de cordelistas, mostra audiovisual, exposições em estandes variados e até espaço para a troca de livros.

Em relação às atividades com foco nas questões étnicorraciais, destacam-se o Fórum Mestre Zumba, Cine Axé e apresentação de dança de rua. Nessa quarta-feira(4) na Sala Tamarindo das 10h30 às 12h, terá o Espetáculo teatral A saga de Zumbi dos Palmares - Grupo Teatro Cyro Accioly; e às 19h no auditório A, terá a Roda de conversa: Fala Preta! Promovido pelo Instituto Feminista Jarede Viana, que contará com as palestrantes: Ana Pereira, Regina Lopes e Vilma Reis.

Na quinta(5), a partir das 10h no auditório A, acontecerá a 1ª (Des)conferência Zumbi e Maninha Xukuru-Kariri: os rumos das relações étnico-raciais; às 19h na Sala Ipioca, o Fórum Reinventando Alagoas: Mostra Sururu de Cinema Alagoano (O Juremeiro de Xangô; Exu - Além do Bem e do Mal; Jangada de Pau; Ponto das Ervas; Barro do Muquém; Mwnay); na Sala Umbu, das 19h às 22h, terá a palestra “Invisibilidade Negra” com Éric Pascoal. No dia 7 de outubro, das 10h às 12h, na sala Siriguela, as oficinas de Dança: Break (Nego Love), Hip Hop Dance (Fagner Rosendo), House dance (Djamerson – Dja), Street Dance (Bruno e Ataíde - Taíde).

No Brasil, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é a única universidade que planeja, promove e realiza uma Bienal do Livro – evento cultural, literário e social – que é coordenada pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) e foi incorporada ao calendário nacional deste segmento.

Nesse ano, a Bienal do livro tem como tema o Bicentenário da Emancipação Política de Alagoas (1817-2017), e o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, promoverá o lançamento do livro “Bicentenário em prosa”, com textos de escritores alagoanos e a apresentação do Governador Renan Filho – no estante da Secult, às 16h, no dia 6 de outubro.

Para mais informações, acesse o site oficial: http://bienaldolivroal.com.br/. Entrada gratuita!


Fonte: Coluna Axé – 461ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Iteral busca valorização socioeconômica das comunidades quilombolas


  Órgão apoiará pesquisa de mestrado que visa o mapeamento das oportunidades de negócios



O Instituto de Terras e Reforma de Alagoas (Iteral) é um dos órgãos estaduais que se preocupam com a articulação de políticas públicas para às comunidades remanescentes de quilombo. Pensando na valorização e desenvolvimento socioeconômico desses territórios, a instituição apoiará a pesquisa que visa o mapeamento das oportunidades de negócios.

Nesta segunda-feira (2), o acadêmico Jonathan Silva esteve na sede do Iteral para discutir a importância da sua tese de mestrado, que busca identificar os produtos, serviços, atividades voltadas para o turismo étnico e com potencial para a geração de renda porventura existentes nas comunidades tradicionais do Estado de Alagoas, para agregar valor e fortalecer o olhar empreendedor.

Jonathan é formado em Administração de Empresas, servidor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e mestrando no Programa em Rede de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em parceria com a Associação Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Forpec). Ele encontra-se sob a orientação do Prof. Dr. Edmundo Accioly e co-orientação da Prof. Dra. Graça Ferraz.

O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, destacou que a pesquisa é importante, mas deve proporcionar um retorno eficaz para os quilombolas. “Queremos colocar os quilombolas na vitrine. É preciso investir em ações que promovam o desenvolvimento e eles terem a certeza do que estão produzindo possui visibilidade e retorno financeiro. Para isso, é preciso ter o incentivo necessário, ter linhas de crédito adequadas para continuarem trabalhando. Porém, não basta o Iteral atuar sozinho neste processo, precisamos articular outras instituições que possam ter condições de realmente apoiar”, explicou.

A cientista social e assessora técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas, Leone Silva, exaltou que todas as ações são bem-vindas, desde que promovam a autoestima e o conhecimento.  “Precisamos trabalhar para ampliar a autoestima dos quilombolas, porque eles estão cansados de pesquisadores ou instituições visitarem, obterem informações e, depois, não retornarem para fortalecer as comunidades. Precisamos investir em práticas que estimulem o conhecimento e deixem um legado”.


Propostas

O objetivo da tese de mestrado é a divulgação das indicações geográficas utilizadas para identificar a origem de práticas únicas (produtos e serviços) ou determinada característica e qualidade de uma determinada localidade e povo.  No Brasil existem duas modalidades: Denominação de Origem (DO) e Indicação de Procedência (IP). Ele também pretende investir na proteção da cultura tradicional; geração de renda e tecnologia social, que são ações de baixo custo e de impacto na sociedade.

O grande diferencial deste trabalho é poder trazer a questão da inovação para dentro dos quilombos. Quando trabalhamos na perspectiva de indicações geográficas estamos trabalhando com conceitos de desenvolvimento sustentável, tecnologias sociais, além da propriedade intelectual. Eu vejo que as comunidades têm muito a ganhar, pois estaremos reconhecendo os produtos com notoriedade e tradição. Para o Iteral, permitirá que as ações sejam articuladas e mais planejadas. Se outros órgãos do Governo puderem estar presentes, darão maior proporção, e será algo muito rico para o Estado de Alagoas”, exaltou Jonathan.

Em contrapartida ao apoio institucional, serão ministradas palestras sobre empreendedorismo afro para as lideranças quilombolas e juventude. Dentre as propostas para a produção final, encontram-se a criação de um catálogo, publicação do documento técnico para novas pesquisas, identificação das comunidades aptas a participarem das feiras agrárias, criação de um selo de reconhecimento quilombola e, inclusive, o registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

O próximo encontro ficou agendado para o dia 4 de outubro, com a presença de representantes da Gerência de Articulação Social do Gabinete Civil e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur).



Comunidades Quilombolas

Os quilombolas são descendentes de africanos escravizados, que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo dos séculos. Atualmente, existem 69 comunidades quilombolas no Estado de Alagoas, espalhadas em 36 municípios, reconhecidas e certificadas pelos órgãos federais (Incra e Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura).



Fonte: ASCOM/ITERAL

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Ufal inscreve para formação continuada em Educação, Pobreza e Desigualdade Social



A Universidade Federal de Alagoas, por meio da Pró-reitoria de Extensão (Proex)  publicou edital de seleção de candidatos para o curso de aperfeiçoamento em Educação, Pobreza e Desigualdade Social (EPDS).  Serão ofertadas 360 vagas, distribuídas em seis municípios polos de Alagoas: Arapiraca, Delmiro Gouveia, Maceió, Penedo, Maragogi e Santana do Ipanema.

As inscrições devem ser feitas pela internet após preenchimento de um formulário eletrônico, até o dia 18 de outubro.

Confira aqui o edital completo.

O curso, na modalidade a distância, destina-se à formação continuada de profissionais que atuam na educação básica que estabelecem relações com a educação em contextos empobrecidos. Coordenadores e auxiliares estaduais e municipais; operadores; equipe gestora e professores de escolas que já informam a frequência escolar dos beneficiários do Programa Bolsa Família atendem aos pré-requisitos de ingresso no curso.

De acordo com o edital o aperfeiçoamento dos profissionais é “com vistas ao desenvolvimento de práticas que possibilitem a transformação das condições de pobreza e de extrema pobreza de crianças, adolescentes e jovens e, consequentemente, promovam condições objetivas que viabilizem um justo e digno viver definido socialmente”.

Com duração de seis meses e 160 horas, o curso é uma iniciativa do Ministério da Educação numa parceria local da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secadi) e o Centro de Educação da Ufal (Cedu).


Fonte: Ascom Ufal

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Grupo Resgate Crew leva dança de rua ao Teatro Deodoro é o Maior Barato



 
Texto de Hannah Copertino


A dança está de volta ao palco do Teatro Deodoro com o Grupo Resgate Crew que apresenta o espetáculo Hope, nesta quarta-feira (27/9), às 19h30, no projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato. O ingresso custa R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 a meia entrada e pode ser comprado na bilheteria do teatro, a partir das 14h, e pelo site http://www.compreingressos.com/espetaculos/8730-resgate-crew-hope, sem cobrança de taxa de conveniência.

Com coreografias de Wallace Procópio, Jamerson Carvalho, Fernando Silva e Djamyson Olimpio, direção geral de Jamerson Carvalho, que também assina a direção artística com Fernando Silva, Hope traz em cena os dançarinos Wallace Procópio, Jamerson Carvalho, Fernando Silva, Djamyson Olimpio, Givaldo Santos, Karolayne Nepomuceno, Maria Tereza, Carla Rayane, Elias Rodrigues, Leandro Silva, Levy Silva, Dayanne Mendes, Mateus Lima e Daniele Figueirêdo.

Hope aborda questões como a violência, problemas financeiro e estrutural do país, conta a história do personagem bíblico Jó e fala sobre a esperança. O processo de criação do espetáculo começou com o texto bíblico: “Quero trazer à memória o que pode me dar esperança”. A partir desse versículo, eles passaram a trabalhar o tema esperança, que em inglês é hope, refletindo sobre o que tira e o que dá esperança ao grupo e construindo o espetáculo com a coreografia.

Resgate Crew é um grupo de danças urbanas do Ministério Betel de São Miguel dos Campos. Os dançarinos usam técnicas de estilos como o hip-hop, break e house. Fundado em 1997, Resgate Crew ganhou o prêmio de melhor espetáculo de dança do Estado, concedido pelo Sindicato dos Artistas do Estado de Alagoas, com Nas Batidas do Coração, em 2013.

O grupo já participou de outras edições do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato com a dança de rua. “Apresentar o espetáculo Hope no Teatro Deodoro é algo muito especial pra gente, é uma grande oportunidade, principalmente para o crescimento e desenvolvimento da nossa equipe. O projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato tem contribuído bastante para o nosso trabalho porque, além de nos motivar a crescer e estudar mais, tem trazido valorização maior na nossa equipe. Depois que começamos a participar do projeto, mais portas se abriram pra gente”, afirmou o diretor geral, Jamerson Carvalho.

teomb2018-2

Serviço:
Projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato –Espetáculo Hope, do Grupo Resgate Crew.
Quando – Quarta-feira (27/9), às 19h30.
Onde- Teatro Deodoro, Centro de Maceió.
Ingresso – R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 a meia entrada e pode ser comprado na bilheteria do teatro, a partir das 14h, e pelo site http://www.compreingressos.com/espetaculos/8730-resgate-crew-hope, sem cobrança de taxa de conveniência.


Fonte: Ascom/Diteal

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Exposições retratam povos indígenas e negros no Complexo Cultural Teatro Deodoro

Texto de Hannah Copertino

Dois artistas, referências na fotografia alagoana, estão apresentando seus trabalhos em exposições simultâneas, no Complexo Cultural Teatro Deodoro. Ailton Cruz revela seu olhar sobre povos africanos em Angola: viajando com os olhos. Já Siloé Amorim, expõe sua visão sobre tribos indígenas em Memórias: narrativas em preto e branco. As mostras trazem culturas distintas, peculiares, mas dialogam ao trazer à tona traços de povos marcados pela luta e resistência. As visitas podem ser feitas até 17/10; de segunda a sábado, das 8h às 18h, exceto às quartas quando o horário se estende até 20h, e, aos domingos e feriados, das 14h às 17h. A entrada é gratuita. Grupos de escolas e instituições devem agendar a visita pelo e-mail: escolasditeal@gmail.com ou por telefone (82) 98884-6885 e (82) 98819-5010.

A exposição Angola: viajando com os olhos traz 49 fotografias coloridas captadas por Ailton Cruz em sua viagem ao país africano como consultor do primeiro jornal de economia e finanças de lá. O lugar vivia um período de pós-guerra, era proibido fotografar, mas Ailton conseguiu fazer seus registros e, mesmo tendo sido preso por isso, continuou seu ofício, trazendo um enorme e belo acervo. A mostra Memórias: narrativas em preto e branco apresenta 30 fotografias feitas com câmera analógica em preto e branco, reveladas com nitrato de prata sobre gelatina, impressas sobre papel fotográfico ILFORD de fibra. As imagens são fruto de um trabalho de pesquisa do antropólogo.
Exposição Angola: viajando com os olhos, de Ailton Cruz. Foto: Adalberto Farias.
Exposição Angola: viajando com os olhos, de Ailton Cruz.
Foto: Adalberto Farias.

Ailton Cruz comparou a experiência ao Prêmio Esso de Jornalismo. “Para mim, foi como ganhar o prêmio Esso, ir para Angola e ter acesso à cultura, à esse material todo aqui. Foi uma experiência cultural e antropológica. Fui para trabalhar em Angola, aproveitei para conhecer Angola a fundo, não os pontos turísticos, fui para as tribos, onde tinha a pobreza. Lá, só tem duas classes: o pobre e o rico, e o pobre é muito pobre e o rico é muito rico, mas a cultura é riquíssima, o povo é alegre… É a minha segunda pátria ali. Há oito anos, as fotos estavam prontas e, agora, pela primeira vez, chegar e ver a exposição aqui, me emociono. Eu quero que o público veja e viaje com os olhos”, afirmou o fotógrafo Ailton Cruz.

Siloé Amorim iniciou a pesquisa de mestrado com os índios do Sertão apresentados na mostra em 1999 e terminou dez anos depois. “Espero, com a exposição, que a população reconheça que nós temos uma população indígena forte, que reconheça neles uma humanidade, uma luta, uma busca de território, e que o público se veja diante dessa situação. É a primeira vez que estou expondo no Complexo Cultural Teatro Deodoro, é um espaço importante, que vêm muitos artistas, é do Estado, que tem que se comprometer com essa causa. E que o público venha, é bem importante”, disse Siloé Amorim.
Exposição Memórias: narrativas em preto e branco, de Siloé Amorim. Foto: Adalberto Farias.
Exposição Memórias: narrativas em preto e branco, de Siloé Amorim.
Foto: Adalberto Farias.

A diretora presidente da Diteal, Sheila Maluf, ressaltou a excelente qualidade dos trabalhos dos fotógrafos e a relevância dos temas abordados na mostra. “É fundamental dar visibilidade a esses povos. A mostra promove um aprendizado, um circuito cultural, são duas produções independentes, mas que dialogam entre si. Então, vale a pena conferir, estão todos convidados”, acrescentou Sheila Maluf.

O jornalista e professor, Cícero Rogério, que esteve na abertura da mostra, destacou a importância das exposições. “Eu acho de extrema importância poder retratar nas imagens fotográficas, tanto a questão dos povos indígenas alagoanos, quanto também o povo negro, especificamente de Angola, porque são duas etnias, dois povos, que embora pareçam povos distintos, claro, cada um dentro da sua particularidade, mas que eles se juntam pela resistência, são dois povos que resistem até hoje para serem reconhecidos como cidadãos, trabalhadores, para participar desse mundo e isso significa ter seus direitos respeitados. No caso dos índios, ter acesso à terra e, dos negros, combater toda a espécie de racismo. A importância dessa exposição é essa: o olhar do outro para esses povos, para que a gente lute cada vez mais por respeito, por dignidade, para que quem sofre mais socialmente falando, tenha condições de viver e ser feliz. E a arte tem esse papel”, ressaltou Cícero Rogério.

Sobre os artistas:
Ailton Cruz é de Utinga, em Rio Largo, iniciou sua carreira em 1976. Formado em Jornalismo pelo Centro de Ensino Superior de Maceió (Cesmac), com extensão em Antropologia Visual pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), descobriu a paixão pela fotografia ainda na infância, quando aprendeu a retratar imagens com filmes em preto e branco.

Siloé Amorim, de Palmeira dos Índios, é professor no curso de Ciências Sociais na Universidade Federal de Alagoas. Formado em Antropologia Social pela Escola Nacional de Antropologia e História/ENAH, mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia visual, atuando principalmente nos temas: antropologia, imagem, comunicação e identidade, antropologia indígena e antropologia social.

Serviço:
Exposições Angola – Viajando com os olhos, do fotógrafo Ailton Cruz, e Memórias – Narrativas em Preto e Branco, do antropólogo e artista visual Siloé Amorim.
Visitação – Até 17/10.
Horários – Às segundas, terças, quintas e sábados, das 8h às 18h; às quartas, das 8h às 20h; e, aos domingos e feriados, das 14h às 17h.
Local – Complexo Cultural Teatro Deodoro, vizinho ao Teatro Deodoro, Centro de Maceió.
A entrada é gratuita.
Grupos de escolas e instituições devem agendar a visita pelo e-mail: escolas@gmail.com ou por telefone (82) 98884-6885 e (82) 98819-5010.


Fonte: Ascom/Diteal