sexta-feira, 31 de julho de 2009

Mirante Cultural nesta sexta-feira


O CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS AFRO ALAGOANO QUILOMBO está dando continuidade ao segundo ano do projeto Mirante Cultural – “Um Quilombo Chamado Jacintinho ” em parceria com a Fundação de Ação Cultural da cidade de Maceió e os comerciantes do bairro do Jacintinho. Será realizado sexta-feira (31), às 19h30, no Mirante localizado no Jacintinho (por trás da rádio 96 FM).

O C.E.P.A.A Quilombo vem lutando pela requalificação do Mirante com o objetivo de transformá-lo em um espaço de fomentação de cultura e lazer. Dentro dessa requalificação visa trabalhar também a mudança do nome de mirante Kátia Assunção para um ícone da luta quilombola, homenageando assim, um símbolo da resistência negra.

O Mirante Cultural continuará defendendo a integração entre educação e arte, buscando sempre impulsionar os artistas locais, trabalhando a geração de renda e valorizando a cultura popular e afro-alagoana.



MIRANTE CULTURAL
DIA: 31/07/2009
HORA: 19h30
PÚBLICO: aberto
LOCAL: Mirante no bairro do Jacintinho (por tráis da rádio 96 FM)


PROGRAMAÇÃO:
GRUPO TEATRAL FOGO CORREDOR - Perfomace teatral
GRUPO ALTA CONDUTA - Hip Hop
EXCALIBUR - Bumba-meu-boi
REI DO CANGAÇO - Coco de roda
NÚCLEO DE CAPOEIRA - Capoeira


GRUPOS PARCEIROS DO C.E.P.A.A. QUILOMBO:

Escola de Samba Arco-Íris
Assoc. Comunitária Cultural e Esportiva Juventude
Grupo de Hip Hop Fênix Negra
Núcleo de Capoeira
Grupo Lésbico Dandara
Bumba-meu-boi Excalibur
Grupo de Teatro Máscaras sobre Máscaras

Fonte: Viviane Rodrigues - Relações Públicas do C.E.P.A.A. Quilombo
Contatos: vi_magnifica@hotmail.com / (82) 8843-9311

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Delegação alagoana debate violência étnica e de gênero em Recife

Gênero, Raça e Segurança Pública. Esse será o tema principal do Seminário Temático preparatório para a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg) organizado pela Articulação Negra de Pernambuco. A expectativa é que mais de 200 pessoas participem do seminário que ocorre nesta segunda-feira (27) no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do estado (UFPE), em Recife, a partir das 8h.

Além dos participantes de Pernambuco, o seminário temático irá contar com representantes de estados como Paraíba e Alagoas. Serão 15 representantes de Maceió entre entidades do movimento negro, afro-religioso, LGBTT, Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial do município de Viçosa e Alagoas, policiais militares, representante da Secretaria da Mulher, Direitos Humanos e Cidadania e Educação.

A caravana organizada pelo Projeto Raízes de Áfricas (ONG Maria Mariá) surgiu do convite do Ministério da Justiça à referida ONG, pelo referencial de realização da única conferência livre em segurança pública para a população quilombola realizada no país, ocorrida em 07 de julho, na Federação das Indústrias do Estado de Alagoas.

A participação da delegação alagoana na cidade do Recife conta com apoio do Ministério da Justiça, Vice Governadoria, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Federação das Indústrias do Estado de Alagoas.

Os debates do Seminário Nacional pretendem abordar as causas dos problemas enfrentados pela população negra quando o assunto é violência e criminalidade, além de definir propostas para que serão apresentadas na etapa nacional da 1ª Conseg, de 27 a 30 de agosto em Brasília.

"O contexto da questão de gênero e raça no Brasil é delicado. É preciso que o Estado reconheça que o preconceito existe, desta forma será possível transformar ações em políticas públicas. Conseguimos avançar colocando esse tema em debate no processo da 1ª Conseg, o próprio debate é um mobilizador para a população", lembra Piedade Marques, representante da Articulação Negra de Pernambuco.

Arísia Barros, do Projeto Raízes de Áfricas da Organização Não Governamental Maria Mariá de Alagoas, é uma das ativistas que estarão no evento em Recife.

"O foco da violência hoje no Brasil são os jovens negros. O índice de morte é três vezes maior do que os jovens de pele clara. A população negra ainda é vitima dessa violência, por isso é preciso criar uma base em toda a região Nordeste com propostas consistentes de enfretamento dessa realidade. Queremos uma interlocução com a sociedade contra a discriminação racial e de gênero, inserindo essas propostas e garantindo que homens, mulheres e homossexuais negros passem a ser respeitados na nova política nacional de segurança pública.", defende Arísia.

O Tenente Coronel da Polícia Militar, Mário da Hora ressalta a importância do Seminário Nacional , afirmando que será um palco de grande aprendizado humano sobre as diversidades.
As inscrições podem ser feitas antecipadamente pelo e-mail articulacaonegra.pe@gmail.com ou no dia do evento.

Com informações de Gisele Barbieri- CONSEG/Nacional

sábado, 25 de julho de 2009

Palestra marca passagem do Dia da Mulher Negra


Encontro presta homenegam a Tereza de Benguela, líder da resistência negra no MT


O Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra no Brasil foi comemorado em Alagoas nesta sexta-feira (24) pela manhã, durante o III Encontro Etnicidades Brasil: Cidadania em gênero, Raça e Resistência, realizado pelo Projeto Raízes da África, da ONG Maria Mariá, no auditório Industrial Antônio Cansanção, na Federação das Indústrias.

O encontro teve o objetivo de construir diálogos sobre o dia 25 de julho — Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, e de homenagear mulheres empreendedoras sociais, negras, alagoanas das bases populares com o certificado Tereza de Benguela.

A gerente do Núcleo Afroquilombola, da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Elis Lopes, proferiu palestra sobre “A situação política da mulher quilombola nos quilombos contemporâneos”, tendo em vista que em Alagoas, das 23 comunidades reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, 14 são presididas por mulheres.

“Fiz um paralelo da luta das mulheres quilombolas contemporâneas com a época de Tereza de Benguela, coloquei questões que envolvem a saúde, trabalho e educação dessas mulheres, com alguns dados estatísticos da Unife, e seu papel na organização social”, afirmou Elis Lopes.

História — Teresa de Benguela chefiou o Quilombo do Piolho ou Quariterê, em Guaporé, Mato Grosso. Ela assumiu o comando do local após a morte de seu marido, José Piolho. Líder guerreira no comando de um quilombo com mais de três mil pessoas, sua vida foi marcada por muita luta, inclusive por ter sido presa e se suicidado. Como uma homenagem do País a essa negra guerreira, em 1994 sua história virou samba enredo da escola de samba Unidos de Viradouro, de autoria de Joãzinho Trinta, com o título Teresa de Benguela — Uma Raínha Negra no Pantanal.

Fonte: Agência Alagoas

sexta-feira, 24 de julho de 2009

II Muzenzumbi



Secretaria da Mulher discute com PM combate à intolerância religiosa


Reunião no comando da PM define criação de comissão para orientar policiais militares a atuar com respeito à diversidade religiosa



A Superintendência de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos vai criar uma comissão para elaborar um cronograma de atividades para os policiais militares, com palestras e seminários com foco no combate à intolerância religiosa. Integrante da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, a superintendente do núcleo, Josilene Lira, reuniu-se na quinta-feira (23) com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dalmo Sena, e com representantes da religião de Matrizes Africanas e do Movimento Negro, na sede do comando-geral.

O encontro, considerado positivo, foi realizado com o objetivo de discutir o combate à intolerância religiosa e a capacitação dos policiais para que seja dada uma atenção especial durante as abordagens nos terreiros.

De acordo com Josilene Lira, a Gerência do Núcleo Afroquilombola tem orientado os terreiros de Maceió quanto ao horário limite de 22 horas em que é permitido o som dos tambores nos locais de cultos. “A reunião foi esclarecedora e deu resposta ao primeiro encontro que tivemos com o comando da Polícia Militar. Será criada uma comissão para elaborar um cronograma de atividades para os policiais militares, como palestras e seminários, com foco no combate à intolerância religiosa”, informou a superintendente.

No dia 30 deste mês, às 9h, vai haver uma reunião na sede da Superintendência de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos, localizada no antigo Hotel Beiriz, para definir as temáticas e os palestrantes das atividades. Será feita uma avaliação de currículos e a prioridade será dada a representantes da Matriz Africana, que já conhecem a questão.

A reunião contou ainda com a presença da gerente Elis Lopes, do presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Gilberto Irineu, que chamou a atenção para o respeito a diversidade religiosa e se comprometeu em inserir o tema em suas palestras, além do coronel PM Mário da Hora.



Fonte: Viviane Chaves - assessora de comunicação da Secretaria da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Uneal seleciona jovens para grupo de afoxé


Processo de seleção se estende também à comunidade; vagas são limitadas



A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), por intermédio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), está selecionando jovens para participar do Projeto Afoxé, que inclui a realização de oficinas de danças afro, confecção de instrumentos e utilização dos mesmos nas atividades socioeducativas e apresentações culturais.

A iniciativa conta com o apoio do Centro Acadêmico (CA) do curso de Geografia do campus de Arapiraca.

De acordo com a aluna-bolsista do Neab, Anna Araújo, o processo seletivo é destinado a estudantes da Uneal e, também, a pessoas da comunidade. Ela adiantou que as vagas são limitadas e o curso terá duração de seis meses.

Anna Araújo revelou que a Uneal já criou um grupo de afoxé na comunidade remanescente quilombola do Povoado Pau d’Árco, na zona rural de Arapiraca, com a inclusão de 25 jovens no projeto, que é mantido pela Pró-Reitoria de Extensão (Proext).

Com a criação dos dois grupos de afoxé, a ideia é levar as atividades para as escolas da rede pública de ensino de Arapiraca e para outros municípios alagoanos. Os interessados em participar do projeto devem entrar em contato pelo telefone (82) 9910-4822.

Fonte: Agência Alagoas

terça-feira, 21 de julho de 2009

Adolescente negro tem quase três vezes mais risco de ser assassinado do que branco

Brasília - O professor da Uerj, Ignácio Cano, a representante do Observatório de Favelas Raquel Willadino, o representante do Unicef Manoel Bivunich, durante o lançamento do Índice de Homicídios na Adolescência Foto: Marcello Casal JR/ABr



O risco de ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes maior entre adolescentes negros do que entre brancos. É o que revela estudo divulgado hoje (21) pelo Observatório de Favelas, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).

A pesquisa também indica que, para adolescentes do sexo masculino, o risco de ser assassinado é 11,9 vezes maior se comparado ao de mulheres na faixa de 12 a 18 anos. O estudo traz apenas comparativos por cor e gênero e não apresenta os índices de mortes entre jovens negros, brancos, do sexo masculino e feminino.

A coordenadora do Programa de Redução da Violência Letal do Observatório de Favelas, Raquel Willadino, traçou um perfil dos adolescentes que mais morrem por homicídio no Brasil: são meninos, negros e moradores de favelas ou de periferias dos centros urbanos. Segundo ela, há ainda forte relação com o tráfico de drogas.


Fonte: Paula Laboissière - repórter da Agência Brasil

segunda-feira, 20 de julho de 2009

20 de julho - Dia da amiga e do amigo


A Cojira-AL agradece pela amizade e a confiança que inúmeras companheiras e companheiros depositam em nosso trabalho. Obrigada e axé!

Encontro reúne lideranças do movimento negro no domingo



Neste domingo (19) aconteceu o Encontro Estratégico e de Formação do Fórum de Entidades Negras de Alagoas no Restaurante Central, em Maceió, que serviu para reafirmar o compromisso das deliberações políticas em favor dos segmentos afroalagoanos e garantir o fortalecimento da organização.

Na programação teve dinâmicas de integração na praça dos Palmares e reflexão sobre a importância deste local; leitura e debate sobre o regimento e o texto-base; apresentações das ações desenvolvidas pelas instituições presentes; e a sistematização de comissões de trabalho (administração, comunicação e consultoria de projetos; saúde; educação e formação; cultura e eventos; gênero e diversidade sexual; relações institucionais; comunidades tradicionais; juventude negra; trabalho e renda; Serra da Barriga / Parque Memorial Quilombo dos Palmares).

Ao todo, 16 instituições foram representadas: Associação de Homossexuais, Bissexuais e Travestis da Barra de Santo Antônio; Banda de reggae Civilização Roots; Centro de Cultura e Cidadania Malungos do Ilê; Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô; Centro de Pesquisa e Estudos Afro-Alagoanos Quilombo; Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL); Federação Alagoana de Capoeira (Falc); Gerência Étnicorracial e de gênero da SEE; Grupo de Mulheres Lésbicas Dandara; Núcleo de Apoio e Desenvolvimento da Capoeira (Nadec); Núcleo de Estudantes Negros da Ufal; Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro; Ponto de Cultura Guerreiros da Vila; Rede Mulher e Democracia; Secretaria de Etnia da CUT-AL e aUnião de Negros pela Igualdade (Unegro-AL).

Para a efetivação do evento, teve o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AL), Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado de Alagoas (Sintep), Sindicato dos Urbanitários, Editora Paulinas, da vereadora Teresa Nelma e do deputado estadual Jota Cavalcante.

Artistas celebram aniversário de Mandela com show em Nova York


Um grande show beneficente em homenagem a Nelson Mandela foi realizado na noite deste sábado (18) em Nova York para celebrar o 91º aniversário do ex-presidente da África do Sul, diante de uma sala lotada que vibrou com os artistas participantes, incluindo a primeira-dama da França Carla Bruni.

Dezenas de músicos e cantores, em sua maioria norte-americanos e africanos, passaram pelo cenário da lendária sala art-déco do Radio City Music Hall, em Manhattan.

Grandes figuras da música negra norte-americana fizeram o público vibrar, incluindo Stevie Wonder, Aretha Franklin, Gloria Gaynor e Queen Latifah.

O show terminou com o "Parabéns a Você", na voz de Stevie Wonder, entoado também pela maioria dos participantes na noite de homenagem a Mandela, ausente do espetáculo.

Outra apresentação notável foi a de Carla Bruni, que interpretou duas canções ao lado de Dave Stewart, do Eurythmics, acompanhados por uma violinista.

A ex-modelo, que se apresentava em público pela primeira vez desde que se casou com Nicolas Sarkozy, cantou um clássico de Bob Dylan, "Blowin' in the Wind" e, em francês, seu sucesso "Quelqu'un m'a dit".

Ao apresentar sua canção, Bruni disse que era "uma pequena música francesa, muito boa para dançar, muito boa para sonhar". O público a aplaudiu calorosamente, incluindo o presidente francês, presente na sala.

Cyndi Lauper, com a rapper Lil Kim, interpretou sua música "Time After Time".

"Gente como Nelson Mandela mudou o mundo. É um grande herói, um lutador pela liberdade", disse Lauper, pouco antes de cantar no palco do Radio City. Ela explicou que escolheu a música porque sabia que "Mandela gosta dela".

O show do "Dia de Mandela" encerrou uma semana de celebrações em homenagem ao herói da luta contra o Apartheid. Por razões de saúde, o Nobel da Paz não pode viajar a Nova York para assistir ao evento.

Em uma mensagem gravada em um vídeo apresentado durante o show, Mandela agradeceu ao público e aos artistas. Em Johannesburgo, ele afirmou que "o dia de Mandela é um dia dedicado ao serviço aos demais, e espero que as pessoas dediquem este esforço a melhorar as condições da comunidade. Obrigado por participar".

Em outra mensagem de vídeo, o presidente norte-americano, Barack Obama, também desejou feliz aniversário a Nelson Mandela.

"A história de sua vida pode ser resumida com suas próprias palavras: as coisas parecem impossíveis até que se tornem uma realidade. Sua vida nos ensina que o impossível pode se realizar", disse Obama.

A Fundação Mandela, encarregada de preservar o legado político do primeiro presidente negro sul-africano, lançou o Dia de Mandela, que coincide com a data de seu aniversário e propõe que cada pessoa dedique simbolicamente 67 minutos desse dia a boas ações, em referência aos 67 anos de luta de Mandela pela igualdade na África do Sul.

O show serviu para arrecadar fundos destinados à luta contra a Aids como parte da "Campanha 46664" --número do registro de detento de Mandela durante os 27 anos que passou nas prisões sul-africanas, antes de governar o país entre 1994 e 1999.


Morgan Freeman

"Feliz aniversário, Madiba", desejou ao ex-presidente sul-africano o ator Morgan Freeman, que lembrou ao público que, em sua carreira, interpretou "presidentes dos Estados Unidos e até Deus no cinema, mas a história que vou fazer agora no cinema é verdadeira".

Freeman, que interpreta Mandela no último filme de Clint Eastwood, "Invictus", lembrou que o líder sul-africano "passou 27 anos preso e liderou a luta contra o regime opressor do apartheid, e saiu dali sem rancor nem amargura".


Fonte: Folha Online com informações da France Presse e Efe em Nova York

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ela está de volta: Whitney Houston


Talvez a galera da geração “WoW” nunca tenha ouvido falar em Whitney Houston. Mas, acredito que haja poucos exemplares de seres humanos que nunca se pegaram cantando algo como ” And aaaaaaaiii, iaiaaaaai uilll aul eis loooooove iuuuu iuuuuu”. Custumo dizer que I will always love you é a Galopeira dos anos 90. Todos já tentaram cantar isso uma vez na vida. Porém, apenas uma pessoa realiza a tarefa com total maestria: Whitney Houston, uma das maiores vozes que os meus ouvidos tiveram o privilégio de ouvir.

E Whitney está de volta depois de sete anos longe dos holofotes. O motivo desse “sacode a poeira” é o álbum I look to you, que será lançado no dia 1º de setembro. A aparição da cantora foi na terça-feira, dia 14, no Mandarin Oriental Hotel, em Londres, justamente para apresentar a capa do álbum e fazer aquele “hagah” com a galera antes do álbum chegar ás lojas.

O vídeo para re-introduzir a cantora no hall das celebridades, nada modesto por sinal, mostra que ela renasceu das cinzas para mostrar à nova geração quem é Whitney Houston.

Como não é de se espantar, as faixas do novo trabalho já estão circulando na internet. Segundo o Mail, Online há quem dica que a voz dela não é a mesma, o que Clive Daves, o cara que a descobriu há 25 anos atras discorda.

Seja como for, me antecipo dando as boas vindas a uma diva que irá ocupar, novamente o seu lugar que lhe é de direito.



Falando nisso…


Embora estivesse na ativa desde 1985, a carreira de Whitney teve o seu eureka quando, no dia 25 de novembro de 1992 os cinemas receberam, de braços abertos, o filme O Guarda-Costas, produção com uma história fraquinha, na qual ela era a protagonista ao lado do então pegável Kevin Costner. O enredo era bobo, mas a trilha sonora, poderosa. E é a ela que se deve todo o sucesso do filme e o grande boom na carreira da moça.
Com o trabalho, o nome de Whitney entrou para o livro dos recordes como a trilha sonora com maior sucesso de vendas. Até hoje foram mais de 42 milhões. E, acredite: eu tenho um exemplar na minha casa.

Milhões de discos e doláres depois, a talentosa cantora tentou engrenar mais uma trilha sonora (The Preacher’s Wife) e lançou mais alguns álbuns. Nenhum com tanto impacto. Com problemas conjugais e de ordem pessoal e financeira, a diva teve um longo período fora dos palcos e, as fotos que víamos associadas a ela mostravam uma Whitney acabada.

Foto: DailyMail


Mas a questão é que, jamais poderia dar este post por encerrado sem citar I will always love you, que virou um megaclássico do cinema. A autora do hit é a cantora country Dolly Parton que, anttes de sua ibra encontrar uma intérprete a altura, tentou, por diversas vezes, entoar a sua obra. Argh!


Obama diz que líderes negros abriram caminho para que ele chegasse à Presidência


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou sua histórica ascensão ao poder ao vigor e ao valor dos líderes negros da luta pelos direitos civis, em um discurso proferido na sede da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês), considerado seu primeiro grande pronunciamento especialmente voltado para a questão racial desde que assumiu a Presidência.

A entidade escolhida por Obama para fazer o discurso teve um papel ativo na luta pelos direitos civis no EUA no século 20 e contou entre seus membros com Rosa Parks, a mulher que deu início a um grande movimento de resistência à segregação racial quando se recusou, em 1955, a ceder sua cadeira em um ônibus do Alabama a um homem branco, conforme ditava a lei de segregação racial da época.

Obama disse aos líderes da NAACP que o sacrifício de outros "deu início à viagem que me trouxe até aqui." O primeiro presidente negro alertou, no entanto, que as barreiras raciais persistem.

"Não se enganem: a dor de discriminação continua a ser sentida na América", disse o presidente, em homenagem à convenção que marca o 100º aniversário da organização negra.

Apresentando a si mesmo como beneficiário do trabalho da associação, Obama citou figuras históricas, do intelectual negro W.E.B. Du Bois a Thurgood Marshall, primeiro negro a ser juiz da Suprema Corte, para explicar como o seu caminho para a Presidência pavimentado por visionários.

As declarações de Obama, marcadas por sua biografia, como o filho de uma mãe branca do Kansas e de um pai negro do Quênia, desafiaram a plateia a assumir uma maior responsabilidade pelo seu próprio futuro.

Ele pediu aos pais para terem um papel mais ativo aos cidadãos para restarem mais atenção às suas escolas.


Fonte: Folha Online

‘Dor da discriminação ainda é sentida nos EUA’, diz Obama

Presidente americano discursou nessa quinta-feira (16). Obama disse que negras, latinos e gays sofrem com o preconceito.



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um discurso histórico nessa quinta-feira (16), em Nova York, e comentou sobre os direitos civis dos negros diante da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, pela sigla em inglês).

O sacrifício dos outros “começou a jornada que me trouxe aqui”, afirmou Obama, o primeiro presidente negro dos EUA, falando da importância da instituição.

“Não se deixe enganar: a dor da discriminação ainda é sentida na América”, disse o presidente, filho de uma mãe branca do Kansas e de um pai negro, do Quênia.


Obama cumprimenta Julian Bond, diretor da NAACP, e recebe aplausos do rapper e ator Sean Combs, em Nova York (Foto: Kevin Lamarque/Reuters)


O mandatário americano afirmou ainda que a crise econômica afetou os negros. Comentou ainda que as crianças afro-americanas têm cinco vezes mais chance de parar na prisão do que as brancas. E disse que é preciso melhorar o ensino no país.

“Nós temos que falar para nossas crianças. ‘Sim, se você é um afro-americano, a chance de crescer no crime e em gangues é maior. Sim, se você vive em um bairro pobre, você vai ter mais dificuldades do que quem cresce no rico subúrbio”, disse. “Ninguém escreve o seu destino por você. Seu destino é escrito pelas suas mãos, não se esqueça disso.”

O racismo é sentido, segundo Obama, "pelas mulheres afro-americanas que recebem menos para fazer o mesmo serviço que as mulheres de diferentes cores. Os latinos ainda não são bem-vindos em nosso país. Os americanos muçulmanos são vistos sob suspeita só por estarem rezando. E nossos irmãos e irmãs gays ainda são atacados e têm seus direitos negados."


Fonte: Do G1, com informações da Associated Press

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Casa de axé e cultura


No domingo (19) acontecerá a Feijoada de Preto Velho em prol do terreiro Ilê Axé de Oxum Pandá, coordenado pela ialorixá Rosineide Souza (mãe Rosa), localizado na Rua Divaldo Suruagy, n° 55 - Village Campestre 2, em Maceió. A festa terá início às 10h e segue até às 18h, com várias atrações culturais, exibição de documentário e a exposição de fotografias digitais dos rituais executados na casa de axé. A taxa de colaboração (R$ 5) e a arrecadação com a venda de produtos serão revertidas para a reforma do terreiro. Contato: (82) 8889-9311.


PROGRAMAÇÃO:


10h00– Saudação a Oxum (Orixá da casa);

10h30 – Toque dos Ogans e músicas aos Orixás;

11h00 – Exibição do filme 1912: O Quebra de Xangô em Alagoas, com a presença do Diretor Siloé Amorim;

14h00 – Músicas e danças Afro-Religiosas com a presença de Mãe Vera (Orquestra de Tambores) e o Terreiro Abaçá de Angola;

15h00 – Roda Aberta de Capoeira com a presença de membros dos grupos Águia Negra, Tradição, Liberdade, Muzenza e Abadá;

15h30 – Samba de roda;

16h00 – Feijoada de Preto Velho;

17h00 – Afoxé Odô Iyá (Casa de Iemanjá/Núcleo de Cultura Afro-Brasileira Iyá Ogum-Té);

17h30 – Poesia Musicada no Pandeiro de Rogério Dias & Fagner Dübrown (Quintal Cultural) e a Arca da Cultura Popular de Demis Santana ;

18h00 – Batuque com a presença do Coletivo Afro-Caeté, de Dalmo Baiano, Sandro Santana e Wilson Santos (Orquestra de Tambores), de Aninha, Isabel e Nany Moreno (Afoxés Oju Omin Omorewá e Odô Iyá)

Casa de axé e saúde


terça-feira, 14 de julho de 2009

Segundo Edital Internacional para Empreendimentos Culturais de Afrodescendentes - Programa ACUA 2009


Por petição das organizações rurais de afrodescendentes, o Programa ACUA prolonga o prazo de recepção das candidaturas para o seu Segundo Edital Internacional para empreendimentos culturais de afrodescendentes. O Edital ficará aberto até à terça feira 21 de julho 2009 às 17h00 (hora local).

Desde o dia 08 de maio de 2009 o Programa Regional de Apoio às Populações de Rurais de Ascendência Africana da América Latina - ACUA, do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola - FIDA, apresentou às organizaçoes de afrodescendentes rurais dos sete países da área de cobertura (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela) a sua Segundo Edital Internacional de empreendimentos culturais, uma iniciativa que pelo segundo ano consecutivo reúne as melhores e mais notáveis experiências de empreendimentos culturais de organizações afrodescendentes em áreas rurais.

Esses editais têm permitido ao Programa de identificar, conhecer e apoiar experiências e trabalhos comunitários que têm um amplo impacto na vida de comunidades afrodescendentes organizadas. Essas mesmas comunidades levam adiante grandes esforços conjuntos ao redor da defesa e o resgate dos seus saberes tradicionais, assim como na potencialização dos seus ativos culturais.

Por petição de varias organizações rurais de afrodescendentes, temos decidido adiar a data de encerramento do Edital para a terça feira 21 de julho de 2009 com o objetivo de receber um amplo numero de organizações postulantes.

Para mais informações, favor acessar ao site do Programa ACUA: http://www.programaacua.org/ na seção de "Novidades". Também se encontram disponíveis formatos físicos no escritório regional Programa.


Mais informações: Escritório Regional Unidade Técnica do Programa ACUA Correio eletrônico. info@programaacua.org convocatoria@programaacua.org Telefones: (57-1) 6 44 92 92 Ext. 117, 104 e 148 - Telefax: 530 61 11 Bogotá - Colômbia


Fonte: Fundação Cultural Palmares

FENAL: Encontro Estratégico e de Formação



REGIMENTO GERAL DO ENCONTRO



Capítulo I – DOS OBJETIVOS
Art. 1º - Conforme deliberação na Assembleia geral do Fórum de Entidades Negras de Alagoas – FENAL no dia 09 de abril de 2009, nas dependências do CENART (Centro de Maceió), ocasião em que foi constituída a Comissão Executiva para encaminhar as demandas do FORUM até 2010. Considerando as várias intervenções nas duas reuniões posteriores entre representantes das entidades, foi proposta e aprovada por unanimidade a realização do ENCONTRO ESTRATÉGICO DE FORMAÇÃO DO FENAL, mediante os seguintes objetivos:

a) Reafirmar o FENAL enquanto Entidade Estadual de deliberações políticas dos segmentos afros organizados do Estado de Alagoas.

b) Fortalecer o FENAL enquanto entidade supra-representativa, conforme diversidades nos âmbitos: Artístico-cultural (musica, dança, teatro, etc); capoeira, ONGs que trabalham o recorte étnico e a promoção da igualdade racial; Comunidades Remanescentes de Quilombo; Federações, Centros e Casas de Religiões de Matriz Africanas; outras Comunidades de Fé e associações que atuem em defesa do povo afro-brasileiro.

c) Constituir um “colegiado de trabalho” para implementar ações no âmbito da organização político-cultural e religioso do Movimento Negro organizado de Alagoas, sendo representada pela Comissão Executiva do FENAL, devidamente referendada pelas entidades a ele filiadas.

d) Constituir Comissões de Trabalho para atuarem em diversas áreas de interesse do FENAL, exemplo: Saúde, Educação, comunicação, formação, capoeira, cultura e eventos, Comunidades Remanescentes de Quilombo, gênero e etnias, juventude negra, emprego e renda e tantas outras sejam defendidas e referendadas durante o encontro.


Capítulo II – DA REALIZAÇÃO
Art. 2º - O Encontro Estratégico de Formação do FENAL, será realizado durante todo dia 19 de julho (domingo) cuja duração será desde a abertura do encontro (início da manhã) com término previsto após a conclusão da sistematização das propostas e com a devida aprovação dos participantes em geral.

Art. 3º - Toda estruturação do Encontro Estratégico de Formação do FENAL deverá ser providenciada pelas lideranças, observando a importância da participação dos representantes sob a cobrança de uma taxa de participação no valor de R$ 10,00 (dez reais) para contribuir com as demandas do encontro. Ex.: alimentação, material de expediente, etc.

Art. 4º - As Entidades filiadas ao FENAL deverão ser as verdadeiras interessadas na realização desse encontro, considerando que seus resultados culminarão no fortalecimento de todos e na nova estruturação do FENAL.

Art. 5º - para a boa realização do Encontro Estratégico de Formação do FENAL deverá ser garantida a divulgação, convocação de mobilização de todas as representações possíveis.


Capitulo III – DOS EIXOS TEMÁTICOS
Art. 6º - O Encontro Estratégico de Formação do FENAL terá como tema principal: A Importância do FENAL enquanto entidade estadual de deliberações político-cultural e religioso no sentido de representar de forma ampla e irrestrita os anseios do Movimento Negro organizado de Alagoas.

Art. 7º - Criação e organização de Comissões Temáticas nas Áreas de: Saúde, Educação, cultura e eventos, gênero e etnias, relações institucionais, comunidades remanescentes de quilombo, comunidades tradicionais, capoeira, comunicação, formação, juventude negra, emprego e renda e quantas forem defendidas e referendadas durante o encontro.

Capítulo IV – DA ORGANIZAÇÃO GERAL
Art. 8º - O Encontro Estratégico de Formação do FENAL será coordenado por uma comissão organizadora, referendada durante reunião de preparação conforme necessidades e organização do dia.
Parágrafo Único: A comissão organizadora será composta por quantos membros forem necessários para garantir o bom desempenho do encontro e seus resultados.

Capítulo V – DAS ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO ORGANIZADORA
Art. 9º - Mobilizar, articular e estimular a participação de pelo menos dois representantes de cada segmento / entidade.

Art. 10º - Organizar, coordenar as atividades e definir a metodologia dos trabalhos.

Art. 11º - Acompanhar e incentivar as participações nas comissões temáticas e sistematizar as propostas apresentadas na plenária.

Art. 12º - Assegurar a participação de qualquer militante afim, nas comissões temáticas do FENAL desde que o (a) mesmo (a) demonstre afinidades e comprometimento com as temáticas específicas.

Art. 13º - Monitorar todas as etapas do encontro, articulando e viabilizando uma boa composição nas comissões de forma democrática e interativa.
Parágrafo Único: Cabe a todas as lideranças articularem junto as entidades e pessoas parceiras o apoio necessário para garantir as demandas estruturais e financeiras do encontro.


Capítulo VI – DA PARTICIPAÇÃO GERAL
Art. 14° - O Encontro Estratégico de Formação do FENAL terá a participação mínima de dois representantes e cinco no máximo por entidade filiada, para garantir as composições das Comissões de Trabalho e o fortalecimento da Comissão Executiva.

Art. 15º - Serão convidados todas as entidades que trabalham o recorte Étnico- racial nas áreas de: Teatro popular, dança afro, bandas percussivas, bandas de reggae, grupos e associações de capoeira, casas e federações de religiões de matrizes africanas, comunidades remanescentes de quilombo, organizações não governamentais que trabalham com o recorte étnico-racial, grupos de estudos, associações de folguedos, bumbas-meu-boi e outros afins que quiserem contribuir na consolidação do FENAL.
Parágrafo Único: Serão também convidados para participarem do Encontro Estratégico de Formação do FENAL ativistas que no passado contribuíram com a organização do Movimento Negro, bem como, outros que tenham contribuído direto ou indiretamente no processo de luta e organização do Movimento Negro.

Capítulo VII – DOS IMPEDIMENTOS
Art. 16º - Não poderá participar das Comissões Temáticas qualquer participante que demonstrar incoerências diante dos objetivos do encontro, sendo para isso avaliado pela Comissão Organizadora.

Artigo VIII – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 17º - Os casos omissos deste regimento, serão resolvidos pela Comissão Organizadora do Encontro.

Maceió-AL, maio de 2009.


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TEXTO BASE PARA LEITURA E APROFUNDAMENTO COLETIVO


Tema: A importância do FENAL para o Movimento Negro Alagoano e brasileiro



1. Dos Conceitos e Terminologias

Partindo da predisposição que fazer Movimento Negro consiste numa série de ações inerentes a luta da comunidade negra em geral, logo poderemos afirmar que MOVIMENTO NEGRO é todo um ato de constatação, alto-reconhecimento, organização e vivificação de um povo através de uma série de segmentos coexistentes, seguramente transformados em elementos vitais de resistências e consolidações das tantas expressões sócio-cultural e religiosas.

Para muitos, conceituar o Movimento Negro consiste apenas numa organização lúdico-esportivo e religiosa, sobretudo no tocante ao futebol, samba e candomblé. Tais conceitos prévios em se tratando de atitudes etnocêntricas e igualmente incultas no amplo sentido da palavra, tornam evidentemente tanto a prática do RACISMO quanto o ETNOCENTRISMO elementos primordiais para o avivamento do Movimento Negro, no sentido de lutar incondicionalmente contra as intransigências pessoais e institucionais, as quais tanto agridem os nossos povos afro-ameríndios.

Entretanto, ser ou fazer movimento negro perpassa o mero fato de se lutar em favor de quem tem mais ou menos melanina sob a tez, apontando efetivamente para uma necessária forma de organicidade e buscas constantes de direitos a igualdade, respeitabilidade e dignidade humana. Nesse sentido apesar de algumas fragilidades e inocuidades, o Movimento Negro é amplamente vivo e ativo na sua coexistência, haja vista a infinidade de grupos e associações de Capoeira, Comunidades Tradicionais com suas casas, federações e centros de umbanda ou candomblé, grupos culturais de dança-afro, teatro popular, folguedos, bandas de percussão, bumbas-meu-boi, bandas de reggae, etc., todos naturalmente imbuídos na re-afirmação da luta, alavancada desde os primórdios, tanto pela oralidade quanto pelos princípios afro-religiosos permitindo na contemporaneidade resistir e vivenciar importantes saberes na manutenção destas riquezas eminentemente ancestrais.


2. O Fórum enquanto organização supra-representativa.

Uma vez em que se cria um FÓRUM de caráter étnico-político-cultural, por exemplo, a importância de sua organicidade transcende as questões ensimesmadas, sejam entre lideranças ou mesmo em grupos fechados em suas visões e ações ideológicas. Sua organização macro é essencialmente inevitável, e deve respeitar os níveis diferentes de atuação, além de buscar sempre fortalecer seus pares mediante objetivos pactuados em assembléia, sem fomentar separatismos e atitudes excludentes a não ser que aconteça algum fato que fira diretamente as resoluções regimentais e ou estatutária do citado Fórum.

O Fórum de Entidades Negras de Alagoas – FENAL por si só representa na sua essência a predisposição para uma articulação permanente e comprometida com suas bases, inclusive considerando as participações individuais capazes de somar nas instâncias de atuação. Sua organização precisa ser supra-democrática e estrategicamente transversal; E ainda, sua representatividade deve ser ampliada e fortalecida em todos os sentidos, além de reconhecer a contento os esforços e dedicações de suas agremiações, ativistas e demais parceiros que no percurso da caminhada tenham contribuído no fortalecimento e consolidação do FENAL no seio da sociedade alagoana e brasileira.

É papel deste FÓRUM: Propor, agremiar, formar, incentivar, promover, organizar e arregimentar todos os elementos possíveis que garantam seguridade, legitimidade, democratização e consolidação de sua existência.

O FENAL tem desafios evidentes no sentido de garantir sua representação político-organizacional, além de resolver até quando e quanto importa sua representação legal enquanto pessoa jurídica, bem como, estabelecer regras regimentais capazes de garantir suas ações e contemplar seus pares, respeitando suas individualidades organizativas.

Num Fórum como este, não cabem individualismos nem alto-representações sob efeito de prejuízos irreparáveis; cada militante; cada liderança dos grupos filiados ao FENAL devem compor essa luta com discernimento e compromisso real de transformação; devem vestir a camisa da representatividade sabendo que “para que um vença, todos têm de vencer” considerando as palavras de Nelson Mandela. A luta contra o racismo, preconceitos e intolerâncias correlatas é de cada um, é de todos nós sem qualquer exceção, é da sociedade brasileira.

Ao FENAL cabe encampar permanentemente a luta, estar atento às transformações e delas participar com veemência; deliberando ações coletivas e interativas, superando projetos mesquinhos e individualizados; ampliando suas incumbências e efetivando-se como uma macro-entidade supra-partidária-religiosa e organizacional.


3. Dos fatos históricos

Antes de se transformar em FÓRUM, o Movimento Negro de Alagoas se articulou organizando-se como Coordenação de Entidades Negras de Alagoas – CENAL (1992–2005), cujas entidades filiadas contribuíram em várias articulações e realizações, como: Participação em Encontros Nordestinos de Negros (Recife, Maceió e Salvador); organização e execução das semanas nacionais da consciência negra até o pré-lançamento da campanha dos trezentos anos de Zumbi em novembro de 1994, com apoio da Prefeitura Municipal de Maceió, Governo do Estado através das secretarias de cultura e educação, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas – UFAL através do NEAB e FUNDEPES, sempre contando com o apoio da Fundação Cultural Palmares; Contribuição na articulação da Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN; Articulação, participação e apoio ao XIV Encontro Nacional dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs; Participação nas demais ‘semanas do 20” como convidados (grupos e agentes culturais); Realização de encontros internos de formação; Participação no Seminário Sobre a Realidade dos Negros do Nordeste; Realização de caminhadas, shows artístico-culturais, dentre outros.

Atualmente, apesar das dificuldades, o FENAL participa do Fórum de Educação pela Diversidade Étnico-Racial; Comissão Estadual na II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial e da Comissão Estadual de Educação; Atuou na Conferência Metropolitana de Promoção da Igualdade Racial (grande Maceió), na Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, elegendo inclusive seu representante e na Sessão Pública na Câmara dos Vereadores sobre o dia 13 de maio enquanto Dia Nacional de Combate ao Racismo.


4. Das decisões tomadas na última Assembléia Geral.

Por ocasião da Assembléia Geral acontecida em 09 de abril de 2009, mediante condições inexeqüíveis para manutenção da estrutura organizacional que o FENAL mantinha, as lideranças representativas que atenderam ao convite, confirmaram compromisso sob ato de filiação e re-filiação, cujas deliberações causaram uma total transformação do quadro ora vigente. A assembléia foi amplamente democrática e soberana, a ponto de encaminhar propostas que apontaram para uma nova organização do FENAL.

Ao referendar a criação da Comissão Executiva do FENAL, a Assembléia Geral deliberou a esta comissão, poderes para analisar e propor mudanças gerais no Estatuto; encaminhar todas as questões de ordem legal, sobretudo, administrativo, inclusive coordenar a próxima Assembléia Geral Eletiva em abril de 2010; bem como, formar Comissões de Trabalho para atuarem em todas as interfaces possíveis do Fórum, cujas equipes constituirão suas demandas e coordenações para de forma colegiada efetivarem e consolidarem a organização do FENAL.


5. Das recentes articulações e encaminhamentos

Durante três reuniões posteriores à Assembléia Geral, a Comissão Executiva (conforme disponibilidade das representações), entenderam e aprovaram a realização de um ENCONTRO ESTRATÉGICO DE FORMAÇÃO DO FENAL, no sentido de que nesta ocasião, as entidades filiadas através de seus representantes e convidados, possam analisar a importância desta nova caminhada e mediante aprovação, constituir Comissões de Trabalho para dinamizar a nova organização do FENAL, ou seja: Cada comissão fará o seu quadro de atividades com propostas de ação e agendas possíveis, além de referendar um membro como coordenador e um suplente no sentido de efetivar as demandas em conjunto com a COMISSÃO EXECUTIVA DO FENAL que por sua vez constituirá seu próprio REGIMENTO INTERNO inclusive para pós 2010.

6. Das demandas da Comissão Executiva

Dentre as incumbências e deliberações da Comissão Executiva, algumas são extremamente prioritárias, como sendo:

6.1. Assegurar a realização de Encontros Permanentes de Formação e Interatividade sócio-cultural e religiosa, envolvendo tantos quanto forem possíveis;

6.2. Discutir e elaborar um REGIMENTO INTERNO DO FENAL a partir da própria Comissão Executiva;

6.3. Analisar e deliberar emendas e supressões no atual ESTATUTO do FENAL, discutindo sua viabilidade ou não, bem como, analisar as condições do CNPJ;

6.4. Realizar Assembléia Ordinária com eleições gerais mais mudanças estatutárias e/ou regimentais;

6.5. Constituir um calendário de reuniões ordinárias (Comissão Executiva + coordenadores das CTs = Comissões de Trabalho);

6.6. Deliberar e garantir nomes para serem titulares e suplentes nas representações do FENAL em outras composições institucionais (Ex; Fórum de Educação, Conselhos municiais e estaduais, etc.);

6.7. Constituir uma agenda política (conforme articulações) para garantir diálogos institucionais em âmbito municipal, estadual e nacional (ex: Secretarias estratégicas como, cultura, saúde, educação, segurança, trabalho, promoção da igualdade racial, etc, se possível nas três instâncias de poder);

6.8. Consolidar a filiação por livre adesão dos grupos de base do FENAL à Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN, considerando as intervenções do Sr. Carlos Henriques (Malungus – J. Pessoa / PB), na ocasião em que representou a CONEN NACIONAL na Assembléia Geral em abril de 2009. Neste caso, o FENAL passa a ser base política da CONEN em Alagoas;

6.9. Agendar urgentemente uma Audiência com o Presidente da Fundação Cultural Palmares para discutir a participação do FENAL na condição de executor da Semana da Consciência Negra de Alagoas, bem como, dialogar sobre a conjuntura do Conselho Gestor do Parque Memorial Quilombo dos Palmares e ainda, sobre o Escritório da Palmares em Alagoas;

6.10. Discutir uma agenda com outros gestores de Alagoas (Estado e Municípios) para apresentar o FENAL enquanto estância máxima de representação do Movimento Negro em Alagoas. (preparar um documento consistente).

6.11. Garantir representação, apoiar e participar efetivamente dos projetos e programações realizadas pelos grupos de base. Ex: Mirante Cultural, Tambor Falante, encontros com rodas de capoeira; festas religiosas de matriz africanas, etc;

6.12. Discutir uma agenda que possibilite visitas as Comunidades Remanescentes de Quilombo (observar possibilidade de parcerias com as entidades de base, órgãos governamentais, etc);

6.13. Adquirir urgentemente uma SEDE para o FENAL como apoio também aos grupos filiados.

6.14. Outras demandas...


Texto elaborado por:
Helcias Roberto Paulino Pereira (82-8893-9495)
Secretário Geral do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, instituição filiada ao Fenal.
helcias.pereira@hotmail.com

Adeus ao mito!


Michael Jackson: o rei do pop, das transformações e polêmicas que constantemente chamaram a atenção da imprensa. Suas músicas contagiantes, passos frenéticos e vídeos-clipes mirabolantes conquistaram fãs no mundo inteiro, que jamais esquecerão o astro. No Brasil, foram três visitas, mas os brasileiros foram ao delírio com a gravação de um clipe no ano de 1996, em uma favela do Rio de Janeiro e nas ruas do Pelourinho (BA), que também contou com o som dos tambores do grupo Olodum. Enfim, foram 50 anos de desempenho artístico espetacular, até mesmo no seu funeral-show que reuniu cerca de 20 mil pessoas. Agora, só desejamos que finalmente ele descanse em paz!
Fonte: Nota publicada na Coluna Axé - jornal Tribuna Independente (14/07/09)

Caixa lança três editais na área de cultura para 2010


Instituição inova e oferece manual eletrônico para o produtor cultural



A Caixa Econômica Federal anunciou no dia 04 de junho, o conteúdo de três editais para 2010: o de Ocupação dos Espaços Culturais da CAIXA, o de Apoio ao Artesanato Brasileiro e o de Festivais de Teatro e Dança, num total de R$ 27,5 milhões em investimento cultural. A novidade este ano é que as cinco unidades da CAIXA Cultural, situadas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador, participarão da solenidade de lançamento, marcada para às 20 horas, conectadas via satélite. Na ocasião, será lançado também o novo Manual do Produtor, em formato totalmente digital e único até hoje lançado por um centro cultural no país. Em Brasília, a cerimônia terá a participação do balé acrobático da companhia Nós no Bambu.

O Edital 2010 de Ocupação dos Espaços Culturais da CAIXA vai destinar R$ 23 milhões para projetos nas áreas de artes visuais (fotografia, escultura, pintura, gravura, desenho, instalação, objeto, vídeoinstalação, intervenção e novas tecnologias ou performances); artes cênicas (teatro, dança e performance de palco); música; cinema e outros. Além das modalidades espetáculos, exposições, exibições, estão contempladas ainda palestras, encontros, cursos, workshops, oficinas e lançamento de livros.

Já o Programa CAIXA de Apoio ao Artesanato Brasileiro contemplará as várias etapas do processo produtivo, visando ao desenvolvimento de comunidades artesãs e à valorização do artesanato tradicional e da cultura brasileira. Em 2010, a CAIXA planeja investir no programa cerca de R$ 1 milhão.

Por fim, o Edital de Festivais de Teatro e Dança vai destinar R$ 3,5 milhões para eventos que deverão ocorrer entre janeiro e dezembro de 2010 em todo país.


Manual do produtor

A Caixa Econômica Federal também lançou o novo Manual do Produtor. Em versão totalmente digital, o guia eletrônico é uma inovação em atendimento às demandas da classe artística brasileira. Nenhum centro cultural do país possui uma versão tão moderna, explicativa, ilustrativa e, ao mesmo tempo, simples e acessível de um Manual do Produtor.

O guia eletrônico estará hospedado no site da CAIXA Cultural e poderá ser visualizado tanto na versão flash, quanto na versão mais simples em HTML. Pelo novo Manual do Produtor, os interessados poderão passear virtualmente pelos espaços das cinco unidades da CAIXA Cultural, baixar plantas atualizadas e ter uma boa noção das unidades antes de inscrever seus projetos. Galerias, teatros, fachadas, halls, tudo foi registrado em filmagens e mais de oito mil fotografias.

Esta iniciativa pioneira de um espaço cultural tem como objetivo democratizar o acesso dos espaços da CAIXA Cultural a todos os produtores do país interessados em inscrever um projeto.


Serviço
Assessoria de Imprensa da Caixa Econômica Federal - CAIXA Cultural - Brasília/DF
(61) 3206-8030 / 9895(61) 9202-2144
imprensa.cultura@caixa.gov.brwww.caixa.gov.br/caixacultural


Fonte: Fundação Cultural Palmares

Coluna Axé chega a 60ª semana


Nesta semana quando a Tribuna Independente inicia o seu novo layout e ainda encontra-se em estado de graça pelo aniversário de dois anos de muita luta e produção de qualidade, a coluna axé chega à 60ª edição de serviços prestados em favor da sociedade afrobrasileira. Publicada semanalmente, o veículo vem revolucionando a mídia étnicorracial, por ser respeitada nacionalmente e por destacar as informações sobre as principais conquistas do povo afrodescendente nas mais diversas áreas (educação, saúde, política, cultura, esporte, etc).

A jornalista Valdice Gomes, integrante da Cojira-AL e presidente do Sindicato dos Jornalistas profissionais de Alagoas (Sindjornal) ressalta que as/os profissionais do jornal Tribuna Independente podem ser facilmente chamados de heróis do jornalismo alagoano por causa das dificuldades que vivenciaram e por criarem a Cooperativa, principalmente, por valorizar a diversidade do nosso povo, por meio de suas matérias e colunas como a Coluna Axé e a Bivolt, que divulgam às questões e pessoas que são constantemente discriminadas no cotidiado e pela grande mídia.

Parabéns ao jornal Tribuna Independente pelos 02 anos de transformação e jornalismo responsável!


COJIRA-AL

domingo, 12 de julho de 2009

Secretaria da Mulher e Conselho da Criança têm vasta programação para comemorar os 19 anos do ECA

Segunda-feira (13) haverá caminhada pelo Centro de Maceió e aposição de placa no prédio da secretaria com números da mortalidade infanto-juvenil em Alagoas


A Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente promovem na próxima segunda-feira (13) caminhada em alusão aos 19 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), uma das mais importantes leis de garantia e proteção das crianças e adolescentes brasileiros. O evento contará com a presença da secretária Wedna Miranda e do presidente do CEDCA, Cláudio Soriano.

A concentração da caminhada está marcada para 9 horas, em frente ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) e percorrerá o Centro de Maceió até o prédio da secretaria, localizado na rua Cincinato Pinto, onde será realizada solenidade para aposição de placa com os números da mortalidade infanto-juvenil em 2009. Jovens beneficiados pelo Protejo participarão com atividades culturais.

Criado pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, o ECA constitui um marco jurídico de todos os que se preocupam com a necessidade de proteger e educar, em sentido amplo, os brasileiros mais jovens. Além de assegurar os direitos à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária a crianças e adolescentes, o ECA proíbe práticas prejudiciais ao pleno desenvolvimento desses seres em formação. Entre os seus objetivos, portanto, estão o fim do trabalho infantil, a extinção da violência contra esse público e a execução de melhores políticas de saúde e educação.

Tendo em vista o compromisso do governo do Estado com o tema, a Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e o CEDCA realizaram uma vasta programação em 2008. Inclusive, foi criado e lançado o site do conselho com o endereço www.conselhodacrianca.al.gov.br, um instrumento valioso e indispensável para pesquisas, estudos e busca de informações das ações realizadas pelo conselho com a finalidade de garantir os direitos das crianças e dos adolescentes.

Conferências – O tema Criança e Adolescente será pauta de várias discussões nos próximos meses, quando o estado de Alagoas, por meio da Secretaria da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos e do CEDCA, se prepara para realizar as conferências regionais da Criança e do Adolescente.

O primeiro encontro está marcado para Santana do Ipanema dia 7 de agosto; Anadia, dia 13, União dos Palmares, dia 20 e a Metropolitana dia 25 em Rio Largo. A conferência lúdica será no município de Taquarana dia 1º de setembro. A estadual está prevista para 15 de setembro e a 8ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente de 7 a 10 de dezembro, em Brasília, com o tema “Construindo diretrizes da política e do plano decenal”.


Fonte: Divulgação

Conferência com negros trata de segurança em AL


O evento contou com aproximadamente 50 representantes de várias entidades do movimento negro



No segundo dia do Encontro de Etnicidades Nordeste: Promoção da Igualdade Racial em Alagoas, que comemora o Dia Nacional contra a desigualdade racial, ocorreu mais uma conferência livre de segurança pública, em Maceió.

A reunião aconteceu no auditório da Casa da Indústria durante toda a manhã e início da tarde desta terça-feira (7). O evento contou com aproximadamente 50 representantes de várias entidades do movimento negro, pra discutir sobre as questões da segurança pública entre a sociedade negra em Alagoas.

O tenente-coronel PM, Mário da Hora, conduziu a leitura do texto-base, explanando para os participantes da reunião, os principais objetivos das conferências livres que servem para o debate de ideias e formulação de propostas que deverão ser encaminhadas para a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg) evento que acontecerá de 27 à 30 de agosto em Brasília.

Todos os representantes destacaram os trabalhos do tenente-coronel Mário da Hora, que sempre esteve representando o movimento negro, lutando pelos direitos da classe e participando de projetos sociais, dentro da Polícia Militar do Estado. José Sandro Santos, representante do Movimento Quilombola, falou das dificuldades sofridas dentro dos quilombos, detectando as comunidades mais vulneráveis que sofrem com a violência alertando para a falta de segurança em determinadas áreas.

A coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas, Arísia Barros, destacou a iniciativa do governo do Estado em promover esta conferência. “O movimento negro necessita muito deste debate. É extremamente necessário enxergar as necessidades da comunidade negra em Alagoas. Os problemas se intensificam cada vez mais. Criar uma política séria de segurança pública, é o primeiro passo para a resolução dos nossos maiores problemas”, disse Arísia.

A conferência livre discutiu também a participação das comunidades quilombolas na etapa estadual da conferência nacional, que será realizada de 15 a 17 deste mês no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá.


Fonte: Agência Alagoas

Negros têm só 3,5% dos cargos de chefia

Quem olha ao redor no seu ambiente de trabalho constata que há muito poucos colegas negros. Chefes, então, são raríssimos. Se não surpreendem, por mostrarem uma realidade facilmente perceptível, os números a respeito da presença de negros em cargos de nível executivo nas maiores companhias brasileiras -apenas 3,5%, segundo pesquisa do Ibope com o Instituto Ethos- chamam a atenção para um cenário que empresas e profissionais se acostumaram a tratar com naturalidade. Mas os negros são 49,5% da população do país.

"Eis o resumo da história desde a Lei Áurea, que depois de amanhã completa 120 anos. Mantivemos intacta uma estrutura excludente e discriminatória com base na cor da pele. O topo da hierarquia das firmas não é diferente de outros lugares de prestígio e status na nossa sociedade”, diz José Vicente, presidente da ONG Afrobras e reitor da Unipalmares (Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares).

"A cultura corporativa de um mundo homogêneo vai se reproduzindo. Como os espaços de convivência públicos e familiares são predominantemente brancos, quando é preciso escolher um novo membro para o grupo, as pessoas acabam buscando dentro do espaço que conhecem e no qual se inserem”, completa Cláudio Dedecca, professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Para as mulheres negras, a situação é ainda mais cruel, já que elas sofrem um duplo preconceito. De acordo com o levantamento Ibope/Instituto Ethos, feito em 2007, não chega a 0,5% a porcentagem de negras em cargos executivos. “As que rompem as barreiras não conseguem se incluir no cotidiano. É muito grave”, frisa Eliana Maria Custódio, coordenadora- executiva do Geledés (Instituto da Mulher Negra).

Na opinião dos especialistas, uma das explicações para o fato de os negros não alcançarem postos mais altos dentro das corporações é o seu limitado acesso a educação básica e superior de qualidade, o que os impede de entrar nas empresas em qualquer tipo de posto. Comparando com outros candidatos, que estudaram em escola particular, cursaram universidades de elite e aprenderam vários idiomas, eles ficam em enorme desvantagem.

A outra razão é o preconceito velado. “O senso comum é que o negro não tem qualificação ou competência intelectual. Assim ele é visto”, resume Vicente. Executivos negros ouvidos pela Folha contam não terem sido alvo de manifestações explícitas de discriminação -o que ocorre com frequência, dizem, são estranhamentos por parte de colegas e clientes, desacostumados a conviver com eles.

Consultorias de recrutamento e seleção e os departamentos de recursos humanos das empresas sustentam que não existe nenhuma espécie de filtragem dos candidatos por cor. “Isso não é mencionado nos currículos. Os interessados são chamados pela sua qualificação. Só quando adentram a sala é que sabemos se são verdes ou azuis”, afirma Carlos Diz, diretor do Instituto de Liderança Executiva. “Antes, fui “head- hunter” [”caçador de talentos”] por dez anos. Devo ter entrevistado cerca de 6.000 pessoas. Houve apenas um negro.”

As críticas de que as firmas de seleção não escolhem negros porque os avaliadores são brancos não fazem sentido, diz Fátima Zorzato, presidente da consultoria Russell Reynolds no Brasil. “Basta dizer que o meu chefe, baseado em Nova York, é um afro-americano.”


Mudanças

"Os números são críticos nas 500 maiores empresas. Podemos imaginar, então, um quadro ainda mais pessimista no restante”, comenta Hélio Gastaldi, diretor de atendimento e planejamento do Ibope.

Pesquisas como a que ele coordena estão servindo de alerta para que as companhias tomem alguma atitude a fim de começar a corrigir as distorções. “O objetivo do levantamento é trazer uma informação inconteste. Geralmente, os gestores fazem uma avaliação mais positiva do que está acontecendo: 34% responderam sim, quando questionados se a proporção de negros no patamar executivo é adequada. Confrontados com dados objetivos, eles são obrigados a fazer uma reflexão.” Na opinião de Gastaldi, isso é porque o brasileiro em qualquer assunto tem facilidade de fazer críticas no coletivo, mas não reconhece os problemas nele próprio.

Entretanto, Vicente aponta que está tendo início uma transformação nesse campo: “A globalização é uma manifestação da diversidade da qual não dá para escapar. As empresas precisam se adequar, pois qualquer pessoa minimamente esclarecida começa a perceber as incongruências e as pressiona. O Brasil não pode ser um país multicultural para quem vê de fora e branco por dentro.”


Fonte: Folha de S. Paulo / Dinheiro

Futebol e racismo – não tem jogo!

O racismo é um ato de violência (foto: google)


A União de Associações Europeias de Futebol (UEFA) aprovou algumas medidas contra o racismo que vem se intensificando em jogos e nos campos de futebol do continente. Agora, o árbitro de uma partida pode interromper e até suspender o jogo se os torcedores tiverem algum tipo de comportamento racista.

A determinação da entidade é para que o juiz paralise a partida ao constatar uma ocorrência racista e faça um alerta a respeito. Se ela se repetir, o árbitro pode paralisar o jogo por até 10 minutos. Se o comportamento permanecer após a paralisação, a partida pode ser suspensa.

Recentemente, o italiano de origem ganesa Mario Malotelli da Inter de Milão, foi alvo de racismo pela torcida do Juventus. Jogadores brasileiros que jogam na Polônia e na Bulgária também denunciam o comportamento de torcidas racistas.

No Brasil, o caso mais recente foi o argentino Maxi Lopez (Grêmio), que teria chamado o volante Elicarlos (Cruzeiro) de “macaco” e foi parar na delegacia. Em 2005, pelo mesmo motivo o zagueiro Desábato, do Quilmes, foi preso por agredir verbalmente o atacante Grafite, do São Paulo.


Fonte: Jornal Tribuna Independente (04/07/09 – Política / pág 5) – Coluna Tribuna Livre – Editor Bartolomeu Dresch

NOTA DE ESCLARECIMENTO - Estatuto da Igualdade Racial

Com o objetivo de esclarecer a posição do Governo Federal junto a entidades do movimento negro que, durante a II Conferência Nacional de Igualdade Racial (25 a 28 de junho de 2009), lançaram manifesto em defesa da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, a SEPPIR divulga a seguinte nota:

Da Elaboração do Estatuto

O Estatuto da Igualdade Racial foi concebido para alcançar direitos essenciais à população negra brasileira em sua totalidade e, portanto, crianças, adolescentes, jovens e idosos são destinatários e beneficiários da norma. O Projeto tem caráter compensatório e, sobretudo reparatório, o que impõe a transversalização do público alvo nas ações nele contidas.

Tramita na Câmara dos Deputados, no âmbito de Comissão Especial, o Projeto de Lei 6264 de 2005, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, resultado da aprovação, em 25 de novembro de 2005, do PLS nº 213/20031 no Senado Federal, em caráter terminativo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O referido Projeto veicula normas com finalidades de combater a discriminação racial incidentes sobre a população negra com a implementação de políticas públicas pelo Estado contemplando os seguintes eixos de atuação: saúde, educação, cultura, esporte, lazer, liberdade de consciência, de crença e livre exercício dos cultos religiosos, financiamento das iniciativas de promoção da igualdade racial, e moradia adequada, direito dos remanescentes das comunidades dos quilombos às suas terras, mercado de trabalho, sistema de cotas, meios de comunicação, ouvidorias permanentes nas casas legislativas e acesso à justiça.

A Casa Civil e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR), com intuito de esclarecer o tema, iniciaram em 2003, debate mais sistemático sobre o Estatuto no âmbito do Governo Federal com a participação de diversos ministérios e outros órgãos diretamente envolvidos com os temas contemplados no PL.

O Estatuto da Igualdade Racial refletiu até o ano de 2005, o alcance do debate havido entre movimento negro, governo e Congresso Nacional, sobre a realidade da discriminação racial experimentada pela população negra brasileira.

Contudo, desde sua proposição até este ano, houve avanços significativos na implementação de novos instrumentos garantidores da promoção da igualdade racial pelo Governo Federal. Para tanto, na adequação dos dispositivos contidos no PL 6.264/2005, foram consultados importantes segmentos do movimento negro, parlamentares de amplo espectro partidário e órgãos do governo, a propiciar maior participação dos interessados no assunto.

Do texto substitutivo

A atual disposição dos artigos no substitutivo ao PL 6.264/2005, visa melhorar os eixos de atuação do instrumento normativo e, os assuntos que tratavam de assuntos específicos inseridos em outros capítulos foram remanejados para a área pertinente havendo apenas adequação estrutural, sem ferir o sentido original do projeto.

Da classificação das normas

Na construção do substitutivo ao nº PL 6.264/2005, as normas autorizativas foram substituídas por normas impositivas, permissivas, substantivas, de eficácia restringível, as quais ordenam a realização de ações pelo Poder Público, bem como regulam relações jurídicas, criam direitos e impõe deveres.

Das cotas

O Projeto de Lei n.º 6.264 de 2005 prevê nos artigos 18, 19 e 20 a adoção de programa que assegure a ocupação de vagas nos cursos oferecidos pelas instituições públicas federais. Garantindo a inserção dos estudantes negros nas instituições públicas de ensino médio e superior.

Das políticas de ações afirmativas

Desde o projeto de lei originário n.º 6.264/2005 constava indicativos de prioridade de atendimento as pessoas auto declaradas de cor preta/parda e se situem abaixo da linha de pobreza, vejamos:

"Art. 34. Entre os beneficiários das iniciativas de promoção da igualdade racial terão prioridade os que sejam identificados como pretos, negros ou pardos no registro de nascimento e que, de acordo com os critérios que presidem a formulação do Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, se situem abaixo da linha de pobreza."

Substitutivo ao Projeto de Lei nº 6.264, de 2005 (publicado em 2008):

"Art. 78. Entre os beneficiários das iniciativas de promoção da igualdade racial terão prioridade os autodeclarados de cor preta ou parda e os que sejam identificados como negros ou pardos no registro de nascimento e que, de acordo com os critérios que presidem a formulação dos índices indicativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, se situem abaixo da linha de pobreza."

O dispositivo supra, foi reestruturado no substitutivo ao PL 6.264/2005, mantendo a premissa apontada segundo os índices do IBGE. Contudo, o Estatuto da Igualdade Racial contempla toda a população negra, garantindo condições de igualdade e oportunidade, econômica, social, política e cultural.

Do direito dos remanescentes das Comunidades dos Quilombos às suas terras

O Estatuto da Igualdade Racial, PL 6.264/05 resguarda o direito dos remanescentes dos quilombos as suas terras.

No mais, o que tange os procedimentos garantidores da regularização fundiária das áreas de remanescentes de quilombolas é o Decreto n.º 4.887 de 2003. Instrumento legal específico à questão das terras quilombolas.

Financiamento das políticas públicas

A supressão do fundo deu-se em virtude da crescente destinação de recursos para implementação de políticas afirmativas.

Manifesto durante a CONAPIR para a provação do Estatuto

Durante a Plenária Nacional da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (II CONAPIR), o excelentíssimo senador Paulo Paim em discurso fez referência à necessidade de aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, ocorrendo à aclamação por vários participantes (delegados e convidados) no anseio de aprovação do Estatuto.

Ressalta-se que durante a realização da II CONAPIR, em nenhum outro momento foi evidenciada a discussão acerca do Estatuto da Igualdade da Igualdade Racial, haja vista que o objetivo do evento visa ampliar o diálogo e a cooperação entre órgãos e entidades governamentais e não governamentais de promoção da igualdade racial, na qual foram apontados possíveis ajustes nas políticas de igualdade ora em curso, e fortalecidas as relações das mesmas com as políticas sociais e econômicas em vigor. Sendo ainda um momento de consolidação da promoção da igualdade racial enquanto política permanente de Estado, na busca do equilíbrio nas relações étnicas em nossa sociedade.


Mais informações:
Coordenação de Comunicação Social
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Presidência da República
Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 9º andar - 70.054-906 - Brasília (DF)
Telefone: (61) 3411-3659 / 4977

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Vila Emater ganha Espaço Cultural




Por: Cibelle Araújo


Acontece hoje (10), às 15h, na Vila Emater, localizada na entrada do lixão de Maceió, a inauguração do Espaço Cultural do Ponto de Cultura Guerreiros da Vila, um lugar composto de arte e cultura em que acontecem atividades de circo, capoeira, teatro, música, folclore e cineclube para as crianças, jovens e adultos da Vila Emater.

A ideia da construção do Espaço Cultural surgiu no início de 2008 quando Jailson Carnaúba, mais conhecido como Pelé, integrante do Ponto de Cultura visitou um projeto cultural. A partir daí ele pensou em construir um local assim na Vila. Com as próprias mãos, ele começou a construção sozinho, contando depois com o apoio do Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb) e da comunidade.

O que antes era um sonho virou realidade. Hoje a Vila possui um local próprio para realizar suas atividades de circo, capoeira, teatro, música, folclore e cineclube para as crianças, jovens e adultos.


Programação

Apresentação da Banda de Percussão Guerreiros da Vila, Mesa de abertura, apresentação da história da Vila contada pelos moradores, apresentação teatral com os integrantes do Ponto de Cultura do “ABC dos Guerreirinhos”(cordel criado pelos moradores ) e atrações convidadas.
Ponto de Cultura - O Ponto de Cultura Guerreiros da Vila é um espaço voltado para o lúdico, as artes, formação do trabalho e inclusão socioeconômica dos catadores.

Coordenado pelo (Ceasb), atua em conjunto com a Associação dos Moradores da Vila Emater II (Asmov) e com a Cooperativa dos Catadores da Vila Emater (Coopvila). O Ponto integra a Rede Alagoana de Pontos de Cultura e conta com o apoio do Ministério da Cultura, através do Programa Cultura Viva.

Atualmente os jovens Guerreiros da Vila - como são chamados os integrantes do Ponto de Cultura - participam como monitores de atividades educativas e de incentivo à leitura no do Baú de Leitura – “Baú dos Guerreirinhos” e atividades musicais com a Banda Guerreiros da Vila.


Serviço
O que: Inauguração do Espaço Cultural do Ponto de Cultura Guerreiros da Vila
Quando: sexta-feira (10)
Onde: Vila Emater II, Jacarecica, próximo a entrada do Lixão
Hora: 15h
Entrada Franca
Contato: 3355 5196/ 99377359/ 8814 7521 (Jailson Carnaúba/ Ana Lúcia Ferraz de Menezes


Fonte: Assessoria Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb) / Ponto de Cultura Guerreiros da Vila

quarta-feira, 8 de julho de 2009

III Fórum Nacional de Performance Negra


Foi iniciado nesta segunda-feira e segue até o dia 09 de julho, o III Fórum Nacional de Performance Negra na cidade de Salvador (BA). O estado de Alagoas será representado pelo bailarino e ativista Edu Passos, uma das importantes referências da dança afro no país. Cerca de 150 representantes de Grupos e Companhias negras, além de pesquisadores e artistas dos mais diversos setores participarão das palestras, mesas redondas, debates, oficinas, grupos de trabalho e apresentações diversas. O evento é um marco do teatro e da dança negra no Brasil, é promovido, pelo Bando de Teatro Olodum/Teatro Vila Velha de Salvador (BA) e Companhia dos Comuns, Rio de Janeiro (RJ).



Fonte: Publicado na edição nº 59 da Coluna Axé no jornal Tribuna Independente (08/07/09) / Crédito da foto: Arquivo pessoal

Cotista ganha prêmio de melhor aluno universitário

"Fomento a alunos compromissados fazem não só a diferença entre permanecer e sair da Universidade, como entre se destacar ou ser mais um dentro da instituição".




Por: Marcus Bennett - Fundação Cultural Palmares



Numa época em que a discussão entre o mérito e a oportunidade de ingresso de alunos negros no ensino superior por meio de cotas tem tomado as pautas da mídia brasileira, um estudante negro, cotista, prova que o mérito de sua formação profissional não está ligado apenas ao modo de ingresso na instituição, mas que seu futuro também depende do esforço que se empreende durante todos os anos de faculdade. Assim pensou Gilberto da Silva Guizelin, vencedor do Prêmio de melhor aluno da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 2008.




Superintendente Regional da Caixa, Roberto Bachmann, e Reitor da UEL, Wilmar Marçal, entregam prêmio de 10 mil reais



Com uma nota média de 9,520 pontos, o agora historiador recebeu R$ 10 mil pelo feito, no final de abril deste ano. Segundo a pró-reitora de graduação da UEL, professora Maria Aparecida Vivian de Carvalho, "nós não tivemos nenhum aluno que se aproximou dessa média", o que valoriza ainda mais a conquista.

O prêmio é inédito na instituição e surgiu de uma parceria entre a Reitoria e a Caixa Econômica Federal para premiar aquele que teve um melhor desempenho entre os demais alunos no decorrer de toda a graduação.

A professora Maria Aparecida conta que para ser justo, o processo de seleção foi muito estudado, visando os projetos pedagógicos dos cursos e seus respectivos sistemas de avaliação. Para tanto, o critério é o estudante ter ingressado por concurso vestibular, não ter tido qualquer anotação ou registro em sua pasta acadêmica e também alcançado uma nota mínima em cada disciplina, igual ou superior a sete. Isso significa não ter tido nenhuma reprovação.

Feliz da vida, Gilberto nem pensa em parar. Quer, desde já, dar prosseguimento a seus estudos. "Este dinheiro vai me auxiliar no decorrer da minha pós-graduação que acabo de iniciar aqui mesmo na UEL, dentro do Programa de Mestrado em História Social. Mas, talvez, mais importante do que o valor financeiro do prêmio, seja o reconhecimento dele advindo, o que tem me ajudado a abrir inúmeras portas no caminho de minha formação," observou.

Natural de Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo, Gilberto Guizelin atribui parte de seu sucesso ao Programa Afroatitude, voltado para o fomento de bolsas de estudo para estudantes negros e oriundos de escola pública. Para ele, o Programa Afroatitude foi fundamental para o desenvolvimento de uma consciência mais cidadã e pelo amadurecimento nas questões acadêmicas, como estudos, pesquisas e artigos.


Veja seu depoimento:

"Penso que uma das principais razões de eu ter ganhado este prêmio foi, sem dúvida, a conjuntura favorável de minha formação ao longo dos últimos quatro anos. Quando ingressei na universidade, em 2005, no curso de História, logicamente que uma das minhas preocupações era com relação à minha capacidade de acompanhar as matérias, pois vindo de uma família de recursos financeiros escassos, desde a época do colégio pensava em me sustentar na Universidade por algum sistema de bolsa de estudo, assim a manutenção de uma boa média era uma preocupação constante desde o Ensino Fundamental e Médio. Assim que cheguei na UEL, conheci o Afroatitude e fiquei vinculado ao programa por dois anos e meio, entre 2005 e 2007. Minha experiência foi muito boa, pois, além de me inserir nas discussões recentes em relação às cotas para estudantes negros, o programa possibilitou-me sair na dianteira de meus colegas de curso, uma vez que desde o início de minha graduação passei a ter contato com um projeto de iniciação científica, capacitando-me a produzir diversos trabalhos científicos, o que, por sua vez refletiu na construção de um currículo Lates acima das expectativas de um aluno de graduação, e, ainda, me abriu um mundo novo ao me levar para congressos científicos em diversas partes do Paraná e do Brasil".

"Uma outra exigência do Programa, além de contemplar estudantes negros, era desenvolver pesquisas que abordassem o negro. O que para todos os alunos contemplados com o programa foi uma dificuldade tendo em vista a escassez de projetos acadêmicos que tenham a preocupação com este público tão esquecido na história institucional, social e econômica do Brasil. Contudo, para minha sorte, dentro do Departamento de História, o professor José Miguel Arias Neto encontrava-se desenvolvendo uma pesquisa em torno da formação da Marinha de Guerra do Brasil, e uma das finalidades da pesquisa era estudar a presença negra neste processo de constituição. Gostei muito de ter feito parte dessa pesquisa, pois não só criei vínculos de amizade e estabeleci uma relação de profissionalismo, como ainda publiquei meus primeiros artigos acadêmicos dentro da Revista Afroatitudeanas". (http://www2.uel.br/revistas/afroatitudeanas/)


"O curso de História teve uma grande participação no Programa Afroatitude da UEL, pois quatro de seus estudantes faziam parte dele: Fernanda Charis, Júlia Amabile, Laércio e eu. Como fazíamos parte do mesmo curso e da mesma turma, nosso contato era diário, o que me permitiu tomar ciência do estado de suas pesquisas e de suas trajetórias no decorrer do curso. Aliás, tenho orgulho em dizer que, próximo ao encerramento do programa, em uma pesquisa interna da UEL, realizada para medir o desempenho dos alunos cotistas e membros do Programa, nós, os alunos de História, ficamos entre os primeiros. O que mais uma vez reforça que possibilidades de fomento a alunos compromissados fazem não só a diferença entre permanecer e sair da Universidade, como entre se destacar ou ser mais um dentro da instituição".


Projetos futuros

O objetivo profissional de Gilberto Guizelin é se tornar um professor universitário. Para tanto, busca, desde já, desenvolver uma boa dissertação de mestrado sobre um tema pouco conhecido e difundido que é a política externa imperial do Brasil e suas preocupações com relação à África. Ao mesmo tempo, já se adianta à construção de um projeto de doutoramento. "Uma viagem para Angola, tipo um intercâmbio com os pesquisadores de além-mar, assim como uma viagem para estudo nos centros de documentação de Portugal e Grã-Bretanha seriam também bem vindas, mas, quanto a isso, resta estabelecer algum convênio de pesquisa", aspira.

Recém ingressado no Programa de mestrado em História Social da UEL, Guizelin desenvolve a pesquisa A Projeção Atlântico-Africana do Império Brasileiro (1822-1863): "Destino" ou "Fardo Atlântico" à Construção do Estado Nacional Brasileiro. O trabalho voltado à investigação da política externa do Império brasileiro com relação ao continente africano, mais especificamente com as colônias portuguesas. "Meu interesse por esta temática se deu pelo fato de as relações bilaterais entre a África e o Brasil, desenvolvidas a partir do comércio negreiro, desde meados do século XVI e consolidadas entre os séculos XVII e XVIII, formarem um caso sui generis na História: a constituição de um sólido, difuso e complexo circuito mercantil no Atlântico Sul, no qual as praças brasileiras ocuparam, por excelência, uma posição político, administrativa e comercial estratégica", revela.


Conheça mais sobre o Programa Afroatitude na UEL:
http://www2.uel.br/neaa/afroatitude/artigo-mec.html


Fonte: Site da Fundação Cultural Palmares