quarta-feira, 27 de abril de 2016

Escola livre?



O Estado de Alagoas ganhou novamente a visibilidade na mídia nacional, com a tramitação de mais um projeto polêmico na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). 

De autoria do deputado Ricardo Nezinho (PMDB), o Programa "Escola Livre” no âmbito do sistema estadual de ensino defende: neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado; pluralismo de ideias no âmbito acadêmico; liberdade de crença; direito dos pais a que seus filhos menores recebam a educação moral livre de doutrinação política, religiosa ou ideológica; e educação e informação do estudante quanto aos direitos compreendidos em sua liberdade de consciência e de crença.

Porém, as “boas ações” que estão no papel, prevê na prática a punição aos professores que emitirem seus posicionamentos em sala de aula a respeito de temas como política, questões étnicas, questões de gênero, diversidade sexual, etc. Diz a ementa: “O(a) professor(a) não poderá: abusar da inexperiência, da falta de conhecimento ou da imaturidade dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para qualquer tipo de corrente específica de religião, ideologia ou político-partidária; não favorecer nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas, ou da falta delas; não fará propaganda religiosa, ideológica ou político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos ou passeatas; e ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa, com a mesma profundidade e seriedade, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas das várias concorrentes a respeito, concordando ou não com elas”.

O projeto de lei foi aprovado por unanimidade na Casa legislativa, porém, o governador de Alagoas Renan Filho (PMDB) vetou alegando que a medida é inconstitucional e a decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado no 25 de janeiro de 2016. Ontem (26 de abril), os/as deputados/as estaduais retomaram com a pauta no plenário, para debater sobre o veto do Chefe do Executivo.

Durante todo o dia, em frente à ALE no bairro do Centro em Maceió, ocorreu o ato intitulado “Todos contra a censura: Não à lei da mordaça”, onde acadêmicos, trabalhadores da educação e representantes dos movimentos sociais reivindicaram a manutenção dos vetos e pressionaram os parlamentares contra o retrocesso na educação. A ação é contrária ao cerceamento das liberdades democráticas, da autonomia do professor em sala de aula e do espaço escolar como ambiente democrático e essencial para se alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. Segundo as lideranças, o Programa “Escola Livre” está sendo encabeçado pelo Movimento Brasil Livre, setores ultraconservadores da Igreja Católica e Evangélica, Movimento Pró-Família e Movimento Alagoas contra a Doutrinação Escolar.

A Mesa Diretora instalou telões do lado de fora do prédio, para os/as manifestantes acompanharem a votação. No entanto, a população precisa reivindicar a solução de outras problemáticas recorrentes, que interferem a efetivação da educação com qualidade, salário digno para professores(as), merenda diária e nutritiva aos estudantes, infraestrutura adequada... São inúmeras as questões para se preocupar, afinal, o índice de evasão escolar continua gritante e o Estado é líder em analfabetismo.

Os estudantes precisam ter contato e saber respeitar os universos distintos da sociedade, ampliar a sua formação e compreensão de mundo.

Fonte: Coluna Axé - 388ª edição – Jornal Tribuna Independente (26/04 a 02/05/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 25 de abril de 2016

PL proíbe professores de abordar ideologia e religião em Alagoas

Por: Odilon Rios - Jornalista


Levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado em Washington, mostrou que Alagoas, se fosse um país, teria a pior educação do mundo.

Alunos pesquisados nas escolas públicas ou não sabem ler ou não interpretam textos; não sabem somar, subtrair, mutiplicar ou dividir.

Líder em analfabetismo, Alagoas assiste à tramitação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa, do deputado Ricardo Nezinho (PMDB).

Batizado de "Escola Livre", tem seis páginas e oito artigos. Em "Deveres do Professor" está escrito: ele deve se abster de abordar conteúdos que estejam em conflito com as convicções morais, religiosas ou ideológicas dos estudantes ou pais ou responsáveis. Pena: suspensão ou demissão no serviço público.

Cursinhos ou escolas que preparam alunos para o Enem podem ser proibidos, seguindo a lei, de abordar a teoria da evolução das espécies, em contraste com a tese bíblica de Adão e Eva; ou que se discutam ideias de filósofos ateus como Nietzsche, Augusto Comte; ou se aborde Freud e a sexualidade no homem.

Quem se sentir atingido em sua moral ou convicção pode acionar o professor no Conselho Estadual de Educação ou na Secretaria Estadual de Educação.

O Escola Livre foi aprovado ano passado pela Assembleia Legislativa. Por unanimidade.

Deputados justificaram: votavam por Deus e pela família.

Em janeiro, o governador Renan Filho vetou o Escola Livre. Entendeu que ele fere o artigo 206 da Constituição Federal ("liberdade de aprender, ensinar e pesquisar").

Próxima terça (26), os deputados discutem derrubar os vetos do governador. A Arquidiocese de Maceió e a Assembleia de Deus dão como certos os votos de 26 dos 27 deputados, favoráveis ao Escola Livre.

Seguidores das religiões afro temem que a lei estadual criminalize o professor que aborde o Candomblé, a 
Umbanda a alunos católicos ou evangélicos.

Há 104 anos, terreiros foram destruídos e queimados em Maceió acusados de bruxaria.

Se passar pela Assembleia, o Escola Livre pode oficializar o pior: o início da Idade Média na educação de Alagoas.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Djavan realiza show "Vidas pra contar" em Maceió



No dia 30 de abril, o Mestre Djavan estará na terrinha com a turnê Vidas pra contar. Os portões do Ginásio do Sesi - localizado no bairro do Trapiche da Barra em Maceió - será aberto às 20h e o show está previsto para às 22h. 

O cantor e compositor alagoano está comemorando os 40 anos de carreira com o 23º álbum. De autoria própria, possui doze canções inéditas : Vida Nordestina; Só pra ser o sol; Encontrar-te; Primazia; Não é um bolero; O tal do amor; Aridez; Vidas Pra Contar; Enguiçado; Se não vira jazz; Dona do Horizonte; Ânsia de Viver.

O artista também assina a direção do espetáculo, que tem iluminação de Binho Schaefer, cenografia de Suzane Queiroz e figurino de Roberta Stamato. Na banda, estão os músicos: Carlos Bala (bateria), Jessé Sadoc (flügelhorn, trompete e vocal), Marcelo Mariano (baixo e vocal), Marcelo Martins (flauta, saxofone e vocal), Paulo Calasans (teclados e piano) e João Castilho (guitarras, violões e vocal). 

Os ingressos para pista/arquibancada custam R$35 (meia) e R$70 (inteira), cadeira lateral R$ 45 (meia) e R$90 (inteira) e as mesas para quatro pessoas por R$650; estão sendo comercializados na loja Alethia (Maceió Shopping), Casas das Tintas (Farol e Ponta Verde) e no site www.ingressorapido.com.br.

Quem é fã de verdade, não pode perder!
Saiba mais sobre a turnê, no site oficial: http://www.djavan.com.br/site/

quarta-feira, 20 de abril de 2016

71 casais quilombolas oficializam união por meio do Projeto Justiça Itinerante

 
A cerimônia foi conduzida pelo juiz coordenador do Projeto, André Gêda Peixoto Melo, no Município de Santana do Mundaú 

O Tribunal de Justiça de Alagoas oficializou, nessa terça-feira (19), por meio da Justiça Itinerante, a união de 71 casais das comunidades quilombolas Filús, Jussarinha e Mariana, do Município de Santana do Mundaú (AL). A cerimônia, conduzida pelo juiz coordenador do Projeto, André Gêda Peixoto Melo, aconteceu na Escola Estadual Manoel de Matos.

De acordo com o magistrado, a realização desse casamento coletivo com o público quilombola é inédita. “Esta é uma parceria do Judiciário alagoano e a Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, que deu certo. Juntos estamos conseguindo levar cidadania para aquelas pessoas que desconheciam seus direitos”, afirmou.

Ainda segundo André Gêda, a Justiça pretende incluir em seu cronograma novos casamentos coletivos para grupos quilombolas. “Somente no ano passado, o Projeto executou 39 atividades em prol da sociedade. Nosso intuito agora é expandir e levar as cerimônias para outras regiões do Estado de Alagoas em que haja comunidades quilombolas”, ressaltou.

O casal Neusa Silva e Claudemir Silva, juntos há nove anos, foram um dos casais que tiveram a união oficializada perante a lei. “Sempre que alguém da comunidade precisava casar era muito demorado, tínhamos que sair de casa e procurar a Justiça. Quando soube que haveria essa ação, ficamos muito felizes. Oficializar o nosso casamento é um momento muito importante em nossas vidas”, disse o noivo.

Para Mãe Neide, sacerdotisa de matriz africana que deu a benção aos casais, através da iniciativa, o Judiciário consegue estreitar os laços com a comunidade. “Há uma dificuldade natural em procurar a Justiça. É importante que se realizem com mais frequência eventos como esse, em que as pessoas entendam a necessidade de entender a Justiça e empoderar-se de seus direitos”, avaliou.

Fonte: Bárbara Guimarães- Dicom TJ/AL
imprensa@tjal.jus.br - (82) 4009-3141/3240
 

País da corrupção e hipocrisia

O domingo(17 de abril de 2016), tornou-se inesquecível na História do Brasil! A população brasileira se polarizou e acompanhou o processo de votação ao impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Em questão, “avaliaram” a existência de crime de responsabilidade e ilegalidade fiscal da Presidente. O destino da nação virou piada nas redes sociais e nos veículos de comunicação em todo o planeta.

No Circo dos horrores, também denominado Câmera Federal, foram entoados discursos nojentos e sem fundamento jurídico. Era necessário apenas uma declaração de dez segundos, para responder "sim" ou "não" ao impeachment, mas os parlamentares resolveram fazer dedicatórias e realizar chacotas no plenário, quebrando todo o decoro e a moralidade. As palavras mais escutadas para demonstrar-se favorável foram: "Pela família, Deus, amigos, filhos, netos e eleitores"; e os contrários ao impeachment, exaltaram a democracia e os movimentos sociais, e condenaram o golpe e a fraude.

O momento mais constrangedor foi protagonizado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) que exaltou o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (o pavor de Dilma Rousseff), ex-chefe do DOI-CODI na ditadura militar e acusado de comandar torturas, e também parabenizou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por sua condução no processo. Já o deputado Jean Wyllys, em meio às vaias e ofensas, declarou: "Estou constrangido de participar dessa farsa, eleição indireta conduzida por um ladrão, curtida por um traidor conspirador e apoiada por torturadores, covardes, analfabetos políticos e vendidos. Essa farsa é sexista, em nome dos direitos da população LGBT, do povo negro exterminado nas periferias, dos trabalhadores da cultura, dos sem teto, dos sem terra. Eu voto não ao golpe e durmam com essa, canalhas!

Foram mais de seis horas de votação. No total, foram 511 votos, sendo 367 a favor, 137 contra, com sete abstenções e duas ausências. Na bancada alagoana, foram seis votos favoráveis e três contrários ao impeachment. Agora, o processo encontra-se no Senado Federal para a realização de uma nova votação, em seguida, Dilma poderá ser ou não afastada temporariamente do cargo até que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue o caso.

Na sua primeira aparição pública após sofrer derrota de impeachment na Câmara, Dilma Rousseff declarou: "Eu me sinto injustiçada. Injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa, mas também quando de uma forma absurda se acusa alguém por algo, primeiro que não é crime, e segundo acusa e ninguém se refere a qual é o problema. Eu assisti ao longo da noite de ontem a todas as intervenções, e não vi uma discussão sobre o crime de responsabilidade que é a única maneira de se julgar um presidente da República no Brasil", afirmou.

O momento sociopolítico da contemporaneidade poderia ser facilmente comparado/confundido com final de copa do mundo ou um grande carnaval, diante de tantos festejos, shows e salva de fogos com os últimos acontecimentos. Porém, pouco importa se você é de direita ou esquerda, situação ou oposição ao governo, o fato é que o país encontra-se em um processo delicado de transformação social, onde todos têm responsabilidade, e a punição aos corruptos é seletiva. O futuro além de incerto é aterrorizante!

Fonte: Coluna Axé – 387ª edição – Jornal Tribuna Independente (19 a 25/04/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 19 de abril de 2016

Uneal valoriza a história e cultura indígena



No dia 19 de abril, é celebrado no Brasil o dia dos(as) indígenas, que foi criado pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5540 de 1943. Busca contribuir para a reflexão e valorização da história e cultura dos povos indígenas e a importância da preservação e respeito a esses valores. 

Atualmente, existem 12 etnias em Alagoas: Dzubucuá (Porto Real do Colégio), Geripancó (Pariconha), Kalancó (Água Branca), Karapotó - Terra Nova (São Sebastião), Karapotó (São Sebastião), Karuazú (Pariconha), Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio), Tingui-Botó (Feira Grande), Wassu Cocal (Joaquim Gomes), Xucuru Kariri - Boqueirão (Palmeira dos Índios), Xucuru-Kariri - Fazenda Canto (Palmeira dos Índios) e Xucuru-Kariri (Palmeira dos Índios). 

A Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) tem se destacado pelo o envolvimento expressivo com comunidades indígenas. Com o desenvolvimento do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind/Secadi) dá condições para a formação acadêmica do índio, a exemplo do fato histórico em 2015, com a colação de grau de 69 professores(as) indígenas nos cursos superiores de Ciências Biológicas, Pedagogia, Letras e História. (foto) 

E nesse mês, foi posto em prática o projeto Abril Indígena da Uneal, organizado pelos cursos de História do Campus III – Palmeira dos Índios e do Campus I – Arapiraca, com a realização de palestras, oficinas, minicursos e mesas redondas, proporcionando a interlocução entre aldeias e comunidade acadêmica. 

Crédito da foto: Adaílson Calheiros / Agência Alagoas

segunda-feira, 18 de abril de 2016

TJ realiza casamento coletivo para quilombolas nesta terça (19)



O Projeto Justiça Itinerante, do Tribunal de Justiça de Alagoas, realiza casamento coletivo entre integrantes da comunidade quilombola do Município de Santana do Mundaú (AL), nesta terça-feira (19), a partir de 16h. Está prevista a participação de 100 casais.

Conduz a cerimônia o juiz André Gêda Peixoto Melo, coordenador do Projeto. O casamento acontece na Escola estadual Manoel de Matos, no residencial Jussara.

Qualquer comunidade pode solicitar e agendar casamentos coletivos por meio de associações, igrejas ou instituições públicas. Os custos cartorários são de responsabilidade das instituições solicitantes. Mais informações pelo telefone (82) 4009.3162.


Fonte: Diretoria de Comunicação - Dicom TJ/AL

terça-feira, 12 de abril de 2016

Sinapir 2016

O Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) instituído pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010), foi regulamentado pelo Decreto n° 8136/2013 e pela Portaria SEPPIR n.º 8, de 11 de fevereiro de 2014. O Sinapir tem como objetivo contribuir para a organização e articulação do conjunto de políticas e serviços destinadas a superar as desigualdades raciais no Brasil.

Buscando proporcionar o fortalecimento das ações e a implementação dessa importante política de Estado, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, lançou o “Edital de Chamada Pública nº 02/2016”. De acordo com o edital, serão disponibilizados R$ 4.576.713,00 (Quatro milhões, quinhentos e setenta e seis mil, setecentos e treze reais) para três áreas de financiamento: fortalecimento dos Órgãos, Conselhos e Fóruns Estaduais voltados para a promoção da igualdade racial; apoio a políticas públicas de ação afirmativa; e a políticas para comunidades tradicionais.

Podem participar da seleção: órgãos da Administração Pública Direta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como Consórcios Públicos com atuação voltada ao enfrentamento ao racismo e à promoção da igualdade racial. As propostas devem ser apresentadas no Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV), disponibilizado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) no sítio eletrônico https://www.convenios.gov.br/portal/.

Dentre os critérios de avaliação e classificação, estão: caracterização social da população negra, alcance geográfico da proposta e qualidade técnica da proposta apresentada. Também é fundamental a adesão, por parte dos entes federados, quanto a existência de órgãos e conselhos voltados para a promoção da igualdade racial em âmbito local. O Sistema estabelece, ainda, modalidades de gestão (básica, intermediária e plena) cuja diferenciação está na capacidade de gestão do órgão de PIR local.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 2 de maio e a publicação do resultado final está prevista para 12 de maio. Mais informações: http://seppir.gov.br/articulacao/sinapir (61) 2025-7050.

Fonte: Coluna Axé – 386ª edição – Jornal Tribuna Independente (12 a 18/04/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Lançamento da obra “Alagoas: A Herança Indígena” tem Toré Forte

Solenidade foi realizada no Iphan, em Maceió 


Índios celebram o Toré Forte, no lançamento da obra “Alagoas: A Herança Indígena”, ocorrido no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  
Índios celebram o Toré Forte, no lançamento da obra “Alagoas: A Herança Indígena”, ocorrido no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
 
 
Texto: Clau Soares
Fotos: Leandro Souto

Em uma noite para celebrar a cultura dos primeiros habitantes do Brasil, foi o Toré Forte da Aldeia Wassu Cocal, do município de Joaquim Gomes, que encheu de energia o salão do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), na terça-feira (5), no bairro do Jaraguá, em Maceió, durante o lançamento da obra “Alagoas: A Herança Indígena”.

O livro, cuja edição foi realizada pela Editora da Uneal (EdUneal), é um desdobramento do Calendário Fapeal 2015 e reúne sete artigos de pesquisadores de várias instituições de ensino de Alagoas. Os textos abordam diferentes recortes do tema, desde a questão territorial até manifestações religiosas.



Os organizadores da obra, os pesquisadores Douglas Apratto Tenório e Jairo José Campos da Costa, receberam o público e destacaram o papel da iniciativa para o reconhecimento da importância dos povos indígenas na formação do Estado. “Estamos trazendo isto para tentar aflorar o sentimento de identificação”, frisou o historiador Douglas Apratto.

Campos destacou o trabalho interinstitucional para a materialização do livro, uma vez que houve incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), da EdUneal e do Sebrae Alagoas. “Estas são as três grandes instituições que trabalharam para que esse projeto se concretizasse”, pontuou.



O superintendente do Sebrae Alagoas, Marcos Vieira, participou da solenidade e elogiou a obra. “Apesar do massacre de 500 anos, do desprezo, desta postura nefasta em relação a esta cultura fantástica, ela persiste”, analisou.

Artigos
Os artigos da obra são assinados pelos pesquisadores Clébio Correia de Araújo, Cosme Rogério Ferreira, Iraci Nobre da Silva, José Adelson Lopes Peixoto, Maria Margarete de Paiva Silva, Mary Selma de Oliveira Ramalho, Thayan Correia da Silva, Siloé Soares de Amorim e Jorge Luiz Gonzaga Vieira.


Fonte: Agência Alagoas

 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Festa para Ogum

O Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb) – localizado no Conjunto Village Campestre II (Rua São Pedro, nº10) em Maceió – realizará no dia 16 de abril, às 19h30, a festa e louvor aos orixás, homenageando especialmente o guerreiro Ogum (foto). No dia 23 às 19h30, será a vez do Ilé N´Ifé Omó Posú Betá a realizar a cerimônia no bairro da Ponta da Terra (Rua Campos Teixeira, 290). 

A divindade masculina na mitologia iorubá, é o orixá senhor do ferro, Deus da guerra, da agricultura e da tecnologia. É bastante cultuado no Brasil, sendo sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, que eram destemidos e cheios de iniciativa. 

Vista-se de branco e participe da corrente de axé. E para quem não é da religião de matriz africana, respeitar a fé dos outros é essencial!


Fonte:  Coluna Axé – 385ª edição – Jornal Tribuna Independente (05 a 11/04/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com
Crédito da foto: Ilustração

terça-feira, 5 de abril de 2016

Juventude e protagonismo

O encerramento do Seminário de avaliação dos 13 anos da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), realizado no período de 29 a 31 de março, em Brasília, com a presença de várias lideranças do Movimento Negro Nacional, além de integrantes do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), e de ex-ministros da Seppir, foi marcado com o lançamento de ações que beneficiam a juventude brasileira, especialmente, aos jovens negros e negras.

O primeiro ato foi a assinatura de um contrato pela ministra Nilma Lino Gomes, do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e a presidenta da Caixa, Miriam Belchior, para operacionalização do “Identidade Jovem” ou “ID Jovem” como está sendo chamado. Trata-se de um documento que vai garantir gratuidade no transporte público interestadual e de meia-entrada nos eventos artístico-culturais e esportivos a cerca de 18 milhões de jovens brasileiros.

Na ocasião, também foi lançado o Edital do Prêmio Antonieta de Barros, no valor de R$ 1 milhão, voltado para projetos de comunicação de jovens negros e negras. Segundo a ministra Nilma Lino, o ID Jovem vai atender aos jovens negros, brancos, indígenas, do campo, quilombolas, homens, mulheres, população LGBT, das águas e das marés, urbanos, estudantes ou não. Nilma Lino ressaltou ainda, que a juventude é a protagonista das conquistas.

Com relação ao edital, a ministra destacou que o prêmio faz referência a um grande nome do ativismo negro brasileiro. Antonieta de Barros foi uma mulher negra, parlamentar, na época em que poucas mulheres conseguiam ser deputadas e, sobretudo, no sul do país. “A escolha contém toda uma simbologia”, declarou Nilma. O Edital do “Prêmio Antonieta de Barros – Jovens Comunicadores Negros e Negras” vai contemplar 50 ações de comunicação realizadas por jovens negros e negras.

O objetivo é estimular o protagonismo juvenil, promover a imagem positiva de jovens negros e negras, divulgar ações de comunicação já realizadas ou em realização que estimulem a igualdade racial, além de mobilizar, articular e fortalecer o movimento jovem negro envolvido com a igualdade racial e o combate ao racismo. As duas iniciativas do governo federal foram muito bem recebidas pelas lideranças do movimento negro e de juventude presentes na solenidade, especialmente, pelo secretário nacional de juventude, Jefferson Lima e por Daniel Souza, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve).

Essa é mais uma oportunidade para estimular o trabalho das instituições afros e grupos da juventude negra que prezam pelo desenvolvimento sociocultural e combate da criminalização. Precisamos de uma juventude viva, ativa e transformadora! Axé!

Fonte: Coluna Axé – 385ª edição – Jornal Tribuna Independente (05 a 11/04/16) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com