terça-feira, 31 de outubro de 2017

Relatório sobre violência religiosa

No último dia 26 de outubro ocorreu o 2º Seminário Estadual Consciência Negra e Diversidades, no Espaço Linda Mascarenhas em Maceió, com o tema “Intolerância e Violência Religiosa”. Uma iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos em parceria com o Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial (Conepir/AL).

A atividade contou com a presença de Andréa Guimarães – Consultora da Unesco – representante do projeto de fortalecimento das instâncias de participação social para a promoção do respeito à diversidade religiosa, nos estados e Distrito Federal. 

Na ocasião, foram apresentados os dados do Relatório Nacional de Intolerância e Violência Religiosa no Brasil (2011-2015), que possui 975 casos identificados, sendo 45% registrados em jornais, 41% em ouvidorias e 17% em processos judiciais; equivalente a dois casos por dia no período de cinco anos. Atualmente, a principal ferramenta de controle e registro de dados oficiais é pelo Disk 100, que de forma gratuita e sem expor a vítima, é disponível para todo o território nacional. 

Segundo a palestrante essa foi a décima visita oficial para o repasse das informações para alertar sobre os casos de intolerância religiosa, que ao serem denunciados normalmente são enquadradas como injúria ou são arquivadas. “A intolerância religiosa no Brasil é democrática, existe em todos os estados e atinge todas as religiões. É uma questão de calamidade pública, e também se enquadra como terrorismo. As pessoas normalmente não denunciam os casos de violência religiosa, primeiro porque não conhecem seus direitos; segundo, porque têm medo; e terceiro, porque não reconhecem esse sistema de justiça como legítimo”, exaltou Andréa.

O evento contou com a participação da Secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos, Claudia Simões; estudantes, professores, sindicalistas; conselheiros estaduais (mulher, LGBT direitos humanos); além de vários religiosos (matriz africana, católicos, evangélicos, mórmons espíritas e adeptos do Ayuascha) e agnósticos.

Na sexta-feira (27.10), no auditório do Iteral, foi a vez do “Diálogos com o CONEPIR” junto aos demais segmentos da sociedade civil e foi discutida a necessidade da inclusão dos relatos dos casos existentes em Alagoas e defendeu-se a realização de mais um encontro, com data prevista para o dia 11 de dezembro, para discutir a criação de um Fórum Interreligioso pela Cultura de Paz.


Fonte: Coluna Axé – 465ª edição – Jornal Tribuna Independente (31/10 a 06/11/17) / COJIRA/AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Mel Nascimento encerra a 18ª edição do Teatro Deodoro é o Maior Barato com o show Sambasoul




Texto de Hannah Copertino


Depois de 23 apresentações ao longo do ano, o projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato se despede da 18ª edição com o show Sambasoul de Mel Nascimento, nesta quarta-feira (1/11), às 19h30. O ingresso custa R$ 20,00 inteira e R$ 10,00 a meia entrada e está à venda na bilheteria do teatro e pelo site  http://www.compreingressos.com/espetaculos/8775-samba-soul sem taxa de conveniência.

Apesar da essência do trabalho de Mel Nascimento ser o samba raiz, o show vai do jazz ao rock, passeando por diversos ritmos. No repertório, tem composições só de alagoanos. Entre eles, estão Chico Elpídio com Pablo de Carvalho, Luciano Falcão, Arnaud Borges, Ábia Marpin, Jurandiz Bozo, Telma César e Gustavo Gomes.

Mel Nascimento contou que o show surgiu ano passado no projeto Soando na Sala, do Grupo Identidade Alagoana, e que foi se apaixonando pela sonoridade, pela mistura de ritmos. A cantora vai subir ao palco do Teatro Deodoro com os músicos Roberi Rei, Sandro Santana e Cristiano Félix (percussão), Luciano falcão (contrabaixo e gaita), Gustavo Rolo (violão sete cordas e viola), Edi Ribeiro (guitarra e baixo) e Lara Melo e Mari da Costa (vocais).

Mel começou a trajetória na música cantando em coral aos 13 anos. “Fui gostando, me aprofundando, fiz graduação em música, sai do coral e fui trabalhar com música popular, comecei a pesquisar o samba e não parei mais”, disse a cantora. Mel gravou o CD Um Bando de Samba #2, cujas canções estarão no show do Teatro Deodoro é o Maior Barato.

“Encerrar o Teatro Deodoro é o Maior Barato, no novembro negro, abrindo as festividades e as lutas é muito importante. Sou apaixonada por esse projeto, sei da importância, fortalece o nosso trabalho autoral, e trazer música alagoana para o palco do Teatro Deodoro é uma experiência realmente incrível”, afirmou Mel Nascimento.

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Serviço:
Teatro Deodoro é o Maior Barato – Show Sambasoul, de Mel Nascimento.
Quando – Quarta-feira (01/11), às 19h30.
Onde – Teatro Deodoro é o Maior Barato.
Ingresso – 20,00 inteira e R$ 10,00 a meia entrada, na bilheteria do teatro e pelo site  http://www.compreingressos.com/espetaculos/8775-samba-soul


Fonte: Ascom/Diteal

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Dove e a "limpeza" racial



A marca “Dove” – empresa de cosméticos da multinacional holandesa Unilever – lançou uma campanha publicitária internacional de péssimo gosto, polêmica e ainda por cima extremamente racista. 

Na publicidade uma mulher negra, após usar o sabonete líquido, não apenas troca a blusa de cor escura por uma blusa branca, como também, troca de pele, transformando-se numa mulher branca. 

A “limpeza racial” causou reação de forma imediata, milhões de cidadãos e cidadãs do mundo inteiro se manifestaram de maneira veemente contra esta prática criminosa, que é a hierarquização racial de um lado e desqualificação racial do outro.

A modelo nigeriana Lola Ogunyemi se pronunciou sobre a participação na propaganda em um post publicado no jornal britânico “The Guardian” (foi excluída após acusações de promover o racismo).

Ela afirmou que, se soubesse o resultado final, seria a primeira dizer ‘não’: “Se eu tivesse a mínima noção de que eu seria retratada como inferior, ou como o ‘antes’ de uma edição com antes e depois, eu teria sido a primeira a dizer um enfático ‘não' (...) Isso vai contra tudo o que eu acredito. Ter a oportunidade de representar suas irmãs de pele negra em uma marca de alcance global parecia a forma perfeita para lembrar o mundo de que estamos aqui, de que somos bonitas e, mais importante, que temos valor”, escreveu. Ela, no entanto, ponderou e disse que a marca poderia defender sua visão criativa e sua escolha de incluí-la, uma “mulher de pele inequivocadamente negra”. “Eu não sou apenas uma vítima silenciosa de uma campanha de beleza. Eu sou forte, sou bela e não serei apagada”, exaltou.


Fonte: Coluna Axé – 464ª edição – Jornal Tribuna Independente (24 a 30/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Espetáculo Saravá

O Grupo Trajes, Comédia e Cia encontra-se com o espetáculo de dança Saravá, que homenageia as tradições da religiosidade afro-brasileira. O circuito de apresentações começou no início deste mês, percorrendo vários espaços a exemplo do Ponto de Cultura Ponto de Luz em Arapiraca e o campus do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) no município de Palmeira dos Índios. 

Os dançarinos representam a arte encontrada a partir dos movimentos do orixá Oxumaré, a montagem é baseada na religião matriz africana e apresenta também elementos da cultura indígena, fazendo uma fusão de simbologias a partir da dramaturgia corporal. É encenado pelos intérpretes criadores Denis Angola (que também faz a direção artística), Alexandrëa Constantino e Jailton Oliveira, e ainda, conta com a participação do músico Izaias Chico. 

O Saravá foi contemplado no Edital das Artes Eris Maximiano, promovido pela Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac); a estreia e circulação são a terceira e última etapa do projeto, que surgiu da necessidade de falar da temática afro, apresentando uma dança mais contemporânea. 

O produtor Denis Angola revela que a montagem do espetáculo foi finalizada após um longo período de pesquisa, oficinas de dança e ensaios: “É uma composição feita a partir de estudos de campo, experimentos de movimentação, cor e musicalidade”, declarou. 

Nesta quarta-feira(25.10), a partir das 19h30, será a vez de apresentar as belezas e riquezas da cultura negra no palco do Teatro Deodoro durante a programação do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato. O ingresso custa R$20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada), e pode ser comprado na bilheteria do teatro, que abre às 14h, e pelo internet sem cobrança de taxa extra pelo link http://www.compreingressos.com/…/8760-sarava-trajes-comedia…. 

Lembrando que a classificação etária é de 14 anos. Prestigie!


Fonte: Coluna Axé – 464ª edição – Jornal Tribuna Independente (24 a 30/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Empreendedorismo

De 18 a 20 de outubro, no Centro de Convenções de Maceió localizado no bairro histórico do Jaraguá, terá a 8ª Feira do Empreendedor de Alagoas. 

Esse é um dos maiores eventos de empreendedorismo do Sistema Sebrae, que busca promover os produtos e serviços, dos patrocinadores, parceiros e expositores de várias franquias, ajudando a promover e a ampliar a carteira de clientes de todas as partes interessadas. 

A programação é composta por oficinas, palestras, mesa redonda, workshop, exposição, sessão de negócios; orientações sobre o Acesso a Crédito com o Banco do Brasil e Banco do Nordeste; Rodada de negócios multissetoriais; Momento do Empresário; Talk Show Troco Likes – Redes Sociais para Alavancar seu Negócio; além de apresentações musicais. 

Dentre as palestras destaques estão: “Os Impactos da Reforma Trabalhista para as Micro e Pequenas Empresas” com o palestrante Nélio de Souza (AB & DF ADVOCACIA)”, amanhã (18) às 16h30 na sala 3; e no dia 19, o tema “Cenário Econômico do Brasil: Impactos para as Empresas do Nordeste” às 19h30, no Espaço Criatividade em Ação, com o palestrante Luiz Barreto (Ex Presidente do Sebrae). Também serão discutidos: Vantagens da Formalização para o Micro Empreendedor Individual (MEI), Líder Coach, Educação Financeira, Marketing Digital para Pequenos Negócios, Posicionamento da marca nas Redes Sociais, Economia Sustentável, Registro de Marcas e Patentes, dentre outros. 

É um grande momento para aprofundar conhecimentos, despertar ideias, fortalecer os negócios e ampliar a geração de renda. Todas as atividades são gratuita, mas é importante fazer a inscrição antecipada no site: http://feiradoempreendedor.al.sebrae.com.br/. Participe!


Fonte: Coluna Axé – 463ª edição – Jornal Tribuna Independente (17 a 16/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Espetáculo “Deu a louca na Branca” em Maceió

 

Pela primeira vez em Alagoas terá o espetáculo “Deu a louca na Branca”, com duas apresentações, no sábado (14) às 21h, no Teatro Cenecista Thereza em Arapiraca; e no domingo (15) às 19h, no Teatro Gustavo Leite em Maceió.

A atriz Cacau Protásio encarna uma versão brasileira da heroína dos contos de fadas, contracenando com as vozes em off de Paulo Gustavo como o Espelho.

A personagem Sebastiana narra sua trajetória até quando foi descoberta por Walt Disney, e apesar da fama, guarda uma revolta por seu criador: ele é quem teria feito com que o público sempre a visse e a chamasse de Branca, embora fosse declaradamente negra.

A comédia possui 70 minutos, tem classificação de 14 anos e ingressos a partir de R$25. Vendas na Livraria Leitura (Parque Shopping), Loja Alethia (Maceió Shopping) e no site www.eventim.com.br. Contato: (82) 3235-5301. 


Fonte: Coluna Axé / Jornal Tribuna Independente
Crédito da foto: Janderson Pires

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Mestrado sobre quilombolas

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) recebeu a visita do Prof. Dr. Edmundo Accioly, orientador do acadêmico Jonathan Silva, que buscou o apoio institucional para a tese de Mestrado no Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

O diretor-presidente do Órgão de Terras, Jaime Silva, e a Assessora Técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas, Leone Silva, ouviram atentamente a proposta, e destacaram que todas as ações voltadas à autoestima e desenvolvimento socioeconômico são bem vindas. Também foram convocados para dar suporte nas informações: Edenilsa Lima Chagas, Gerente de Articulação Social do Gabinete Civil e Francis Hurst, supervisor de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Alagoas (Sedetur).

O objetivo é mapear as oportunidades de negócios através de produtos e serviços porventura existentes em comunidades remanescentes de quilombo do Estado de Alagoas; e também serão ministradas palestras sobre empreendedorismo afro para as lideranças quilombolas e juventude. 

De acordo com Jonathan Silva: “O grande diferencial deste trabalho é poder trazer a questão da inovação para dentro dos quilombos. Quando trabalhamos na perspectiva de indicações geográficas estamos trabalhando com conceitos de desenvolvimento sustentável, tecnologias sociais, além da propriedade intelectual. Eu vejo que as comunidades têm muito a ganhar, pois estaremos reconhecendo os produtos com notoriedade e tradição. Para o Iteral, permitirá que as ações sejam articuladas e mais planejadas. Se outros órgãos do Governo puderem estar presentes, darão maior proporção, e será algo muito rico para o Estado de Alagoas”, exaltou.

Dentre as propostas para a produção final, encontram-se: criação de um catálogo, publicação do documento técnico para novas pesquisas, identificação das comunidades aptas a participarem das feiras agrárias e a criação de um selo de reconhecimento quilombola. Atualmente, existem 69 comunidades certificadas no Estado de Alagoas e espalhadas em 36 municípios.

Esperamos que o conteúdo científico contribua para a mudança de realidades, de forma positiva, e traga mais valorização para esse povo tão sofrido. Axé!


Fonte: Coluna Axé – 462ª edição – Jornal Tribuna Independente (10 a 16/10/17) / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Bienal do livro - 2017

Começou o maior evento literário no Estado de Alagoas, a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que encontra-se na oitava edição. O evento segue até o dia 8 de outubro, com livros e programações para todas as idades: oficinas, contação de histórias, lançamentos de livro, apresentações culturais, roda de conversas, sessão de autógrafos com escritores, palestras, encontro de cordelistas, mostra audiovisual, exposições em estandes variados e até espaço para a troca de livros.

Em relação às atividades com foco nas questões étnicorraciais, destacam-se o Fórum Mestre Zumba, Cine Axé e apresentação de dança de rua. Nessa quarta-feira(4) na Sala Tamarindo das 10h30 às 12h, terá o Espetáculo teatral A saga de Zumbi dos Palmares - Grupo Teatro Cyro Accioly; e às 19h no auditório A, terá a Roda de conversa: Fala Preta! Promovido pelo Instituto Feminista Jarede Viana, que contará com as palestrantes: Ana Pereira, Regina Lopes e Vilma Reis.

Na quinta(5), a partir das 10h no auditório A, acontecerá a 1ª (Des)conferência Zumbi e Maninha Xukuru-Kariri: os rumos das relações étnico-raciais; às 19h na Sala Ipioca, o Fórum Reinventando Alagoas: Mostra Sururu de Cinema Alagoano (O Juremeiro de Xangô; Exu - Além do Bem e do Mal; Jangada de Pau; Ponto das Ervas; Barro do Muquém; Mwnay); na Sala Umbu, das 19h às 22h, terá a palestra “Invisibilidade Negra” com Éric Pascoal. No dia 7 de outubro, das 10h às 12h, na sala Siriguela, as oficinas de Dança: Break (Nego Love), Hip Hop Dance (Fagner Rosendo), House dance (Djamerson – Dja), Street Dance (Bruno e Ataíde - Taíde).

No Brasil, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é a única universidade que planeja, promove e realiza uma Bienal do Livro – evento cultural, literário e social – que é coordenada pela Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) e foi incorporada ao calendário nacional deste segmento.

Nesse ano, a Bienal do livro tem como tema o Bicentenário da Emancipação Política de Alagoas (1817-2017), e o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, promoverá o lançamento do livro “Bicentenário em prosa”, com textos de escritores alagoanos e a apresentação do Governador Renan Filho – no estante da Secult, às 16h, no dia 6 de outubro.

Para mais informações, acesse o site oficial: http://bienaldolivroal.com.br/. Entrada gratuita!


Fonte: Coluna Axé – 461ª edição – Jornal Tribuna Independente (03 a 09/10/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Iteral busca valorização socioeconômica das comunidades quilombolas


  Órgão apoiará pesquisa de mestrado que visa o mapeamento das oportunidades de negócios



O Instituto de Terras e Reforma de Alagoas (Iteral) é um dos órgãos estaduais que se preocupam com a articulação de políticas públicas para às comunidades remanescentes de quilombo. Pensando na valorização e desenvolvimento socioeconômico desses territórios, a instituição apoiará a pesquisa que visa o mapeamento das oportunidades de negócios.

Nesta segunda-feira (2), o acadêmico Jonathan Silva esteve na sede do Iteral para discutir a importância da sua tese de mestrado, que busca identificar os produtos, serviços, atividades voltadas para o turismo étnico e com potencial para a geração de renda porventura existentes nas comunidades tradicionais do Estado de Alagoas, para agregar valor e fortalecer o olhar empreendedor.

Jonathan é formado em Administração de Empresas, servidor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e mestrando no Programa em Rede de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em parceria com a Associação Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Forpec). Ele encontra-se sob a orientação do Prof. Dr. Edmundo Accioly e co-orientação da Prof. Dra. Graça Ferraz.

O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, destacou que a pesquisa é importante, mas deve proporcionar um retorno eficaz para os quilombolas. “Queremos colocar os quilombolas na vitrine. É preciso investir em ações que promovam o desenvolvimento e eles terem a certeza do que estão produzindo possui visibilidade e retorno financeiro. Para isso, é preciso ter o incentivo necessário, ter linhas de crédito adequadas para continuarem trabalhando. Porém, não basta o Iteral atuar sozinho neste processo, precisamos articular outras instituições que possam ter condições de realmente apoiar”, explicou.

A cientista social e assessora técnica dos Núcleos Quilombolas e Indígenas, Leone Silva, exaltou que todas as ações são bem-vindas, desde que promovam a autoestima e o conhecimento.  “Precisamos trabalhar para ampliar a autoestima dos quilombolas, porque eles estão cansados de pesquisadores ou instituições visitarem, obterem informações e, depois, não retornarem para fortalecer as comunidades. Precisamos investir em práticas que estimulem o conhecimento e deixem um legado”.


Propostas

O objetivo da tese de mestrado é a divulgação das indicações geográficas utilizadas para identificar a origem de práticas únicas (produtos e serviços) ou determinada característica e qualidade de uma determinada localidade e povo.  No Brasil existem duas modalidades: Denominação de Origem (DO) e Indicação de Procedência (IP). Ele também pretende investir na proteção da cultura tradicional; geração de renda e tecnologia social, que são ações de baixo custo e de impacto na sociedade.

O grande diferencial deste trabalho é poder trazer a questão da inovação para dentro dos quilombos. Quando trabalhamos na perspectiva de indicações geográficas estamos trabalhando com conceitos de desenvolvimento sustentável, tecnologias sociais, além da propriedade intelectual. Eu vejo que as comunidades têm muito a ganhar, pois estaremos reconhecendo os produtos com notoriedade e tradição. Para o Iteral, permitirá que as ações sejam articuladas e mais planejadas. Se outros órgãos do Governo puderem estar presentes, darão maior proporção, e será algo muito rico para o Estado de Alagoas”, exaltou Jonathan.

Em contrapartida ao apoio institucional, serão ministradas palestras sobre empreendedorismo afro para as lideranças quilombolas e juventude. Dentre as propostas para a produção final, encontram-se a criação de um catálogo, publicação do documento técnico para novas pesquisas, identificação das comunidades aptas a participarem das feiras agrárias, criação de um selo de reconhecimento quilombola e, inclusive, o registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

O próximo encontro ficou agendado para o dia 4 de outubro, com a presença de representantes da Gerência de Articulação Social do Gabinete Civil e da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur).



Comunidades Quilombolas

Os quilombolas são descendentes de africanos escravizados, que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo dos séculos. Atualmente, existem 69 comunidades quilombolas no Estado de Alagoas, espalhadas em 36 municípios, reconhecidas e certificadas pelos órgãos federais (Incra e Fundação Cultural Palmares/Ministério da Cultura).



Fonte: ASCOM/ITERAL