sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Espetáculo afro "Um reino chamado Muquém"


O espetáculo de dança afro "Um reino chamado Muquém" faz parte do projeto Remanescente que foi aprovado pelo Prêmio de Cultura BNB, edição 2011 e tem como fonte de pesquisa a comunidade quilombola Muquém. Descendentes de reis, dos guerreiros e guerreiras que lutaram, resistiram e instituíram o maior símbolo de organização política desse país: o Quilombo dos Palmares. Nesse contexto o espetáculo mistura ficção e realidade criando uma nova e possível versão para a existência de Dandara e de tantas outras mulheres do Quilombo dos Palmares que se refugiaram em Muquém, onde viveram por muito tempo no anonimato instituindo assim, um reino sem rainha.
 
AGENDA
15 e 16/08 às 17h na Praça Sinimbú, Centro, Maceió.

29/08 às 17h na Praça Lucena Maranhão, Bebedouro, Maceió.

05/09 às 17h na Praça Mirante Novo, Jacintinho, Maceió.

08/09 às 10h Oficina de Dança Afro e às 17h Apresentação do espetáculo na Comunidade Quilombola Muquém, União dos Palmares.
  
CONTATO
Viviane Rodrigues
Relações Públicas
(82) 8843-9311



História (Por: Jadiel Ferreira)

Dandara teve quatro filhas: Ketula, Aquatune, Zinga  e  Candace, constituindo assim um legado de princesas, uma corte real. Várias gerações se passaram e as mulheres de Muquém ficaram conhecidas por sua beleza e bravura, além de se destacarem na arte da fabricação de esculturas em barro. O grande momento dessa história se dá quando as mulheres desse Mocambo se reúnem para celebração do ritual da fertilidade dedicado a Oxum, construíram um pequeno lago no centro da tribo para suas oferendas. Ao cavarem e despejarem água, eis que surge do fundo da terra, assim como um ventre fecundado, um parto, uma moringa e potes revestidos de couro de animal. A notícia logo se espalhou, um milagre teria acontecido. Era um presente de seus ancestrais. 

Dona Candace, curandeiro e uma das moradoras mais antigas de Muquém, respeitada por todos. Quando perguntada sobre o que fazer, ordenou que todos se reunissem, acendesse a fogueira, tocassem os tambores sagrados e cantassem para Exu, Ogum, Iansã e Xangô. Com a sabedoria de seus cabelos brancos pediu que quebrassem os potes. Cientes que teriam ali ouro e diamantes, o povo fica desapontado com as lanças, roupas e colares empoeirados pelo tempo, mas o que eles não poderiam imaginar é que teriam sido da rainha de Palmares. Então dona Candace eleva seu rosto para o céu cantando para Oxalá, pois um novo tempo estava por vir.

Em suas mãos, segura uma moringa com o formato de um rosto, grifada com búzios o nome Rainha Dandara. Serena, retira o texto de dentro da moringa. Nele consta o orikí (poema) contando a origem da rainha Dandara e os nomes que pretendia dar a seus futuros filhos: Ketula, Aquatune, Isis, Zinga e Candace. Dandara se refugia em Muquém, onde viveu por muito tempo no anonimato com nome de Nzinga, levando consigo sua única riqueza e o desfecho de toda essa história: o orikí de sua família, suas armas de guerra e vestimentas foram  enterradas por ela em potes de barro e em uma moringa antropofágicas no centro do povoado como se fossem oferendas no local, pois era costume no mês de junho a construção de uma enorme fogueira para as festas religiosas a Xangô, orixá que guiava e protegia esse povoado. Com a invasão e destruição do Quilombo dos Palmares e extermínio sangrento feito com seus guerreiros, amigos e familiares...

       "... Vim de Luanda meu pai é rei Eu sou princesa negra minha Palavra é lei. Vim de Luanda, meu pai é rei, eu sou princesa negra minha palavra é lei. Bate tambor bate atabaque, repica agogô na imensidão... Hoje o decreto diz seja livre e feliz minha palavra é lei..."

E assim todo desfecho desta história: Dona Candace pertencia a quarta geração, ou seja, tataraneta de Candace, primeira filha da rainha Dandara. Tamanha felicidade do povo de Muquém por terem encontrado sua identidade no lugar que vivia. Dona Candace foi nomeada rainha de Muquém. Agradecida por tamanha coroação passa seu posto de rainha para sua neta mais nova Dandara, que recebeu esse nome em homenagem a lendária rainha do Quilombo dos Palmares. A jovem capoeirista guiada por Iansã ordena que fosse feita uma grande festa ao rei xangô. É nesse enredo lúdico, cheio de lendas, crenças e mistérios que a montagem se inspira e concebe um  espetáculo cuja proposta é despertar no público o interesse em se questionar: O que de fato seria ficção ou realidade? Quem somos nós? De onde viemos? Quem são nossos antepassados? A que lugar eu pertenço? Porque Muquém existe. E seu povo ainda vive.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Afoxé Oju Omin Omorewa participa do projeto “Teatro é o maior barato"


Quem disse que todo preto é bandido?


Na tarde da última sexta-feira (10.08), ocorreu uma ação desatrosa do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), Polícia Civil e ainda um helicóptero. Homens encapuzados invadiram a residência do sociólogo e ativista do movimento negro, Carlos Martins, que é um intelectual negro respeitado que participou da criação do Núcleo de Estudos sobre a Violência em Alagoas na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e criou o grupo de estudos para discutir sobre a Violência e Etnicidade. 

Os agentes procuravam cumprir mandado de busca e apreensão que resultasse na prisão dos assaltantes da agência do Banco Santander, ocorrido naquela manhã na Faculdade Tiradentes (FITS). Eles entraram, algemaram Martins, reviraram o imóvel e só depois de vários minutos perceberam que estavam na residência errada. 

O caso ganhou repercussão na mídia, comentários revoltosos nas redes sociais e a mobilização de inúmeros segmentos, inclusive, entidades do movimento negro de Alagoas estão assinando abaixo-assinado cobrando uma retratação do Governo do Estado e demais autoridades competentes. O assunto entrará em pauta na manhã de hoje, na Câmara Municipal de Maceió, e a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) discutirá o caso na assembleia geral de amanhã.

A Comissão de Defesa das Minorias Sociais e Étnicorraciais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Alagoas), também realizará um ato público de repúdio nessa quarta-feira (15.09) às 9h no auditório da instituição localizado no Centro de Maceió. Na ocasião, terá uma coletiva de imprensa para repassar mais informações e reinvidicar oficialmente os esclarecimentos dos órgãos de segurança, para fazer a apuração quanto aos policiais envolvidos e puni-los, além de solicitar o apoio do Ministério Público com a representação criminal.

Infelizmente, casos de abuso de poder e racismo institucional acontecem todos os dias, já que, os negros são vistos como potenciais suspeitos pela polícia até que se prove o contrário. Eis mais um caso vergonhoso em nosso estado, já não basta ser o mais violento do país e onde se morrem mais jovens negros?! O que falta mais?! Enfim, queremos e lutaremos por justiça!!! 


Solidariedade
A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas apresenta a sua solidariedade ao sociólogo baiano, nessa arbitrariedade da polícia e racismo institucional cometidos. Carlos Martins é membro-sócio da Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros e mestrando em sociologia no Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciências Sociais da UFAL. Também realiza palestras sobre Violência e Etnicidade, Correlações de Forças entre o Movimento Negro e o Estado, e na  área de Segurança Pública. Enfim, é um ativista do movimento negro respeitado e essa humilhação não pode ficar impune! 


Fonte: Coluna Axé - nº213 - Jornal Tribuna Independente (14.08.12)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Festa do Meado de Agosto acontece nessa quarta-feira



O QUILOMBO LUNGA convida toda a Sociedade Alagoana a celebrar com renovação, muita fé, toques, cantos e danças a colheita de mais um inverno frutuoso e o alimento da espiritualidade festiva de nossos antepassados quilombolas.

A Festa do Meado de Agosto acontecerá dia 15 de Agosto a partir das 10 horas da manhã no Território do Quilombo Lunga (Sítio Volta), Município de Taquarana Alagoas. Dando continuidade ao ritual agradecimento da colheita em terras de sobrevivência, terra estas, ocupadas por remanescentes da guerra contra o Quilombo dos Palmares.

A Festa é a mais antiga e expressiva confraternização das comunidades rurais banhadas pelo Rio Lunga, localizado no agreste alagoano acentuando e unindo as fronteiras administrativas e geográficas dos municípios de Taquarana, Coité do Nóia, Igaci, Palmeira dos Índios e Belém. Para o Quilombo Lunga a festa torna-se um patrimônio de valor inestimável para seus moradores, um bem que pode ser oferecido ao outro, como um presente aos visitantes.

Integram a programação Artístico-cultural da Edição 2012, a Procissão de Nossa Senhora do Meado de Agosto, a ginga da Capoeira, Côco de Roda, e Maculelê de nossas crianças Quilombolas com o Mestre Bico de Fulô, Coletivo Maracatu Afro Caeté, grupo Alagoano articulador de discussão e difusão cultural por meio de batuque, que tem como base o maracatu. Pedro do Acordeon, do Quilombo Mameluco em Taquarana, alegra a festa com muito forró.

A Orquestra de Tambores de Alagoas grupo percussivo que através de uma intensa pesquisa das raízes rítmicas afro-brasileiras e das manifestações folclóricas, apresenta um verdadeiro resgate de valores da cultura do nordeste do Brasil, integrado a fragmentos da música contemporânea e efeitos sonoros experimentais, e também; com o reggae show de Roberto Rasta.

A programação conta ainda com as Oficinas de Maracatu com o Coletivo Afro Caeté, de Dança, com Edu Passos e de Cerâmica utilitária de massapê com as Mestras da Comunidade Quilombola Passagem do Vigário.

Patrocínio MinC/Fundação Cultural Palmares, Universidade Federal de Alagoas, Universidade Estadual de Alagoas, Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, CUT, SINDPREV-AL, Thudo Comunicação Visual, Restaurante O Mangueirão, Apoio Cultural: Site 4 Cantos Alagoas, Coletivo Afro Caeté e Sururu Fresco Arte Cultura e Política, Realização Quilombo Lunga, Produção Cultural e Assessoria de Comunicação Keka Rabelo.


Mais um pouco sobre os convidados:

Orquestra de Tambores:



Coletivo Maracatu AfroCaeté:

          
           

Serviço:
Festa do Meado de Agosto
Edição 2012
Quilombo Lunga Taquarana Alagoas  Brasil


Procissão de Nossa Senhora do Meado de Agosto Capoeira, Côco de Roda, e Maculelê
Coletivo Maracatu Afro Caeté
Orquestra de Tambores de Alagoas
Pedro do Acordeon
Roberto Rasta.


15 de Agosto de 2012
A partir das 10 horas
Local: Quilombo Lunga/Taquarana
Informações: 9105 6692/9316 0505/8863 7287/8132 8769

domingo, 12 de agosto de 2012

Casa de Iemanjá realiza o Olubajé nesse domingo


Sociólogo da UFAL tem casa invadida, revirada e é algemado em ação equivocada da Deic



Professor Carlos Martins foi posto como suspeito de um dos assaltantes do Banco Santander, da Fits


O  sociólogo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Carlos Martins, sofreu constrangimentos ao ter a casa invadida por policiais do Tático Integrado Grupo de Resgates Especiais (Tigre), na tarde desta sexta-feira (10), no Loteamento Antares, na Serraria, ocasião que foi confundido com um assaltante. Os agentes procuravam cumprir mandado de busca e apreensão que resultasse na prisão dos assaltantes da agência do Banco Santander, ocorrido pela manhã na Faculdade Tiradentes (FITS). Eles confundiram o endereço, entraram, algemaram Martins e reviraram o imóvel.
Segundo Martins – que também é professor e integra o Núcleo de Estudo da Violência em Alagoas,  juntamente com a professora Ruth Vasconcelos – os policiais não apresentaram o mandado e nem pediram licença para entrar.
“Eles arrombaram o portão e fui saber o que estava acontecendo. Aproximei-me e disseram que era a polícia e eu ainda fiquei em dúvida se não eram bandidos, já que não havia razão para a polícia ir à minha casa. Aí eles entraram e mandaram que eu deitasse no chão, colocasse o braço direito para trás e me algemaram. Questionei o tempo todo a ação, queria saber a razão pela qual estavam na minha casa e me algemando e eles responderam que era para a minha segurança e também para a deles. Falei que era sociólogo, mas não adiantou nada. Perguntaram se havia mais alguém em casa e eu disse que não”, relata Martins. 
O sociólogo se arrumava para ir à Ufal ministrar uma palestra. Depois de algemado, Carlos Martins foi colocado numa cadeira na área de serviço  com o rosto "colado" na parede. “Recebi a determinação, inclusive, de não olhar para trás. Dois homens fortemente armados ficaram nas minhas costas, enquanto o restante da equipe revirava a casa. Demonstrei tranquilidade, mas por dentro fiquei  em polvorosa. Todas as vezes que batiam em alguma coisa, achava que podiam está montando equipamento de tortura e piorava o meu emocional. Vez ou outra um policial se aproximava e perguntava pelo gol branco que tinha saído da minha casa e eu afirmava que o meu carro era um celta preto”, detalha.
De todas as formas,  conta o sociólogo, foi tentado o diálogo para que as coisas se esclarecessem. “Se tivessem me mostrado o mandado , tudo teria sido resolvido imediatamente. Mas, não me ouviam. Argumentei sobre os princípios que regem a força policial e que, por eles, não havia a necessidade de usar as algemas. Passei quarenta minutos sob tortura psicológica, sem eles apresentarem mandado algum. Os policiais não podem dizer que agiram dentro da legalidade. Eu fui supostamente visto como assaltante de banco”, ressalta Martins.
O equívoco teria sido percebido pelos policiais quando resolveram, já no final, apresentar o mandado pedindo que Carlos Martins assinasse. Ele argumentou ser impossível com as mãos algemadas e pediu para olhar o documento expedido pela 17ª Vara Criminal da Capital.
“Comecei a encontrar as falhas e apresentá-las. No documento só tinha o nome Antares e aqui tem o Antares um e o dois. Peguei as faturas da Eletrobras e outras em meu endereço para mostrar que o nome da rua não era também o da minha. No mandado tinha outro nome estranho de rua que nunca ouvi por aqui. Só sei que eles não verificaram o endereço antes de entrar na minha casa e fui submetido a isso. O constrangimento foi grande. Imagine um helicóptero sobrevoando a sua casa e um monte de homens encapuzados entrando e a vizinhança olhando tudo. Moramos aqui há dois meses. Um preto com a polícia invadindo a casa e uma movimentação desse porte podem achar, no mínimo, que sou um grande traficante. Vão pensar, olha o vizinho novo é bandido. E também há outro risco, caso haja um traficante na região pode deduzir que eu sou concorrente por conta da grande ação policial”, desabafa.
Depois de tudo esclarecido, o sociólogo Carlos Martins foi conduzido à Deic para prestar depoimento e liberado em seguida. “Eles deixaram claro que eu não estava sendo preso, apenas precisava ir prestar declarações. Quando já vinha embora , acho que para amenizar a situação, pediram meu e-mail para mandar as fotos dos criminosos que procuravam para que se os visse na região auxiliasse a polícia”, conclui.
Mobilizações
Cientes do ocorrido, alguns segmentos decidiram se articular para cobrar posição do Governo do Estado. Irão se pronunciar a respeito, conforme o sociólogo Martins, o Núcleo de Estudo da Violência da Ufal, a Fundação Zumbi dos Palmares, o Movimento Negro de Alagoas e a Ufal que pretendem confeccionar na segunda-feira (13) documento a ser entregue ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) pedindo seu posicionamento.
Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL) também se pronunciará. O sociólogo vai entrar com ação contra o Estado e um documento será confeccionado pedindo providências ao governador Teotonio Vilela Filho. Uma cópia será levada ao Ministério Público Estadual. Vários vereadores já demonstraram solidariedade a Martins e prometeram discutir o assunto em plenária na terça (14). Em maio deste ano,  Carlos Martins foi um dos homenageados com a Comenda Zumbi dos Palmares, prêmio recebido na Câmara de Vereadores perante várias autoridades. Ele é tido como um grande sociólogo, conhecido e respeitado também nacionalmente pelos estudos desenvolvidos.
O que gerou o equívoco
A ação policial foi desencadeada após um assalto ao Santander, na Fits. Os criminosos empreenderam fuga levando consigo um aparelho celular que permite rastreamento. O sinal estava no Loteamento Antares, mas segundo especialistas não é tão preciso. Ou seja, pode dá uma diferença de um raio de cem metros.
Os policiais tinham mandado de prisão contra dois irmãos identificados pelas câmeras do banco. Um deles identificado como Tiago, ambos filhos de uma mulher presa na operação conjunta da quinta-feira.
Fonte: Correio de Alagoas

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Construindo a Igualdade de Gênero


A Secretaria de Política das Mulheres em conjunto com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o Ministério da Educação e a ONU Mulheres estão com as inscrições abertas para o 8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero.

Até o dia 17 de setembro, os interessados poderão fazer inscrições para o concurso de redações, artigos científicos e experiências inovadoras de escolas públicas e privadas voltadas à promoção da igualdade entre homens e mulheres. Serão distribuídos computadores e equipamentos de informática (para estudante de ensino médio), bolsas de iniciação científica (para ensino médio e superior), bolsas de mestrado e doutorado, além de prêmios em dinheiro para as três modalidades de participação do ensino superior.

Ao todo, as três categorias irão receber R$ 46 mil em prêmios. Podem participar estudantes do ensino médio, graduação, mestrado e doutorado, além de graduados, especialistas e mestres. O concurso também é aberto a escolas públicas e privadas de ensino médio, que realizem projetos e ações pedagógicas para a promoção da igualdade de gênero, nas suas interseções com o enfrentamento à discriminação racial, étnica e de orientação sexual. Será premiada uma escola por unidade da federação, e cada uma delas receberá R$ 10 mil.

Mais informações no site: www.igualdadedegenero.cnpq.br.



Fonte: Coluna Axé - nº122 - jornal Tribuna Independente (07.08.12)

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Números da saúde traduzem desigualdade racial


Enquanto 8,2% das crianças brancas menores de cinco anos com vírus HIV morrem, o percentual entre as negras salta para 54%



Elaine Soares apresentou os dados em seminário
Em Porto Alegre, entre 2001 e 2008, houve uma queda no índice de mortalidade entre as mulheres brancas em idade fértil (dos 13 aos 49 anos), de 38,6 para 36 a cada dez mil casos.  Já entre as negras, o aumento foi de 57,4 para 74,7. Números alarmantes como esses foram divulgados ontem pelo setor de Saúde da População Negra da prefeitura, durante o seminário Reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho. O encontro debateu a participação feminina na luta pela promoção da igualdade racial.

Coordenadora do grupo e enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Capital, Elaine Oliveira Soares apresentou o resultado das pesquisas e do serviço em campo. Para ela, os dados comprovam, cada vez mais, que as mulheres de raça negra ainda vivem em vulnerabilidade social, sofrem com várias formas de racismo e não enxergam oportunidades no mercado de trabalho. “Meninas negras têm como modelo mães que não cursaram o Ensino Superior”, fala a enfermeira, contextualizando que, em 2011, a quantidade de adolescentes negras grávidas foi quase o dobro do registrado entre as brancas.

Outra informação alarmante da SMS é que, enquanto 8,2% das crianças brancas menores de cinco anos portadoras do vírus HIV morrem, o número entre as negras salta para 54%. Uma das justificativas é a vulnerabilidade social.

Elaine vem batalhando também por atitudes simples que podem produzir mudanças de comportamento importantes. E dá o exemplo: nos encontros de aleitamento materno oferecidos à comunidade, só havia bonecas brancas. A coordenadora solicitou e agora aguarda a chegada de bonecas negras, “o que gera até maior autoestima entre as participantes”, alega.

Para que essas pesquisas sejam cada vez mais precisas, o cidadão que for se cadastrar para utilizar o cartão do SUS, por exemplo, terá que preencher sua raça/cor. “Tudo isso demonstra, mais uma vez, a urgência de políticas destinadas para negros com equidade segundo a raça/cor”, diz Elaine.

Como meio de estimular a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e combater o racismo, a SMS criou o prêmio Promoção da Equidade em Saúde - Saúde da População Negra. Uma viagem para Moçambique é o que ganharão os autores de projeto com caráter permanente para a interação entre servidor e usuário.

Fonte: Jornal do Comércio

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Inscrições prorrogadas para o Prêmio Abdias Nascimento

Foi prorrogado até 21 de agosto o prazo para as inscrições na 2ª edição do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento. Jornalistas (incluindo os repórteres de imagem) de todo o país podem participar.

Serão distribuídos R$ 35 mil em sete categorias (Mídia Impressa, Televisão, Rádio, Internet, Mídia Alternativa ou Comunitária, Fotografia e Especial de Gênero).O vencedor de cada categoria receberá R$ 5 mil, conforme o regulamento.

Quem se inscrever na categoria especial de gênero e, simultaneamente, em outra categoria tem a chance de ganhar R$ 10 mil. A categoria especial de gênero é a única que permite a inscrição de uma mesma reportagem em até duas categorias, desde que apresentem este recorte, de acordo com o regulamento.

Para concorrer nesta 2ª edição, os jornalistas devem ter publicado e/ou veiculado matérias entre 1º de maio de 2011 até 31 de julho de 2012.

As inscrições são gratuitas. Os interessados podem acessar a ficha de inscrição e regulamento disponíveis no site:  www.premioabdiasnascimento.org.br

O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento é uma iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. E conta com o apoio da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), do Centro de Informações das Nações Unidas (ONU) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro).

O patrocínio é da Fundação Ford, Fundação W. K. Kellogg e da Oi.

 

Acompanhe o prêmio em nossas redes sociais:

Grupo Guerreiras da Esperança apresenta o espetáculo teatral "Histórias recicladas"

Histórias recicladas faz parte do Projeto Teatro do Ciclo. Trata-se de um espetáculo montado durante residência artística do diretor Carlos Lagoeiro, do Teatro Munganga de Amsterdam, Holanda, no Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu, Maceió. No período de 30 dias, Lagoeiro trabalhou com 13 mulheres, sendo 9 catadoras da COOPVILA, 3 filhas de catadoras e uma colaboradora. A peça tem a intimidade de uma sala de estar, na qual as ‘atrizes-catadoras’ dividem com o público momentos de suas vidas.
 


Apoio: IZP, CENARTE/SECULT, BRASKEM, FNMA/MMA
Agradecimentos: Fios de Cabelo, Caruaru Beer -  Agradecimento especial: Gisela Moreau

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Telefone 3355-5196