terça-feira, 25 de abril de 2017

Padrinho?!

A atual Ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, durante um evento no Palácio do Planalto no último dia 12 de abril, intitulou o presidente Michel Temer como “Padrinho das Mulheres Negras Brasileiras”. 

O pronunciamento foi registrado em vídeo e rapidamente se espalhou via WhatsApp. A afirmação causou revolta nas mídias digitais, blogs e a publicação de notas oficiais de repúdio emitidas por diversas organizações dos movimentos sociais – Negro e de Mulheres – inclusive, do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem). 

A crítica é sobre o desrespeito quanto ao protagonismo das mulheres negras e a titulação da política do apadrinhamento que remete-se aos tempos coronelistas. “Fale pela Senhora. Tenha ele como o SEU PADRINHO, não use a luta das mulheres negras em benefício próprio, para se legitimar perante um governo que não nos respeita e nem de longe reconhece a nossa luta ancestral”, desabafam as lideranças.

A Coordenação Nacional de Gênero do Coletivo de Entidades Negras (CEN) afirma: “Nós, mulheres negras, não entendemos que um homem branco, machista, patriarcal, misógino, sexista, golpista, usurpador de direitos possa nos representar”. 

Já o Núcleo Impulsor da Marcha de Mulheres Negras de São Paulo disparou: “Os ataques que Michel Temer tem feito desde que assumiu a presidência nos atingem diretamente. Luislinda deveria ter lembrado disso ao colocar em nossas bocas e em nossos nomes posição que não reivindicamos. Houve corte de 61% do orçamento federal para o combate à violência contra mulher e nós mulheres negras morremos mais por causa de feminicídio e a ação deste governo golpista é nos relegar ainda mais à morte. O desmonte da educação e saúde através do congelamento de investimentos por 20 anos é mais uma demonstração do quanto Temer não se importa com as nossas vidas e dos nossos. Temos o fechamento de programas como a Farmácia Popular e o aumento do valor da inscrição para o PROUNI. São as mulheres negras que mais recorrem aos serviços públicos e que terão sua saúde e educação negligenciadas por 20 anos”.

O Coletivo de Mulheres da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) exigiu uma retratação pública imediata e informou que a Ministra não as representava. “Um governo ilegítimo que destrói todas as políticas destinadas às mulheres e que, de forma deliberada acaba com o Ministério das Mulheres Igualdade Racial e Direitos Humanos e todas as políticas, desmantela todos os espaços governamentais de elaboração e execução de políticas para as mulheres e para os trabalhadores/as rurais de todo o Brasil. Lamentamos que a única mulher negra em um cargo ministerial seja considerada ‘afilhada’ de um governo golpista, assim reproduzindo o velho estereótipo do(a) negro(a) da Casa Grande que precisa ser apadrinhada para ser respeitada ou ‘não ser esquecida’”.

Enfim, chega de ironia e retrocesso!



Fonte: Coluna Axé – 439ª edição – Jornal Tribuna Independente (25/04 a 01/05/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

terça-feira, 18 de abril de 2017

Consciência Indígena

De 17 e 20 de abril, a cidade alagoana de Arapiraca sediará a primeira edição da Semana da Consciência Indígena de Alagoas, que ocorrerá na Casa da Cultura, situada na Praça Luiz Pereira Lima no bairro do Centro. Trata-se de uma parceria entre a Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude (SMCLJ) e a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

A programação iniciará às 19h com performance de dança Toré e poética, também, contará com mostras de artes plásticas e de artefatos indígenas, exposição fotográfica; exibição dos documentários “Visadas do Pajé Miguel Celestino” e “José do Chalé”; e a explanação de alguns representantes de comunidades indígenas locais. As oficinas sobre “O Índio no Livro Didático” e “Fontes para a História Indígena” a partir das 14hs.

Já as mesas-redondas, abordarão os temas: “Povos do Sertão: Resistência”, “O Que É Ser Índio na Atualidade: Reflexões sobre Identidade Étnica” e “Rompendo o Preconceito: a Contribuição do Trabalho Indígena à Economia Local”.

O evento é gratuito e faz alusão ao Dia do Índio que é comemorado no dia 19 de abril, e busca ampliar a reflexão sobre a valorização sociocultural dos povos indígenas em nosso país. O Estado de Alagoas possui 12 etnias e 22 aldeias indígenas.


Fonte: Coluna Axé – 438ª edição – Jornal Tribuna Independente (18 a 24/04/17) / COJIRAL-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com  (Com informações da Ascom)

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Apresentação de Balé afro em Alagoas



No dia 22 de abril às 21h, no Teatro Gustavo Leite do Centro de Convenções de Maceió, terá o espetáculo “Herança Sagrada – A Corte de Oxalá” do Balé Folclórico da Bahia (BFB). 

Com única apresentação e pela primeira vez em Alagoas, o espetáculo integra a turnê Nordeste e já foi aplaudido nos Estados Unidos, Europa, Caribe, Oceania e África, conta com direção geral de Walson (Vavá) Botelho e direção artística de José Carlos Santos (Zebrinha). 

No palco, 26 bailarinos, músicos e cantores apresentam coreografias clássicas do repertório do Balé e as mais importantes manifestações folclóricas baianas, em “Puxada de Rede”, “Capoeira” e “Samba de Roda”, além de “Afixirê”, coreografia inspirada na influência dos escravos africanos na cultura brasileira. 

Os ingressos para assentos na plateia custam R$70 (inteira) e R$35 (meia-entrada); e no mezanino: R$50 (inteira) e R$25 (meia); e estão sendo comercializados na Loja Alethia no Maceió Shopping e Parque Shopping. 

Mais informações: (82) 3235-5301 / 99928-8675 / www.suechamusca.com.br

terça-feira, 11 de abril de 2017

Valorização dos indígenas

O Dia do Índio é comemorado no dia 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5540 de 1943. O principal objetivo é a reflexão sobre os valores culturais dos povos indígenas e a importância do respeito e preservação das tradições.

Em Alagoas existem as nações indígenas: Tingui-Botó (Feira Grande), Kariri-Xocó (Porto Real do Colégio), Geripancó (Pariconha), Xucuru-Kariri (Palmeira dos Índios), Wassu Cocal (Joaquim Gomes), Xucuru Kariri (Palmeira dos Índios), Karapotó (São Sebastião), Karuazú (Pariconha), Kalancó (Água Branca), Xucuru-Kariri (Palmeira dos Índios) e Dzubucuá (Porto Real do Colégio). Para celebrar a data¸ a Secretaria de Estado da Cultura realizará ações especiais.

Nos dias 17 e 18, das 09h às 11h, o Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte) acontecerá a oficina de artesanato indígena – com vagas limitadas – ministrada pelo cacique do grupo Dzubucuá, Evenildo Ferreira, da tribo Kariri Xocó. Os interessados devem se inscrever na Superintendência de Identidade e Diversidade Cultura, na sede da Secult, ou pelo telefone 3315-7894. 

No dia 18, a partir das 14h, também será lançada a exposição fotográfica “Jerinpankô” no Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa), no bairro do Centro em Maceió. O grupo indígena Dzubucua, da cidade de Porto Real do Colégio, irá dançar o Toré, mostrando sua cultura e tradições.

Outra boa notícia, é que foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira (10) o edital do Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a contratação de professores temporários para as escolas indígenas da rede pública estadual. Ao todo, são 241 vagas disponibilizadas entre as 17 unidades escolares pertencentes às comunidades indígenas de Alagoas. São oferecidas vagas nas disciplinas de Português, Inglês, História, Arte, Química, além de professor auxiliar de sala de aula e dos anos iniciais. As inscrições são online entre os dias 11 e 19 de abril; enquanto a entrega de títulos, documentos pessoais, carta de anuência e comprovante de experiência ocorre entre 2 e 5 de maio. Saiba mais no site da Secretaria de Estado da Educação (Seduc): www.educacao.al.gov.br.


Fonte: Coluna Axé – 437ª edição – Jornal Tribuna Independente (11 a 17/04/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Páscoa na periferia


A Yalorixá Veronildes Rodrigues (Mãe Vera), coordenadora do Abassá de Angola Oyá Igbalé – Casa de Resistência, é um exemplo de mulher guerreira, humanista e defensora da cultura afroalagoana. 

A sua casa de axé tem contribuído para o pertencimento étnico, resgate da autoestima e combate da marginalidade de crianças e adolescentes. São realizadas várias atividades socioculturais: Maracatu Raízes da Tradição; bumba meu boi Dudu Namorador; oficinas de maracatu e figurino; coco de roda; bloco Comunidade da Paz; festa de Cosme e Damião e o natal na comunidade; dentre outros. 

E com o projeto “A Mesa Doce do Amor”, ela realiza com muito carinho a produção e entrega ovos de páscoa às crianças carentes das comunidades Otacílio de Holanda, Denisson Menezes e Gama Lins parte alta de Maceió. 

A atividade já se tornou tradição e precisa de todo o apoio com a doação de barras de chocolate. Contato: (82) 98815-8748. 

Colabore!

terça-feira, 4 de abril de 2017

Teatro do Oprimido

O Teatro do Oprimido (TO) foi criado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. Possui uma metodologia lúdica, atraente e de fácil aplicação para atores e não-atores, visa a democratização dos meios de produção teatral, o acesso das camadas sociais menos favorecidas e a transformação da realidade.

Praticada em mais de 70 países é um instrumento fundamental para o desenvolvimento de programas socioculturais, fomenta o diálogo plural e democrático, sobre situações de conflito, desigualdade e injustiça verdadeiramente vivenciadas pelos participantes, em busca de superá-las coletivamente.

Em 2008, o TO chegou ao Estado de Alagoas com a realização de várias oficinas para a formação de agentes multiplicadores e a implantação de um núcleo estadual com representantes de pontos de cultura, grupos culturais e movimentos sociais (sem terra, LGBT, estudantil, feminista e sindical). Agora, será a vez de aprofundar os debates e capacitar outras pessoas!

Nos dias 12, 19, 26 de abril e 3 de maio acontecerá o minicurso de Introdução ao Teatro do Oprimido para alunos e docentes da Ufal, além de professores da rede pública municipal e estadual. A ação é uma iniciativa do projeto de extensão Teatro do Oprimido na Saúde Mental em Maceió, coordenado por Deise Juliana Francisco, aprovado pelo edital do Programa Círculos Comunitários de Atividades Extensionistas (Proccaext 2016) da Universidade Federal de Alagoas. As inscrições estão abertas e podem ser feitas on-line, ao todo são 40 vagas.

Os encontros terão a duração de quatro horas e acontecerão das 8h às 12h, na sala 4 do Centro de Educação, no Campus A.C. Simões na Cidade Universitária em Maceió. As atividades serão ministradas pelos estudantes Udson Pinheiro, multiplicador de Teatro do Oprimido, formado pelo Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro; Diego Januário, do curso de Dança da Ufal; Williane da Silva Santos, de Pedagogia; e por Claudete do Amaral Lins, terapeuta ocupacional e mestranda em Educação.

Mais informações: (82) 99635-6946 / 99954-6419.


Fonte: Coluna Axé – 436ª edição – Jornal Tribuna Independente (04 a 10/04/17) / COJIRA-AL / Editora: Helciane Angélica / Contato: cojira.al@gmail.com

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Lançamento de livro sobre o racismo terá palestra de Kabengele Munanga

Organizada por Dennis de Oliveira, a obra reúne textos elaborados por autores de gerações, áreas e formações distintas


O livro A luta contra o racismo no Brasil (Edições Fórum) será lançado na próxima terça-feira (4), em São Paulo, no auditório Freitas Nobre, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), às 19h30. Este será o primeiro evento de lançamento da publicação e contará com uma palestra do antropólogo e professor brasileiro-congolês da USP, Kabengele Munanga.

A obra é organizada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP) Dennis de Oliveira, que reuniu autores de gerações, áreas e formações distintas para realizar um verdadeiro balanço da ação política na luta antirracista, trazendo também dados, análises, estudos e ensaios sobre as perspectivas de uma batalha travada no dia a dia de dezenas de milhões de brasileiros.

“O livro traz contribuições de intelectuais-ativistas que se colocam na perspectiva de compreender as raízes desta que é a maior mazela do país, o racismo estrutural”, diz Dennis de Oliveira.

A luta contra o racismo no Brasil conta com textos de Cláudia Rosalina Adão, Dennis de Oliveira, Eliete Edwiges Barbosa, Humberto Bersani, Joselicio Junior, Marcio Farias, Maria da Glória Calado, Rosane Borges, Silvana Barbaric, Silvio Luiz de Almeida e Tatiana Oliveira. Múltiplas visões que se interconectam para dar um amplo retrato do racismo brasileiro.

Em um contexto no qual se desenha uma série de retrocessos no campo dos direitos, A luta contra o racismo no Brasil discute as limitações dos espaços institucionais e formas de discutir e enfrentar uma questão enraizada nas estruturas do Estado e da sociedade, relacionando-se às singularidades do capitalismo desenvolvido no país.






A luta contra o racismo no Brasil Editora: Edições Fórum Preço: R$ 35 232 páginas
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Lançamento Terça-feira (4/4), 19h30 Auditório Freitas Nobre da ECA/USP (Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Cidade Universitária – São Paulo/SP) Confirme sua presença no Facebook