terça-feira, 30 de outubro de 2012

Novembro, chegou!


Com o advento do mês de novembro, intensificam-se os debates e programações referentes ao mês da Consciência Negra.

Os veículos de comunicação iniciam a “caça” das notícias com a temática étnicorracial; grupos afros-culturais tentam consolidar o seu espaço nos eventos da época; e os(as) alunos(as) de várias escolas se dedicam em pesquisar as expressões da cultura e história afro-brasileira, em busca do conhecimento que deveria ser valorizado o ano todo. Paralelamente, encontram-se muitos negros e negras em movimento e entidades dos segmentos afros que enfrentam inúmeras dificuldades quanto à falta de infraestrutura e financeira, para continuarem no combate do racismo e toda qualquer forma de preconceitos no cotidiano. 

Para reafirmar a importância dessa luta que é cotidiana e abrange vários setores, a Secretaria de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT/AL) realizará no dia 14 de novembro, às 19h no auditório do Sindicato dos Bancários, a mesa redonda com o tema: “Ser negro/a no Mundo do Trabalho”. A atividade é aberta ao público, e terá como debatedores: o Sociólogo Carlos Martins e Valdice Gomes, Presidenta do Sindicato dos(as) Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal). 

Em relação ao município de União dos Palmares – que tem aperfeiçoado a cada ano suas ações – circulam em blogs de comunicadores locais, que as atividades iniciam nesse fim de semana com o IV Encontro Alagoano de Hip Hop no auditório da Prefeitura. Nos dias 06 a 08, terá a III Mostra Quilombola de Cinema; e no dia 09, a partir das 16h, a Lavagem da Casa de Jorge de Lima, assim como, a celebração da Missa de Ação de Graças na Igreja Matriz localizada na Praça Basiliano Sarmento. Também estão previstos ao longo do mês, a entrega de Certificados às Entidades, Grupos e Personalidades da Cultura Palmarina; Ciclo de Palestras “O Quilombo dos Palmares Vive!”; II Fórum Alagoano de Capoeira; Solenidade de entrega da Comenda Zumbi dos Palmares e Título de Cidadão Palmarino; e o Circuito de Cine Consciência Negra.

Já o Governo de Alagoas ainda está concluindo a programação e em breve irá divulgar em suas mídias. Enquanto isso, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) mantém a missão de garantir a visibilidade da população afro-alagoana e suas formas de manifestação, e também, se orgulha em completar cinco anos de atuação no próximo dia 24 de novembro. Axé e vamos firmes na luta!


Fonte: Coluna Axé - nº223 - Jornal Tribuna Independente (30.10.12)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ufal realiza Roda de Conversas “País rico é país com igualdade racial”

Nessa segunda-feira (29.10) em alusão ao "Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra" celebrado no dia 27 de outubro, terá a Roda de Conversas “País rico é país com igualdade racial”. O evento ocorrerá das 8h às 17h, no Hotel Rits Suites Home Service em Cruz das Almas.

Dentre os temas a serem discutidos estão:
  • "Racismo e Racismo Institucional como determinante social de saúde e a materialidade no cotidiano da população negra" - Monica Oliveira (Sepppir).
  • "População Negra: saúde, educação, engenharias, direitos - da graduação à Pós-graduação" (criação de linhas de pesquisa.
  • "Violência e População Negra e Mortalidade Materna por parto e puerpério" - Carlos Martins.
  • "Disciplina  Saúde da População Negra - dimensões da saúde e dos direitos, para além da ancoragem na medicina" - Angela Brito.
                
Também terá a exibição do vídeo "O Cuidar nos Terreiros", montado pela Rede de Religiões Afro-brasileiras.

Trata-se de uma promoção do Laboratório do Programa Universidaids da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Famed/Ufal), é destinado aos coordenadores de Cursos de Graduação e de Mestrados da instituição de ensino.

domingo, 28 de outubro de 2012

4ª Edição do Quintal Cultural tem Gustavo Gomes como atração principal


Aconteceu ontem, dia 25, a quarta edição do Quintal Cultural organizado pela Fundação Cultural Palmares (FCP), na sede em União dos Palmares. O artista convidado foi o compositor Gustavo Gomes que veio de Maceió para bater um papo e cantar. Antes da apresentação foi exibido um documentário feito na Serra da Barriga sobre a música Ponto do Colibri, de Gustavo e Petrucio Baêtto em homenagem a Zumbi. Muitos consideram a Ponto do Colibri um hino á Serra da Barriga.

Gustavo Gomes acredita que "
esse tipo de projeto é importante por aproximar artista e público". Ao final de cada canção o cantor interagia com o público presente revelando histórias da cena cultural de alagoas.

No quintal um grupo de crianças e adolescentes do Povoado Várzea Grande acompanhados por Carla Leite, enfermeira do PSF da comunidade. O grupo já participou de três das quatro edições. Genisete Sarmento, representante da FCP no estado de Alagoas e Pernambuco, explica que o objetivo do projeto é ocupar o quintal da Fundação. Um espaço antes ocioso é uma alternativa para se fazer cultura em União dos Palmares. Outra proposta é  formar público para os eventos culturais que acontecem na cidade, já que no município tem bares e outros tipos de ambientes não são adequados para as crianças e adolescentes.

Na ocasião Genisete Lucena disse que a FCP está fechando a programação do mês da consciência negra, que ocorrerá de 05 a 20 de novembro. Na programação está marcado para o dia 18 a 1ª Cavalgada da Liberdade, com a presença do Ministro do Esporte Aldo Rebelo, organizador da cavalgada. Em relação a expectativa de cantores nacionais a representante da Palmares disse que em breve serão divulgadas as atrações.
    
Com um varal repleto de poesias, os presentes iam escolhendo os poemas e recitando entre aplausos e uma taça de vinho. De acordo com Luana Tavares, "o evento já tem um público fiel e assíduo a cada edição e que nas próximas edições o quintal da fundação estará lotado". 
  
No final do evento Gustavo Gomes disse que ficou com "gostinho de quero mais" e que na medida do possível virá a União prestigiar os próximos artistas do projeto e, quem sabe, cantar as músicas dos seus 4 Cds.

Tavares ainda falou que na próxima semana ela divulgar a data e a atração da 5ª edição do Quintal Cultural
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Fonte: Blog JMarcelo Fotos

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Renda de negros e nordestinos da classe C cresce o dobro da média

Contribuição de mulheres para renda da faixa subiu 76% e de homens, 47%. 77% dos homens da classe C têm certeza que esposas escondem dinheiro




A renda de negros e nordestinos cresceu o dobro da média da classe C nos últimos dez anos, segundo dados do estudo “Vozes do Brasil” e do Data Popular, obtidos pelo G1. O crescimento da renda geral da classe média foi de 57% – e se elevou 123% para os negros e nordestinos entre 2002 e 2012.

“Os dados mostram que a classe média cresceu com redução da desigualdade. Havia mais negros e nordestinos entre os mais pobres, e os mais pobres foram os mais impactados pelo aumento do salário mínimo e pelo acesso a empregos melhores”, diz Renato Meirelles, do Instituto Data Popular.

Mulheres

A participação das mulheres na renda da classe média aumentou mais que a dos homens e a influência delas nas decisões da família também, o que aponta um “empoderamento” da população feminina, segundo a pesquisa. A contribuição das mulheres para a renda da classe C aumentou 76% nos últimos dez anos, enquanto a dos homens subiu 47%.

O total de mulheres na classe média cresceu 13% nos últimos dez anos. A quantidade das em idade de trabalho aumentou 19% nessa fatia da população, e a quantidade de mulheres com carteira assinada subiu 59%.

Entrevistados na pesquisa, 78% dos homens da classe C dizem que preferem mudar de opinião para não brigar com a esposa e 77% têm certeza de que elas guardam dinheiro sem ele saber. Além disso, 63% afirmam que a esposa confere a conta deles e sabe exatamente o que ganham.

Essa conduta dos homens em relação às mulheres é mais forte na classe C que nas outras, diz Meirelles, porque o protagonismo feminino é mais recente na classe média. “O processo de emancipação feminina é mais recente, então eles não aprenderam ainda a lidar com isso”, afirma.

Elas também influenciam fortemente as decisões pelos parceiros, de acordo com a pesquisa. Na classe C, 85% dos homens afirmam que a esposa é a principal responsável pelas decisões de compras de supermercado, 78% diz que elas têm mais espaço na decisão das viagens de férias e 72% diz que elas também definem as roupas deles. A responsabilidade delas também é primordial no carro da família (62%).

A pesquisa será divulgada no “Fórum Novo Brasil : Vozes da Classe Média Brasileira”, que acontece nos dias 12 e 13 de novembro, em São Paulo.  


Fonte: G1

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Mobilização Pró-Saúde

Com o lema “Vida longa, com SAÚDE e sem racismo!” inicia nessa semana a Mobilização Nacional Pró Saúde da População Negra 2012, que serão intensificadas até o dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra e data que celebra a imortalidade do herói nacional Zumbi dos Palmares. 

A ação é liderada pela Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra, em parceria com a Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, Rede Lai Lai Apejo – População Negra e AIDS, Rede Nacional Afro-Atitudes e a Rede Sapatá – Promoção e Controle Social em Saúde das Lésbicas Negras.

Tem como principal missão: estimular o diálogo quanto à importância da saúde integral em todas as etapas do ciclo de vida, o enfrentamento do racismo e à discriminação, e o fortalecimento do processo de implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN).

Em todo território nacional, terão atividades diversas em comunidades, unidades de saúde, universidades, praças e ruas, envolvendo especialistas, gestores/as, profissionais de saúde, lideranças comunitárias e a sociedade civil organizada. Em Alagoas, a Associação de Pessoas com Hemoglobinopatias de Alagoas (APHAL) realizará até o dia 27 de outubro, Dia e Semana Municipal de Luta pelos Direitos das pessoas com Doença Falciforme, panfletagem em frente da secretarias estadual de saúde com o propósito de chamar a atenção quanto ao diagnóstico e tratamento adequado da doença falciforme (doença hereditária que resulta na deformação das hemácias). E na segunda-feira (29.10) a partir das 8h, terá a Roda de Conversas “País rico é país com igualdade racial”, no Hotel Rits Suites Home Service em Cruz das Almas, uma promoção da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Famed/Ufal). 

Dentre os males que atingem na sua maioria a população afro-descendente são: deficiência de glicose, diabetes, hipertensão (tem maior dificuldade em eliminar sal do que os brancos), insuficiência renal crônica, câncer de próstata, parto por eclâmpsia (resultante da hipertensão arterial não tratada durante a gravidez) e os miomas (tumores formados a partir de tecido muscular que podem levar à retirada do útero); doenças de pele (manchas, cicatrizações exageradas chamadas de queloides, a foliculite que é inflamação de pelos e a dermatose papulosa nigra que parece pequenas pintas escuras). 

E vamos continuar lutando por respeito, independente, da cor da pele. Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº222 - Jornal Tribuna Independente (24.10.12)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cacau Protásio: grande revelação!

Divulgação: Tv Globo

A novela “Avenida Brasil” da Rede Globo terminou na semana passada, conquistou recordes de audiência e a interatividade nas redes sociais.

Uma das revelações foi a atriz Anna Claudia Protásio Monteiro, conhecida como Cacau Protásio, de 37 anos, que interpretou a empregada doméstica Zezé, fofoqueira e hilária. 

O crescimento da personagem deu-se através do envolvimento nas confusões da vilã Carminha, e também, quando foi ao ar uma cena limpando a casa, onde dançava e cantava uma paródia da música "Correndo atrás de mim" (Aviões do Forró). O vídeo "Eu quero ver tu me chamar de amendoim", que era uma brincadeira interna do elenco ganhou repercussão na internet. 

Cacau se formou na CAL, escola tradicional de formação de atores e iniciou a carreira no teatro em 2000 e participou de várias produções; no cinema, fez parte do filme “Os Restos de Antonio”; e na TV, participou de “O Clone”, “A Grande Família”, “Os Aspones”, “Páginas da Vida”, “Linha Direta”, “A Diarista”, “Ti-ti-ti” e “Malhação”.

domingo, 21 de outubro de 2012

Governo vai apoiar manifestações das comunidades tradicionais de matriz africana


Secretária Kátia Born destacou que Alagoas está à frente de outros estados em apoio institucional
Governo vai apoiar manifestações das comunidades tradicionais de matriz africana
Kátia diz que só esse ano dois decretos reafirmam a importância dessas comunidades

por Marcos Jorge

A secretária da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos, Kátia Born, se reuniu nesta quinta-feira (18) com representantes da rede alagoana de comunidades tradicionais de matriz africana. Eles obtiveram da secretária o apoio institucional para as ações do dia 8 de dezembro, dia de Iemanjá e da resistência das comunidades religiosas de matriz africanas.

A secretária destacou que Alagoas em relação às comunidades tradicionais de matriz africanas está à frente de outros Estados. “Só esse ano dois decretos governamentais reafirmam a importância cultural e a existência dessas comunidades”, afirmou.

Ela se refere ao decreto do dia 1 de fevereiro, onde o governo do Estado pede perdão, em nome da sociedade alagoana, aos religiosos de matriz africana pelo Quebra de Xangô de 1912, bem como o decreto de 12 de julho, que instituiu o dia 8 de dezembro como o dia de resistência das comunidades religiosas de matriz africanas.

Para a gerente de Políticas Públicas da Superintendência de Direitos Humanos, Mônica Carvalho, a iniciativa do governo assegura a necessidade de haver uma ação de políticas públicas e afirmativas para essas comunidades. “As manifestações de culto e religiosidade passaram a ser uma ação afirmativa. E o apoio da secretária vem dar abertura e garante o compromisso com essa população”, assinalou.

Alagoas é mais uma vez finalista em prêmio nacional


Prêmio Jornalista Abdias Nascimento anuncia os finalistas


Após receber trabalhos enviados de todas as regiões do país, o Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento anuncia os finalistas desta segunda edição. Pelo regulamento, são três finalistas em cada uma das sete categorias. Porém, em razão de empate na avaliação da Comissão Julgadora, há quatro concorrentes nas categorias Mídia Impressa e Especial de Gênero, contabilizando um total 23 trabalhos na disputa final. Os vencedores serão conhecidos na festa de entrega dos troféus, para convidados, a ser realizada no dia 12 de novembro no Teatro Oi Casa Grande, Rio de Janeiro.

O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento vai distribuir R$ 35 mil aos vencedores das sete categorias (Mídia Impressa, Televisão, Rádio, Mídia Alternativa ou Comunitária, Internet, Fotografia e Categoria Especial de Gênero). A novidade é que este ano há concorrentes com chances reais de serem contemplados com R$ 10 mil, caso vençam também na categoria de Especial de Gênero. 

As reportagens e fotografias foram avaliadas por uma Comissão Julgadora independente formada por jornalistas e especialistas em relações raciais, e segundo os critérios de originalidade da pauta, pertinência, criatividade, linguagem, fontes, caráter investigativo e repercussão obtida. 

O Prêmio Jornalista Abdias Nascimento é uma iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e conta com a parceria da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e do Centro de Informações das Nações Unidas no Brasil (Unic-Rio. O patrocínio é da Fundação Ford, Fundação W. K. Kellogg e da Oi.

Veja a seguir a relação completa dos trabalhos finalistas, conforme a categoria, desta edição 2012 do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento:


Mídia Impressa
Antonio Gois e Alessandra DuarteDesigualdade em trabalhos iguais, O Globo - RJ
Cleidiana Ramos, Maíra Azevedo, Juracy dos Anjos, Juliana Dias e Meire OliveiraEpo Pupa, a marca do dendê, A Tarde - BA
Adilson GonçalvesCaó 70 anos de luta, Revista Raça – SP
Sergio MaggioSérie Pérolas Negras, Correio Braziliense - DF

Televisão
Big Richard e equipeCaminhos da Reportagem: Quilombo, luta e resistência, TV Brasil – DF
Míriam Leitão e Claudio RenatoA arqueologia da escravidão – Cemitérios dos Pretos Novos e Cais do Valongo, Globo News - RJ
Luciana Barreto e equipeCaminhos da Reportagem: Negros no Brasil - Brilho e Invisibilidade, TV Brasil – RJ

Rádio
Nestor Tipa JuniorQuilombos urbanos, Radio Gaúcha – RS
Luciana Valle2011 Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes, Radio Nacional – RJ
Soraya Fidelis e Vanessa BugreAfrodescendentes, Rádio UFMG - MG

Especial de Gênero
Débora JunqueiraA pobreza no Brasil é feminina, negra e jovem, Revista Elas por Elas (Sindicato dos Professores) – MG
Antonio Gois e Alessandra Duarte, Desigualdade em trabalhos iguais, O Globo - RJ
Ed WanderleyNegra é minha cor, Diário de Pernambuco – PE
Simone MarinhoMães, adolescentes e alunas – O Globo - RJ
  
Internet
Eduardo MamcazDiscriminação do negro no mercado de trabalho, Radioagencia Nacional – DF
Larissa Bastos e Wellington SantosSérie Cem Anos do Quebra, Agência Alagoas – AL
Priscila BorgesUNB já formou mais de 1 mil universitários pelas cotas, Portal iG - DF
  
Mídia Alternativa ou Comunitária
Débora JunqueiraA pobreza no Brasil é feminina, negra e jovem, Revista Elas por Elas (Sindicato dos Professores) – MG
Tatiana Félix, Karol Assumção, Natasha Pitts e Rogeria AraujoSérie Negros no Ceará: Redenção?, Agência Adital - CE
Cecília AlvinEstatuto garante direito às mulheres negras, Revista Elas por Elas (Sindicato dos Professores) – MG

Fotografia
Domingos PeixotoA vida nada doce de um boia fria no canavial, O Globo - RJ
Ed AlvesRepudio à discriminação, Correio Braziliense – DF
Nilton FukudaExcluídos pelo Crack, O Estado de São Paulo - SP




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Fonte: Cojira-RJ

terça-feira, 16 de outubro de 2012

1º Presidente Negro

Foto: Fellipe Sampaio/STF

Na última quarta-feira (10.10), mais um fato histórico ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa foi eleito novo presidente da Corte por um mandato de dois anos e também assumirá a presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

A eleição foi por voto secreto, em cédulas de papel, e ganhou por nove votos a um. Ele substituirá o ministro Ayres Britto, que completa 70 anos em novembro e, pela lei, será obrigado a se aposentar. 

O único negro entre os 11 ministros do STF, tem se destacado na mídia por ter sido o relator no julgamento do mensalão e era o vice-presidente do Supremo. Dentre as atribuições estão: velar pelas prerrogativas do Tribunal, representá-lo perante os demais poderes e autoridades, além de dirigir os trabalhos e presidir as sessões plenárias. 

Diante da sua trajetória pessoal e profissional, a imagem de herói tem se propagado nas redes sociais, a exemplo, de uma foto com a seguinte frase: “Batman é para os fracos. O meu herói é negro, usa toga preta e está em Brasília, lutando contra os maiores vilões da história do Brasil. Obrigado, ministro”. Até a empresa de comunicação Playerum criou um jogo de vídeo game intitulado “A batalha do mensalão”, onde Barbosa usa o seu olhar justiceiro para punir os mensaleiros que tentam se defender atirando dinheiro, como forma de tentar comprar tudo e todos. Os vilões são o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério. 

Porém, nem tudo são flores, o primeiro presidente negro já começa o trabalho com a abertura de um procedimento interno que investigará a suspeita de racismo na corte. Dois diplomatas negros e diplomatas – Carlos Frederico Bastos da Silva, 45, e Fabrício Prado, 31, da Divisão de Assuntos Sociais do Itamaraty – foram barrados no dia em que ele foi confirmado como presidente da corte. De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, o problema ocorreu após a apresentação de documentos, enquanto dezenas de convidados entravam no plenário, eles ficaram na porta, os seguranças diziam que o sistema de identificação estava "travado" e só conseguiram entrar autorizados por um superior. Desconfiados de racismo, os diplomatas pediram explicações ao secretário de segurança institucional do STF, José Fernando Martinez. Ele disse que, ao comparecerem ao STF uma semana antes, os dois tinham tido comportamento "suspeito" e acabaram fichados nos computadores da corte. Martinez só não explicou que atitude deles teria gerado suspeita. 

Pelo visto, as amarras do racismo encontram-se presente em todos os setores, e, somente com a valorização da educação, fortalecimento da justiça social e o respeito ao próximo poderemos mudar essa dura realidade.

Vencedor

Joaquim Barbosa, 58, nasceu na cidade mineira de Paracatu. De origem humilde, é filho de um pedreiro e de uma dona de casa, estudou em escola pública e começou a trabalhar desde cedo. Foi faxineiro, compositor gráfico no Senado Federal, foi oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores, serviu na Embaixada do Brasil na Finlândia e integrou o Ministério Público Federal em Brasília e no Rio. Na área acadêmica, é doutor e mestre em Direito Público pela Universidade de Paris, também terminou Mestrado em Direito  e Estado na Universidade de Brasília (UnB), e ainda, fala quatro idiomas: francês, inglês, alemão e italiano. Sem dúvidas, esse homem é um exemplo para a população negra.


Fonte: Coluna Axé - nº221 - Jornal Tribuna Independente (16.10.12)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Governo publica lei que regulamenta as cotas nas universidades federais

Metade das vagas será destinada a quem estudou na rede pública. Lei prevê vagas para proporção de negros pardos e indígenas no estado



O governo federal publicou nesta segunda-feira (15), no "Diário Oficial da União", o decreto que regulamenta a lei que garante a reserva de 50% das vagas nas universidades federais, em um prazo progressivo de até quatro anos, para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. O critério de seleção será feito de acordo com o resultado dos estudantes no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O decreto é assinado pela presidente Dilma Rousseff.

As universidades e institutos federais terão quatro anos para implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido pela lei, mesmo que já estejam adotando algum tipo de sistema de cotas na seleção. Atualmente, não existe cota social em 27 das 59 universidades federais. Além disso, apenas 25 delas possuem reserva de vagas ou sistema de bonificação para estudantes negros, pardos e indígenas. De acordo com a lei, 12,5% das vagas de cada curso e turno já deverão ser reservadas aos cotistas nos processos seletivos para ingressantes em 2013. Universidades terão 30 dias para adaptarem seus editais ao que diz a lei.

A lei afirma que as instituições federais vinculadas ao Ministério da Educação (MEC) que ofertam vagas de educação superior reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, inclusive em cursos de educação profissional técnica.

Não poderão concorrer às vagas estudantes que tenham, em algum momento, cursado em escolas particulares parte do ensino médio. Metade das vagas oferecidas será de ampla concorrência. Já a outra metade será reservada por critério de cor, rede de ensino e renda familiar (até um salário-mínimo e meio por pessoa da família).

Em relação às cotas raciais, a regulamentação prevê que a proporção de vagas deverá ser no mínimo igual à soma da porcentagem de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da federação do local de oferta de vagas da instituição, segundo o último Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será reservada, por curso e turno, aos autodeclarados pretos, pardos e indígenas.

A cota de 50% deverá ser implantada por todas as universidades e institutos federais até o início do segundo semestre de 2016. A lei exige que, até lá, as instituições apliquem pelo menos 25% da reserva de vagas previstas no texto a cada ano. Isso significa que, a partir de 2013, uma instituição com mil vagas abertas deverá reservar 12,5% delas para estudantes de escolas públicas, sendo que 7,25% das vagas serão para estudantes de escola pública com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita e uma porcentagem definida pelo Censo do IBGE para estudantes de escola pública que se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas.

A regulamentação permite ainda que as universidades, se quiserem, instituam reservas de vagas suplementares ou de outra modalidade (como, por exemplo, para pessoas com deficiência, ou uma cota extra para indígenas), além desta cota já garantida por lei.

Um comitê formado por dois representantes do MEC, dois representantes da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e dois representantes da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República será instituído para acompanhar e avaliar o cumprimento da lei das cotas.  

Fonte: G1

Diplomatas Negros barrados no STF‏

Os diplomatas Carlos Frederico Bastos da Silva, 45, e Fabrício Prado, 31, ambos negros, foram barrados pela segurança do STF (Supremo Tribunal Federal) no dia em que o ministro Joaquim Barbosa foi eleito presidente da corte. Só conseguiram entrar autorizados por um superior.

Desconfiados de racismo, os diplomatas pediram explicações ao secretário de segurança institucional do STF, José Fernando Martinez. Leia, na íntegra, a carta dos diplomatas.


                                               LEIA A CARTA DOS DIPLOMATAS

Brasília, 11 de outubro de 2012,

Nós, Carlos Frederico Bastos Peres da Silva e Fabrício Araújo Prado, viemos registrar nossa indignação com o tratamento que recebemos da equipe de segurança do Supremo Tribunal Federal.
O Senhor Carlos Frederico dirigiu-se, por volta das 14 horas do dia 10 de outubro, ao Supremo Tribunal Federal, a fim de assistir à eleição dos novos Presidente e Vice-Presidente da Egrégia Corte. Ao chegar ao Tribunal, passou pelo detector de metais, sem que houvesse nenhuma anormalidade, e seguiu em direção à mesa de identificação e registro do público, a qual dá acesso ao salão plenário. Ao entregar sua identidade funcional de diplomata, foi informado, pela atendente, de que havia um problema no sistema eletrônico de identificação. Ato contínuo, um segurança aproximou-se e reiterou que o sistema de registro havia sofrido pane, razão pela qual não seria possível autorizar a entrada do Senhor Carlos Frederico à plenária.

Causou estranheza que ele tenha sido o único visitante a ser afetado pela pane, uma vez que diversas outras pessoas, brasileiras e estrangeiras, entraram no salão sem empecilho algum.

Diante da demora em ver o problema resolvido, o Senhor Carlos Frederico reiterou a pergunta ao segurança sobre o que estava acontecendo. O segurança repetiu o argumento da pane do sistema e conduziu o Senhor Carlos Frederico até a saída do STF, pedindo que ele aguardasse lá enquanto o problema estava sendo resolvido.
 Por volta das 14:10 horas, o Senhor Fabrício Prado chegou ao STF para encontrar-se com o Senhor Carlos Frederico (ambos diplomatas e colegas de trabalho). Ao ver seu colega do lado de fora, o Senhor Fabrício Prado perguntou a um segurança que se encontrava na entrada se haveria algum problema. O mesmo segurança esclareceu que a situação já estaria sendo resolvida e que o Senhor Fabrício Prado poderia passar pelo detector de metais e proceder à identificação. Assim o fez. Ao chegar à mesa de identificação, foi comunicado pela atendente que, também no seu caso, havia um problema no sistema. Logo depois, o Senhor Carlos Frederico foi novamente conduzido por outro segurança (não o senhor Juraci) à mesa de registro e lá se juntou ao Senhor Fabrício, enquanto aguardavam pela solução da "pane". Passado algum tempo, durante o qual outras pessoas se identificaram e entraram no salão plenário, o segurança Juraci fez ligação telefônica e informou que a entrada havia sido autorizada. Questionado sobre a razão do problema, mencionou "razões internas de segurança".
Já dentro da plenária, tivemos a oportunidade de conversar com o chefe da segurança, salvo engano, chamado Cadra. Ele explicou que as restrições à entrada remontavam à nossa primeira visita ao salão plenário ao Supremo Tribunal Federal, no dia 3 de outubro. Não entrou em maiores detalhes, mas disse que teríamos demonstrado comportamento suspeito naquela ocasião. No dia 3 de outubro, chegamos juntos ao STF, de ônibus, e passamos por três controles de segurança do STF, a saber: o externo, localizado na Praça dos Três Poderes (a cerca de 10 a 20 metros de distância do ponto de ônibus); o de metais, na entrada do Palácio do STF; e o interno, na mesa de identificação e registro do público geral. Assistimos a parte da sessão de julgamento da Ação Penal 470 e saímos separados.

Ao final da eleição do dia 10 de outubro, deixamos o STF e retornamos ao Ministério das Relações Exteriores. Inconformados com o tratamento constrangedor e sem entender o fundamento da alegação de "comportamento suspeito", retornamos ao STF, por volta das 16:45 horas, em busca de esclarecimentos. Fomos, então, recebidos pelo Secretário de Segurança Institucional do STF, o senhor José Fernando Nunez Martinez, em seu gabinete. Este último esclareceu que estava ciente de nosso caso desde a primeira visita ao STF, no dia 3 de outubro, ocasião na qual teríamos sido classificados como "dupla de comportamento suspeito".

No dia 3 de outubro, a "suspeição" teria sido registrada em nossos cadastros pessoais do sistema de segurança da Corte, disse o Senhor Martinez. Esclareceu que, ao retirar o Senhor Carlos Frederico das dependências do STF, o Senhor Juraci teria desobedecido a suas ordem diretas, as quais determinariam que ninguém poderia ser retirado daquelas dependências sem aval da chefia de segurança. O Senhor Martinez afirmou, ainda, que o assunto deveria ter sido conduzido de outra maneira. Disse, literalmente, que a equipe de segurança teria visto "fantasmas", os quais teriam crescido ao longo do tempo e provocado o incidente do dia 10 de outubro.

Não satisfeitos com a explicação oferecida pelo Secretário de Segurança, perguntamos qual teria sido o "comportamento suspeito" de nossa parte. Após ressalvar que esse é um julgamento subjetivo dos agentes de segurança e que não teria sido ele próprio a formar esse juízo, enumerou os supostos motivos que lhe foram relatados pela equipe de segurança:

1- Que nós teríamos aparência "muito jovem" para ser diplomatas. Registre-se, aqui, que o Senhor Carlos Frederico tem 45 anos e que o senhor Fabrício Prado tem 31 anos de idade, como atestam as carteiras de identidade emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores, apresentadas à mesa de identificação já no dia 3 de outubro
2- Que os seguranças suspeitaram da veracidade dos documentos de identidade apresentados

3- Que, na saída da sessão do dia 3 de outubro, as suspeitas teriam sido reforçadas por termos, supostamente, saído "juntos" do STF, "com o passo acelerado", comportamento interpretado como tentativa de despistar os seguranças que nos seguiam.
Cumpre esclarecer que, no dia 3 de outubro, deixamos o STF em momentos distintos, o que não condiz com o relato que, segundo o Secretário de Segurança, lhe teria sido feito por sua equipe. Além disso, nunca nos demos conta de que estávamos sendo seguidos nem apressamos passo algum. Todas estas revelações nos causaram desconforto ainda maior com relação aos incidentes.

Perguntado se o incidente teria relação com o fato de sermos afrodescendentes, negou veementemente que o comportamento da equipe de segurança tivesse tais motivações. Também pediu desculpas em nome de sua equipe pela sucessão de incidentes.
 Diante da gravidade dos fatos relatados, manifestamos nossa indignação com os injustificados constrangimentos aos quais fomos submetidos, a saber: registro no cadastro de entrada como "suspeitos"; remoção temporária do Senhor Carlos Frederico das dependências do STF; obstruções a nossa entrada na plenária; e perseguição por seguranças após nossa saída do STF.
Sentimos-nos discriminados pelo tratamento recebido --e no caso do Senhor Carlos Frederico, profundamente humilhado por ter sido retirado do STF no dia 10 de outubro.

Dada a natureza "kafkiana" dos incidentes, as explicações insuficientes e desprovidas de qualquer lógica razoável prestadas pela Secretaria de Segurança Institucional não nos satisfazem, razão pela qual não nos furtaremos a adotar as medidas cabíveis para fazer valer nossos direitos.

Não poderíamos deixar de expressar nossa tristeza com o fato de termos sido submetidos a tal constrangimento na data da eleição do primeiro negro a assumir a Presidência do Supremo Tribunal Federal, pelo qual temos profundo respeito e admiração.

Atenciosamente,
Carlos Frederico Peres Bastos da Silva
Fabrício Araújo Prado



Fonte: Geledés

sábado, 13 de outubro de 2012

Projeto de pesquisa e exposição fotográfica revelam as raízes da cultura alagoana

Negros, Canais, Lagoas e Outras Imagens Periféricas é um projeto de exposição fotográfica que reúne imagens que representam diferentes aspectos da cultura alagoana, em especial a cultura afro e as manifestações populares.O projeto é patrocinado pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e foi idealizado pelo professor Edson Bezerra.

As imagens estão disponibilizadas inicialmente em um blog, que pode ser acessado por meio do endereço www.outrasimagensperifericas.blogspot.com.br, e que já recebeu mais de 10 mil acessos. Os registros fotográficos remetem à identidade cultural alagoana, com diferentes abordagens de quatro fotógrafos que inspiraram a exposição: Celso Brandão, Lula Castello Branco, Siloé Amorim, Christiano Barros e de Luiz Cunha.

O principal objetivo do projeto é abrir um espaço de visibilidade e de memória de diferentes roteiros geográficos, eventos, culturas populares e manifestações religiosas de Alagoas. De acordo com Edson Bezerra, que é mestre em Antropologia e doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e atua em estudos e pesquisas sobre Cultura e Modernidade, o somatório dessas imagens, existentes em demasia em Alagoas, acabam diluídas e até mesmo esquecidas em decorrência do grande volume de imagens difundidas que promovem, em sua maioria, um roteiro apenas de sol e mar.

Ainda segundo ele, no projeto estão relacionados episódios de mobilização sociocultural que contribuíram para a reunião dos elementos abordados na exposição fotográfica.

“Esse projeto é um desdobramento de uma provocação inicialmente realizada com a publicação do Manifesto Sururu e a realização do Projeto Xangô Rezado Alto, em decorrência do episódio histórico do Quebra de Xangô, ocorrido em 1912”, explica o professor.

Além do blog, o projeto também consiste na realização de uma exposição fotográfica projetada para o mês de novembro, quando se comemora o Dia da Consciência Negra, no dia 20.


Fonte: Divulgação

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Presidente da Fundação Palmares diz que fará reforma meia sola na Serra da Barriga

Por: Carlos Martins - Sociólogo


"Reforma meia sola" foi o que disse o presidente da Fundação Cultural Palmares, Elói Ferreira, em entrevista a um telejornal de Alagoas referindo-se a reforma do Parque Memorial Quilombo dos Palmares na Serra da Barriga localizada no município de União dos Palmares.

Como se não bastasse a falta de respeito pelo abandono do Parque, o presidente da Palmares ainda afirma que não fará uma reforma adequada para o Dia da Consciência Negra como se as visitas à Serra da Barriga ocorressem apenas nessa data.

O presidente Elói Ferreira anunciou que empresas serão convidadas, por edital, para trabalharem na reforma completa do parque, entretanto, sem previsão para conclusão.

Não é de agora que as necessidades dessa reforma são urgentes. A inoperância de Elói e sua equipe levou esse importante patrimônio histórico a um estado de calamidade. Certamente pouca coisa do que ainda resta por lá serão aproveitada tendo em vista o estado de podridão e de deterioração em que se encontra.

Como se trata de um empreendimento construído à base de madeira e palhas de palmeiras é necessário que se faça reparações periódicas e até mesmo trocas de material. Sem falar da melhoria da estrada que dá acesso à Serra da Barriga que é motivo de promessas da Palmares em todos os 20 de novembro. Ações que deveriam ter sido feitas desde a inauguração. Infelizmente a Fundação Palmares de Elói Ferreira e equipe não se mostrou competente o suficiente à frente do órgão permitindo que o maior símbolo do Brasil se encontre da forma lamentável que está.

Não sabe a Palmares que a manutenção do parque é uma economia de recursos públicos? Não sabe a Palmares que a Serra da Barriga é o maior símbolo da luta por igualdade? Não sabe a Palmares que é crime destruir patrimônios históricos? E o IPHAN? Onde será que está que se cala diante desse descaso. Como co-responsável pelo abandono deveria mostrar a cara e tomar alguma atitude.

Presidente Elói, aproveite a sua vinda a Alagoas e peça desculpas aos Alagoanos e a todo brasileiro pela má gestão à frente da Fundação Palmares e pelo abandono à Serra da Barriga. Peça desculpas e renuncie ao cargo. Porque de incompetentes e inoperantes a gestão pública não precisa.

Senhora Marta Suplicy, ministra da Cultura, não queira carregar em sua recém iniciada gestão o fardo da má administração. Não permita que seu trabalho tenha como marca registrada a falta de visão administrativa. Não mantenha em sua equipe quem já demonstrou que não tem habilidade em gerir a coisa pública. Não permita que as indicações políticas interfiram em sua tomada de decisões. Faça o que for necessário para que a Fundação Palmares se torne um órgão que respeite a cultura afro-brasileira, afinal, foi pra isso que ela foi criada.

Estamos atentos...


Fonte: Correio de Alagoas

Joaquim Barbosa é eleito novo presidente do STF, em votação protocolar


O STF (Supremo Tribunal Federal) elegeu nesta quarta-feira (10) o ministro Joaquim Barbosa, relator no julgamento do mensalão e atual vice-presidente do Supremo, para ser o novo presidente da Corte por um mandato de dois anos. Ele substituirá o ministro Ayres Britto, que completa 70 anos em novembro e, pela lei, será obrigado a se aposentar.

Barbosa foi eleito por nove votos a um -- Ricardo Lewandowski teve um voto. Para  vice-presidência, foi eleito Lewandowski, por nove votos a um, que foi para a ministra Cármen Lúcia. Vale lembrar que os ministros não costumam votar neles mesmos. Barbosa foi escolhido segundo a tradição do STF, que é a de escolher o vice-presidente.

Com base no artigo 12 do regimento Interno do STF,  a eleição deve ocorrer na segunda sessão ordinária do mês anterior ao da expiração do mandato do presidente. Barbosa também foi eleito para presidir o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

 A eleição foi por voto secreto e feita em cédulas de papel. Quem fez o escrutínio do resultado foi Rosa Weber, a ministra mais nova da casa.

O mandato do presidente do STF é de dois anos e o presidente não pode ser reeleito para o mandato imediatamente seguinte. Entre suas atribuições estão a de velar pelas prerrogativas do Tribunal, representá-lo perante os demais poderes e autoridades, além de dirigir os trabalhos e presidir as sessões plenárias.

Em entrevista à colunista da "Folha de S.Paulo" Monica Bergamo, Barbosa disse que pretende, no cargo, lançar discussões sobre práticas do Judiciário. "No Brasil, coisas absurdas são admitidas como as mais naturais. Por exemplo, filhos e mulheres de juízes advogarem nas cortes em que seus parentes atuam. Se você fizer uma interpretação rigorosa do devido processo legal, da igualdade de armas que o juiz deve conceder às partes, pode chegar à conclusão de que essa prática é ilegal."

Após a eleição, que durou menos de dez minutos, o decano Celso de Mello diz que Barbosa saberá enfrentar e superar os obstáculos que são "tão comuns" ao exercício da Suprema Corte do Brasil. "Desejo, e certamente sinto que posso falar em nome dos colegas, desejo ao ministro Joaquim Barbosa todo o sucesso no desempenho das suas elevadíssimas funções e que saberá agir com a prudência e segurança enfrentar e superar os obstáculos que são tão comuns no exercício da presidência da Suprema Corte do Brasil", afirmou Mello.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também saudou a escolha de Barbosa, relembrando que ele também fez parte do Ministério Público anteriormente.

"Da classe dos advogados, tenho a honra de saudar e me associar às manifestações do ministro Celso de Mello e a nação encontra-se em júbilo com a eleição do ministro Joaquim Barbosa que, ao manter a tradição deste Supremo Tribunal Federal foi eleito, e terá a sabedoria da condução pelos desígnios e desejos que a nação tanto espera da nossa Justiça", afirmou Roberto Caldas, juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Barbosa agradeceu a eleição pelos colegas. "Gostaria de agradecer aos colegas pela confiança e dizer da minha satisfação, da minha honra, em ser eleito para a presidência da Casa."

O atual presidente da Corte, Ayres Britto, disse que Barbosa é "homem afeito às mais variadas leituras" e que ele "honra esta Casa pela sua inteligência fulgurante e pelo seu desassombro pessoal".

Fama

Joaquim Barbosa ganhou fama recentemente por ser o relator do processo do mensalão, julgado atualmente pelo Supremo. Ao votar no último domingo, no Rio de Janeiro, Barbosa foi saudado efusivamente por eleitores ao chegar para votar. Da entrada do clube até a urna, Barbosa ouviu elogios e pedidos de fotos.

Quando um cidadão o saudou dizendo "ministro, cana neles", em referência aos réus do julgamento do mensalão, Barbosa disse que esse tipo de manifestação era comum. "Muitos falam assim, mas eu não dou bola, porque não é disso que se trata."

O ministro diz que não gosta de ser tratado como "herói" do julgamento. "Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói, como eu."

Polêmica sobre presidência

O ministro Marco Aurélio Mello disse, em setembro, estar “preocupado” com o fato de o colega Joaquim Barbosa ser o próximo a assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal.

“Eu fico muito preocupado diante do que percebo no plenário. Eu sempre repito: o presidente [da Corte] é um coordenador. Ele é algodão entre cristais. Ele não pode ser metal entre cristais”, disse Marco Aurélio.

O magistrado disse que já havia comentado anteriormente sobre a “falta de urbanidade” do relator quando proferiu duras críticas ao ministro-revisor, Ricardo Lewandowski, diante das divergências dos votos deles. O relator acusou o revisor, Ricardo Lewandowski, de fazer "vista grossa aos autos".

Em resposta, Joaquim Barbosa insinuou que Marco Aurélio só está na corte por ser primo do ex-presidente Fernando Collor, por quem foi indicado. “Ao contrário de quem me ofende momentaneamente, devo toda a minha ascensão profissional a estudos aprofundados, à submissão múltipla a inúmeros e diversificados métodos de avaliação acadêmica e profissional. Jamais me vali ou tirei proveito de relações de natureza familiar”, afirma o texto da nota, divulgada na noite de quinta-feira (28).


Fonte: UOL


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Juventude Viva

Passados onze dias do lançamento do Plano de Prevenção à violência contra a Juventude negra chamado de “Juventude Viva”, em Maceió pelo governo federal, a sociedade alagoana vive a expectativa da implementação, de fato, das anunciadas ações, tendo em vista, que os próprios representantes dos ministérios envolvidos, em todas as manifestações destacaram a importância da participação da sociedade civil para a eficácia do plano.

Segundo os responsáveis pelo plano, a capital alagoana foi escolhida para iniciar o programa por ocupar a segunda posição entre as 132 cidades  onde se concentram 70% dos homicídios registrados no País. Mais do que isso, Alagoas é o estado com a maior taxa de homicídios do Brasil, sendo que os índices de vitimização do homem jovem e negro são maiores do que a média nacional.

Preocupados com a efetivação do Plano Juventude Viva, que representará investimentos de R$ 70 milhões em recursos novos nas cidades de Maceió, Arapiraca, União dos Palmares e Marechal Deodoro, considerados municípios prioritários, militantes do movimento negro de Alagoas se reuniram com a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, após o lançamento, e entregaram um manifesto onde apontam posicionamentos e propostas de ações que visam contribuir para a formação de um diálogo qualificado entre os três poderes e a sociedade civil, aqui ressaltando o movimento negro.

Entre as propostas estão: que os grupos sócio-culturais existentes na periferia e que já fazem trabalhos de inclusão dos jovens negros, sejam incluídos no Plano Juventude Viva; Instituição do comitê de monitoramento do plano Juventude Viva com a participação de governo e sociedade civil, garantindo inclusive a presença de entidades do movimento negro alagoano; criação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial, cuja minuta se encontra no Gabinete Civil do governo do Estado; aplicação da reserva de vagas com recorte étnicorracial nos concursos públicos do governo do Estado; criação de Conselhos municipais de Juventude e de Promoção da Igualdade Racial, para fiscalização e monitoramento das metas pactuadas sobre o Plano.

Estamos de olho e vamos cobrar. Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº220 - Jornal Tribuna Independente (09.10.12) / Colaboração: Jornalista Valdice Gomes

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Eleições 2012

Estamos na semana decisiva do pleito eleitoral 2012, onde serão definidos os novos prefeitos(as) e vereadores(as) dos 5565 municípios brasileiros.

Pensando nesse importante momento nacional, o Comitê Estadual do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC Alagoas) realizou na quinta-feira (28/09), um ato político no calçadão do comércio de Maceió, para alertar o eleitorado quanto às possíveis manipulações midiáticas (TV, Rádio, Jornal e Internet) que visam convencer os eleitores a votar em candidatos que tenham seus nomes associados à corrupção político-eleitoral, a violência ou a quaisquer outros crimes que mancham o caráter dos que exercem ou pretendem exercer cargos públicos. 

Também foi divulgada nas redes sociais e para a imprensa uma nota pública destacando que: “o processo eleitoral deve ser um período de respeito à dignidade humana e a cidadania, devendo ser pautado no avanço da democracia, para que o voto seja instrumento de mudanças sociais e políticas. Sendo assim, as entidades que integram a sociedade alagoana e lutam pela democratização da comunicação em Alagoas e no Brasil, acreditam que a transparência do processo eleitoral é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e íntegra”. 

É chegado o momento de escolher o(a) candidato(a) que realmente defenda os interesses da sociedade, e também, seja um(a) aliado(a) na defesa de políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades, independente, de cor, raça, gênero, credo e condição financeira.

Então, avalie as propostas e reflita sobre a atuação dos candidatos e quais realmente estão interessados no desenvolvimento e autoestima da população afro-descendente, que representa mais da metade da população brasileira. No dia 07 de outubro, e faça a diferença, pois o voto é uma das “armas” mais importantes para garantir a transformação social. Axé!


Fonte: Coluna Axé - nº219 - Jornal Tribuna Independente (02.10.12)


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Governador de Alagoas é vaiado em lançamento do plano Juventude Viva

Por: Carlos Martins - sociólogo e membro do Núcleo de Estudos sobre a Violência em Alagoas pela Universidade Federal de Alagoas /UFAL.


Foi lançado no Centro de Convenções de Maceió, dia 27 de setembro, o "Plano Juventude Viva" que consiste num conjunto de ações planejadas por vários ministérios do governo federal voltadas ao combate à violência contra a juventude negra. De acordo com o Mapa da Violência no Brasil, a imensa maioria dos jovens que são assassinados em Alagoas é negra. Obviamente não quer dizer que os jovens não negros não serão atendidos pelas ações do plano.

A cerimônia foi marcada por situações que lembram a velha e conservadora prática política arraigada no inconsciente coletivo alagoano. Ao invés de ser um momento de refletir porque Alagoas insistentemente tem se destacado como o estado mais violento do Brasil, porque Maceió é a terceira cidade mais violenta do mundo, ficando atrás de San Pedro Sula, em Honduras, e de Juárez, no México, ou porque a maioria dos jovens assassinados são negros e pobres. No entanto, o que vimos foi o Governo do Estado patrocinando um verdadeiro teatro representado pelas diversas caravanas oriundas de vários municípios que foram ao Teatro Gustavo Leite com a finalidade de demonstrar uma suposta popularidade do governador Teotonio Vilela que, ao ser anunciado pela mestre de cerimônia, levou uma sonora vaia.

O clima eufórico das caravanas se assemelhava às torcidas organizadas. Na medida em que o cerimonial anunciava o nome de seus municípios ou de suas escolas gritavam felizes ao som de apitos e tambores.
Enquanto isso, uma mãe quebrava o clima de festa com seu depoimento lamentando a perda de seu filho. Com voz trêmula pelo choro, amulher exigia providências lembrando a todos os motivos pelos quais estavam ali.

Não bastasse a ridícula recepção patrocinada pelo governador à comitiva de Brasília ainda havia lideranças orientando as pessoas a aplaudi-lo, de pé, quando o mesmo começasse a falar.

Governador Teotonio Vilela, Vossa Excelência sabe que vivemos outros momentos. Não há mais espaços para essas práticas tão nocivas. Já basta a vergonha que o povo de Alagoas tem passado com essa "intervenção" federal. Queremos acreditar que com esse plano e com os 82 milhões que virão de Brasília, Vossa Excelência definitivamente diga pra que veio.

 Estamos atentos...