quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Caminhada marca início do FSM 2009

Integrantes da Unegro comemoram o sucesso da caminhada


Texto e foto: Emanuelle Oliveira
Jornalista e integrante da Cojira-AL


Movimentos sociais e sindicais, além de pessoas de todo o mundo que vieram participar do Fórum Social Mundial 2009 (FSM), em Belém do Pará realizaram uma grande caminhada ontem (27), que saiu do mercado "Ver o peso" e marcou o início do evento, que se estende até o dia 1º de fevereiro.

Nem mesmo a chuva intensa foi capaz de dispersar a multidão, que levou para as ruas da cidade diversas danças e ritmos musicais, encerrando a marcha na praça São Brás, onde um grande palco foi armado para apresentações culturais de tribos da Amazônia e de países como Bolívia, Guatemala e Chile.

O coordenador nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, que veio de São Paulo para participar do fórum e que desde 1989 milita no movimento, afirma que o momento serve para disseminar as lutas sociais. "Já participei de muitos fóruns e o movimento negro sempre tem representantes em várias partes do Brasil. Estamos nos preparando para o Congresso de Negros e Negras do Brasil (CONNEB), que fará parte da programação deste FSM, nos dias 29 e 30. Nosso país é racista e as pessoas não reconhecem isso, o que impede uma mudança de pensamento".

Para o artista paraense, Eloé Iglesias que faz parte do GLBT de Belém e que realiza há 30 anos, durante o Círio de Nazaré, o mais tradicional encontro gay da Amazônia (Festa das Filhas da Chiquita, que em 2004 foi considerada pelo IPHAN como patrimônio imaterial da humanidade), a aceitação das pessoas para a diversidade sexual ainda é algo difícil. "Precisamos saber nos defender de agressões morais para que haja uma mudança na forma de encarar o homossexualismo e o fórum pode contribuir para isso".

Pela primeira vez no FSM, o estudante do município alagoano de Rio Largo, Marcos Cavalcante se espantou com a diversidade e amplitude do evento e espera que daqui saia uma proposta de paz para o mundo. "É um mundo em Belém do Pará e ainda existem pessoas que criticam quem vem para cá, mas lutamos apenas por um lugar melhor para viver".

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