Os números foram apresentados por Julio
Jacobo, autor do Mapa da violência 2012: A Cor dos Homicídios do Brasil,
durante o lançamento hoje (29), na SEPPIR. Segundo ele, se somados
apenas os homicídios de negros é possível colocar o país no 4º lugar do
ranking mundial de violência
Em
2010, por exemplo, 14.047 brancos foram assassinados, contra 34.983
negros. Se levada em consideração a idade, a diferença é ainda maior:
nesse mesmo ano, enquanto a taxa de homicídio do total da população
negra foi de 36,0, a dos jovens negros foi o dobro, 72,0.
Comparando
todo o período que compreende a pesquisa, percebe-se que,
proporcionalmente, morrem duas vezes e meia mais jovens negros que
brancos. Em oito anos, a taxa de homicídios de jovens negros, que era de
71,7%, passou para 153,9%.
Segundo
a ministra da Igualdade Racial, a estatística é importante para
subsidiar políticas públicas e reverter esse quadro. “São dados que
precisamos conhecer, abraçar e enfrentar”, afirmou a chefe da Secretaria
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). A constatação
foi reafirmada pelo secretário executivo da pasta, Mario Theodoro. De
acordo com ele, são essas informações que têm balizado as ações do
governo federal, como o Plano de Enfrentamento à Violência contra a
Juventude Negra, o Juventude Viva, lançado em setembro em Alagoas e que deve ser expandido para cinco Estados em 2013.
De
acordo com o autor da pesquisa, os altos índices estão se tornando
naturais e a educação é a principal alternativa para alterar esse
quadro. Ele explicou que o número de negros matriculados no Ensino Médio
tem diminuído e que atualmente oito milhões de meninos negros não
estudam e nem trabalham, por isso, é preciso fazer políticas públicas de
incorporação de jovens nas escolas. “O custo da violência é muito maior do que o da educação”, observou.
O
Mapa é uma realização do o Centro Brasileiro de Estudos
Latino-Americanos - CEBELA e a Faculdade Latino-Americana de Ciências
Sociais - FLACSO em conjunto com a SEPPIR. Esse é o 20º relatório,
porém, é o primeiro com recorte racial. Os dados que basearam o estudo
foram retirados dos Censos Demográficos, das Pesquisas Nacionais por
Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM).
Fonte: Ascom Seppir
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