Cada Minuto
Nossa Senhora da Conceição
Para alguns hoje não passa de
mais um feriado, para descansar, num sábado, para
outros é dia de prestar homenagens àquela que é mais conhecida por "Rainha do Mar": Iemanjá,
para o candomblé e demais religiões de matriz
africana, e Nossa Senhora da Conceição para os
católicos, que celebrarão o dia com missas e
procissões, e de cultos afros irão fazer seus rituais e oferendas.
Para os católicos o dia
começou às 5 horas da manhã. Uma missa
será celebrada na Igreja Imaculada Conceição, no Jacintinho; e em Marechal
Deodoro, na igreja Imaculada Conceição, que é a padroeira da cidade. Em
Capela, que também tem Nossa Senhora da
Conceição como Padroeira e em Rio Largo.
O sincretismo religioso, que
permitiu que negros escravos pudessem cultuar
suas divindades, é que nos deu essa riqueza cultural até hoje.
PROCISSÕES
Após as missas, os fiéis irão participar das procissões, que começam
às 16 horas e vão até o anoitecer.
Cada Minuto
Já para as religiões afro os
preparativos estão prontos para comemorar o dia de Iemanjá. Muitos terreiros começaram a fazer seus
rituais às 6 horas da manhã. Os cerca de 5.000 terreiros existentes no Estado
foram mobilizados para fazer as oferendas na Praia de
Pajuçara.
No Rio Grande do Sul e na Bahia,
essa data é comemorada no dia 2 de fevereiro e nos demais estados, no dia 8 de
dezembro. Iemanjá é o Orixá mais popular
do Candomblé. O culto do Candomblé começa em janeiro com Ixalá e termina em
dezembro com Iemanjá, que é a finalização
das atividades religiosas do ano.
Ignorância municipal
Em 2011 houve uma grande confusão porque a Prefeitura de Maceió chegou a proibir, ou limitar os horários e locais para as oferendas, na Praia de Pajuçara, que é a escolhida na cidade pela sua orla larga e extensa. Tudo foi resolvido em cima da hora, no decorrer do dia, mediante a mobilização dos adeptos e simpatizantes às religiões afros, mas deixou o governo municipal bastante "arranhado".
Cada Minuto
Já em 2012, quando esperava-se que tudo seria diferente, veio a informação há quase 10 dias que a prefeitura estava, novamente, planejando delimitar locais e horários. Só quie desta vez a resposta veio de forma antecipada ao Dia de Iemanjá, e a sociedade civil se mobilizou junto com órgãos estaduais e federais para impedir a tal proibição, que é fruto, de uma falta de preparo e capacitação de quem dirige a cidade até o próximo dia 31, mas principalmente dos que estão hoje na Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano, representados e liderados pelo senhor Galvaci de Assis, que até parece ser bastante competente em termos técnicos, mas que vem se demonstrando uma pessoa de pouca capacidade intelectual para entender as nuances de uma manifestação popular, que vai muito além da religião, como disse o arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN-AL), Sandro Gama: "Essa não é uma questão religiosa, mas sim, cultural.. é a representação das maniofestações culturais de nosso povo, e não pode ser vista apenas como uma discussão religiosa", esclareceu.
O Estatuto da Igualdade Racial,
diz no capítulo III, artigo 23, que "É inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas
liturgias".
O Sr. Galvaci emitiu um documento, nesta
semana, "autorizando condicionalmente" as manifestações na praia de Pajuçara,
resposabilizando o requerente formal da autorização municipal, neste caso, o
Babalorixá Célio Rodrigues, mais conhecido por Pai Célio. Ora, oq ue Galvaci não alcança, é que Pai Célio
foi apenas cumprir uma exigência burocrática da SMCCU, mas que as manifestações são oriundas do seio popular, ao
contrário de um evento como o Maceió Fest, que havia uma empresa responsável e o
objetivo de lucro com a festa, ao contrário da Festa das Águas, como também é conhecido o Dia de
Iemanjá.
O que entendemos é que responsável por um órgão tão importante como a SMCCU, deveria ser mais capaz de entender esssas especificidades culturais, pois o Dia de Iemanjá é também uma grande atração turística para nossa cidade. Se a movimentação e alto fluxo de pessoas geram mais produção de resíduos, como lixo, que a Prefeitura use dos impostos que todos nós, independentes de religião e de cultura, pagamos, para limpar e manter nossa Maceió sempre limpa, como da mesma forma o estado tem que agior quanto à segurança. Pagamos impostos para isso, e não para a melhor conveniência de tenocratas obtusos.
Esperamos que, aí sim, em 2013, com a nova administração de Maceió, todos nós maceioenses, sejamos respeitados e que não tenhamos que viver e conviver com notícias de preconceitos de qualquer tipo que seja.
Janayna
Ávila
Iemanjá
O nome Iemanjá significa a mãe dos filhos-peixe. Filha de Olokum, Iemanjá foi casada com Oduduá, com quem teve dez filhos orixás. Por amamentá-los, seus seios ficaram enormes. Infeliz com o casamento e cansada de morar na cidade de Ifé, um dia ela saiu em rumo ao oeste e conheceu o rei Okerê, por quem se apaixonou. Envergonhada de seus seios, Iemanjá pediu ao novo esposo que nunca a ridicularizasse por isso. Ele concordou. Porém, um dia, embriagou-se e começou a ofender a esposa. Entristecida, Iemanjá fugiu.
Desde menina, ela carregava um pote com uma poção que o pai lhe dera para casos de perigo. Durante a fuga, Iemanjá caiu quebrando o pote e a poção a transformou num rio cujo leito seguia em direção ao mar. Okerê, que não queria perder a esposa, transformou-se numa montanha para barrar o curso das águas. Iemanjá pediu ajuda ao filho Xangô e este, com um raio, partiu a montanha no meio. O rio seguiu para o oceano e, dessa forma, a orixá tornou-se a rainha do mar.
Fonte: Balaio de Fatos
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