terça-feira, 4 de dezembro de 2012

8 de dezembro - dia de Iemanjá em Maceió



Foto: Janayna Ávila


O som dos atabaques, dança, cânticos, roupas coloridas e reverência aos orixás (divindades que representam os fenômenos da natureza) representam a força das comunidades tradicionais de matrizes africanas. 

No dia 08 de dezembro, na igreja católica é o Dia de Nossa Senhora da Conceição, e, no sincretismo religioso Dia de Iemanjá. Trata-se de um momento de grande celebração para os adeptos das religiões afros, onde caravanas oriundas de várias partes de Alagoas veem para a orla de Maceió homenagear Iemanjá. 

A atividade também encontra-se no calendário cultural do Estado como Dia de Resistência da Religiosidade Afro brasileira (Lei nº 7.384, de 12 de julho de 2012) e atrai centenas de turistas e simpatizantes. Porém, a Prefeitura de Maceió, mais uma vez, queria determinar horário e espaço físico para as cerimônias religiosas. 

E na tarde dessa segunda-feira (03.12), ocorreu no Fórum do bairro Barro Duro, um ato público contra a intolerância religiosa, onde os participantes ergueram exemplares do Estatuto da Igualdade Racial e ocorreu a entrega do mandado de segurança para garantir a liberdade da celebração religiosa, além disso, uma comissão seguiu para o Ministério Público Estadual. 

De acordo com ativistas presentes na ação, depois de muito diálogo, ficou definido que a Praça Multieventos e toda a praia da Pajuçara será liberada para as atividades afro-culturais. O caso vinha sido acompanhado pelo Ministério Público; a Comissão de Defesa das Minorias Étnicas e Sociais da OAB-AL; projeto Xangô Rezado Alto da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal); Secretaria Estadual da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos; e a Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). 

E no ano onde relembramos o nefasto episódio do Quebra de Xangô em 1912 – movimento sócio-político que invadiu, depredou e queimou os principais terreiros de Xangô; adeptos das religiões de matrizes africanas foram torturados e tiveram que fugir, ou, manter as atividades em sigilo – não podemos admitir que os tambores sejam silenciados e a liberdade de cultos desrespeitada. Vamos firmes na luta e levar o nosso axé!


Iemanjá
No sábado (08.12) vamos homenagear SIM e manter viva a tradição! Os religiosos farão as oferendas e os grupos afro-culturais (maracatu, capoeira, afoxé, grupos percussivos) levarão o seu batuque para orla de Maceió. Iemanjá é a matriarca do panteão afro sagrado, seu nome é derivado de três palavras do dialeto africano iorubá: yèyé (mãe), omo (filha) e ejá (peixe). É o orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, também, é um dos orixás mais respeitados e populares. Conhecida como rainha do mar, dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria devido à relação com a maternidade.


Fonte: Coluna Axé - nº228 - Jornal Tribuna Independente (04.12.12)

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