Adolescentes foram abordados na porta de casa quando chegava do colégio em um Corolla
Por: Petrônio Viana / Alana Berto
Foto: Sandro Lima / Tribuna Independente |
A ex-secretária de Estado da Mulher, Vanda Menezes, denunciou nesta quinta-feira (10) o que chamou de racismo institucional na Polícia Militar de Alagoas. De acordo com a ex-secretária, que hoje integra a Rede Mulher e Democracia, seu filho, A.M.M.R., de 15 anos, foi agredido por militares da Radiopatrulha na porta de casa, quando chegava do colégio, por volta das 15h, junto com dois sobrinhos de Vanda, um rapaz de 18 anos e outro menor.
Vanda Menezes, que há 30 anos milita nos movimentos negro e feminista, contou que os três estavam na porta de sua casa, no conjunto José da silva Peixoto, no bairro do Jacintinho, dentro do carro, um Corolla, quando foram abordados pelos militares, que empunhavam armas e teria agido com truculência.
Segundo a ex-secretária, os quatro militares da guarnição mandaram os três garotos descerem do carro e começaram a revistá-los, ainda apontando as armas. O irmão da ex-secretária, que abria o portão para o veículo, tentou interferir e questionou a atitude dos militares. “Tanto maloqueiro para vocês revistarem e vocês abordam três estudantes dessa forma”, teria dito o irmão de Vanda.
A resposta, de acordo com a ex-secretária, também veio em tom rude. “Vá reclamar com o governo”. Durante a abordagem, vários vizinhos se reuniram em volta dos policiais para evitar que os jovens fossem agredidos. “Os meninos só não apanharam porque os vizinhos interferiram”, disse Vanda Menezes.
“No Jacintinho, ninguém pode ter carro, um Corolla. Duvido que os policiais fizessem isso com um rapaz de olhos verdes, na Ponta Verde. Sou uma militante e não posso ficar calada”, disse a ex-secretária. Aos vizinhos e ao irmão da ex-secretária, os policiais afirmaram que a abordagem era “de rotina”, sem qualquer diferença para outras ações do tipo.
Porém, para Vanda Menezes, o comportamento dos militares representou um ato de racismo, que ela pretende denunciar à Corregedoria da Polícia Militar. “Vou à Central de Polícia assim que puder para registrar um boletim de ocorrência. Também vou levar o caso à Corregedoria de Polícia para que essa guarnição explique o que fez”, avisou a ex-secretária, lembrando que um dos rapazes abordados é afilhado do chefe de gabinete do secretário de Estado da Defesa Social, Dário César.
Fonte: Tribuna Hoje
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