terça-feira, 25 de maio de 2010

Herança africana

Por: Helciane Angélica


"Sou de lá, de África! Se eu não sou de lá, os meus pais são de lá. Sou de lá, de África! Se eu não sou de lá, os meus avós são de lá. Sou de lá, de África! Se eu não sou de lá, os meus ancestrais são de lá.” – cântico afro de domínio popular, utilizado nos encontros dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APN’s). Essa música representa muito bem, a forte influência do continente africano no País, seja na culinária, na ginga, ritmo musical, danças, nas palavras que tem raiz africana e até no jeito alegre de ser – tudo impregnado e que muita gente faz questão de esquecer.

O dia 25 de maio, Dia da África, se comemora a fundação da Organização da Unidade Africana (OUA), hoje União Africana. O continente africano possui 53 países, é o segundo mais populoso e mais extenso depois da Ásia. Estabelecida em 1963, a data simboliza a luta e o combate dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação, além claro, de criar as condições necessárias para a construção de um futuro melhor, socialmente e economicamente, para as novas gerações.

Diante da importância, os estudantes africanos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) promovem todos os anos uma programação político-cultural e recreativa no Campus Maceió. Até o dia 29 de maio, serão realizadas várias atividades com o intuito de divulgar as raízes africanas e buscando uma interação entre os povos africanos e brasileiros. O evento contará com a participação efetiva dos estudantes recém-chegados e das faculdades privadas do Estado, além de professores e técnicos e a comunidade alagoana.

O Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura e a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, também terá uma programação especial, com a presença de representantes de países africanos, com o objetivo de discutir assuntos relevantes do contexto social, econômico, religioso e cultural que compõem a diversidade do Continente. Também serão inauguradas três exposições fotográficas, com curadoria de Emanoel Araujo, Diretor-Curador do Museu Afro Brasil: “Isto foi o Ngola: Isto é a África”, de José Redinha, “Zeladores de Voduns e outras Entidades do Benin ao Maranhão”, de Márcio Vasconcelos e “A África em Cartões Postais”.

Precisamos investir ainda mais na formação e conscientização étnica, a Lei 10.639/03 deve ser realmente cumprida, levar para as salas de aulas as informações sobre a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, só assim iremos diminuir os estereótipos e investir no respeito à diversidade. O Brasil tem sangue e alma africana, mas o racismo existe e precisamos agir!


Fonte: edição nº100 da Coluna Axé - Tribuna Independente (25.05.10)

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