Por um jornalismo que respeite os direitos humanos e a diversidade étnicorracial!
Maceió, 13 de maio de 2010
No dia 13 de maio de 1888, determinou-se a Abolição da Escravidão no Brasil, país que foi líder na realização do tráfico de escravos e que manteve por mais tempo o trabalho forçado. Mais de 15 milhões de pessoas foram retiradas do continente africano, e as justificativas para mantê-las escravizadas eram que estavam amaldiçoadas e pertenciam a povos inferiores. Sendo assim, vários reinos e famílias foram destruídos. Com a assinatura da Lei Áurea, os negros e as negras livres tiveram como herança a falta de formação educacional e profissional, habitações precárias e dificuldades financeiras. Eis uma mancha expressiva na nossa História!
O movimento social negro adotou o dia 13 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Racismo – dedicado às atividades reflexivas que promovam o debate sobre o cotidiano da população afro-descendente e também às apresentações artísticas que exaltam o legado africano deixado na cultura brasileira. Além disso, os coletivos que discutem as questões étnicorraciais no movimento sindical também contribuem para a propagação de novos paradigmas em diversas áreas.
A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) foi instalada no dia 24 de novembro de 2007. Por meio do seu blog, twitter, informes afros e a Coluna Axé (veículo semanal que completa dois anos nesta quinta-feira, no jornal Tribuna Independente) vem contribuindo para a interlocução entre os segmentos afros e os meios de comunicação, além de promover a ampliação de pautas que abordem a cultura afro-brasileira e a conjuntura da população afro-descendente durante todo o ano.
Porém, atualmente, os nossos principais desafios são: a sensibilização dos profissionais sobre a temática, especialmente os que estão no dia a dia das redações; a avaliação crítica quanto à existência do racismo e assédio moral nos locais de trabalho; além da conscientização sobre as consequências das expressões preconceituosas nos veículos de comunicação.
Devemos por questão de ética e respeito evitar os termos racistas. Dentre os exemplos que são propagados podemos citar: ‘lista negra’, ‘línguas negras’, ‘a coisa tá preta’, ‘buraco negro’ (sem conotação científica), ‘páginas negras da história’, ‘samba do crioulo doido’ e vários outros.
De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza” (Cap. 2 / Artº 6º / XIV) e “não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime” (Cap. 2 / Artº 7º / V).
Também gostaríamos de lembrá-los(las) que “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime previsto na Lei nº9.459 de 13 de maio de 1997, tem pena de reclusão de um a três anos e multa; caso o crime seja “cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza”, a pena pode chegar a cinco anos de reclusão e mais multa.
Nós vivemos 122 anos de abolição inacabada e que traz consequências até hoje! Os estereótipos existem para ampliar o preconceito e desconstruir a sociedade. Os afro-descendentes (negros e pardos) representam hoje mais da metade da população brasileira, ajudaram a formar a cultura deste país, além de contribuir decisivamente para o desenvolvimento sócio-político e econômico.
A COJIRA-AL luta por um jornalismo ético, que contribua para a transformação social e respeite a diversidade étnicorracial, de credos e de gênero! Seguimos em frente, e temos como espelhos os guerreiros quilombolas que enfrentaram seus medos e vários obstáculos em busca de liberdade. Axé!
Atenciosamente,
No dia 13 de maio de 1888, determinou-se a Abolição da Escravidão no Brasil, país que foi líder na realização do tráfico de escravos e que manteve por mais tempo o trabalho forçado. Mais de 15 milhões de pessoas foram retiradas do continente africano, e as justificativas para mantê-las escravizadas eram que estavam amaldiçoadas e pertenciam a povos inferiores. Sendo assim, vários reinos e famílias foram destruídos. Com a assinatura da Lei Áurea, os negros e as negras livres tiveram como herança a falta de formação educacional e profissional, habitações precárias e dificuldades financeiras. Eis uma mancha expressiva na nossa História!
O movimento social negro adotou o dia 13 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Racismo – dedicado às atividades reflexivas que promovam o debate sobre o cotidiano da população afro-descendente e também às apresentações artísticas que exaltam o legado africano deixado na cultura brasileira. Além disso, os coletivos que discutem as questões étnicorraciais no movimento sindical também contribuem para a propagação de novos paradigmas em diversas áreas.
A Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL) vinculada ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) foi instalada no dia 24 de novembro de 2007. Por meio do seu blog, twitter, informes afros e a Coluna Axé (veículo semanal que completa dois anos nesta quinta-feira, no jornal Tribuna Independente) vem contribuindo para a interlocução entre os segmentos afros e os meios de comunicação, além de promover a ampliação de pautas que abordem a cultura afro-brasileira e a conjuntura da população afro-descendente durante todo o ano.
Porém, atualmente, os nossos principais desafios são: a sensibilização dos profissionais sobre a temática, especialmente os que estão no dia a dia das redações; a avaliação crítica quanto à existência do racismo e assédio moral nos locais de trabalho; além da conscientização sobre as consequências das expressões preconceituosas nos veículos de comunicação.
Devemos por questão de ética e respeito evitar os termos racistas. Dentre os exemplos que são propagados podemos citar: ‘lista negra’, ‘línguas negras’, ‘a coisa tá preta’, ‘buraco negro’ (sem conotação científica), ‘páginas negras da história’, ‘samba do crioulo doido’ e vários outros.
De acordo com o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, é dever dos profissionais “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza” (Cap. 2 / Artº 6º / XIV) e “não podem usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime” (Cap. 2 / Artº 7º / V).
Também gostaríamos de lembrá-los(las) que “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime previsto na Lei nº9.459 de 13 de maio de 1997, tem pena de reclusão de um a três anos e multa; caso o crime seja “cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza”, a pena pode chegar a cinco anos de reclusão e mais multa.
Nós vivemos 122 anos de abolição inacabada e que traz consequências até hoje! Os estereótipos existem para ampliar o preconceito e desconstruir a sociedade. Os afro-descendentes (negros e pardos) representam hoje mais da metade da população brasileira, ajudaram a formar a cultura deste país, além de contribuir decisivamente para o desenvolvimento sócio-político e econômico.
A COJIRA-AL luta por um jornalismo ético, que contribua para a transformação social e respeite a diversidade étnicorracial, de credos e de gênero! Seguimos em frente, e temos como espelhos os guerreiros quilombolas que enfrentaram seus medos e vários obstáculos em busca de liberdade. Axé!
Atenciosamente,
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas
cojira.al@gmail.com / www.cojira-al.blogspot.com / twitter: @cojiraal
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