quarta-feira, 7 de abril de 2010

Jornalistas se solidarizam com colega vítima de racismo e acusado se defende

Em nota oficial lançada no dia 31 de março a Comissão Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (CONJIRA) se solidarizou com a jornalista Juliana Albino, que denunciou ter sido vítima de racismo. Apontado como autor da agressão, o mestre de cerimônias da Feira Internacional de Serviços de Turismo (Fistur), Manoel Costa, nega que tenha havido algum tipo de agressão física ou verbal.

Coordenadora de redação do site de hotelaria Hôtelier News, Juliana Albino denunciou que o ato de racismo ocorreu no dia 29 de março, no Palácio das Convenções, no Parque Anhembi, em São Paulo. Ela estava trabalhando na sala de imprensa da Fistur quando Manoel Costa começou a tirar seus pertences de lugar. Após pedir para que ele não fizesse aquilo, Costa respondeu que o lugar era público e, após ela retrucar que o lugar era público, mas os pertences eram dela, o mestre de cerimônia respondeu "Cala sua boca negrinha, cala sua boca e volte para senzala".

A jornalista contou que, ao ser procurada para tomar providências sobre o problema, a assessora do evento, Daniela Buono, se eximiu afirmando que não tinha tempo para resolver "picuinhas". Revoltada, Juliana registrou boletim de ocorrência no 13º DP de São Paulo.

O crime de racismo é inafiançável e imprescritível de acordo com a Lei 7.716/89, lembra a nota oficial da COJIRA, que registra que se algum dos agressores for jornalista, estará caracterizada a infração ao Código de Ética da categoria, o que pode redundar no encaminhamento do caso ao Ministério Público.

O outro lado
Em mensagem enviada para a FENAJ nesta segunda-feira, 5 de abril, o mestre de cerimônias Manoel Costa diz que tanto ele quanto outros envolvidos neste caso estão “chocados e surpresos com a repercussão” do fato, publicado em diversos veículos. Segundo ele, o que ocorreu foi “uma rápida discussão com a jornalista Juliana Albino, presenciada por algumas pessoas, em que não houve nenhum tipo de agressão física ou verbal”.

Costa informa que, na quinta-feira passada, comunicou-se por e-mail com o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Guto Camargo, e por telefone com o coordenador da Cojira-São Paulo, Flávio Carranza, buscando esclarecer os fatos.

“Até que se prove o contrário, não sou racista, não procurei ofender ninguém e nem utilizaria este fato isolado para denegrir a vida de alguém. Estou sendo tratado publicamente como um criminoso, sem o justo direito de me defender. Estou sendo pré-julgado e sentenciado sem a devida apuração dos fatos”, argumenta Manoel Costa, sustentando a jornalista Daniela Buono, assessora de imprensa do evento, procurou apaziguar os ânimos e pôr um fim à situação, “não sendo omissa como fez crer a jornalista Juliana”.

Como ele próprio lembra, depoimentos estão sendo tomados visando a devida apuração dos fatos.


Fonte: Fenaj

Um comentário:

  1. Surpreendente, como as pessoas
    ainda são coniventes, omissas,
    cúmplices e complacentes
    com o crime de racismo no Brasil!

    Iremar Marinho - http://tudoglobal.com/bestiariodaimprensa/

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