quarta-feira, 31 de março de 2010

Jornalista diz ter sido vítima de racismo em cobertura de evento

A jornalista Juliana Albino, coordenadora de redação do site Hôtelier News, acusa o mestre de cerimônias da Feira Internacional de Serviços de Turismo (Fistur), Manoel Costa, de ato racista, enquanto realizava a cobertura do evento, nesta segunda-feira (29/03), no Anhembi, em São Paulo. Costa admitiu uma discussão verbal, mas negou a ofensa racista.

Segundo a jornalista, o cerimonialista chegou à sala de imprensa e começou a tirar sua bolsa e bloco de anotações do lugar. Juliana pediu que Costa respeitasse seus pertences e ouviu como resposta a frase "Cala sua boca negrinha, cala sua boca e volte para senzala”. Juliana afirmou que a cena foi presenciada por dois colegas de profissão.

De acordo com a jornalista, o cerimonialista disse a mesma frase por duas vezes e não se desculpou. “Eu contestei o que ele disse, mas ele pouco se importou. Depois voltou pra sala, mas não me disse nada. Acho que não entendeu o que fez”.

A jornalista disse que se sentiu muito ofendida e surpresa com as palavras de Costa. “Na hora você não acredita que uma coisa dessas aconteça nos dias de hoje. O meu sentimento é de indignação”, declarou.

Juliana disse que procurou uma assessora de imprensa do evento para contar o caso, mas a jornalista teria dito que não tinha tempo para resolver o problema. “Só um assessor de imprensa do evento, que também é negro, pediu desculpas”, lembrou. Depois disso, a jornalista registrou boletim de ocorrência no 13º DP, no bairro paulistano da Casa Verde.

A jornalista agora estuda a possibilidade de processar Costa e a Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo (Abresi), organizadora do evento. “Estou pensando em entrar com uma ação contra ele ou a entidade. Mas ainda é cedo, vou pensar se é viável”, afirmou.

Mestre de cerimônias contesta jornalista

O cerimonialista nega que tenha ofendido a jornalista com termos racistas. “Houve sim uma discussão verbal, de um fato gerado por ela, mas não a chamei de negrinha, nem a mandei voltar para a senzala”.

Costa diz que não mexeu nos pertences da jornalista, que apenas procurava um objeto, e levantou um bloco de anotações que estava embaixo de uma revista. “Aí ela começou a me destratar, eu pedi que ela tivesse educação, mas ela prosseguiu com a argumentação contra mim”, contou.

O cerimonialista disse que não entende o que motivou a discussão e pretende apurar o caso. “Eu não entendi o fato gerador disso. Pode ter outra motivação porque envolve um evento e outras entidades”. Mesmo assim, Costa afirmou que irá fazer um pedido de desculpas público por ter se alterado durante o evento.


Fonte: www.comunique-se.com.br

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