(Jornalista; Presidente do Anajô e integrante da Cojira-AL)
A cidade de Maceió teve pela primeira vez, o Debate Democrático Pela Diversidade: “Meu Voto tem Cor. A Cor do Compromisso Cidadão”, executado na manhã da segunda-feira (22), no Cine Sesi Pajuçara. A atividade foi uma realização do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial em parceira com a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas.
Dentre os candidatos à administração da Prefeitura de Maceió, compareceram: Mário Agra (PSOL), Manoel de Assis (PSTU), Solange Jurema (PSDB) e Judson Cabral (PT). O atual prefeito e candidato à reeleição, Cicero Almeida, justificou sua ausência afirmando que já tinha compromissos agendados para a data.
Segundo Arísia Barros, Gerente Étnico Racial da SEE e Coordenadora do Fórum Permanente, Alagoas foi um dos quatro estados que realizou um debate com essa temática e criticou a falta de participação de alguns ativistas no debate. “É preciso que o povo tenha consciência da sua participação na política, é preciso mobilização”, declarou ainda “Esse debate é um avanço, pois observamos que a temática negra sempre ficava excluída do processo, e as políticas públicas pedem adesão independente de quem ganhe”, ressaltou.
Dividido em cinco blocos, os candidatos puderam apresentar políticas públicas a serem adotadas nos planos de governo que beneficiem a população afro-maceioense e responderam perguntas da platéia. Destacaram-se a efetivação da Lei 10.639/03 no currículo escolar, combate ao racismo institucional, tratamento diferenciado para as doenças que atingem na sua maioria os negros, fortalecimento das manifestações afro-culturais, dentre outros.
Conheça alguns posicionamentos e propostas:
Judson Cabral: “Defendo as cotas, não como um processo para combater o preconceito racial, mas como processo para resgatar o direito às oportunidades”
· Implantação da Secretaria Municipal da Igualdade Racial;
· Instalação de escolas em regime integral em áreas de risco social;
· Sensibilização dos professores para a propagação da história e cultura afro.
Manoel de Assis: “Como a sociedade diz que não existe racismo se os piores índices atingem os negros. (...) Esses governos estão comprometidos com os mais ricos e os grandes empresários, e a população socialmente prejudicada continua na mesma”
· Implantação de postos de saúde;
· Criação de uma empresa pública de transporte;
· Redução da jornada de trabalho e o enfrentamento com o poder econômico.
Mário Agra: “A opressão é milenar. Na sociedade capitalista é possível excluir o racismo? Só com uma sociedade sem classe a exploração será extinta”
· Investimento para pontos de cultura;
· Ampliação do diagnóstico e tratamento da anemia falciforme;
· Implantação de conselhos municipais.
Solange Jurema: “As mulheres negras foram as primeiras a reivindicar seus direitos e dar força ao movimento (...) No entanto, se fosse fazer um levantamento do ‘pobre + pobre’, o perfil seria uma mulher negra, nordestina e trabalhadora rural”
· Oferecer tratamento diferenciado para as doenças que atingem a população negra: anemia falciforme, miomatose, hipertensão, etc.
· Investir na auto-estima da população negra, e nas escolas fortalecimento das manifestações culturais;
· Implantação de creches.
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