segunda-feira, 1 de junho de 2009

Parceria Brasil e África não deve temer a crise, dizem diplomatas

O intercâmbio comercial do Brasil com Gana, Nigéria, Senegal e Guiné Equatorial, entre janeiro e abril deste ano, diminuiu na comparação com os quatro primeiros meses do ano passado. No conjunto, as exportações caíram 35% em relação ao mesmo período e as importações diminuíram 46%. Os quatro países serão visitados entre os dias 7 e 12 de junho por uma missão de noventa empresários, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC).

A queda do comércio em tempos de crise econômica internacional não assusta diplomatas dos dois lados do oceano Atlântico. Na avaliação do embaixador do Senegal no Brasil, Fodé Seck, a crise causou a diminuição do volume de comércio, mas o revés da economia mundial “é uma razão suplementar para África, América do Sul e Caribe intensificarem intercâmbios”.

Para o diplomata senegalês, o Brasil e a África não estão no epicentro da crise e podem ser menos contaminados. Segundo o embaixador Fernando Simas Magalhães, diretor do Departamento da África do Ministério das Relações Exteriores, o grau menor de integração das duas economias com o mercado financeiro internacional funcionou no ano passado como “colchão” contra as ondas secundárias de impacto da crise, e o comércio do Brasil com o continente bateu recorde (US$ 26 bilhões). O ano de 2009 será um teste: “Vamos ver quanto do comércio do ano passado é de fato sustentável, mesmo em um momento de crise”.

O embaixador Simas Magalhães diz ainda que a pauta de comércio com a África está concentrada no petróleo (sobretudo com a Nigéria). No ano passado, o aumento do preço da commoditie teve um efeito mais perverso na África do que a crise financeira (com ápice em outubro). O preço do petróleo aumentou o custo dos alimentos, o que trouxe dificuldades para os países africanos compradores de produtos alimentícios básicos e industrializados no mercado internacional.
Fonte: Gilberto Costa - Agência Brasil

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